30.6.03




Mam�e e Bia no Grill da Lagoa, um quiosque nota 10.






Chega! Ningu�m ag�enta mais!!!

Voc�s v�o dizer que eu ando obcecada com isso � e ando mesmo! Acontece que n�o ag�ento mais receber spam!!! Suponho que h� quem fature com essa praga � al�m, claro, dos cr�pulas que vendem aqueles CDs com todos os emails da internet e mais alguns. Mas n�o sei at� que ponto a corja que n�o hesita em anunciar o que ningu�m quer se d� conta do grau de f�ria crescente dos usu�rios contra mensagens marqueteiras n�o solicitadas, em qualquer de suas formas.

Por exemplo: na sexta passada, o �Wall Street Journal� informou que a Federal Trade Comission (FTC) abriu, nos EUA, uma lista para quem quiser p�r o seu telefone a salvo das chamadas de telemarketing. Nas primeiras 12 horas, mais de 370 mil pessoas j� se haviam registrado. O n�mero s� n�o foi maior porque o sistema, que n�o estava preparado para este volume de ades�es, ficou lento demais.

At� o fim do ano, a FTC estima que cerca de 60 milh�es de telefones estar�o registrados na lista. A partir de outubro, a empresa que fizer uma chamada para um n�mero da lista pode ser multada em at� US$ 11 mil. L�gico que os telemarqueteiros, que n�o se tocam, tentaram processar a FTC. N�o conseguiram, felizmente. Se isso n�o � um recado claro, n�o sei o que �.

No Brasil, temos um exemplo local parecido: a C�mara Municipal de Porto Alegre que, obviamente, preocupa-se mais com os cidad�os do que a nossa inenarr�vel Alerj, aprovou, em dezembro passado, um projeto de lei que obriga as operadoras de telefonia a manter listas de usu�rios que n�o querem ser aborrecidos por telemarketing. Quem importunar algu�m da lista acaba multado.

H� sugest�es parecidas contra o spam � o equivalente online do telemarketing � em gesta��o no mundo todo. A verdade � que ningu�m sabe mais o que fazer para deter essa onda insuport�vel de lixo. Ali�s, a �ltima dos spammers brasileiros � depois de toda a cascata a respeito do suposto decreto regulamentando a coisa, e em que ningu�m mais cai � � mesmo uma gracinha: �Esta mensagem n�o � SPAM. � a divulga��o de um trabalho s�rio. N�o se preocupe, pois voc� n�o a receber� novamente.�

Spammers? Todos ao pared�o!

Abel de endere�o novo


Nosso coleguinha Abel Alves, que t�o zelosamente responde �s cartas dos leitores, avisa que mudou de endere�o. Os seus cursos de manuten��o de computadores funcionam agora na Rua Uruguaiana 10, sala 2209. O telefone � 2222-7774, e ele est� finalmente equipado com Velox.


(O Globo, Info etc., 30.6.2003)









Se eu pudesse ter escolhido como seria, eu seria assim.





28.6.03




Essa aqui eu mesma fiz no Chile, h� alguns anos. Estou tentando descobrir em que canto da internet est� o �lbum que publiquei na ocasi�o, para os colegas que foram comigo, mas t� dif�cil...

Nessa �poca, estavam surgindo os primeiros servi�os de fotos online. Eu, naturalmente, testava todos. Volta e meia recebo emails de servi�os me lembrando que h� anos n�o subo nada e portanto vou ser desconectada, ou dando adeus e fechando as portas, coitadinhos.

De qualquer forma, o fato � que os meus primeiros �lbuns ficaram soltos por a�.

Ali�s, se voc�s quiserem ver figurinhas, o Fotolog t� bem gordinho e interessante.





27.6.03




J� aqui...





26.6.03




Enquanto isso, nos Estados Unidos...
(Valeu, Andre!)






Google, Blogger & J.K. Rowling

Vem a� a nova toolbar do Google, que mata popus e facilita a vida de quem usa o Blogger... esbarrei agora com a not�cia, chequem aqui.

E, para quem gostou da edificante historinha do primeiro marido de J.K. Rowling -- aquele, que p�s para fora de casa, aos sopapos, a futura mulher mais rica da Gr� Bretanha -- um link que tem tudo, de foto do casal � certid�o de casamento.






Emerg�ncia felina!

Cora, minha filha e um amigo foram a UFRJ e deixaram o carro estacionado no p�tio. Ao retornarem, um gato havia se alojado dentro do motor sem que ningu�m percebesse. Quando deram a partida, o felino caiu ensanguentado. Levado a uma cl�nica veterin�ria, foi operado e perdeu uma pata . Segundo o cl�nico ele ir� se recuperar mas ter� que morar em resid�ncia com algu�m que goste de bichanos.

Se j� n�o tivesse tr�s, ficaria com ele. Caso algu�m se interesse, pode entrar em contato comigo por e-mail, deixando telefone. Minha filha o levar� a seu " novo lar". Obrigado,

Gilson









A Bia acabou de me mandar... Pode?!






Mil perd�es!

Estou em falta com todo mundo: n�o respondo emails h� dias, n�o visito os blogs do cora��o e h� uma quantidade de recados na secret�ria eletr�nica que ainda n�o retornei. Pe�o muitas desculpas aos amigos que est�o se sentindo abandonados. Eu amo voc�s, n�o duvidem disso; � que estava correndo contra o tempo com alguns frilas e com o Harry Potter, que infelizmente n�o consegui ler todo entre s�bado e ter�a, que � quando escrevo a cr�nica de quinta.

Prometo que logo volto ao normal, isto �, � bagun�a organizada de h�bito. Do jeito que ando, at� mordida de gato rejeitado j� levei.

Eu sei, eu mere�o.
















O Palm vai � Travessa

Flagrantes do lan�amento do Manual do Man�, dos queridos Arthur Dapieve, Gustavo Poli e S�rgio Rodrigues, na Livraria da Travessa.

Fotinhas feitas pelo Palm, sem flash ou retoque.

Gente, tou amando essa maquininha! Infelizmente, este foi o nosso �ltimo passeio juntas: amanh� nos despedimos.






Harry Potter n�o � mais o mesmo

Acho que se eu n�o tivesse lido o primeiro Harry Potter em 1998, assim que saiu nos EUA, pouco estaria me lixando para esse �Harry Potter and the Order of the Phoenix�, que acaba de chegar �s livrarias com tanto estardalha�o. Eu seria, provavelmente, mais uma entre as tantas pessoas que n�o leram, n�o gostaram e t�m raiva de quem gosta, entediadas de antem�o com a overdose de merchandising.

Acontece que, naquela �poca, �Harry Potter and the Sorcerer�s Stone� � que aqui viria a ser �Harry Potter e a Pedra Filosofal� � era apenas um livro de sucesso. Havia feito furor na Inglaterra, vinha sendo ardorosamente discutido na internet e tinha, afinal de contas, 309 p�ginas. Ora, para mim, qualquer autor que consiga fazer crian�as lerem 309 p�ginas, de livre e espont�nea vontade, � um her�i.

Comprei o livro num aeroporto, pouco antes de embarcar, e fiquei chateada quando, doze horas depois, o avi�o aterrissou e tive que interromper a leitura: faltava t�o pouco para terminar! Continuei lendo no t�xi e, em casa, s� fui conversar direito com as pessoas e os gatos quando cheguei ao fim. As crian�as inglesas estavam cobertas de raz�o: Harry Potter era mesmo o m�ximo.

De l� para c�, passei a aguardar ansiosamente cada novo volume. No segundo, j� tinha companhia: Jos� Lewgoy, que tamb�m ficou apaixonado pela galera de Hogwarts, conseguiu o seu em tempo recorde. No terceiro, fui mais r�pida, e passei duas semanas contando vantagem.

A�, claro, o mundo inteiro j� sabia quem era Harry Potter. Com o filme, o hype em torno da s�rie atingiu n�veis insuport�veis � e perdi completamente o interesse pelo quarto volume. Eu me recusava a compactuar com aquela ferramenta capitalista, aquela isca criada para arrancar dinheiro do bolso de pais e m�es, impotentes diante da sanha do mercado.

Mas o Lewgoy, que era um s�bio e n�o se deixava iludir por essas coisas, nem contra nem a favor, me deu o toque: �Esquece a propaganda e l�. � muito bom.�

Mais do que bom, o quarto Harry Potter foi, para mim, o melhor da s�rie, o mais forte, o mais bem estruturado como thriller psicol�gico. L� para o fim me peguei aos prantos, desconsolada com tanta maldade. E muito irritada comigo mesma: �Caramba, p�ra com isso!�, me cobrava. �� s� um livro! E para crian�as, ainda por cima...!� �, respondia meu outro lado, mas �A pequena vendedora de f�sforos� tamb�m � para crian�as. E � s� um conto.

�A pequena vendedora de f�sforos�, de Hans Christian Andersen, �, como voc�s sabem, a hist�ria mais triste do mundo. E a� � que ficou feia a coisa, entre aquelas duas tristezas inconsol�veis. Porque, depois de uma certa idade, n�o � o enredo que leva a gente �s l�grimas, naturalmente, mas sim a sua identifica��o com o que h� de ruim e de mals�o no mundo.

Sob este aspecto, o novo livro promete. Ainda n�o cheguei ao momento em que morre um dos principais personagens, mas a trama se adensa. O universo leve e fantasioso dos primeiros livros (apesar dos acontecimentos dram�ticos) ficou definitivamente para tr�s.

V�tima da fama e da adolesc�ncia, Harry Potter anda mergulhado em crises, com raiva de tudo e de todos. Como se n�o bastasse, o seu mundo inteiro � Hogwarts inclusive � revela-se menos simples do pensava. Nada � bem o que parece ser; ningu�m � cem por cento confi�vel, para o bem ou para o mal.

O livro demora a engatar. Em termos de a��o, vai direto ao assunto, mas n�o � dif�cil perceber, nos primeiros cap�tulos, as engrenagens que v�o puxando e empurrando os carrinhos da montanha-russa. Houve muita especula��o em torno das dificuldades que J.K. Rowling teria enfrentado para levar a tarefa a cabo; ela as nega e diz que apenas quis escrever sem a press�o dos prazos.

Pelo que li do livro at� agora, fico com os especuladores. Em v�rios pontos falta a naturalidade dos volumes anteriores, a flu�ncia, o humor nas entrelinhas. Ainda assim, J.K. Rowling continua contando uma hist�ria como ningu�m. Tem estilo e criatividade e � aleluia! � n�o est� nem a� para o que pais e professores possam pensar a respeito dos seus livros. Escreve para pessoas, e pronto. Que a maioria dessas pessoas seja menor de idade � bom, fazer o qu�? � um fato da vida.

* * *

E, por falar em fatos da vida: n�o consigo deixar de pensar no coleguinha portugu�s com quem J.K. ficou um ano casada. Voc�s sabem dessa hist�ria, n�o? Ela tinha 26 anos, estava no Porto vivendo como professora de ingl�s para estrangeiros e se encantou com um jovem rep�rter da televis�o local. O casamento, desastroso, acabou com uma briga em que ele a p�s para fora de casa aos tapas, no meio da madrugada, com a filha pequena.

J.K. entrou em depress�o e se refugiou na Esc�cia, ao lado da irm�. Passou seis meses vivendo de aux�lio-desemprego e morando num conjugado t�o sem jeito que, para escrever a estranha hist�ria de um garoto m�gico que tinha na cabe�a, s� mesmo indo para o caf� da esquina, que tinha boas mesas e um ambiente mais aconchegante.

O resto, como dizem, � Hist�ria.


(O Globo, Segundo Caderno, 26.6.2003)





25.6.03




(Valeu Waldir, queridinho! Thanks!)








Hoje cedo, andando na Lagoa, fiz essa foto. Subi junto com outras parecidas l� pro Fotolog.

Update: A legenda e o hor�rio da postagem causaram certa confus�o. Desculpem, foi sem querer; como a BBC j� explicou no outro dia, � problema de nascen�a. Ent�o: "hoje cedo" � tipo meio-dia: vejam as sombras como ainda est�o retinhas. A� fui � luta, jantei, voltei, trabalhei mais um pouco e s� a� vi as fotos e escolhi algumas pro Fotolog. Resultado: quando fiz este post, antes de ir pra cama, eram cinco e pouco. Do outro dia, claro -- mas que eu continuo chamando de "hoje" (no caso, ontem) porque, para mim, um dia s� vira "ontem" depois que eu dormi e acordei. Ficou claro? Ou agora � que eu compliquei de vez?





24.6.03


E, vejam, ela tamb�m est� voltando!

E, ainda por cima, fez anos ontem; quietinha, na moita. Fui descobrir dando um pulinho l� na Funny.

PARAB�NS, QUERIDA!






Caramba...

O Antonio Calloni me mandou uma continha que d� o que pensar:
"Se um correntista tivesse depositado R$ 100 (cem reais) na Poupan�a num banco, no dia 1� de julho de 1994 (data de lan�amento do real), ele teria hoje na conta a fant�stica quantia de R$ 374 (trezentos e setenta e quatro reais).

Se esse mesmo correntista tivesse sacado R$ 100 (cem reais) no cheque especial, na mesma data, teria hoje uma d�vida de R$ 139.259 (cento e trinta e nove mil, duzentos e cinq�enta e nove reais), no mesmo banco.

Ou seja: com R$ 100 do cheque especial, ele ficaria devendo nove carros populares, e com o da poupan�a, conseguiria comprar apenas quatro pneus.

N�o � a toa que o Bradesco teve quase R$ 2.000.000.000,00 (dois bilh�es de reais) de lucro liquido somente no 1� semestre, seguido de perto do Ita� e etc... D� para comprar um outro banco por semestre!

E os juros?

VISA 10,40 % ao m�s
CREDICARD 11,40 % ao m�s
POUPAN�A 0,79 % ao m�s"
�. H� algo profundamente errado com o pa�s.







23.6.03


Ah, sim: ela voltou... :-)







lendo lendo lendo lendo AHAHA!!! lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo NOSSA!!! lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo OH... lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo lendo...







Zire 71: o Palm nota 10

H� cerca de duas semanas, estou convivendo com um Zire 71, o lan�amento mais recente da Palm, que come�a agora a chegar �s lojas brasileiras. Estou adorando: � um dos melhores handhelds que conhe�o, e o primeiro a fazer concorr�ncia s�ria ao meu Sony Cli� de estima��o, um modelo NR70V com cerca de um ano de idade que, at� outro dia, eu considerava insuper�vel como praticidade, qualidade e design.

O velho Cli� e as suas novas encarna��es continuam sendo animais mais sofisticados, sobretudo considerando-se os dois modelos que a Sony acaba de lan�ar nos EUA; mas o Zire 71 �, a meu ver � e se voc�s me permitem uma defini��o t�o pouco cient�fica � muito mais simp�tico e gostosinho, o lan�amento mais atraente da Palm (e de qualquer outro fabricante) nos �ltimos tempos.

Ele � pequeno, jeitoso, bom de segurar e compacto o suficiente para carregar no bolso. � r�pido, roda o OS 5, tem uma bateria dur�vel e uma tela colorida e brilhante � que resolve um dos grandes problemas da Palm em rela��o � concorr�ncia � e, como os Cli� topo de linha, traz uma c�mera fotogr�fica embutida.

Ao contr�rio da c�merazinha basculante dos Cli�s, por�m, a do Zire 71 � fixa e fica nas costas do aparelho, e se abre empurrando-o para cima; � menos pr�tica e divertida mas, em compensa��o, tem uma resolu��o muito melhor do que a do velho PEG NR70V: vai a 640 x 480.

Os novos Cli�s, honra seja feita, j� superaram isso; o NX80V, que come�a a circular em breve, tem uma c�mera de extraordin�rios 1.3 megapixel. Por outro lado, eles s�o, sem exce��o, maiores e mais pesados do que o Zire 71 � e t�m um pre�o muito mais salgado.

* * *

Um dos grandes atrativos do Zire 71 �, justamente, a �tima rela��o custo x benef�cio. Aqui no Brasil, a maquininha sai a R$ 1.299, excelente sobretudo quando comparado aos pre�os dos outros PDAs. Basta lembrar que o Palm m130, com 8Mb de RAM (contra os 16Mb do Zire 71) e uma tela inferior em nitidez custa R$ 1.099. E o m130 n�o tem c�mera, nem toca MP3...

Ah, eu n�o disse? Ent�o: o Zire 71 pode funcionar tamb�m como player. Tem um slot para cart�es SD, que podem conter aplicativos ou funcionar como expans�o de mem�ria (e h� boatos de que h� um Bluetooth no forno); uma unidade de 128Mb custa cerca de US$ 90 nos EUA.

Nesses cart�es se podem armazenar m�sicas ou audiobooks. O som, no entanto, � baixo demais, mesmo com os headphones (que n�o v�m inclu�dos); sem eles, o alto-falante tem a pot�ncia de um daqueles antigos radinhos de pilha que os porteiros da rua colavam no ouvido para acompanhar o jogo. Funciona num c�modo silencioso, mas n�o � com ele que a gente vai malhar na academia.

Mas isso, claro, � perdo�vel. Ningu�m compra um Palm para ouvir m�sica; essa capacidade � um algo a mais, um extra com o qual a gente se diverte e que, eventualmente, quebra um galho.

Com a c�mera fotogr�fica acontece mais ou menos a mesma coisa: ela est� longe de ser uma Leica, mas d� o recado. Nenhum fot�grafo em s� consci�ncia vai levar as imagens de um PDA ou de um telefone celular a s�rio; elas s�o simples registros digitais que n�o existem para serem impressos, mas para transmitir informa��es atrav�s de imagens.

No alto dessa p�gina est�o algumas fotos que fiz com o Zire 71. O resultado � irregular: h� falta de defini��o nos detalhes e s� Deus sabe o que passa pela cabe�a da m�quina na hora de interpretar as cores. �s vezes, nas mesmas condi��es de luz, ela faz �leituras� totalmente diferentes. Mas, gente � estamos falando de fotos feitas por um Palm...!

O software que cuida delas � o Photo, de que gostei muito. � f�cil de usar, permite fazer anota��es e mudar nomes de arquivo, e basta sincronizar o Zire 71 que as fotos v�o, automaticamente, para o computador. Moleza.

O Zire 71 est� fazendo um sucesso enorme nos EUA, e acho que deve repetir a dose por aqui: vai ser dif�cil encontrar quem n�o se encante com ele.

(O Globo, Info etc., 23.6.2003)





22.6.03


Fotolog

Passei o dia lendo; nos breaks, postava umas fotinhas l� no Fotolog. T� legal: muitos conhecidos dos blogs por l�, confiram.






Quequ�isso?!

Vi no Hiro; mas n�o � nada do que a gente fica pensando n�o.






N�o reparem o sumi�o...

mas � que eu tou lendo Harry Potter.

Denise, Mauro -- eu AMO voc�s!!!





20.6.03






Fui na Helenice ver se tinha not�cias do Billy e achei essa tirinha. Me identifiquei MUITO: tamb�m pade�o desse mal...

O Billy ainda n�o apareceu. Galera da Ilha, d�em um help ao Cris, please... :-(








Ganhei da Tammy Luciano: n�o � uma gracinha?






Telhado de vidro

H� alguns dias, o senador Orrin Hatch, um republicano de Utah, teve uma id�ia genial: dar aos detentores de copyright americanos (leia-se basicamente RIAA e MPAA) o direito de destruir, � dist�ncia, o computador de quem estiver baixando m�sica ou v�deo ilegalmente.

Essa id�ia � t�o imbecil, mas t�o imbecil, que pegou mal at� com o povo das gravadoras -- e, no dia seguinte, l� estava de novo o senador, tentando explicar o inexplic�vel, tipo "Era s� uma id�ia..."

Nesse �nterim, por�m, o bom cidad�o Laurence Simon, fu�ando o website do senador, descobriu, l�, um menu Java pirateado. Mandou um email pro gabinete deste muar pedindo explica��es, mas ainda n�o recebeu resposta.

Enquanto isso, a galera, ind�cil na linha, pergunta se � pra atacar o computador j� ou se ainda d�o um tempo.

(Obrigada pelo link, Roberto Wertman!)

Update: A Wired j� est� pegando no p� do cara. Ainda bem!






Clarah na Tribuna!

A Clarah, que eu adoro, est� estreando como colunista na Tribuna da Imprensa -- e, como voc�s v�o ver, em alto estilo!

Profusos e sinceros parab�ns pra Tribuna, que capturou essa menina que sabe das coisas.








N�o � que o danado conseguiu se superar?!





19.6.03



Torturante beleza

Depois de passar s�culos espremendo os p�s das meninas em bandagens para que permanecessem min�sculos a vida inteira, os chineses partiram para uma nova forma de tortura est�tica: agora, esticam as pernas das mulheres (tamb�m, menos, dos homens) para que ganhem alguns cent�metros a mais. Isso se faz por meio de uma cirurgia em que os ossos s�o serrados logo abaixo dos joelhos e aparafusados a uma estrutura met�lica externa. Nesta, h� uma chave que, girada todos os dias, aumenta milimetricamente a dist�ncia entre os ossos; o espa�o � preenchido pelo tecido que o pr�prio corpo fabrica para a cicatriza��o, a qual, pelas voltas da manivela, vai sendo adiada indefinida e dolorosamente.

Essa dor � quase insuport�vel. Para cada cent�metro aumentado � necess�rio pelo menos um m�s de recupera��o e fisioterapia. O custo � estratosf�rico. Os resultados deixam a desejar � casos de pernas de tamanhos diferentes s�o comuns e, n�o raro, os ossos n�o cicatrizam bem, vindo a quebrar-se com facilidade. Ainda assim, as filas de espera para consulta com os cirurgi�es mais conhecidos ultrapassam um ano.

Acontece que a nova obsess�o chinesa � a altura. Ter menos de 1,60m na China equivale, mais ou menos, a ter mais de 45 anos no Brasil: as oportunidades de trabalho e de relacionamento diminuem drasticamente.

A reportagem da BBC que me chamou a aten��o para o drama das baixinhas chinesas mostrava uma quantidade de classificados, de ofertas de emprego a buscas de namorada, em que a altura era o primeiro, e fundamental, requisito. Mais tarde, procurando outras informa��es na internet, encontrei depoimentos de pessoas que foram rejeitadas at� em exames de admiss�o para faculdades de direito � pois advogados e ju�zes devem �impressionar� nos tribunais � e para a carreira diplom�tica � porque a representa��o chinesa tem que ficar, literalmente, � altura dos seus pares estrangeiros.

* * *

� muito f�cil nos indignarmos com os chineses por causa disso. Tamanho, entre n�s, nunca chegou a ser documento � ou n�o, pelo menos, a ponto de nos fazer cometer loucuras como essa cirurgia. Como � poss�vel que, num pa�s de gente baixa, justamente a pouca altura seja considerada fator de exclus�o social?!

Mas eles n�o s�o muito diferentes de n�s na sua busca insana por um ideal inating�vel. No nosso pa�s de morenas carnudas, por exemplo, o ideal de beleza que a televis�o apresenta �s criancinhas �, h� muitas gera��es, a loura magra. Se isso n�o � um golpe na auto-estima da maior parte da popula��o, n�o sei o que seja. Para mim, pelo menos, � um soco no olho da est�tica coletiva do pa�s, que ano ap�s ano v� emergirem do caldo da cultura popular novas levas de celebridades �louras�, cada vez mais turbinadas e artificiais, cada vez mais distantes da realidade.

* * *

No domingo passado, o �Fant�stico� entrevistou um grupo de mulheres, para saber como se viam ao espelho. A resposta foi previs�vel mas, ainda assim, impressionante: n�o houve uma que se dissesse satisfeita com a pr�pria apar�ncia. E como poderiam, coitadas? Como � que a vida real pode enfrentar a fantasia desvairada que, hoje, se entende por �mulher bonita�?

Como � que uma mulher comum, que trabalha, cria filho e se estressa com as contas no fim do m�s, pode ficar contente consigo mesma se o modelo que a m�dia lhe aponta como mulher bonita � um mix de acasos gen�ticos, cirurgia pl�stica, estilos de vida especial�ssimos, truques de luz e de produ��o e, last but not least , efeitos de computador?

* * *

H� alguns anos, uma atriz minha conhecida fez um ensaio para a �Playboy�. Era uma das mulheres mais lindas do pa�s. No tal ensaio, ficou deslumbrante. Simplesmente perfeita. Temos a mesma idade e at� a mesma altura, mas as semelhan�as, n�s duas bem sabemos, param por a�. Confesso: aquelas fotos me deram uma certa depress�o.

Tempos depois, visitando amigos num est�dio em S�o Paulo, pude ver o �antes� e o �depois� das fotos. Foi um saud�vel choque de realidade. A mo�a continuava uma maravilha, mas era uma maravilha da sua (nossa) idade. Meus amigos gr�ficos tinham retocado detalhes que eu nunca teria percebido: manchinhas de sol na pele, pequenas veias e rugas, detalhes nos p�s e, sobretudo, nas m�os.

Pensei nas centenas, talvez milhares, de mulheres que deviam ter se sentido diminu�das com aquela imagem perfeita, e fiquei � filosoficamente � revoltada. Ora pipocas, ent�o elas n�o estavam se comparando com uma linda mulher de 40 anos, mas sim com uma linda mulher de 25! E o pior � que essa contrafa��o n�o era, sequer, excepcional: acontece sempre, o tempo todo, mesmo em fotos de beldades de 18.

Enfim; o fato � que nos horrorizamos com as pernas serradas das chinesas mas, aqui mesmo, o que n�o falta � gente disposta a recorrer a tratamentos cada vez mais radicais para modificar a natureza e deter o tempo. Tentando atingir, em carne e osso �- e algum silicone �- uma perfei��o imposs�vel.

(O Globo, Segundo Caderno, 19.6.2003)






Blog!






18.6.03


Eu sabia...!







Ilha do Governador
Gatinho perdido!

No domingo � noite, Billy, um gatinho siam�s que usa coleira azul com um sininho, sumiu de casa no Jardim Guanabara, regi�o do Quebra-Coco. O Cris Dias e a Anna, que moram com ele, est�o desesperados, e pedem a quem por acaso tiver not�cias do bichinho que entre em contato com eles.






Grande Dudi!







Tsk, tsk

O mundo est� cheio de v�timas da ironia mal compreendida. A mais recente � o Tiago Teixeira, que tentou brincar com o caso dos Gatinhos do Jockey: para qu�...!








Ganhei do Matusca... :-D





17.6.03


Desculpem qualquer coisa...

Tou com um trabalho pesado esses dias e n�o tenho tido muito tempo pro blog. N�o consegui "capinar" os coment�rios durante o dia e, assim, alguns de voc�s acabaram esbarrando com uns pitboys do Fotolog.

Eu sei, eu sei -- a coluna saiu h� mais de uma semana mas, conforme a gente j� viu l� no Fotolog, os garotos s�o mesmo meio lerdos de entendimento. � normal que s� tenham vindo para c� hoje. Afinal, ler aquelas palavras todas, arrum�-las na cabe�a e descobrir o que significam deve ser bem dif�cil para quem j� gastou todos os neur�nios que tinha configurando a webcam.

Enfim. Tudo o que eu posso dizer -- al�m de Q.E.D. -- �

* s * i * g * h *












16.6.03


As esta��es, por Lu Misura







Oropa, It�lia e Bahia

Bruno Bozzetto fez um filminho em flash sensacional provando que a It�lia e a Europa s�o, definitivamente, duas coisas bem diferentes. Para baixar o filminho, � s� clicar na imagem acima; depois me digam se, tirando a cena do avi�o -- um dos h�bitos mais simp�ticos dos italianos, por sinal -- n�o podia ser com a gente.








Dica do Janj�o: este �timo site sobre animais para angloparlantes.





15.6.03




(Valeu, Angela!)





14.6.03


Voc�s j� viram esse blog, que bonitinho?






13.6.03


Gatinhos do Jockey

Escreve Ana Yates:
Ato de Rep�dio ao Confinamento dos Gatos do Hip�dromo

Recebi ontem a informa��o e um convite de Rosely Bastos presidente da Frente Brasileira para a Aboli��o da Vivissec��o, para participar de uma manifesta��o (pac�fica) em favor dos gatos do Jockey. Parece que ela j� conseguiu mobilizar um pequeno grupo que se encontrar� no domingo, �s 10h30, na entrada da Tribuna A (pr�xima ao antigo bar El Turfe). Cada manifestante levar� sua pr�pria mensagem em panfletos ou cartazes manifestando rep�dio ao exterm�nio dos gatos. Irei l� conferir e dar uma for�a. Quem desejar se manifestar comparecendo ao ato, ser� bem vindo. (Ana Yates)






Cut&Paste

Descaradamente copiado do Zazoeira:
POVO

-- Aquele abra��o, hein Valdir!

-- Duzentas gramas de mortadela, bem fininha.

-- O bloco C? Faiz a curva ali na arvre, perto da porta de vrido.

-- Me v� cinco p�o, dos moreninho ali do canto.














- c.a.t. mandou: � a Lagoa, em 1930, vista praticamente do mesmo ponto onde hoje est� o meu pr�dio.






Vendo televis�o

� impress�o minha ou essa hist�ria de Mensa � uma tremenda bobagem? Os caras se reunindo porque t�m QI mais alto que os outros, para poderem se sentir... "normais"? Eu, hein. � cada uma...

Update: O pior � que depois apareceu at� o Roger, do Ultraje, que pertence � tal sociedade. Eu gosto muito dele -- mas p�xa, Roger! Normal a gente se sente em qualquer botequim -- s� depende com quem vai, n�?





12.6.03


A FARJ se manifesta

Rio de Janeiro, 12 de junho de 2003.

Ilustre Senhor
Editor Chefe do Jornal O GLOBO
Se��o Carta dos Leitores



URGENTE � URGENT�SSIMO


Prezado Senhor:

Na qualidade de Presidente da Federa��o Aqu�tica do Estado do Rio de Janeiro � FARJ, vimos fazer os seguintes coment�rios a respeito do artigo publicado no Segundo Caderno desse Jornal do dia de hoje, 12 de junho e de autoria da ilustre jornalista Cora R�nai:

- Esta Entidade e pessoalmente o signat�rio, lamentam profundamente as express�es contidas no malinado e-mail de autoria do Sr.Michael Karfunkelstein, e que foi objeto de justa indigna��o dos atletas Masters de Nata��o, sempre t�o prestigiados por esta Presid�ncia e por esta Entidade Estadual.

- Gostaria de comunicar a esse Jornal e aos seus leitores, e principalmente aos nadadores da Categoria Master, que o Sr. Michael Kafunkelstein que at� ent�o exercia aos fun��es de assessor desta Presid�ncia, foi afastado e demitido da nossa Federa��o, face os graves acontecimentos que n�o admitem justificativas.

- Realmente como bem assinalou a jornalista Cora R�nai, o referido e-mail � uma p�rola da estupidez humana e absolutamente injusto com os os nadadores Master do nosso Estado.

- Gostar�amos de assinalar que o Sr. Michael Karfunkelstein, nos supreendeu com esta atitude no m�nimo indelicada e grosseira em flagrante contradi��o com os servi�os prestados � essa Federa��o h� 8 anos.

- Como noticiado no artigo da Sra. Cora R�nai, procuramos pessoalmente os atletas Master do Clube de Regatas de Icara�, e que foram objeto das ofensas para pedir-lhes desculpas face o lament�vel epis�dio.

- O signat�rio preside a Federa��o Aqu�tica h� 9 anos, mantendo um alto n�vel de relacionamento com todos os atletas, sendo sempre reeleito por unanimidade.

Creia Sr. Editor, que repudiamos a atitude insensata do nosso ex-assessor, pois atingiu o que temos de mais valor no nosso Esporte, que s�o os atletas que continuam defendendo a Nata��o Brasileira, ou promovendo-a como uma atitude saud�vel, que deve ser prestigiada por todos.

A Nata��o Master do Brasil, tem obtido sensacionais recordes no cen�rio internacional, onde se destacam os atletas Prof� Maria Lenk e o Sr. Gast�o Figueiredo.

No lament�vel epis�dio, os maiores prejudicados foram o signat�rio e a Entidade que preside, pois um ato impensado e injustificado de um assessor n�o pode comprometer o trabalho probo e idealista de uma Diretoria.

Com estes esclarecimentos, vimos ratificar a nossa repulsa a uma atitude imbecil e ign�bil e solicitar ao ilustre Editor a publica��o da presente carta na �ntegra nesse prestigioso jornal, com objetivo de esclarecer a posi��o das pessoas no lament�vel epis�dio

Cordialmente,


Marcos Firmino dos Santos
Presidente da Federa��o Aqu�tica do Estado do Rio de Janeiro






BSAMP RULEZ!

Uma alegria especial no Fotolog: essa grande sacada do Bruno Sampaio. Simplesmente o m�ximo.






Al�, Farj: quem � o imbecil nessa hist�ria?!

Nadar contra a corrente do preconceito nem sempre � f�cil para os masters cariocas


"Eu me recuso a responder o e-mail deste velho f.d.p. Se o fizer eu vou mandar ele tomar no c. Ele � um imbecil muito grande e n�o sabe que valem (....) os melhores tempos obtidos pelos nadadores, nos �ltimos 12 meses e n�o �ltimos dois anos, at� porque nadador normal � jovem e dois anos pode n�o ser muito para quem j� dobrou o cabo da boa esperan�a, mas para ele que deve estar mais pra l� do que pra c� eu n�o sei... Quanto ao local do �ltimo Carioc�o 2002, ao que me consta o Parque Aqu�tico Julio De Lamare � o melhor parque aqu�tico que aqui existe e custa muito caro para n�s da Farj realizar l� qualquer competi��o. Alias eu vou sugerir que n�o se realizem mais competi��es destes velhos imbecis l�, pois esta classe de frustrados n�o deve nadar nem sujar aquela �gua com a urina de que tem c�ncer na pr�stata.�

Voc�s desculpem os erros, o estilo e os palavr�es. N�o s�o meus. Este � o linguajar que as autoridades esportivas do estado usam para trocar mensagens entre si. O que voc�s acabam de ler � um e-mail enviado pelo assessor da presid�ncia da Farj (Federa��o Aqu�tica do Rio de Janeiro), senhor Michael R. Karfunkelstein, para o senhor Carlos Roberto Silva, o Carl�o, diretor master da mesma entidade.

E como � que essa p�rola da estupidez humana veio parar nas minhas m�os? Simples: minha m�e, Nora, de 79 anos, � nadadora master. Ao contr�rio do que sup�e o senhor Karfunkelstein, ela n�o � frustrada, n�o tem c�ncer na pr�stata nem faz pipi dentro d��gua. Tamb�m ao contr�rio dele, leva o esporte a s�rio: treina com rigor espartano, nada quase dois quil�metros por dia, chova ou fa�a sol, e representa o Rio de Janeiro e o Brasil com grande brio. Est� entre as dez melhores do mundo em diversas modalidades, e sente-se extremamente honrada em dividir a piscina com o supercampe�o Luiz Felippe de Figueiredo, um dos pouqu�ssimos atletas brasileiros a ser duas vezes recordista mundial (nos 50m de costas). O excepcional atleta de 62 anos que o senhor Michael R. Karfunkelstein se recusa a responder.

* * *

Quando mam�e me falou pela primeira vez deste e-mail, achei que s� podia ser trote. Logo imaginei algum inimigo do senhor Karfunkelstein querendo destru�-lo junto � comunidade, apresentando-o como pessoa grosseira, insens�vel, doentiamente preconceituosa. Com esse texto, um inimigo poderia at� lev�-lo � Justi�a, num processo criminal por inj�ria e difama��o.

Antes que eu me esque�a: in�meros ju�zes dos tribunais superiores t�m a mesma idade do Felippe, ou s�o at� mais velhos. No Supremo, por exemplo, os ministros s� se aposentam aos 70 anos.

No domingo passado, mam�e me trouxe o jornalzinho de uma associa��o de nadadores de S�o Paulo, onde o e-mail havia sido publicado na �ntegra. Fiquei chocada com a perf�dia do suposto inimigo do senhor Karfunkelstein, que conseguira at� a publica��o daquela barbaridade, e telefonei para a Dulce Senfft, coordenadora de masters do Clube de Regatas Icara�, para saber se a Farj denunciara a trama infame. A Dulce, por�m, me disse que a autoria do e-mail jamais havia sido posta em quest�o.

Na verdade, dirigentes da Farj chegaram a ir ao Icara� para pedir desculpas. Disseram que aquela era apenas uma mensagem para circula��o interna, que n�o deveria ter sido divulgada (ah, bom!) e propuseram uma retrata��o p�blica do senhor Karfunkelstein no pr�ximo campeonato, no dia 28 junho, em Petr�polis. Enquanto isso, c�pias do e-mail est�o afixadas nos quadros das piscinas dos principais clubes brasileiros, e um abaixo-assinado de protesto j� conta com a ades�o de quase 400 nadadores.

Quer dizer: o senhor Michael R. Karfunkelstein n�o precisa de inimigos.

* * *

Ainda assim, tr�s coisas me intrigavam. O que havia dito o Luiz Felippe de t�o grave para suscitar tal resposta? Como ela chegara ao p�blico? E, finalmente, o que teria o senhor Michael Karfunkelstein a dizer a respeito?

O Luiz Felippe � filho do grande Gast�o Figueiredo � me encaminhou a pol�mica correspond�ncia. Seu crime foi reclamar das p�ssimas condi��es da piscina no �ltimo campeonato (a �gua estava 60 cm abaixo do n�vel oficial, impedindo a sa�da do nado de costas) e de erros de balizamento.

A n�o-resposta do senhor Karfunkelstein veio � luz quando o diretor master da Farj respondeu ao Luiz Felippe e, por descuido, se esqueceu de apagar a tal �mensagem interna�.

Quanto ao que o senhor Michael R. Karfunkelstein pensa disso tudo, n�o sei. Telefonei a ele, que negou ter escrito o e-mail, negou ter conhecimento dos protestos que est�o nos quadros de avisos das piscinas porque �n�o vou a esse tipo de competi��o� e me disse para discutir o caso com a presid�ncia da Farj.

Foi o que fiz. Liguei para o presidente Marcos Firmino, que garantiu que o e-mail havia, sim, sido escrito pelo seu assessor, Michael Karfunkelstein; que o dito assessor j� estava redigindo uma retrata��o formal; e que ele, Marcos Firmino, est� arrasado com o caso:

� Estou dizendo para as pessoas o seguinte: todo mundo tem um dia 11 de setembro na vida. Meu dia 11 de setembro foi o dia em que aquele e-mail foi escrito.

(O Globo, Segundo Caderno, 12.6.2003)





11.6.03


Gatinhos do Jockey

O RJ TV de amanh� deve dar mat�ria com a situa��o dos gatinhos do Jockey.






Em busca de um lar

H� uma Fam�lia Gato de cinco quadrupes (pai -- essa coisa linda da foto -- m�e e tr�s filhotes) procurando por um lar. A vida dos donos mudou, e os bichinhos est�o sobrando. Detalhes (e mais fotos) aqui.






Na minha praia

Ta�, acho que consegui uma coisa verdadeiramente in�dita: tenho uma turma de praia... virtual! Troco e-mails com diversas pessoas que freq�entam o mesmo cantinho que eu, mas ainda n�o encontrei nenhuma delas. � verdade que s� vou � praia umas duas vezes por m�s, e num bat-hor�rio em que, suponho, o grosso da turma j� est� se preparando pro jantar. Mas tudo bem; um dia a gente se cruza.

Hoje recebi um email da Moema, que � da mesma praia, com essa foto maravilhosa. Ela diz o seguinte:
"Prezada Cora :

Ontem naquele pedacinho de praia em que voc� aparece �s vezes, ficamos conversando sobre uma maneira de realmente mobilizar o Rio de Janeiro quanto � viol�ncia. Somos um grupo bem ecl�tico (risos), professores universit�rios, dentistas, web designers, advogadas, guia de turismo, etc. H� cerca de tr�s anos nos reunimos l�. Temos em comum o fato de o grupo todo ser de "estrangeiros" , emigrantes , digamos assim , com uma predomin�ncia de friburguenses e ga�chos. Claro que, por isso , temos uma "vis�o" diferente desta Cidade Maravilhosa.

Esta discuss�o vem acontecendo j� h� algum tempo, mas ontem, talvez pelo tempo estranho que estava fazendo, chegamos a uma id�ia que lhe submeto, visto que sua opini�o � importante para mim e para o grupo. Pensamos numa grande mobiliza��o pela internet solicitando uma Parada Geral na cidade. Geral mesmo, todos os servi�os, com�rcio, restaurantes, escolas, profissionais liberais... a sociedade como um todo. Afinal, todos n�s estamos sendo amea�ados. Fomos nos encolhendo em nossos lugares, lares, gradeando pr�dios e cada vez mais sendo encurralados. Todos est�o sendo prejudicados em suas �reas pelo crescente e descontrolado aumento da violencia. N�o adianta gritar pelo governo, a mobiliza��o tem que ser nossa, de n�s que nos sentimos amea�ados.

Passeatas, como j� vimos, n�o adiantam. Gritar pela m�dia, tamb�m n�o . Assassino hoje "vende" e vivemos num lugar consumista. Bem, parto do princ�pio que se cada um fizer um pouquinho, juntos vamos conseguir alguma coisa. Porque, na verdade, n�o adianta "fugir" de volta para Friburgo, os assassinos tamb�m andam de carro blindado."
Pessoalmente, tenho minhas d�vidas em rela��o � efic�cia de movimentos assim, por dois motivos: o primeiro � que nada passa mais a impress�o de desuni�o do que uma greve geral que n�o consegue mobilizar todo mundo ou, pelo menos, parte ponder�vel dos envolvidos. O segundo � que, em tese, estar�amos nos mobilizando contra a bandidagem -- e isso s� faria aumentar o seu cartaz e auto-confian�a.

Por outro lado, uma greve bem sucedida, que de fato p�re a cidade, pode realmente acordar as autoridades. N�o as daqui, � l�gico, que n�o existem, mas as de Bras�lia. Acho que j� passamos do ponto em que a viol�ncia no Rio era um problema apenas local.

Enfim... n�o sei. O que � que voc�s acham?








Bom, j� que ele fez tanto sucesso... ;-)





10.6.03




Este � o Fritz, do Eduardo.






Baixaria brasileira II

A turma que acha que os ciber-hooligans brasileiros do Fotolog mandaram muito bem -- adepta daquele jeitinho ACM de ser -- est� tentando me convencer, de todas as maneiras, de que n�o s�o grosseiros, vulgares ou, pura e simplesmente, mal educados. Para isso t�m enviado � minha mailbox dezenas de emails em que a palavra mais carinhosa -- e, por acaso, �nica que ainda d� pra reproduzir aqui -- � "vaca".

T� certo, meninos, voc�s t�m toda a raz�o. Realmente n�o h� como resistir diante de argumentos t�o poderosos e bem fundamentados. Pagar o Fotolog � mesmo uma rematada idiotice da minha parte e da parte das outras pessoas que acham que devem compartilhar os custos de algo que usam. Ot�rios, � o que somos.

A nossa bronca contra voc�s n�o � contra os insultos e palavr�es que graciosamente postaram por toda a parte -- e que me fizeram fechar a �rea de coment�rios do meu Fotolog -- mas sim uma quest�o de quem tem dinheiro contra quem n�o tem: afinal, s�o cinco d�lares mensais! Bem uns quinze reais!!!

Finalmente, os brasileiros revoltados do Fotolog s�o simp�ticos, elegantes, espertos e, sobretudo muito, mas muito inteligentes.

Continuem assim, voc�s v�o longe.





9.6.03


Baixaria brasileira

Em maio do ano passado, Cypher e Leif, dois fot�grafos nova-iorquinos, descontentes com as op��es existentes para a exibi��o de fotos online, associaram-se a um nerd chamado Spike e criaram o Fotolog, onde se podem montar h�bridos de blogs e �lbuns de fotografia.

Como funciona? Simples: o usu�rio se registra, d� um nome para o seu fotolog, e clica num bot�o para subir a foto. Depois pode escrever uma legenda e avisar aos amigos, por email, que acabou de p�r uma nova imagem no ar. Essa imagem pode ser comentada pela comunidade.

At� a�, o Fotolog n�o � muito diferente dos demais sites de fotos que, em maior ou menor grau, permitem certa interatividade. A grande saca��o � a forma de apresentar as imagens. Quando algu�m entra na p�gina de abertura do Fotolog , v�, imediatamente, as imagens mais recentes. Ao entrar no seu pr�prio �lbum, pode ver, � direita da tela, as novas fotos dos usu�rios que incluiu em sua lista de amigos e favoritos. A�, basta clicar em qualquer uma delas para ir, imediatamente, ao fotolog do amigo.

* * *

Durante algum tempo, o sistema foi utilizado basicamente por fot�grafos, em sua maioria amadores, em busca de conv�vio com colegas. Os coment�rios sobre as fotos eram, tipicamente, palavras de est�mulo, dicas, observa��es t�cnicas.

A�, de repente, em fevereiro desse ano, o Fotolog come�ou a virar mania. Das 8.790 fotos publicadas no m�s, o sistema pulou para 14.567 em mar�o, 30.348 em abril, 78.323 em maio. Reportagens da revista online �Salon� (em abril) e no �New York Times� (em maio) acrescentaram fermento ao bolo.

Acontece que grupos de adolescentes haviam descoberto o potencial de comunica��o do Fotolog: com uma simples foto de webcam e meia d�zia de palavras se podia dar in�cio a uma animada conversa.

Curiosamente, assim como o fen�meno blog, o Fotolog tamb�m foi abra�ado com fervor pelos brasileiros: dos 11.301 fotologgers registrados na �ltima sexta, 2.861 eram daqui. Apenas um pa�s tem mais usu�rios, os Estados Unidos, com 2.980. Num terceiro lugar muito distante est� o Canad�, com 310, mas at� o Laos, Vanuatu e as Malvinas t�m pelo menos um fotologger.

* * *

Cypher, Heif e Spike n�o estavam preparados para tanto � sobretudo financeiramente. Banda e armazenagem custam caro, e a brincadeira estava indo longe demais. Assim, na quarta-feira passada, mudaram as regras do jogo. Desde ent�o, cada usu�rio s� pode subir uma foto por dia, com direito a dez coment�rios. Para subir as seis fotos anteriormente permitidas, e ter espa�o para at� cem coment�rios, � preciso, agora, pagar US$ 5 por m�s.

A mudan�a, perfeitamente compreens�vel, caiu feito uma bomba entre alguns brasileiros, em sua maioria adolescentes, que protagonizaram, nas �reas de coment�rios do sistema, uma das mais constrangedoras cenas de baixaria online que j� vi � e olhem que n�o sou propriamente novata na modalidade.

N�o faltou nada nesse show de preconceito, ignor�ncia e grossura, de xingamentos e amea�as a usu�rios que pagaram a taxa de US$ 5 a fotos obscenas dirigidas a Cypher e Leif. No melhor (ou pior?) esp�rito da Lei de Gerson, nossos filhinhos-de-papai agiram como se subir quaquilh�es de bobagens auto-referentes fosse direito divino, e ningu�m precisasse pagar as contas de banda e servidor na outra ponta. O que seria um problema deles (e dos seus pais) virou problema de todos n�s, j� que cada ato de hooliganismo eletr�nico vinha invariavelmente acompanhado de exalta��es pseudo-patri�ticas.

Os argumentos � se � que podemos cham�-los assim � foram do puramente imbecil ao abjetamente escatol�gico, passando por todos os matizes da intoler�ncia. Havia coment�rios desejando que mais avi�es se espatifassem sobre os pr�dios de Nova York (!) e que Osama Bin Laden voltasse a fazer ataques terroristas; um dos �revoltados� chegou a postar uma foto do atentado �s torres do WTC, dizendo que eram atitudes como a dos rapazes do Fotolog que faziam o mundo odiar os EUA... Os mais educados diziam, do alto dos seus computadores e c�meras digitais, que n�o t�m dinheiro, porque o Brasil � um pa�s pobre onde as pessoas n�o t�m o que comer.

Um americano que se cansou do festival de baixarias e asneiras e subiu um cartaz perguntando se no Brasil todos eram beb�s chor�es acabou tendo uma demonstra��o pr�tica de que o mau ju�zo que fazia a nosso respeito era plenamente justificado: na sua �rea de coment�rios h� mais f*cks por cent�metro quadrado do que em qualquer site de pornografia.

Aqui e ali, um brasileiro mais sensato tentava acalmar os �nimos. Em v�o. � �bvio que a ciber-patul�ia do Fotolog n�o estava interessada em encontrar solu��es, mas apenas em mostrar ao mundo inteiro que, em termos de estupidez, podemos ser imbat�veis. Lamento informar que tiveram o maior sucesso. Nunca ningu�m queimou o nosso filme t�o r�pido.

(O Globo, Info etc., 9.6.2003)

Update: A Wired tamb�m fala nisso.






A casa

D�em uma olhada nas fotos dessa p�gina. Uma casa comum. Passem o cursor por cima das fotos para ver o que o tempo, a natureza e o carinho podem fazer.




















Zire 71: um Palm maravilhoso

Na sexta-feira, recebi um Palm Zire 71 para testar. � um dos PDAs mais lindinhos que j� vi, o primeiro a fazer concorr�ncia s�ria ao Sony Cli� do meu cora��o. Tem uma tela colorida e brilhante e, como o Cli�, uma c�mera fotogr�fica embutida. Ao contr�rio da c�merazinha basculante do Cli�, por�m, a do Zire � fixa, e fica nas costas do aparelho; � menos pr�tica mas, em compensa��o, tem uma resolu��o muito melhor: 640 x 480. A transfer�ncia das fotos tamb�m � melhor nesta m�quina: o software est� bem feito, e a opera��o toda � muito simples. Basta sincronizar o Zire 71 que as fotos v�o, automaticamente, para o computador.

Provas das fotos a� em cima. Ele trabalha bem com luz diurna, mas lida mal com falta de luz; faltam qualidade e resolu��o �s fotos para impress�o, mas � claro que nem � essa a id�ia quando se usa uma c�mera embutida num PDA.

Al�m das fun��es t�picas de um handheld, das quais se desincumbe bem e r�pido, o Zire 71 tamb�m serve como player, e tem um slot para cart�o SD, no qual se podem gravar MP3 e audiobooks. A� est�, por�m, a meu ver -- ou, melhor dizendo, meu ouvir -- a sua �nica defici�ncia: o som � baixo demais. Nisso o Cli� ganha pontos, assim como nos fones de ouvido, que t�m controles de volume e forward no meio do fio, para que a gente possa esquecer o PDA no bolso. Por outro lado, honra seja feita, o Cli� � maior do que o Zire 71, e n�o cabe t�o bem em qualquer bolso...

A verdade � que, apesar do som ruim, estou apaixonada pelo aparelhinho. Ele � confort�vel na m�o, tem um ar s�lido e bem constru�do e, por incr�vel que pare�a, at� o pre�o � bom: custa US$ 299 nos EUA e, aqui, sai por R$ 1.299. � bastante dinheiro, mas n�o deixa de ser uma boa rela��o custo x benef�cio, sobretudo levando-se em considera��o que o Palm M130, sem c�mera ou talento para player, com apenas 8Mb de RAM (o Zire 71 tem 16Mb) e uma tela bem pior est� saindo a R$ 1.099 no Submarino.

Daqui a 15 dias tenho que mand�-lo de volta, mas juro que a tenta��o de ficar com ele e mandar um cheque no seu lugar � grande, muito grande...

Ah, sim: As fotos do Lucas s�o, naturalmente, para a Meg.





7.6.03




Madrugada

Cinco da manh�. No sil�ncio, o barulho de um carro batendo. Corri com os gatos para a sala: um taxi acertou o poste l� embaixo. O motorista deve ter dormido ao volante, porque n�o ouvi freada, nem havia marcas de pneus no asfalto. Sa�a fuma�a do cap�.

Logo um outro taxi parou, e um outro. Uma viatura policial, na pista oposta, passou direto. Os motoristas abriram a porta do colega acidentado. Olharam, e um correu para a cabine da PM, a cem metros -- como sempre, vazia. Um �nibus parou do outro lado. O motorista, o trocador e dois passageiros desceram para ver o que estava acontecendo. Um dos taxistas continuava segurando a porta aberta.

Uma segunda viatura da PM conseguiu o prod�gio de passar direto tamb�m -- com um �nibus, tr�s t�xis e alguns carros particulares parados em plena pista, no meio da madrugada! Apesar dos acenos das pessoas, sequer diminuiu a velocidade. O descaso n�o me surpreendeu, mas confesso que fiquei muito impressionada com a falta de curiosidade dos h�mi.

Os bombeiros, que ficam aqui ao lado, na Pra�a Eug�nio Jardim, levaram mais de 15 minutos para aparecer -- mas, em compensa��o, vieram em tr�s carros, fazendo uma ala�za que s�. Tiveram dificuldade em tirar o motorista do carro mas, aqui de cima, ele n�o me pareceu machucado. N�o devia estar mesmo: a ambul�ncia ficou parada quase dez minutos no local do acidente.

Sa� da janela quando foi embora, de sirene ligada para arrancar da cama os poucos moradores que n�o tivessem sido acordados com a sua chegada. Os t�xis j� haviam retornado ao trabalho e uma turma de bombeiros se esfor�ava para tirar o carro amassado do lugar, enquanto o amanhecer come�ava a recortar as montanhas do fundo da noite.

A vida no meu pedacinho de mundo estava voltando ao normal.






Problemas com o Blogger

A Elis conversou com o Jason a respeito do que anda acontecendo com alguns blogs. � o seguinte: eles est�o transferindo os arquivos de servidor, e um bug pegou eles de mau jeito. Os arquivos est�o todos l�; nenhum blog foi perdido. Jason diz que est�o trabalhando full time pra resolver tudo.





6.6.03


N�o h�, � gente, oh n�o...


Se a lua nasce por detr�s da verde mata
Mais parece um sol de prata prateando a solid�o
E a gente pega na viola que ponteia,
E a can��o � lua cheia a nos nascer do cora��o

(....)

Quando vermelha, no sert�o, desponta a lua,
Dentro d'alma, onde flutua, tamb�m rubra, nasce a dor!
E a lua sobe, e o sangue muda em claridade,
E a nossa dor muda em saudade, branca assim, da mesma cor.






Como diria o Fernando Stickel, aqui tem coisa!

poesia cinza-invis�vel



















Instru��o para leitura: arrastar o mouse, clicado, sobre �rea branca ao largo.



(Descaradamente roubado do Dudi)

Update: Pronto, a� est� um JPEG para quem n�o conseguiu ver a poesia do Dudi:






5.6.03


O que est� acontecendo no Jockey Club

Escreve a Ana Yates:
"Desde 1989, voluntariamente, dou assist�ncia aos gatos do Hip�dromo. Alimentava, doava, dava assist�ncia veterin�ria e esteriliza��o. Em 1999, volunt�rios se organizaram, formamos uma comiss�o e firmamos um acordo com a Dire��o o que resultou num trabalho s�rio, de respeito ao bichos e ao Clube. Um espa�o dentro do Hip�dromo nos foi cedido e criamos o Centro de Apoio, onde oferec�amos esteriliza��o gratuita aos gatos dos funcion�rios do Clube e a pre�o de custo (por falta de patrocinio) a toda comunidade. Em setembro de 2002, 95% dos gatos do HIp�dromo estavam castrados! De forma civilizada e cordial, mant�nhamos reuni�es constantes com a Dire��o antiga. Nosso trabalho era s�rio e obedec�amos todas as exig�ncias do Clube . N�o havia prolifera��o alguma, a popula��o estava controlada.

Em 2002, Levy assumiu a dire��o do Hip�dromo e come�ou a interferir negativamente no trabalho do Diretor Veterin�rio, com exig�ncias absurdas at� que conseguiu derrubar o diretor encarregado dos gatos e "assum�-los". PARA DIZIM�-LOS. Vale informar que o tal cercado denominado "Gatil" foi constru�do pela Duetto Produ��es, para colocar apenas os gatos das intermedia��es da Tribuna B onde ocorreria o Telefonica Open Air. N�s mesmos, num esfor�o dedicado, retiramos os gatos solicitados, de quatro col�nias, e os colocamos no tal "Gatil" improvisado .

MAS FOMOS TRAIDOS, o Elazar assumiu o comando, vetou nossa entrada e come�ou a colocar todos dentro do cercado com captura truculenta. N�s fizemos um apelo � Secretaria de Defesa dos Animais, que negociou a presen�a de um funcion�rio da prefeitura alimentar, uma vez por dia. Denunciamos o crime � Delegacia do Meio Ambiente. 70% dos bichanos antigos, alguns com 10 anos, j� morreram no tal cercado. Muitos, simplesmente sumiram. As veterin�rias do Hip�dromo n�o podem entrar l�, s�o proibidas pela Dire��o. N�o h� abrigo para chuvas. Debilitados pelo estresse e confinamento, os bichinhos contraem toda esp�cie de doen�as. O terreno � f�tido e n�o h� higieniza��o adequada.

Se o Taunay, atual presidente, n�o gosta de gatos, s� transformou esse �dio em a��o quando o Elazar assumiu a dire��o do Hip�dromo."






Hoje, com a palavra, os leitores

A coluna da semana passada deu muito trabalho... aos leitores! Nada do que escrevi at� hoje rendeu tanto pano para as mangas quanto confessar que, como cidad� de classe m�dia, temente a Deus e ao fisco, n�o ag�ento mais ser considerada culpada por tudo isso que a� est�. Entre coment�rios no blog e e-mails enviados � reda��o, cerca de 150 pessoas se manifestaram � algumas indignadas comigo e com o que consideraram uma vis�o alienada da vida; outras (para minha surpresa, vasta maioria) elogiando, dando for�a e, de modo geral, concordando com o que eu disse. Ainda que n�o possa escrever para cada um, individualmente, agrade�o muito, mesmo, a todos os que participaram da �conversa�.

* * *

�Claro que a imprensa n�o � culpada mas que ela d� um charme � coisa l� isso d�, escreveu �lvaro Veiga. �Minha sugest�o n�o � omitir nada, mas apenas tratar os bandidos pelo nome que consta na carteira de identidade. Isso vai baixar muito a bola deles nas comunidades e atrair menos jovens que apostam no crime n�o apenas para ganhar dinheiro, mas para tamb�m para ganhar prest�gio e, se voc� me perdoa a crueza do linguajar, tra�ar a gatinha da esquina.�

�Botar na primeira p�gina de um jornal de circula��o nacional uma viatura levando uns trocados de uns mauricinhos numa blitz � marca��o com a pol�cia�, queixou-se Ricardo Perez. �A pol�cia est� t�o desacreditada que, se um tiroteio num morro acerta um inocente, a princ�pio a bala � dela.�

�Eu ando com meu carro velho, que n�o passa pela vistoria do Detran porque a pintura est� feia, e a todo momento sabe o que acontece?� perguntou Ronaldo Amorim. �Blitz, com policiais pedindo uma �colabora��ozinha�. Estou errado por andar com um carro velho? � poss�vel. Mas estou trabalhando com este carro, e n�o tirando rachas com o carro do papai. Empregos? Faltam. Oportunidades? Idem. Trabalho? Tem sim, eu trabalho como camel� e me orgulho de trabalhar e n�o de traficar ou roubar, mas � dificil. Estampem nas primeiras p�ginas os bandidos que deveriam ser mocinhos! Pol�cia corrupta! Fiscais corruptos! Pau neles. Bandidinhos de tr�fico e afins, deixem para um caderno mais no meio do jornal.�

�Eu voto e, vitoriosa ou n�o a minha vontade pol�tica, os eleitos em todos os n�veis t�m obriga��o de fazer aquilo para o que se propuseram�, disse Willian Aquino. �Optaram por ser pol�ticos por entenderem ser essa a sua forma de atuar. Pois ent�o que atuem. Afinal recebem o seu sal�rio, t�m as suas regalias, t�m os seus momentos de gl�ria e satisfa��o. Aqueles em cargos que t�m a responsabilidade de agir, que o fa�am, pois foi o que desejaram. E me cobrem pelas minhas obriga��es. E me punam por aquelas que eu n�o cumprir. Mas que cumpram as suas obriga��es. E que sejam cobrados de forma mais r�gida e permanente que apenas nas elei��es.�

�Seu artigo soltou o grito preso na garganta de muitos que pensam da mesma forma�, desabafa Vera Fran�a. �Sou m�dica desde 1972 e neste tempo todo trabalhei diariamente para os menos abonados, na Santa Casa de Miseric�rdia, em hospitais p�blicos e como volunt�ria em favelas. No in�cio pensei em ser psicanalista, por�m naquele momento considerei que atingiria uma faixa limitada da popula��o. Assim me tornei gastroenterologista; n�o mere�o e tamb�m n�o ag�ento mais ser diariamente acusada de uma culpa que o governo n�o assume.�

�Tenho apenas 23 anos e j� vi jovens com a minha idade dizendo que �com a ditadura n�o era assim� ou �se os militares voltarem, a viol�ncia acaba�, alerta Rafael Rodrigues. �Eu quero ver o Beira-mar na capa da �Veja�, da ��poca�, da �Isto ɔ e do diabo que seja. Eu quero ter o direito de saber, de ser informado e de discordar. O que essa gente n�o sabe � que tudo de ruim que a humanidade faz come�a sempre, sempre, com o cerceamento � informa��o. Est� a� o Bush que n�o me deixa mentir.�

�Quando voc� for assaltado, comente com todos que faltou papel no fax do escrit�rio�, sugeriu o Paulo Arthur. �Quando colocarem uma arma na sua cabe�a e levarem seu carro, diga que seu dia foi maravilhoso. N�o conte nada a ningu�m. N�o vamos dar divulga��o a bandido. Vamos calar a �nica voz que temos para protestar? N�s s� temos a imprensa! As otoridade est�o pouco se lixando para o tiro que entrou pela sua janela. Compre uma placa de a�o e coloque no lugar do vidro � Ipanema tem isso. Compre um carro blindado � � a �ltima moda. V� ao shopping de colete e capacete � � fashion. Bote grade na portaria e contrate os policiais que ganham uma merreca para fazer um bico de seguran�a. Compre uma bicicleta para dar uma volta � s� uma � e volte para casa a p�, fazendo cooper � biatleta � quase tri. Que luxo. Mas lembre-se. A culpa � sua! Todo cidad�o brasileiro tem o dever de subir o morro desarmado, enfiar-se no meio de uma guerra e prestar assist�ncia social.�

Para quem quiser ler outras cartas, criei um pequeno blog em leitores.blogger.com.br.

(O Globo, Segundo Caderno, 5.6.2003)






Dos coment�rios

Ricardo Perez mandou muito bem!
"Veja bem, quando um pa�s invade outro matando e destruindo, todo mundo se revolta, � claro. Mas isso � o que fazemos com o "pa�s" dos bichos quando expandimos nossas cidades. Qual o resultado? Um monte de sem-p�tria, que ficam vagando meio deslocados nos lugares que originalmente lhes permitiam viver harmonicamente, e que agora s�o vistos como invasores do nosso espa�o. Concordo que deva haver uma pol�tica equilibrada que n�o leve a solu��es ut�picas (que nunca v�o sair do papel) ou radicais (tipo exterm�nio). Quanto �s pessoas que alimentam os pombos, muitas delas s�o idosos solit�rios que n�o t�m mais ningu�m na vida a n�o ser os pombos -- que nesse caso est�o prestando involunt�riamente um servi�o social com muito mais compet�ncia que o governo. Mas por outro lado eles causam doen�as.... v� como a quest�o � complexa?"






Que papel�o!

Estou vindo l� do Fotolog, onde as coisas est�o em p� de guerra. O Fotolog, como voc�s sabem, � uma esp�cie de di�rio visual; a id�ia � subir fotos, para serem vistas e comentadas pelos outros.

Bom. Ontem, Cypher, Heif e Spike, seus criadores, que v�m pagando as despesas crescentes do site do pr�prio bolso h� mais de um ano, decidiram limitar o n�mero de uploads para uma foto di�ria, com direito a cinco coment�rios. Para mais, s� assinando o servi�o, a US$ 5 (R$ 15) por mes. Foi uma mudan�a abrupta, mas compreens�vel: o n�mero de fotos postadas aumentou de 30.348 em abril a 78.323 em maio, e as �reas de coment�rios estavam sendo usadas como chats.

Pois parte dos brasileiros que freq�entam o Fotolog se rebelou, e est� dando um show de preconceito, ignor�ncia e grossura. No melhor (ou pior?) esp�rito da Lei de Gerson, agem como se subir quaquilh�es de bobagens auto-referentes fosse um direito divino, e algu�m n�o tivesse que pagar as contas de banda e servidor na outra ponta.

Todos fazem quest�o de ignorar que o servi�o continua gratuito -- para uma foto e, depois da gritaria, dez coment�rios di�rios -- e se esmeram em baboseiras pseudo-marxistas sobre os malef�cios do capitalismo e a gan�ncia de Cypher, Heif e Spike que -- absurdo! -- cansaram de bancar a brincadeira sozinhos.

Os argumentos -- se � que podemos cham�-los assim -- v�o do puramente imbecil ao abjetamente escatol�gico, passando por todos os matizes da intoler�ncia: cheguei a ler coment�rios desejando que mais avi�es se espatifem sobre os pr�dios de Nova York (!) e que Osama Bin Laden volte a fazer ataques terroristas por l�. Um americano que se revoltou contra o festival de baixarias acabou tendo uma demonstra��o pr�tica de que seu mau ju�zo a respeito dos brasileiros era plenamente justificado.

Alguns, mais sensatos, tentaram acalmar os �nimos. Em v�o. � �bvio que a ciber-patul�ia do Fotolog n�o est� interessada em discutir ou em encontrar solu��es, mas apenas em mostrar para o mundo inteiro que, em termos de estupidez, podemos ser imbat�veis.

Os cretinos devem estar satisfeitos, agora. Armaram um espet�culo de ego�smo e imaturidade num dos servi�os mais simp�ticos e queridos da rede -- e queimaram o filme do pa�s em tempo recorde.





4.6.03


Brasil & Portugal

O Binoc, adepto da Teoria Conspirat�ria da Hist�ria, fez uma �tima an�lise das diferen�as entre os blogs brasileiros e portugueses. Esse gajo tem piada.








Ah, coitados...!

A moda pegou, pelo menos na internet: essas fotos fof�ssimas est�o circulando � velocidade da luz. Os quadrupes n�o sabem o que fazer de t�o encabulados com o mico...

Bonitinhos! :-)

(O engra�ado � que o site vai logo explicando que n�o, n�o � para vestir os bichinhos direto -- � s� brincadeirinha, para curtir um momento de felicidade. Ainda bem!)

Valeu, Rainer!






Caindo pelas tabelas

Gente, voc�s n�o fazem id�ia de como estou cansada...! Meu olho chega a doer de olhar para o monitor. Resolvi fazer a coluna dessa semana com opini�es dos leitores que escreveram motivados pela coluna da quinta passada; para quem j� estava batendo pino, n�o foi uma boa id�ia!

Havia muitos emails e coment�rios aqui no blog e foi dif�cil demais escolher. Acabei tendo que criar um blog para as cartas. N�o todas, claro: h� algumas muito pessoais e uma, extremamente ofensiva, detonei assim que chegou.

O pior � que muita gente vai pegar o jornal na quinta e dizer: "Ah, que moleza! Usando carta de leitor...!"

*sigh*






Revelada:



A origem do nome "Windows"...








Piu-neiro

Paul McCartney (na foto) � o primeiro p�ssaro de estima��o a pintar aqui nas paradas! Ele � o can�rio do Xex�o, e sobrevive valentemente na companhia de v�rios c�es e de um gato, o Hitch.





3.6.03


Os gatinhos do Jockey

A Mel esteve ontem no Jockey. Seu relato:
"Chegamos por volta das 19:00h e j� demos de cara com uma por��o deles, uns machos castrados (pelo menos isso), t�o carentes que quase nos perdemos no tempo.

Sentindo-me uma disc�pula de Sherlock Holmes, continuamos a nossa busca pelo tal "lugar onde se prendem os gatos". Puxamos um papo aqui, outro ali, com a mo�a do caixa, com alguns seguran�as, todos eles demonstraram ter muito carinho por aqueles bichanos. Alguns t�m nome, outros acabaram de chegar. Alguns est�o soltos e outros est�o presos... Por qu�???????

Laaaa� no final (como aquilo al� � grande!) acabamos encontrando o que eles chamam de "Gatil". Uma �rea espa�osa, meio escura e completamente cercada de tela. Batemos um papo com o seguran�a que fica por ali que j� teve uma amiga gata a quem deu o nome de "xaninha", est� sumida h� algum tempo e ele sente muito sua falta. Ele simpaticamente nos explicou o que est� acontecendo.

� o seguinte: O novo administrador do JCB chegou � conclus�o de que � melhor prend�-los, pois l�, al�m de ser um espa�o de corrida, tamb�m � um espa�o para eventos e os gatos, de alguma forma, os atrapalhavam. Disse tamb�m que as pessoas (dondocas, funcion�rios e gente da rua) estavam indo l� p/ colocar ra��o e �gua p/ os animais, o que tamb�m prejudicava o ambiente (que horror!!!!!!!!!!), e esse tal administrador achou melhor (?????) prend�-los e solicitar a prefeitura que enviasse um funcion�rio e s� ele poderia alimentar os gatinhos que estivessem dentro da pris�o, quer dizer... do Gatil, proibindo que outras pessoas entrassem l� com essa finalidade.

Alguns gatos ainda est�o soltos, mas ser�o todos colocados al� (n�o me conformo!). A impress�o que me deu - apesar de o seguran�a achar que essa � efetivamente a melhor alternativa, pois os gatos ser�o acompanhados mais de perto pelos veterin�rios da casa etc etc etc - foi de que essa seja uma forma de extermin�-los aos poucos, sem que ningu�m perceba. N�o digo acabar com todos, pois esse sujeito que diz administrar o espa�o tem medo dos ratos.

Precisamos fazer alguma coisa e eu sinceramente, me senti impotente, angustiada e impotente ao sair de l�, e fui p/ casa com uma dor no cora��o... Chegando l� fiz um prolongado carinho em cada filha agradecendo a Deus por elas n�o terem passado por isso e pedindo inspira��o a Ele tamb�m, sobre o pr�ximo passo a dar..."
Muito obrigada, Mel! O Globo tamb�m j� foi investigar essa barbaridade.

Algu�m tem alguma id�ia do que fazer?





2.6.03


Grave emerg�ncia felina!

Acabo de receber uma den�ncia ser�ssima do Marcus Borelli Ribeiro; n�o fui ao Jockey para verificar a situa��o, mas se � isso mesmo � caso de pol�cia:
"Na sexta-feira, dia 30 de maio, foram colocadas telas e madeiras nas aberturas existentes nos por�es das tribunas do Jockey Club, onde sabidamente habitam dezenas de gatos. Eles est�o miando desesperadamente para sair. O JCB continua sua pol�tica de exterm�nio dos gatos que l� habitam h� mais de 40 anos. Dessa vez, comete crime federal (Lei 9605/98), pois ao emparedar os bichinhos os condena � morte."
Gente, ser� que os elegantes s�cios do Jockey est�o assistindo a essa barbaridade sem fazer nada?! Como � poss�vel?!








Maravilhosa lembran�a do Cesar Valente: tem mais Herb Lubalin no Carta Aberta.






Grande id�ia!

Descobri no Polzonoff (de new look) que a Paula prop�s "uma esp�cie de Fome Zero da Literatura": Leia os Cl�ssicos. A excelente campanha, que mal come�ou, j� conta com lista de discuss�es, um selinho bonito e um monte de blogs entusiasmados com a perspectiva de ter companhia para devorar aqueles livros que todo mundo sempre quise ler mas nunca teve com quem compartilhar.

P.S. -- Esque�a O Ateneu, Paulinha! � um dos livros mais insuportavelmente chatos da face da Terra. Juro. Troque por Ana Karenina, Tristram Shandy ou Madame Bovary. Ou, pra ficar com um brasileiro, Casa Grande & Senzala. Esse sim, � um livro.

P.P.S. -- Um dos Grandes Cl�ssicos da minha vida � um livro do qual pouco se fala e que, ao que eu saiba, aqui no Brasil est� esgotado h� tempos, infelizmente: A Cidade na Hist�ria, de Lewis Mumford.

Update, dos coment�rios; com a palavra, Paula Foschia:
tudo nasceu de um jeito bem diferente e espont�neo. Eu e o Paulo est�vamos em casa e decidimos ler/reler os cl�ssicos juntos (o que n�aaao significa juntos-ao-mesmo-tempo-de-m�os-dadas-no-Jardim-Bot�nico, hehe). Falei por alto no meu blog que iamos fazer isso e foi com surpresa que eu recebi mais de trinta emails e coment�rios de gente que queria tamb�m se aventurar no mundo dos cl�ssicos com a gente.

Da� criei a lista, que j� tem quase 50 pessoas cadastradas. Mas funciona assim: cada um l� o que quer. E temos (tan�m! � agora que os nossos racioc�nios v�o se juntar finalmente, Bia!) uma p�gina de resenhas, uma com o que cada um est� lendo, outra com quais livros foram "aprovados", por quem e por que, uma de recomenda��es, e uma de links de bibliotecas e sebos virtuais onde se pode conseguir os cl�ssicos degr�tes para download ou bem baratinho.

Como vcs podem ver, a id�ia da lista � justamente um espa�o onde as pessoas possam encontrar informa��es sobre os cl�ssicos, resenhas, opini�es de gente que j� leu, transcri��es de trechos fant�sticos, e coisa e tal.

Ufa. Desculpem o coment�rio enorme, mas � que eu estou mais que empolgada com os cl�ssicos...hehe

Beijo!

-Paula Foschia







Barlow e o Brasil

John Perry Barlow cumpriu a promessa que fez no carnaval, e voltou ao Brasil na semana passada. Come�ou a viagem pelo Recife, onde ficou muito impressionado com o trabalho desenvolvido no Porto Digital e, no Rio, participou de um semin�rio sobre jornalismo e internet na Est�cio de S�, na Barra. Hoje, em seu �ltimo dia por aqui antes de voltar para os Estados Unidos, acompanha Gilberto Gil na inaugura��o da Casa de Cultura da Rocinha.

No mais, passeou pela cidade, assistiu a um embate entre a Guarda Municipal e os camel�s no Centro, ouviu muita m�sica brasileira, reencontrou-se com amigos e curtiu as tardes de outono junto com Mai Ueda, uma japonesinha linda e simp�tica que usa a web em performances de arte de vanguarda (voc�s podem ver pequenas amostras do seu trabalho aqui). Foi at� a uma festa fashion em Ipanema � e achou divertid�ssimo.

Barlow est� convencido de que o Brasil � uma das sociedades mais conectadas do planeta, no sentido n�o-tecnol�gico da palavra: todo mundo se conhece, ou conhece algu�m que conhece algu�m que conhece o resto do pessoal � e ningu�m hesita em fazer contato. Adora isso, como adora a capacidade que temos de virarmos amigos de inf�ncia em menos de cinco minutos.

Ele est� evidentemente apaixonado pelo pa�s, mas isso n�o o impede de perceber o que ningu�m pode ignorar: do ponto de vista tecnol�gico, ainda temos um longo caminho a percorrer, inclusive no que diz respeito � velocidade de banda.

� Quem consegue se conectar com certa facilidade por telefone pode achar que n�o precisa de mais velocidade, que est� bem assim, mas a quest�o da banda larga � mais sutil do que a simples velocidade. � todo um relacionamento com a internet, que muda drasticamente. Para come�o de conversa, com a banda larga voc� est� sempre conectado; tem alguma d�vida, l� est� a m�quina, viva. A rede passa a ter uma utilidade constante, real: ela est� l� quando se precisa dela, e n�o meia hora depois.

* * *

Sob esse aspecto, a sua experi�ncia pessoal de Brasil � sempre uma tristeza. Mesmo nos hot�is onde h� banda larga, Barlow geralmente n�o consegue conex�o. Acontece que ele � usu�rio de Mac, e este � um pa�s que n�o est� preparado para a Apple.

Culpa, ali�s, da pr�pria Apple, que, nos tempos da reserva, quando come�ava a se formar a primeira gera��o de usu�rios pessoais de computador, conseguiu, atrav�s de um poderoso lobby junto ao Congresso americano, detonar a Unitron, que havia feito a primeira c�pia mundial de Mac, por engenharia reversa. Resultado: aqui n�o se criou cultura Apple.

J� contei essa hist�ria mil vezes, mas n�o custa repetir; acho este um dos casos mais perfeitos de falta de vis�o da hist�ria da inform�tica no Brasil � na qual, convenhamos, n�o faltam casos do g�nero.

Em rela��o aos Estados Unidos, Barlow est� cada vez mais pessimista. A luta contra o terrorismo deu aos inimigos dos direitos civis, em geral, e da independ�ncia online, em particular, a melhor desculpa que poderiam ter para triturar a liberdade de express�o e acabar, de vez, com o que sobra da privacidade dos cidad�os.

Barlow, que previu isso assim que as torres do WTC foram abaixo, est�, ainda assim, perplexo com a passividade com que os americanos t�m aceitado a m�o de ferro do governo e das grandes empresas.

Em parte, � da� que vem seu desencanto com os Estados Unidos e, por tabela, imagino, o seu encanto com o Brasil. Contra a viol�ncia do governo sempre se pode lutar; contra a apatia das massas, � mais dif�cil.

* * *

O grande sonho dourado de Barlow, neste momento, � dar um jeitinho � palavra que rapidamente aprendeu � de passar o maior tempo poss�vel no Brasil. Morar, na verdade, ele n�o mora em lugar algum: como todo mundo no circuito de palestras, provavelmente vive mais em avi�es e aeroportos do que em terra firme. Mas gostaria de ter um endere�o no Rio, como mant�m em Nova York � a id�ia de que pertence ao lugar, e de que l� est� em casa.

Um outro sonho dourado, mais ou menos associado ao primeiro, � p�r toda a m�sica brasileira na rede. Ele n�o conhece acervo musical igual ao nosso no mundo (que conhece t�o bem quanto � poss�vel a algu�m conhecer) e acha que n�o � justo que apenas os brasileiros tenham acesso a tal tesouro.

Sonhos, claro, sempre sonhos. Mas �s vezes eles se realizam.

(O Globo, Info etc., 2.6.2003)





1.6.03


Volto j�...

Tou terminando uns frilas urgent�ssimos que tenho que entregar at� amanh�, sem falta.