31.5.05




Keaton

Keaton vai ser operada novamente hoje cedo. A bi�psia do tumor que retirou h� algumas semanas, e que pareceu inofensivo ao vet, revelou um c�ncer de mama, doen�a particularmente feroz em felinos.

A opera��o de hoje � para retirar mais tecido e todas as mamas do lado atingido. Pelo que conversei com o vet e, sobretudo, pelo que li na internet, a id�ia � menos curar (possibilidade remota a se crer nos textos) do que retardar o ressurgimento do c�ncer.

Como o tumor era bem pequeno, o progn�stico � razo�vel, dentro das circunst�ncias: uns tr�s anos de sobrevida, se tudo der certo.

Em termos felinos, tr�s anos � muito. � mais do que a Keaton teria provavelmente vivido se ficasse na rua, j� que a m�dia de vida de um gato de rua -- sem a "ajuda" da Sepda -- � de dois anos.

Mas isso eu s� sei racionalmente.

Emocionalmente, sinto que, em algum ponto do destino, come�ou a contagem regressiva da gatinha do meu cora��o.

Update: A opera��o foi muito bem! A Keaton at� poderia voltar para casa hoje, mas como precisa fazer curativo amanh�, � mais seguro e menos estressante para ela dormir l� e voltar para casa depois.

Muito obrigada pela for�a, gente!

Ter uma corrente positiva dessas faz toda a diferen�a... :-)





30.5.05




Bons velhos tempos

Um jantar de confraterniza��o marca amanh� � noite, em S�o Paulo, os dez anos de cria��o do Comit� Gestor da internet BR. N�o sei detalhes do card�pio, mas um ingrediente � certo: grandes doses de nostalgia. A internet evoluiu de forma extraordin�ria, a uma velocidade que nem o mais sonhador dos usu�rios de ent�o poderia ter imaginado; mas, a despeito das conex�es lentas e complicad�ssimas, aqueles foram tempos aventurosos, que deixaram saudades.

N�o sei mais como viv�amos sem o Google, por exemplo, ou sem o Internet Movie Database (imdb) funcionando com a rapidez de hoje -- mas me lembro do Altavista e do Northern Light, e me lembro de contribuir para o imdb quando ele ainda atendia por Cardiff Movie Database; antes disso, a mesma turma que o levou para a universidade do mesmo nome tocava um �timo grupo de discuss�o na Usenet em rec.arts. movies, que eu lia de vez em quando (o meu grupo do cora��o era outro, rec.pets.cats).

Ainda me lembro da primeira vez em que vi um endere�o web, e da noite que passei acordada tentando descobrir como se chegava l�: com gopher? Com veronica? Como tudo era lento, mas lento meeeeeesmo, acabei jogando a toalha, frustrada, ao amanhecer. Tempos depois, vivi surpresa parecida ao ver o primeiro www.algumacoisa.com num an�ncio "comum", vale dizer n�o-tecnol�gico, numa revista semanal americana: quem diria que a internet ficaria t�o popular!

� quase imposs�vel comparar a rede atual a daqueles tempos; s�o animais radicalmente diferentes. Tenho saudades daquela em que praticamente todo mundo era confi�vel, porque "todo mundo" era um grupo relativamente pequeno de geeks; tenho saudades do esp�rito pioneiro e da sensa��o de estar vivendo uma grande aventura tecnol�gica. Mas a saudade que mais aperta o cora��o, aquela que �s vezes me d� a impress�o (errada) de que as coisas mudaram para pior, � a de abrir a mailbox, cheia de expectativa, ansiosa para ver de quem seriam os dez ou vinte emails que me esperavam.

Sim, crian�as: naquela �poca, a gente s� recebia emails de conhecidos ou, no m�ximo, de conhecidos de conhecidos. N�o havia v�rus nem spams oferecendo rel�gios falsos ou m�todos infal�veis para emagrecer; havia correntes, � verdade, e alguns trotes, mas nada que tirasse o sono de ningu�m. Era t�o bom receber emails que havia at� uma p�gina dos anivers�rios, onde a gente avisava quando fazia anos, para que os outros internautas pudessem nos mandar felicita��es. Fiz amigos assim.

Hoje tenho horror das minhas caixas de correio. Apesar de todos os filtros, a quantidade de porcaria que chega � t�o grande que nela se perdem as mensagens de verdade. At� os inocentes cart�es virtuais, de que tanto gostava, viraram perigo mortal. Tenho a impress�o de que o email, justamente uma das ferramentas mais poderosas da rede, est� morto. N�o sei o que se pode fazer para salv�-lo; quem descobrir isso vai, ali�s, ficar milion�rio.

O fino da bossa

A foto comprida e esquisita a� do lado � o Razr V3 da Motorola, de perfil -- o telefone celular mais bonito que j� vi. N�o � novidade, j� que chegou ao mercado em fins do ano passado, mas agora posso dizer que �, tamb�m, um dos melhores celulares que j� usei.

Pelos padr�es atuais, o V3 tem ?poucos recursos?: n�o tem cart�o para armazenagem de imagens, n�o funciona como player de MP3 (embora permita que se baixem m�sicas para uso como ringtone; tem �timo som), n�o pega r�dio FM, n�o dan�a nem sapateia.

Em compensa��o, mesmo fechado, cabe perfeitamente no bolso da cal�a; tem um tamanho excelente para ser usado como telefone, tela grande e n�tida (�tima para acessar internet), uma linda luz azul no teclado (m�o na roda no escuro), viva-voz, bluetooth e uma boa c�mera, ainda que pr�xima demais de onde se p�e o indicador, que �s vezes acaba saindo nas fotos.

� o celular ideal para quem quer um bom telefone, gosta de objetos bonitos e cuida direitinho deles: a superf�cie fica arranhada se a gente o carrega dentro da bolsa, sem capa, jogado entre chaves e cacarecos variados. � caro, sim, mas vale o investimento.

Progresso � isso a�

Foi aprovado o padr�o wi-fi USB (WUSB): dezenas de empresas aderiram ao protocolo. Isso significa que, at� o fim do ano, come�am a chegar ao mercado perif�ricos que dispensar�o cabos para se comunicar com os computadores, em velocidade igual ou superior � do USB 2: c�meras, impressoras, teclados, scanners...

A m�gica se d� gra�as a uma pe�a semelhante aos "chaveirinhos" USB ou adaptadores Bluetooth que conhecemos. Em suma: a macarronada de fios est� com os dias contados. Viva!!!

(O Globo, Info etc., 30.5.2005)





29.5.05




Dois patinhos da Pra�a da Paz clicados com um celular Mega Cam da Samsung: a imagem original tem 1.3 Megapixels. Bom, n�?






Not�cias de um outro mundo

A Lilian Queiroz me mandou esta not�cia. � um clipping do ano passado, mas d� o que pensar, no momento em que assistimos a matan�a de animais patrocinada pelas autoridades que deveriam estar cuidando da sua prote��o:
It�lia pro�be pintar pelo de gato ou deixar animal no carro sob o sol

Valqu�ria Rey, de Roma

Numa cidade italiana, as lagostas t�m direitos civis, e os can�rios
devem ter parceiros sentimentais. S�o exemplos de leis que t�m pipocado no pa�s, para garantir que os bichinhos de estima��o sejam respeitados. A mais r�gida entrou em vigor em toda a It�lia h� pouco mais de um m�s, prevendo pris�o e multa de mais de R$ 500 mil para quem maltratar um animal. At� mudar a cor dos p�los dos gatos ou deix�-los no carro sob o sol, por exemplo, s�o atos considerados como maus-tratos.

A nova lei foi motivada pelo estranho h�bito dos italianos de
abandonar todos os anos nas ruas cerca de 150 mil cachorros e 200 mil gatos, sem se preocupar com o fato de que 85% deles acabem morrendo atropelados, de fome, ou de sede.

Aprovada pelo Congresso, a iniciativa tem estimulado uma esp�cie de
"como��o nacional". Na televis�o, os comerciais chamam de "bastardos" os propriet�rios que dispensam seus mascotes. Nos principais jornais, reportagens sobre c�es e gatos encontrados e salvos da morte s�o freq�entes.

Em Imperia, no norte do pa�s, a morte recente de seis h�msters e um
porquinho-da-�ndia, que ca�ram de um pr�dio numa rua movimentada e foram atropelados, abalou a cidade.

Sem saber quem era o culpado, a pol�cia estudou a traj�toria da queda e chegou ao apartamento de um aposentado. O homem alega que os bichinhos ca�ram acidentalmente, quando estava varrendo a sacada. Se for condenado, poder� pegar at� 18 meses de pris�o.

Em Roma, a Prefeitura distribuiu cartazes pedindo � popula��o para
adotar os bichinhos recolhidos nos canis municipais. Tamb�m apela aos propriet�rios para esterilizar seus c�es e gatos, para evitar um n�mero maior deles perambulando pelas ruas.

"� uma lei justa. As pessoas gostam dos cachorrinhos quando s�o
pequenos. Depois, deixam nas ruas para morrer", diz o gar�om Luca Direnzo. "Desde que sou crian�a, vejo isso acontecer. � justo que as pessoas sejam castigadas."

Direnzo acredita que, com puni��es rigorosas, � poss�vel fazer os
italianos mudarem de atitude. A nova lei prev� multas e penas diferenciadas de acordo com o grau de crueldade cometida contra os animais. Variam de 3 mil a 160 mil euros e de tr�s meses a tr�s anos de pris�o.

Deixar um gato sem comida, dentro de um carro no sol, ou modificar a
cor natural de seu p�lo, por exemplo, � ilegal. Qualquer pessoa considerada culpada de matar ou torturar animais, organizar lutas de cachorros, ou vender clandestinamente peles para as ind�strias tamb�m ser� penalizada.

Federico Mazzocchi, funcion�rio de um dos canis de Roma elogia a
aprova��o da lei, mas n�o acredita que ela possa ser t�o eficaz.

"Quase todas as noites, encontramos um cachorro abandonado", afirma.
"Isso � preocupante. Tenho d�vidas se a nova lei realmente constranger� as pessoas."

Valeria Salone, coordenadora da Mondo Cane, uma das muitas associa��es protetoras dos direitos dos animais na It�lia, concorda.

"A vida para os animais � muito dif�cil, porque eles n�o s�o
respeitados", afirma Valeria. "O abandono ainda � grande, igual ao ano passado."

Silvia Viviani, respons�vel pela Col�nia Felina da Torre Argentina,
localizada na �rea arqueol�gica sagrada do centro de Roma, onde os gatos s�o considerados bem biocultural do munic�pio, diz que a lei ainda n�o � a melhor. Mas, apresenta avan�os muito importantes.

"Agora, os animais italianos t�m mais direitos", diz Silvia, que
atende cerca de 600 gatos abandonados todos os anos. "Isso ocorre porque tivemos uma lei anterior, que veta a morte dos animais capturados pelos canis municipais. Em muitos pa�ses, c�es e gatos s�o sacrificados dias depois se ningu�m procurar por eles. Aqui � proibido."

Al�m da lei nacional, muitas outras de �mbito municipal surgiram nos
�ltimos meses. Em Reggio Emilia, no centro da It�lia, � ilegal colocar lagostas vivas para cozinhar em �gua fervente. � recomend�vel mat�-las primeiro, para evitar tortura desnecess�ria.

J� os propriet�rios de can�rios devem providenciar um parceiro
sentimental para seus p�ssaros, evitando assim que eles sofram de solid�o. Se n�o fizerem isso, devem pagar multas de 25 a 495 euros.

No norte de Piemonte, a lei exige que todos os donos de c�es implantem microchips em seus animais. Assim � mais f�cil encontr�-los quando est�o perdidos, bem como seus donos quando os abandonam.

A como��o nacional em torno dos bichinhos tem facilitado a vida dos
mendigos de Roma. Muitos, como Renato Balazzi, usam os cachorros para pedir dinheiro.

"Logicamente, as pessoas deixam mais dinheiro quando estou com os
cachorros", afirma. "Mas, quando me perguntam se estou pedindo dinheiro para mim, ou para eles, digo a verdade."

Balazzi n�o precisa fazer muito. Apenas coloca um pequeno cartaz no
ch�o, dizendo "temos fome", que todos ajudam.
� sempre bom a gente saber que, no resto do mundo, as pessoas come�am a acordar para o fato de que os animais s�o pessoas como outras quaisquer, como bem disse um iluminado pol�tico brasileiro.






Voc�s j� viram?







Tem doido pra tudo...






28.5.05


Tempo tempo tempo

Desculpem, ando meio sumida, mas estou na fila para conseguir um dia de 48 horas.

Est� dif�cil!

O pior � que, em total desacordo com a minha disponibilidade de tempo e dinheiro, ando numa fase meio compulsiva de compra de DVDs: � que est�o saindo coisas simplesmente irresist�veis!

Semana passada ca� em tenta��o e comprei as tr�s caixas com todo o Chaplin remasterizado.

-- Chaplin?! -- chocou-se uma amiga. -- Mas voc� ainda tem saco para ver Chaplin?! Todo mundo j� viu Chaplin mil vezes.

Verdade; mas d� para resistir a uma cole��o com TUDO, e tudo tinindo de novo, como se tivesse sido filmado ontem? Ainda por cima com frete gr�tis e em dez vezes sem juros no cart�o?!

A� tem os italianos que, finalmente, depois de um longo e tenebroso inverno, voltam ao nosso conv�vio: Ettore Scola, Visconti, De Sica, Monicelli, Rossellini, os gloriosos irm�os Taviani... Est�o saindo at� filmes que nunca vi, como Fiorile, dos Taviani!

Para n�o falar num lote enorme, que inclui Arroz Amargo, Milagre em Mil�o e Ladr�es de Bicicleta, agora que j� sa�ram O Leopardo e A Noite de S�o Louren�o, tudo o que eu quero para ser feliz s�o Kaos (chato como um todo, mas com um epis�dio -- Di�logo com a M�e -- que � uma obra-prima inesquec�vel) e La Nuit de Varennes (que aqui recebeu o rid�culo t�tulo de Casanova e a Revolu��o, e que tenho num VHS safado no qual, por quest�es de espa�o, a �ltima cena, fundamental, foi cortada fora).

Para completar, descobri que est� para sair um antigo favorito, Noturno Indiano, de Antonio Tabucchi.

Tanta maravilha no mundo, t�o pouco tempo!

* sigh *






26.5.05




Tempo de ratos

Eles est�o por toda a parte, mas a prefeitura do Rio trabalha para integr�-los � paisagem


Toda fam�lia tem uma pessoa "forte", capaz de segurar a onda quando a casa est� vindo abaixo. � a tia ajuizada, o primo racional, a filha que sabe que algu�m tem que manter a cabe�a no lugar; gente capaz de descobrir aspectos positivos nas piores calamidades, dando-lhes uma raz�o aceit�vel de ser. Pois a semana passada foi pr�diga em manifesta��es de pessoas fortes da fam�lia Brasil: n�o se abriu jornal ou revista em que n�o houvesse um colunista louvando os aspectos positivos embutidos na corrup��o geral ou no descaramento compulsivo e patol�gico das autoridades.

Foram esfor�os bonitos e cheios de m�rito. Um pa�s em que 87% dos habitantes perderam a f� nos pol�ticos (os 13% restantes sendo, provavelmente, pol�ticos ou parentes de pol�ticos) e 75% confiam nos militares, � um pa�s em pleno ataque de nervos, precisado demais de tias, irm�s e primos sensatos.

N�o sei como � com voc�s, mas comigo, infelizmente, isso j� n�o funciona. J� n�o consigo ver qualquer gra�a ou reden��o neste loda�al. Os cr�pulas de Rond�nia me enojam, a corja de Bras�lia me ofende, as pragas rogadas sobre a nossa cidade me d�o �mpetos assassinos. Na podrid�o que vem � tona j� n�o vejo nada al�m da gangrena pustulenta que corr�i o pa�s de alto a baixo, nem percebo num futuro pr�ximo ou long�nquo qualquer sinal de cura -- at� porque as pessoas que mais deveriam se preocupar com a situa��o, a come�ar pelo presidente, n�o est�o nem a�.

Uma senten�a como a da ju�za Denise Appolin�ria d� gosto, certamente, mas n�o regala a vida: por rara e preciosa que seja, � pouco mais do que uma aspirina para um organismo que nem numa UTI se salva mais.

* * *

�, eu sei, j� fui mais otimista; at� j� fui, algumas vezes, uma pessoa forte. Acontece que � imposs�vel manter o bom humor em tempos t�o safados. Mesmo a conviv�ncia entre pessoas, plantas e bichos, que ainda garantia a tantos de n�s aquele m�nimo de felicidade para suportar o insuport�vel, anda amea�ada. A Associa��o de Moradores da Fonte da Saudade, por exemplo, convencida de que assaltante d� em �rvore, quer acabar com o manguezal da Lagoa; representantes dos governadores acasalados declararam guerra aos gansos do Flamengo; o Ibama persegue um papagaio que, h� 25 anos, vive contente numa escola. � como se, de repente, do nada, surgisse uma onda de avassaladora bo�alidade contra tudo o que ainda h� de bom, bonito e am�vel � nossa volta.

Para completar o quadro, a prefeitura monta, sorrateiramente, o palco para o que pode ser a reedi��o de um dos grandes cl�ssicos da Hist�ria: a Peste Negra. Protagonizada por ratos soltos num continente do qual praticamente toda a popula��o felina havia sido exterminada, a epidemia fez tal sucesso na Europa do s�culo XIV que, at� hoje, ainda se fala nela. Pois, neste momento, o Secret�rio de Prote��o e Defesa dos Animais, senhor Victor Fasano (n�o, n�o � piada), ignorante da Hist�ria ou atra�do por seu extraordin�rio potencial dram�tico, trabalha, com empenho, para abrir terreno para os ratos, eliminando todas as col�nias de gatos da cidade. Al�m do exterm�nio puro e simples, ele prop�e trancafi�-las em "cercadinhos" ou numa suspeit�ssima "Fazenda Modelo"; o importante � que desapare�am das ruas, das pra�as, da vista de todos -- para que os ratos possam, enfim, tomar conta do territ�rio que pol�tica e legitimamente conquistaram.

Suposto entendido em aves, o senhor Fasano tem tal desprezo pelos bichos sem pedigree -- por quem, ironicamente, deveria zelar -- que conseguiu trazer para a sua pasta o �rg�o do qual todo amante de animais quer dist�ncia: o Centro de Controle de Zoonoses, que captura e extermina bichos sem dono. Para o pov�o, que desconhece a moda das express�es politicamente corretas, o CCZ atende por carrocinha.

Isso explica o apoio do secret�rio a quem maltrata animais. Sua colabora��o com o exterm�nio de gatos no Jockey Clube, por exemplo, tem sido inestim�vel. H� dois fins de semana os coitadinhos presos no "gatil", em tese sob tutela da prefeitura, n�o recebem ra��o: � que a secretaria se esqueceu de que eles comem tamb�m aos s�bados e domingos. Enquanto isso, gente que tenta dar comida � meia-d�zia de gatos pingados que ainda permanece solta � escorra�ada pela seguran�a. Em conson�ncia com o credo do senhor Fasano, que j� manifestou profunda preocupa��o com a obesidade dos animais de rua (n�o, n�o � piada), a diretoria do clube proibiu aliment�-los, mesmo na cal�ada -- antigamente, espa�o p�blico.

Em suma: n�o, n�o d� para ser feliz nessas circunst�ncias.

Como pessoa, sou a favor de uma cidade civilizada, onde plantas, pessoas e animais sejam respeitados. E, como eleitora e contribuinte, sou radicalmente contra a op��o preferencial do prefeito e do seu secret�rio pelos ratos. Chega de nepotismo!


(O Globo, Segundo Caderno, 26.5.2005)






Essa mulher � o m�ximo!

Exmo. Sr. Dr. M�rcio Thomaz Bastos,
Ministro da Justi�a,

V�spera de feriado, o Congresso trabalhando at� tarde, o Governo de V. Exa. tentando a todo custo escapar de uma CPI para investigar mais um esc�ndalo... dizem que CPI nos olhos dos outros � col�rio ... e para completar... olhe eu aqui outra vez!

S� para lembrar:

L� se v�o 155 dias, cinco meses de impunidade e persegui��o, desde que o Delegado Titular da Delegacia de Repress�o a Crimes contra o Meio Ambiente e o Patrim�nio Hist�rico -- DELEMAPH, Dr. Antonio Carlos Rayol, foi demitido de seu cargo, como retalia��o por ter prendido em 21 de outubro passado, entre outros, o marqueteiro-mor da Rep�blica, Jos� Eduardo Cavalcanti de Mendon�a, e a figura surrealista do legislador infrator Vereador Jorge Hauat Babu numa cruel e brega rinha de galos.

Nesse intervalo em que deixei de produzir minhas mal digitadas linhas di�rias por respeito � paci�ncia de todos, muitas coisas aconteceram. Por exemplo:

O recurso interposto pelo Minist�rio P�blico do Rio de Janeiro de EMBARGOS DE DECLARA��O contra o Habeas Corpus que excluiu as acusa��es de FORMA��O DE QUADRILHA e APOLOGIA DO CRIME contra DUDA MENDON�A, JORGE BAB� e outros rinheiros, foi rejeitado na 4a. C�mara Criminal do TJ RJ, pelo mesmo desembargador que deu o voto final a favor dos rinheiros. Esse resultado j� era esperado. Com essa rejei��o, o MP p�de ingressar no Superior Tribunal de Justi�a com um RECURSO ESPECIAL.

Se Duda Mendon�a pensa que est� livre, respondemos, de modo globalizado: not yet! A luta continua!

N�o temos nada contra a justi�a, nem desejamos desrespeitar este ente defendido pela pasta de V. Exa., mas... que senhora cansativa! E como est� se tornando cada vez mais fujona! A luta n�o acaba nunca e quando se pensa que a justi�a foi alcan�ada, pronto: ela escapa entre os dedos. � o substantivo mais abstrato de todos! E escorregadio que nem quiabo, tamb�m! � at� bonita sua incorpora��o na figura de uma mulher com os olhos vendados, com os pratos da balan�a pendendo em total equil�brio.

Infelizmente o que se v� atualmente � uma mulher vesga e troncha, com os pratos tortos, pendendo sempre para o lado dos malandros rica�os e poderosos. V. Exa. tem que orientar essa senhora que deu um mau passo e anda por a�, querendo sempre faturar algum por baixo dos panos. Que coisa feia! Al�m do mais, que figura lerda, morosa...

A musa de sua pasta � uma senhora de m� fama. Traga-a de volta � senda da virtude, Ministro.

Agora estamos no aguardo de uma decis�o do STJ sobre o envolvimento do Sr. Duda Mendon�a na rinha de galos. Depois v�o reclamar que assim n�o � poss�vel, que o STJ est� decidindo at� processo de briga de galos. Mas se n�o tivessem "metido a colher" para defender o marqueteiro-mor, a justi�a teria sido feita, o marqueteiro seria condenado a "cumprir uma etapa vendo o sol nascer quadrado" e os ministros n�o ficariam t�o sobrecarregados...

Ainda assim, o Rasputin tropical tem sofrido alguns constrangimentos. Saiu na REVISTA VEJA - Edi��o 1906 - 25 de maio de 2005, Se��o HOLOFOTE (p�g.30):

  • PEGOU MAL AT� NOS ESTADOS UNIDOS

    A Sociedade de Preven��o � Crueldade contra Animais do Estado de Indiana (ISPCA), nos Estados Unidos, mandou uma carta ao embaixador
    americano no Brasil, John Danilovich, pedindo o cancelamento do visto de Jos� Eduardo Cavalcanti de Mendon�a. Trata-se do marqueteiro Duda Mendon�a. Motivo: Duda foi preso numa rinha de galos e admitiu que esse � seu hobby. A sociedade lembra que as brigas de galo s�o crime no Brasil e em 48 estados americanos.


    Outro fato importante que ocorreu foi a Audi�ncia P�blica requerida pela Deputada Zulai� Cobra e realizada no dia 18 de maio passado na Comiss�o de Seguran�a P�blica e Crime Organizado na C�mara dos Deputados. O objetivo foi investigar as retalia��es sofridas pelos Delegados Dr. Antonio Rayol e Lorenzo Pomp�lio da Hora no epis�dio Duda Mendon�a-Galogate. A audi�ncia foi muito boa.

    O Deputado CARLOS SAMPAIO do PSDB/SP, que � promotor de justi�a, requereu novas oitivas, dos agentes federais Amado e Guimar�es, do promotor do RJ M�rcio Moth�, do Delegado Executivo - RJ Roberto Prel e do Delegado Poubel que � o corregedor do RJ. A luta continua!

    Agora vem a not�cia de que o filho de Duda Mendon�a � chegado numa vaquejada. Para quem n�o sabe, trata-se daquela "atividade" em que os pe�es a cavalo derrubam um novilho ou boi em velocidade, torcendo violentamente a cauda do pobre bicho, jogando-o ao ch�o. Como o rabo � o prolongamento da coluna vertebral e o tombo � feio, provocando les�es e fraturas freq�entes nos bichos, trata-se de evento cruel, portanto inconstitucional.

    Parece que a fam�lia Mendon�a n�o prima pelo amor � natureza... nem � justi�a... muito menos � Constitui��o Federal!

    Ali�s, minha falecida av� j� dizia:

    "Quem puxa aos degenerados n�o se regenera!"

    Finalmente, desejamos comunicar a todos que recebemos o honroso convite do movimento gay para participarmos da famosa Parada Gay que se realizar� no pr�ximo domingo, 29 de maio, na Av. Paulista, aqui em S�o Paulo. Nosso caminh�o ser� o de n�mero 16 e teremos grande prazer em contar com a presen�a de todos a partir das 13 horas em frente ao pr�dio da Gazeta.

    A escriba, em honra a Duda Mendon�a, ir� fantasiada de Galo Gay, inimigo de Duda Medonho. O marqueteiro n�o merece, mas ser� lembrado na avenida.


    Ana Maria Pinheiro
    Vice-presidente
    F�rum Nacional de Prote��o e Defesa Animal





  • 25.5.05




    Ecos do eco dos ecos

    Imaginem sete gatos que, um belo dia, acordam diante da seguinte situa��o:

  • Uma empregada nova na casa;

  • Um gatinho zero quil�metro fazendo escala a caminho do seu novo lar (segunda e important�ssima parte, por�m, desconhecida deles);

  • Seus DOIS b�pedes de malas prontas, partindo em viagem.

    Agora imaginem o que � ser um desses bipes, e isso talvez lhes d� id�ia de como andam as coisas por aqui. O outro bipe, a Bia, foi para Salvador, fazer mat�ria; acaba de telefonar do aeroporto, avisando que est� a caminho de casa.

    Felizmente, l� em Florian�polis, o Cesar Valente n�o est� tendo que se explicar para tantos quadrupes carentes, e pode, assim, escrever um relat�rio a respeito do nosso debate.

    Dois off-topics nem t�o offs:

  • Antes de sair do Rio, pedi a ele que convidasse uns camar�es para jantar conosco... e n�o � que os tolinhos aceitaram? S�o muito inocentes os camar�es de Santa Catarina. E deliciosos!

  • Ele ganhou uma c�mera de presente de anivers�rio da L�cia. � uma Samsung fenomenal, com display basculante, que usa tanto bateria quanto pilhas comuns, e tanto Memory Sticks quanto cart�es SD; mas o que impressiona mesmo � o que a danada faz. Confiram!






  • Pronto, voltei...

    E acabei de varrer o spam dos coment�rios.

    Era s� o que faltava!





    23.5.05


    Info etc: dez anos online

    Na semana passada, este "Info etc." que vos fala p�s os pingos nos ii: num momento em que almas bem-intencionadas mas de pouca mem�ria comemoram os dez anos da internetBR, nossos intr�pidos rep�rteres Andr� Machado e Elis Monteiro foram � fonte e esclareceram a quest�o. O primeiro passo da internet no Brasil foi dado, segundo Carlos Afonso, no dia 18 de julho de 1989, quando entrou no ar o primeiro servidor Unix do Ibase conectado � internet nos EUA. Ele tem autoridade para falar: estava l� e, para todos os efeitos, � um dos pais da crian�a.

    O "Info etc." propriamente dito n�o estava, mas apenas por um detalhe t�cnico: � que o caderninho s� nasceria em mar�o de 1991. Muitos de n�s que, ao longo dos anos trabalhamos aqui, por�m, nos envolvemos com a internet nos seus prim�rdios, bem antes de 1995.

    Freq�ent�vamos BBS, precursores primitivos dos grupos de discuss�o, e troc�vamos emails uns com os outros; mas como velocidade de conex�o era coisa inexistente, trabalh�vamos com pacotes, isto �, lig�vamos para o BBS, baix�vamos as conversas e depois, off-line, respond�amos �s mensagens. Quando a tarefa era dada por terminada, ligava-se novamente o modem e o telefone e subia-se o pacote.

    Tamb�m faz�amos compras. Nos Estados Unidos, por exemplo, uma livraria pioneira chamada Bookstacks Unlimited podia ser alcan�ada por telnet no endere�o books.com. Os tempos pr�-web eram tempos de interface de caracteres, e o que se via era, em geral, uma tela escura com letrinhas verdes; assim, em vez de procurarmos livros a esmo, j� �amos de caso pensado. A mesma coisa acontecia com as outras poucas lojas que se aventuravam pelo desconhecido, como a CDconnection.com ou a CDnow.com, onde muitos de n�s deix�vamos parte consider�vel dos sal�rios.

    * * *

    A partir da Eco 92, o Alternex come�ou a funcionar como a nossa porta para o exterior. J� n�o era necess�rio pertencer a uma institui��o de ensino ou pesquisa para ter acesso � rede e, com o aumento do n�mero de usu�rios, grandes novidades aconteceram. Em Juiz de Fora, por exemplo, o engenheiro Rog�rio de Campos Teixeira decidiu p�r online o estoque da Quarup, sua livraria antiqu�ria. Era um empreendimento pioneiro e corajoso, solidamente assentado num PC XT de 640K, com 80Mb de disco r�gido...

    * * *

    O ano de 1995 � significativo para o "Info etc." porque, depois de um longo per�odo de testes e de afina��o, subimos a nossa primeira edi��o web. Oficialmente, o "Jornal do Brasil" foi o primeiro jornal brasileiro online; e, como um todo, foi mesmo. Mas, bem antes de sua primeira edi��o web ir ao ar, o caderno de inform�tica do Globo j� estava na internet.

    Na �poca, ningu�m tinha servidores para manter a opera��o na empresa: assim, o "Info etc. 2.0", como cham�vamos a nossa vers�o online, ficava hospedado na Embratel. Mant�-lo era uma opera��o dom�stica, literalmente: sub�amos o material de casa, nas horas vagas.

    A id�ia de que um jornal online precisava de uma equipe especial e de uma linha editorial ainda era algo por nascer. O Info etc. 2.0 era tocado basicamente pela equipe do caderno, sobretudo pela extraordin�ria Cristina De Luca, que sempre teve uma intui��o quase que sobrenatural para a vida na rede.

    T�nhamos poucos leitores, mas todos eram extremamente participativos e escreviam dando sugest�es e fazendo pedidos. Foi assim que algumas colunas, que n�o tinham nada a ver com inform�tica, foram se juntando � edi��o online. A primeira delas, se bem me lembro, foi a do Renato Maur�cio Prado.

    * * *

    A grande d�vida corporativa naqueles tempos de internet a vapor foi semeada pela miopia de Bill Gates em rela��o � rede. Gates estava convencido de que a internet era um hobby de estudantes, ao passo que o futuro estava realmente nos servi�os fechados, como a AOL, a Compuserve ou a sua pr�pria MSN.

    Para quem "morava" na internet, isso era o c�mulo da falta de vis�o; mas como convencer diretores de empresas importantes que o todo-poderoso CEO da Microsoft estava enganado, e que aquela meia-d�zia de criaturas alternativas estava certa?

    * * *

    Grandes discuss�es foram travadas no mundo inteiro entre executivos de terno e gravata e geeks conectados de jeans e camiseta. Quem apostou na "vis�o" de Gates se deu mal. A Microsoft escapou porque, com os fundos de que disp�e, pode se dar ao luxo de errar muito, muitas vezes; mas a verdade � que a empresa sofre, at� hoje, os efeitos daquela falta de no��o inicial em rela��o ao que era a rede.

    De certa forma, vejo o mesmo erro sendo cometido em rela��o � telefonia m�vel. Parece que a Microsoft n�o pegou a id�ia de que um smartphone n�o � um computador do tamanho de um telefone, e sim um animal completamente diferente, que n�o foi feito para rodar um Windows miniaturizado. Mas isso j� � outra hist�ria.

    * * *

    Para quem estiver em Florian�polis na ter�a-feira, dia 24: o Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina faz 50 anos e promove um ciclo de debates sobre Jornalismo, Democracia e Inova��o Tecnol�gica. � no Audit�rio da Fesesc, �s 20hs, e vou estar l�, conversando com o colega Cesar Valente, do �timo Carta Aberta. A entrada � gr�tis, n�o precisa nem inscri��o.


    (O Globo, Info etc., 23.5.05)






    cenas meXXXicanas

    Crian�as, saiam da sala!

    (As fotos voltam para o alto porque hoje, no jornal, publiquei uma delas, e avisei aos leitores que a s�rie completa estava aqui.)


    Pois l� estava eu em Playa Del Carmen, fotografando o povo que brincava na �gua com a minha Lumix poderosa...


    Quando vi este casal de replicantes.


    Topless � o que h� de comum em Playa...


    Mas n�o sei se o resto tamb�m �.


    De qualquer forma...


    N�o se pode dizer que os dois n�o estavam aproveitando bem as f�rias... ;-)


    Totalmente esquecidos do mundo e dos outros banhistas.


    Que, vejam s�, n�o estavam nem a�...


    E continuavam com seus folguedos na �gua bonita, mas fria.


    Em compensa��o, este a� estava com raiva do mundo.

    Me deu a impress�o de que, assim que sa�sse da praia, iria para o hotel pegar as armas, para dar cabo de meia d�zia de turistas inocentes.

    Creepy!





    22.5.05


    Voltando de uma festa

    Nada de novo nisso, mas � t�o bom registrar felicidades: os amigos s�o a alegria da vida.





    21.5.05


    Aten��o, fot�grafos cariocas!

    Pessoal, o movimento come�a a se organizar (vide post abaixo, Chamando todos os fot�grafos cariocas!).

    Quem tiver m�quina, tempo e vontade de ajudar a fazer o levantamento fotogr�fico da popula��o de animais de rua do Rio, por favor entre em contato com a Val�ria, que est� formando grupos de trabalho.

    Quem tiver c�meras que possa emprestar, tamb�m serve: h� volunt�rios sem c�mera.

    Antes que algum idiota da objetividade venha perguntar por que n�o gastamos o nosso tempo fotografando a popula��o humana de rua, explico: porque quando pol�cia ou bandidos matam b�pedes as pessoas se revoltam, a not�cia sai nos jornais e na televis�o e, �s vezes, at�, os autores do crime s�o punidos; ao passo que quando a prefeitura, os shoppings ou clubes "elegantes" somem com os bichos, fica tudo por isso mesmo.

    A nossa inten��o n�o � fazer demagogia, � colher provas de que essas vidinhas existem, para depois poder cobr�-las das autoridades incompetentes.

    Aos que preferem ratos, sugiro que procurem outro blog.






    Utilidade P�blica

    Amanh�, dia 22, domingo, na Bienal, no Audit�rio Carlos Drummond de Andrade:

    O FUTURO DA CR�NICA NOS JORNAIS - Um bate-papo entre o Xex�o, o Joaquim (Ferreira dos Santos) e a vossa blogueira.

    Entrada gr�tis, mas parece que � preciso pegar um convite no estande O Globo/Est�cio de S�, no Pavilh�o Azul.

    Meio-dia, como sabem os que acompanham este blog, est� longe de ser o meu melhor hor�rio; mas o Xex�o � uma criatura matinal, e o Joaquim faz um meio-termo, de modo que os mais destemidos, dispostos a enfrentar a estrada e a multid�o, n�o v�o perder a viagem.





    20.5.05


    Saia Justa

    Voltar das f�rias d� nisso, blog devagar, email acumulado, essas coisas; n�o tive tempo nem para comentar que vi a vers�o 1.0 do Saia Justa 2.0.

    Assisti duas vezes � configura��o anterior e detestei, achei uma baixaria sem limites, em que absolutamente n�o me via representada a n�vel de gente, enquanto mulher; pois agora acho que nem haver� uma segunda vez, de t�o chato que est�.

    Algu�m pode me explicar por que diabos mesmo as mulheres mais inteligentes fazem quest�o de parecer umas tontas em programas ditos femininos?

    Que cretinice � essa?!

    Curiosamente, a �nica que me passou uma sensa��o de sinceridade e de bom senso foi a Luana Piovanni, muito honesta quando falou na sua "nova rela��o com os livros" e, sobretudo, quando disse o que tanta gente pensa, mas pouca gente diz, por medo das patrulhas corporalmente corretas: a noite virou um mercado de carne, com todo mundo de barriga de fora, perna de fora, peito (mais ou menos, em geral mais) de fora.

    Claro que Luana n�o escapou � patrulha.

    As outras imediatamente pularam: "Mas � um direito que as mulheres t�m!", "Se eles podem ca�ar n�s tamb�m podemos" etc. e tal.

    Ah, me poupem!

    � claro que � "um direito"; usar melancia no pesco�o tamb�m �. Mas � vulgar demais, � deselegante, � grosseiro; em pleno acordo, ali�s, com a cultura da bo�alidade reinante.

    Acho �timo que tenha sido justamente a Luana, que � linda e pode usar absolutamente o que quiser, que tenha levantado essa bola; e acho pat�tico que senhoras que j� deveriam ter mais ju�zo, discernimento e viv�ncia, continuem achando que falta de senso do rid�culo � "um direito".

    Dito isso, aos deveres; tenho que terminar de escrever a coluna de segunda-feira antes de morrer congelada. A reda��o est� um iglu e esqueci o casaco em casa.

    Tem caf� na garrafa t�rmica e �gua gelada na jarra azul. Fiquem � vontade, a casa � sua.





    19.5.05



    18.5.05


    Chamando todos os fot�grafos cariocas!

    Pessoas, a quest�o � a seguinte: h� s�rias suspeitas de que a Secretaria de Prote��o e Defesa do Animal (!) n�o tem boas inten��es em rela��o aos c�es e gatos de rua do Rio.

    Nos �ltimos meses, incont�veis gatos sumiram sem deixar vest�gios, e h� testemunhas de que funcion�rios da Sepda est�o envolvidos no sumi�o. Se a inten��o fosse boa, a secretaria j� teria respondido aos protetores quantos gatos pegou, e para onde os levou; mas muda estava e muda ficou.

    Agora, foi anunciado que esta secretaria passa a ser respons�vel tamb�m pelo CCZ, o Centro de Controle de Zoonoses que, digam eles o que disserem, opera a famigerada carrocinha.

    Antes que o pior aconte�a, acho que dever�amos organizar mutir�es para fotografar esses bichos amea�ados e o seu habitat. Explico: boa parte dos gatos de rua vive em col�nias cuidadas por protetores que os conhecem individualmente, os alimentam do seu pr�prio bolso, os castram e tratam de suas doen�as.

    De modo geral, esses animais s�o mansos, bonitos e s� trazem alegria para quem se encontra com eles.

    Obviamente, ao sumir com c�es e gatos perfeitamente saud�veis, que n�o amea�am ningu�m, a secretaria estar� cometendo um crime; mas se algu�m perguntar dos bichos, a resposta ser� a de sempre: "Estavam doentes, ofereciam perigo �s pessoas".

    A meu ver, ruas esburacadas, balas perdidas e pivetes em cada esquina s�o perigos consideravelmente maiores, mas essas s�o coisas dif�ceis de resolver.

    Assassinar animais indefesos, por�m, � f�cil.

    A �nica forma de protegermos os quadr�pedes da cidade � ter provas concretas de quantos eram, de como e onde estavam, e em que condi��es.

    Os gatos do Iate, por exemplo, correm grav�ssimo risco. A diretoria quer tir�-los de l�, e a Sepda, em vez de agir como agente de educa��o, e de explicar ao povo do clube como conviver com os gatos, vai, obedientemente, extermin�-los, como j� fez com os do Jardim do M�ier, a pedidos do Norte Shopping.

    As pessoas que est�o � frente da Sepda enchem a boca para falar de toxoplasmose, como se o conv�vio com gatos fosse a �nica forma de pegar esta doen�a; n�o �, e s�o rar�ssimos os casos de cont�gio via gato que se conhecem no Rio, de acordo com a Fiocruz -- que � quem entende disso.

    Curioso � que essas mesmas pessoas, que pretendem "proteger as pessoas" -- numa clara distor��o do papel da secretaria, que deveria proteger os animais -- n�o falam jamais em leptospirose, doen�a transmitida por ratos, cujos �ndices de contamina��o v�m crescendo assustadoramente nos grandes centros urbanos.

    Quem leu um m�nimo de Hist�ria j� viu este filme na Idade M�dia. L�gico: tiram-se os gatos, voltam os ratos.

    Como contribuinte, sou radicalmente contra a op��o preferencial do prefeito pelos ratos: nepotismo n�o!

    Portanto, voltando � proposta inicial: quem tem m�quina, digital ou n�o, e estaria disposto(a) a participar de um super levantamento fotogr�fico dos gatos e c�es de rua do Rio, por favor deixe nome, email, disponibilidade de hor�rio e bairros onde poderia atuar aqui nos coment�rios, OK?

    Aos que est�o ativos nos Fotologs da vida, por favor: levem a proposta para os colegas de l�. Eu vou postar esta mensagem por a� tamb�m, mas neste momento toda a ajuda � bem-vinda.

    �s c�meras, cidad�os!

    Vamos exercer a nossa cidadania de forma atuante, enquanto ainda � tempo, em vez de sair depois em passeata pelos gatos mortos!

    Update: L� no Fotolog v�rios volunt�rios j� se apresentaram. Seria bom que algu�m coordenasse os trabalhos, at� para formar grupos para ir �s �reas que oferecem menos seguran�a.





    17.5.05


    Alegria de pobre

    Eu estava no auge do entusiasmo com a decis�o da ju�za Denise Appolin�ria, tirando os governadores acasalados do p�reo pelos pr�ximos tr�s anos; mas, h� pouco, tomei uma ducha fria.

    Encontrei os super-rep�rteres Toni Marques e Chico Ot�vio no Ti-ti-ti (a cantina aqui do Globo) e, depois de um dia ouvindo todo tipo de gente, nenhum me parecia muito animado em rela��o ao caso. Na verdade, ambos acham prov�vel que o asqueroso casal se safe mais uma vez.

    A quest�o � que eles fizeram tudo de caso pensado. Durante as elei��es de Campos, o macho, que pintou e bordou, estava sem cargo; a f�mea n�o se envolveu de forma direta. A inelegibilidade (� isso?) s� se mant�m em casos de canalhas em exerc�cio de cargo.

    Por outro lado -- felizmente, h� sempre um outro lado -- a rea��o da dupla � senten�a foi t�o primitiva que � poss�vel que pese mais na balan�a a quest�o pol�tica do que as tecnicalidades puras e simples; mas a� � apostar no escuro.

    *suspiro*

    Enquanto isso, em Rond�nia, quem acabou na cadeia foram os manifestantes, e n�o a corja indiz�vel instalada na Assembl�ia.

    Socorro!!!

    Quando sai o primeiro avi�o para qualquer lugar?!

    E outra coisa: o que era aquela nota do PMDB afirmando que Garotinho n�o ofendeu a ju�za?! O que � que eles acham, que somos todos idiotas?!

    Sim, Cora, eles acham. E com toda a raz�o. Pois n�o foram eleitos?

    �dio, �dio. Raiva, raiva.

    GRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR


    Update: l� no Idelber rola uma boa discuss�o sobre o descalabro campista.






    Enquanto isso, na mailbox do ministro...

    Escreve, como sempre, a ind�mita Ana Maria Pinheiro:
    Exmo. Sr. Dr. M�rcio Thomaz Bastos,
    Ministro da Justi�a,

    V. Exa. estava sentindo falta de minhas mensagens?! Estava triste, pensando que eu havia tombado v�tima da viol�ncia que sua pasta n�o combate? Pois alegre-se: olhe eu aqui outra vez!

    S� para lembrar:

    L� se v�o quase 150 dias, 5 meses de impunidade e persegui��o, desde que o Delegado Titular da Delegacia de Repress�o a Crimes contra o Meio Ambiente e o Patrim�nio Hist�rico - DELEMAPH, Dr. Antonio Carlos Rayol, foi demitido de seu cargo, como retalia��o por ter prendido em 21 de outubro passado o marqueteiro-mor da Rep�blica, que responde pelo pomposo nome de Jos� Eduardo Cavalcanti de Mendon�a - gente fina � outra coisa! - e a figura surrealista do legislador infrator Vereador Jorge Hauat Babu numa cruel e brega rinha de galos, coisa de submundo, ou, para combinar com o esp�rito do Governo Federal, cada vez mais internacional - underground.

    Na rinha foram apreendidos cheques e diversos documentos relacionados �s apostas. Uma pistola Glock 9 mm foi abandonada no momento da debandada geral. Pain�is eletr�nicos indicavam a pesagem dos combatentes, indicando claramente ser o local destinado a reuni�o para a pr�tica habitual de crime ambiental. As apostas eram feitas com cart�es magn�ticos. De 2 a 3 milh�es de reais circulavam, ou circulam, (!?) por torneio de tr�s dias, dinheiro sem m�e, nem pai, nem destino certo. Mas, como afirmou o Desembargador do TJRJ que decidiu a quest�o, n�o se configura a forma��o de quadrilha, pois os crimes cometidos foram de pequeno potencial ofensivo(!?).

    Como conseq��ncia do desmanche da DELEMAPH, a delegacia passou a ser comandada pelo desanimado Delegado Dr. Deuler da Rocha, aquele que paralizou o Inqu�rito 133/2004, cuja c�pia, alv�ssaras, encontra-se em nosso poder, tamb�m relativo ao estouro da Rinha Clube Priv� Cinco Estrelas e tamb�m: paralizou a investiga��o da DELEMAPH na Reserva de Tingu�, onde palmiteiros e ca�adores estavam amea�ando de morte tanto os agentes do IBAMA como o abnegado ambientalista Dion�sio J�lio Ribeiro. Com a DELEMAPH paralizada, o ambientalista foi assassinado. Veja, Sr. Ministro, o alcance dessa vergonhosa vendetta oficial contra os quatro policiais federais: uma vida! Coisa de Republiqueta de Bananas, ou Banana Republic.

    O marqueteiro, cada vez mais rico e poderoso, com R$ 150 milh�es em contratos com o Governo Federal, vai acabar livre de amola��es com a justi�a, cercado por um batalh�o de advogados, enquanto os delegados e os outros dois policiais v�o sofrer "procedimento administrativo", que poder� custar-lhes at� a carreira. Ser�o acusados de abuso de autoridade, insubordina��o e investiga��o tendenciosa.

    Deixei de enviar mensagens di�rias, pois achei que j� estava incomodando a todos, com minhas mal digitadas linhas. Afinal, n�o sou jornalista nem escritora, embora periodicamente seja acometida de frenesi escrevinhat�rio. Algum dia ainda vou escrever mais do que a Gl�ria Perez, a delirante e loroteira teledramaturga global, que no domingo passado afirmou na Folha de S�o Paulo que anda acompanhada de guarda-costas, por medo dos protetores de animais. Deve estar com medo da pr�pria consci�ncia, por estar fazendo apologia de atos de crueldade contra cavalos, touros e inocentes bezerrinhos, pois, quando se faz propaganda de rodeio, divulga-se o kit completo.

    Neste ponto ela e Duda Mendon�a parecem almas g�meas, pois t�m o mesmo gosto por cenas de tormentos a bichos: o marqueteiro-mor, agora, al�m de dedicar-se aos galin�ceos litigantes, termo politicamente correto, de acordo com a cartilha do Governo Federal, conforme recomendado por meu amigo Ralph, est� interessado tamb�m pelas vaquejadas, em que o pe�o derruba um boi em velocidade, torcendo e puxando-lhe violentamente o rabo. As consequ�ncias para o pobre bovino, quando o prolongamento de sua coluna vertebral sofre tamanho tranco e o pesado animal leva um enorme tombo s�o previs�veis.

    Todas essas atividades s�o inconstitucionais e criminosas, mas at� a� tudo bem: o Brasil � um pa�s de fic��o mesmo, onde a gasolina � removedor colorido, o rem�dio � farinha e os banqueiros s�o "v�timas" de cidad�os irrespons�veis, que n�o tiram o traseiro gordo da cadeira.

    Mas, escrevo tanto que ia at� me esquecendo de informar a raz�o desta mensagem especial:

    Amanh�, 18 de maio, quarta-feira, �s 14 horas, os policiais federais v�timas de retalia��o neste vergonhoso Galogate estar�o em Bras�lia, para depor na Audi�ncia P�blica aprovada pela Comiss�o de Seguran�a P�blica e Crime Organizado da C�mara dos Deputados.

    O F�rum Nacional de Prote��o e Defesa Animal deseja agradecer � Deputada Zulai� Cobra Ribeiro por ter requerido a referida audi�ncia, permitindo, assim, que finalmente seja feita justi�a.

    Tomarei a liberdade de enviar mais uma mensagem especial com not�cias da referida Audi�ncia P�blica.

    Ana Maria Pinheiro
    Tem�vel Protetora da Fauna
    Que tal escrevermos para os deputados manifestando nosso rep�dio � atitude do Minist�rio da Justi�a? Lembrem-se que o Galera, not�vel programa do Eugenio Vilar, ajuda muito nessa tarefa. Basta clicar em Arriar Galera para fazer download.






    Dos coment�rios

    Escreve o grande Emerson:
    Uma das vacas teve mastite dias atr�s. Ela � meio encrencada, meio sens�vel, digamos. Como n�o h� veterin�rio homeopata para grandes animais num raio de 80 km (pelo menos que eu conhe�a), usamos antibioticoterapia mesmo. E, na sequ�ncia, um tratamento homeop�tico para refor�ar, limpar, prevenir. Alguns dias depois de iniciado, l� vem o Ismael com a caneca preta cheia de grumos amarelados e coisa e tal. Feio. Gelei.

    - � da Honey? O mesmo "peito"?
    - �.
    - Puta m*! E esse "peito", como � que est�? T� duro, t� quente?
    - N�o, t� igual aos outros.
    - Hummmmmmmmmmmmm (n�o, n�o � um mantra nepal�s, � s� um pequeno criador /produtor de leite em momento de pr�tica "ilegal" da medicina veterin�ria, pensando profundamente...)
    - Bom, pera�.

    O pequeno produtor etc e tal, pega o celular e fala com o vet, o alopata mesmo. E diz que fez isso e aquilo e agora o leite t� assim e assado. E tasca a pergunta:

    - Ser� que � s� um processo normal de limpeza da sujeirada que ficou no teto e no quarto (com o vet, o pequeno produtor etc e tal fala "quarto" ao inv�s de "peito")?
    - Olha, t� com jeito, sim, se o quarto t� molinho e n�o t� mais quente que os outros.

    Ufa! Era s� a homeopatia limpando o quarto atacado pela mastite.

    Pronto, chega de ruralidades. Mas contei esse causo recent�ssimo pra dizer, ou melhor, perguntar:

    - Esse epis�dio envolvendo os c�njuges molekinhos, o povo dos correios e o roberto jefferson (� com 2 efes?), o ptb e a rep�blica, quero dizer, a res publica, etc, etc, etc, n�o ser�o manifesta��es de limpeza e excre��o de sujidades por parte de um organismo doente mas em fase de tratamento?

    - Ou estarei tendo mais um dos meus, ainda que raros, ataques da doen�a infantil do otimismo tupiniquim?

    Aviso de antem�o: ao contr�rio do veterin�rio, n�o pagarei pela resposta. N�o por n�o confiar no respondente, mas por n�o confiar no tal organismo.







    Gostei!

    Est� l� h� dois meses exatos, mas s� hoje � que vi este baratinho na Angela, que viu na Rosana, que viu n�o sei onde, mas vem da Amazon.

    A tipologia � �nica: voc� escolhe a Amazon da sua prefer�ncia (.ca, .jp, .com ou .co.uk -- os resultados s�o diferentes), escolhe livros, CDs ou videos, por autor, diretor, int�rprete ou t�tulo, digita a palavra, e ela � formada atrav�s dos elementos encontrados que a cont�m.

    Para ver o que sistema desencavou, � s� sair clicando na palavra para ver o que a busca trouxe. Descobri assim, por exemplo, que existe uma criatura chamada Cat Cora -- e, vejam s�, simpatizei instant�neamente com o nome!

    Ta�, gostei demais deste brinquedinho...





    16.5.05


    A Casa das Mil Portas

    Est� no ar a segunda leva de autores do �timo Casa das Mil Portas, projeto do craque Nemo Nox, um dos internautas mais cheios de id�ias que conhe�o -- uma cole��o de micro-contos de at� 50 caracteres.

    Dois dos meus:

  • Voltou da �frica muito abatido. Morreu sem revelar o segredo.

  • O gato decifrou o ideograma, mas preferiu manter sil�ncio.

    Cada autor participa com at� dez micro-contos; eles aparecem aleatoriamente, a cada porta que se abre.

    Participam, at� agora, 113 blogueiros do Brasil e de Portugal; est�o no ar uns micro-contos �timos, muito interessantes.

    A Casa das Mil Portas vale a visita. E vale, sobretudo, perder-se no labirinto das historinhas misteriosas.






  • Warning: censor(censored.inc): failed to open stream: No such file or directory in /home/falouedi/public_html/fd/bb.php on line 422

    Pois �: as m�quinas est�o malucas. Ontem passei o dia longe do computador. Os coment�rios ficaram fora do ar durante o dia porque a empresa que hospeda os servidores do Falou & Disse estava mudando de endere�o; quando voltaram, vieram com este cabe�alho, repetido in�meras vezes.

    Quando vi, pensei:

    -- U�, e essa agora?

    N�o gostei daquela linha "Warning: censor(censored.inc):". Essas palavras me causam erisipela. Mas depois do susto incicial fiquei tranq�ila. Os Garotinhos s�o monoglotas, o governo federal tamb�m �, e o Cesar Maia, embora n�o o seja, n�o est� nem a� para o que a popula��o pensa ou deixa de pensar a respeito da sua (n�o) administra��o. O Rio j� deixou de ser preocupa��o dele h� tempos.

    As palavras amea�adoras s�o apenas um erro das m�quinas hospedeiras. Assim que elas estiverem afinadas, tudo voltar� ao normal.

    Ufa!





    13.5.05


    Aleluia, irm�os! Oremos!

    Sim, � verdade: os governadores acasalados est�o ineleg�veis!!! Diz O Globo Online:
    A ju�za da 76� Zona Eleitoral de Campos cassou o prefeito da cidade, Carlos Alberto Campista (PDT), e seu vice, Toninho Viana. Na mesma a��o, a ju�za tornou ineleg�veis por um prazo de tr�s anos, a contar de 2004, a governadora Rosinha Matheus, o presidente do PMDB, o ex-governador Anthony Garotinho, e o ex-prefeito de Campos Arnaldo Vianna (PDT).

    Na a��o, tamb�m foram considerados ineleg�veis por tr�s anos Geraldo Pudim e Claudeci Francisco da Silva, que disputaram pelo PMDB o segundo turno das elei��es em Campos.

    Al�m da cassa��o e das inelegibilidades, a ju�za multou todos os r�us. Elas variam de 100 mil Ufirs, como a aplicada � governadora Rosinha, a 50 mil Ufirs, como as que ter�o de pagar Garotinho e Pudim. Os r�us do PDT tamb�m v�o pagar multas de 100 mil Ufirs.
    O motivo foram as escandalosas elei��es de Campos; mas a bem dizer da verdade, motivo � o que n�o falta para tornar toda esta cambada ineleg�vel. N�o vi quanto vale uma Ufir, mas independentemente de quanto seja, acho pequenas as multas, assim como acho tr�s anos muito pouco -- ainda que me congratule com a ju�za pela senten�a.

    Claro que agora entrar�o os recursos de praxe; por isso devemos rezar -- oremos, irm�os! -- para que o TRE seja tamb�m iluminado e mantenha a senten�a a favor do estado.

    O que vem acontecendo aqui desde que essa gente assumiu � de cortar o cora��o. Nunca o Rio -- que � recordista mundial de maus governos -- foi t�o maltratado, t�o desprezado, t�o espezinhado.






    Nas montanhas da Lua

    Casa de areia

    Os Len��is Maranhenses est�o, com certeza, entre os lugares mais bonitos do mundo -- sobretudo vistos do alto, do relativo conforto de um teco-teco, como eu os vi, h� tantos anos. Em terra firme, se � que se pode chamar areia de terra, e o que se move continuamente de firme, est�o, com igual certeza, entre os mais in�spitos.

    � a este cen�rio improv�vel que chega, nos idos de 1910, a caravana formada por um aventureiro (Ruy Guerra), sua mulher, a sogra, alguns animais e meia d�zia de empregados. Nos trajes das mulheres, em objetos anacr�nicos e num �lbum de fotografias h� vest�gios do mundo urbano e elegante que ficou para tr�s; mas logo os empregados fogem, o aventureiro morre e as duas mulheres, v�timas da ilus�o alheia, acabam sozinhas no deserto, de onde n�o conseguir�o escapar.

    As mulheres s�o, claro, as duas gloriosas Fernandas, cada qual melhor do que a outra na dific�lima arte de contracenar com a areia e o sil�ncio. �urea (Torres) e a m�e (Montenegro) sobrevivem gra�as a Massu (Seu Jorge e, mais tarde, Luiz Melodia), descendente de escravos. A vida se reduz ao essencial, enquanto a casa constru�da pelos membros da antiga caravana vai sendo invadida pela areia.

    �s vezes h� not�cias do mundo, mas elas pouco ou nada significam: atrav�s de Luiz (Enrique Diaz e, depois, St�nio Garcia), �urea toma conhecimento de que a guerra, que ela nem sabia que come�ara, acabou. O jovem tenente tamb�m faz com que ela volte a tomar conhecimento de sentimentos adormecidos, e promete lev�-la consigo de volta � civiliza��o. �urea, no entanto, est� irremediavelmente condenada ao deserto.

    O tempo passa. �urea � agora a outra Fernanda, a Montenegro. Como sua m�e antes dela, est� conformada com o destino. � como se a areia, que vai tomando a casa, tomasse tamb�m o cora��o das pessoas: 90% de areia nas praias, 80% de areia nas almas... Apenas sua filha Maria (Fernanda Torres e, em crian�a, Camilla Facundes) conseguir� quebrar o encanto e fugir do areal; sua volta �s dunas, anos depois (como Montenegro filha de Montenegro, genial!), � um momento de pura emo��o.

    Misterioso, contido e lindamente fotografado, "Casa de areia", her�ico sob todos os aspectos, seria um grande filme com qualquer bom elenco. Com o jogo fenomenal das Fernandas, por�m, ele ganha uma carga dram�tica de alta intensidade, uma dimens�o metaf�sica �nica, e transforma-se num filme extraordin�rio.

    (O Globo, Rio Show, 13.5.2005)






    Sobre livros

    Eu j� estava devendo isso � querida Marian, de Lisboa; e agora a Paula Foschia me pegou de jeito. De certas coisas a gente realmente n�o consegue escapar!

    1. N�o podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?

    Eu gostaria de ser My Family and Other Animals, do Gerald Durrell, irm�o mais inteligente do Lawrence.

    2. J� alguma vez ficaste perturbado/apanhado por uma personagem de fic��o?

    Quando eu era crian�a e, depois, adolescente, vivia muito intensamente tudo o que estava lendo. A vida real, para mim, era o que estava nos livros; o que os outros chamavam de vida real eram apenas estorvos: ir � escola, comer, dormir, essas coisas. Naquela �poca, os personagens de fic��o eram os meus melhores amigos.

    3. O �ltimo livro que compraste?

    Proust e a Fotografia, de Brassa�; New Hotels for Global Nomads, de Donald Albrecht; e Conversations in Bolzano, de S�ndor M�rai.

    4. Os �ltimos livros que leste?

    M�xico, um guia do Lonely Planet; Equador, de Miguel Sousa Tavares; e No Cora��o da �frica, de Martin Dugard.

    5. Que livros est�s a ler?

    O Mestre, de Colm T�ib�n; How I found Livingstone, de Stanley; e (mais uma vez) Heart of Darkness, de Conrad.

    6. Que livros que levarias para uma ilha deserta?

    Alguns bons manuais de constru��o de barcos e cartas de navega��o. Como garantia, a Enciclop�dia Brit�nica, que me garantiria boa leitura at� o fim da vida caso os outros falhassem.

    7. Quatro pessoas a quem vais passar este testemunho e porqu�?

    Ao Tom Taborda, que tem uma curiosidade quase mals� de t�o universal; � Carla H. G., que tem sempre uma opini�o original e sensata sobre as coisas; ao Emerson, que vive num mundo t�o diferente do meu, e que escreve t�o bem; e ao Cesar, que tem um faro para essas coisas de escrita que s� ele.

    Ao Tom e � Carla, do MSB (movimento dos Sem Blog): vale responder aqui nos coment�rios, OK?

    Update: aproveitando as dicas maravilhosas do Ribondi, proponho ampliar o jogo. Quem gostar da id�ia e quiser responder �s perguntas nos coment�rios, ser� muito bem-vindo. Assim vai ficar muito mais divertido, n�?






    Utilidade P�blica

  • Para o povo que est� querendo saber quando vou falar na Bienal:

    14/05 - 15:00, no Audit�rio Carlos Drummond de Andrade

    ESCRITORES ON LINE ? A literatura na Internet, a rapidez da difus�o, a liberdade de publica��o. Existe um novo g�nero liter�rio? Revolu��o editorial ou bolha de ilus�o? Com Cora R�nai, Daniel Pellizzari, Denise Scchitine, Joca Reiners Terron e Roberta Rizzo.

    22/05 - 12:00, no Audit�rio Carlos Drummond de Andrade

    O FUTURO DA CR�NICA NOS JORNAIS - Um bate-papo entre o Xex�o, o Joaquim (Ferreira dos Santos) e a vossa blogueira.

  • Para quem me escreveu pedindo o telefone do estofador e do marceneiro:

    O estofador � o sr. �lvaro, excelente: recomendo muito!
    Os telefones s�o 2558-8416 e 9997-5253.

    Do marceneiro, infelizmente, n�o posso dizer a mesma coisa. � uma pessoa simp�tica e correta, mas o trabalho deixou muito a desejar.

  • Marilda est� desesperada: "O que fazer para minha gata parar de fazer xixi em toda a casa, principalmente nos cobertores e camas?
    Agrade�o de cora��o a resposta."

    Eu acho que ela deve estar contrariada com alguma coisa, Marilda, mas n�o sei muito bem o que sugerir. Povo gateiro, socorro: o que � que voc�s sugerem? Ser� que mudar a marca do pipicat resolve, ou talvez mudar o pipicat de lugar?






  • Recado da dra. Andr�a

    Amigos,

    Infelizmente n�o trago boas not�cias sobre o projeto de lei 04/05 (PL 1376/03), que prop�e a esteriliza��o como controle populacional de c�es e gatos em todo Brasil.

    A vota��o estava prevista para hoje, dia 12 de maio, na Comiss�o de Assuntos Sociais do Senado Federal, mas lamentavelmente foi retirada de pauta pelo Senador Delc�dio Amaral Gomes - PT - Mato Grosso do Sul, que deseja saber de onde vir� o dinheiro para realizar as esteriliza��es.

    Ser� que o senador Delc�dio j� teve interesse em descobrir a origem do dinheiro usado para matar milhares de c�es e gatos em todo Brasil nos Centros de Controle de Zoonoses? Dinheiro que tem origem de nossos impostos, um dos mais altos de todo mundo.

    Ser� que o senador Delc�dio Amaral tem interesse em acabar com o desperd�cio do dinheiro p�blico e a mordomia dos parlamentares, por exemplo os pr�dios com apartamentos de luxo vazios ou ocupados por parentes de parlamentares e pagos com nosso dinheiro?

    Acho que n�o.

    Mas o senador Delc�dio do Amaral est� preocupado com os recursos para esterilizar c�es e gatos, que ter�o filhotes. Muitos desses filhotes ser�o abandonados, ser�o v�timas de maus-tratos e crueldade nas ruas ou viver�o em situa��o prec�ria em abrigos superlotados.

    Estou muito triste e decepcionada, esperava ver o PL de esteriliza��o aprovado hoje, mas vamos continuar a pedir e cobrar a aprova��o do projeto de lei do deputado federal Affonso Camargo o mais r�pido poss�vel. A cada dia que passa mais e mais animais padecem com a insensibilidade, a gan�ncia e a maldade dos seres "humanos".

    Tamb�m � muito importante entrar em contato com o senador Delc�dio do Amaral e mostrar nosso apoio ao projeto de lei 04/05, explicando que adiar a aprova��o vai retardar a implanta��o de uma pol�tica p�blica humanit�ria no controle populacional de c�es e gatos.

    Contatos:

    Senador Delc�dio Amaral Gomes, respons�vel pela n�o vota��o do PL Federal de Esteriliza��o

    Tel: (61) 311-2452 a 2455, e
    (67) 322-3400, em Campo Grande
    Fax: (61) 311-1926

    Senado Federal
    Ala Senador Afonso Arinos, Gabinete 8
    70165-900 - Bras�lia,DF

    falecom@delcidio.com.br (Direto com o Delc�dio)
    imprensa@delcidio.com.br (Assessoria de Imprensa no Senado Federal)

    Visite os sites:
    www.animaisdecirco.org
    www.gatosdocampodesantana.kit.net
    fotolog.net/campodesantana
    www.animaisemrodeio.com.br

    Andr�a Lambert
    ANIDA - Rio de Janeiro





    12.5.05




    Urgente!!!
    Talvez ainda haja tempo...

    S� agora abri minha mailbox e encontrei mensagem da dra. Andrea Lambert dando o alerta; felizmente tamb�m chegou uma mensagem da Tribuna Animal dizendo que ainda h� tempo. Vou reproduzir as mensagens, porque estou correndo (como sempre) para resolver uns pepinos dom�sticos:
    Quinta-feira, 12 de maio, ser� a vota��o do Projeto de Lei de esteriliza��o no Senado. � o primeiro da pauta!

    O Projeto de Lei 1.376 foi aprovado na C�mara dos Deputados e agora no Senado tem o n�mero 04 de 2.005.

    Vamos escrever aos senadores pedindo a aprova��o do relat�rio favor�vel � esteriliza��o de c�es e gatos como controle populacional e o fim do exterm�nio nos Centros de Controle de Zoonoses.

    Esta Lei aprovada vai ser um grande avan�o em nossa luta contra as "carrocinhas" de todo o Brasil!

    Para quem n�o conhece este Projeto de Lei, ele prop�e o controle da natalidade de c�es e gatos atrav�s da esteriliza��o. Foi apresentado pelo deputado federal Affonso Camargo (PSDB, PR) a meu pedido, em 2003, com a colabora��o da Dra. Vanice Orlandi, atual presidente da UIPA - SP. (Andr�a Lambert)
    H� exatamente uma hora chegou um email da Tribuna Animal com um modelo de mensagem, dizendo que ainda h� tempo. Me parece meio apertado, mas sabe-se l�; vamos tentar!
    Senhores Senadores,

    Por favor, aprovem o relat�rio favor�vel � esteriliza��o de c�es e gatos como controle populacional e o fim do exterm�nio nos Centros de Controle de Zoonoses.

    Este projeto de lei prop�e o controle da natalidade de c�es e gatos atrav�s da esteriliza��o. Foi apresentado pelo deputado federal Affonso Camargo (PSDB ? PR).

    Com a aprova��o desta lei, teremos um grande avan�o na luta contra as "carrocinhas" de todo o Brasil! As pessoas que n�o suportam mais ver o sacrif�cio de animais pedem esta atitude de seus governantes: queremos um pa�s mais justo n�o somente para os seres humanos, mas sim para todos os seres vivos que aqui habitam.

    O desenvolvimento de uma na��o se mostra, principalmente, no modo que ela trata e respeita seu meio ambiente. Sejamos um exemplo ao mundo neste sentido!

    Antecipadamente agrade�o,

    .............
    Os emails dos senadores:

    jonaspinheiro@senador.gov.br, marco.maciel@senador.gov.br, maria.carmo@senado.gov.br, rodolpho.tourinho@senador.gov.br, pavan@senador.gov.br, lucia.vania@senadora.gov.br, reginaldo.duarte@senador.gov.br, jbmotta@senador.gov.br, wirlande.luz@senador.gov.br, valdir.raupp@senador.gov.br, maosanta@senador.gov.br, sergio.cabral@senador.gov.br, papaleo@senador.gov.br, antval@senador.gov.br, flavioarns@senador.gov.br, ideli.salvatti@senadora.gov.br, crivella@senador.gov.br, paulopaim@senador.gov.br, psaboyagomes@senadora.gov.br, augusto.botelho@senador.gov.br

    � dar um cut&paste na mensagem, assinar, dar outro cut&paste nos endere�os, tasc�-los no cabe�alho e mandar.





    11.5.05


    Minhas F�rias

    Como sabem alguns de voc�s, estou de f�rias. Tirei duas semanas para terminar a viagem ao M�xico e ficar em casa, de pernas pro ar, passeando pela Lagoa, pondo a leitura em dia e assistindo aos DVDs que ainda nem consegui abrir.

    Antes de fazer isso, por�m, tinha umas pend�ncias para resolver, como arrumar as estantes do escrit�rio, e terminar de dar um jeito no quarto que, desde que pintamos a casa, estava uma confus�o.

    Passei sexta, s�bado e domingo limpando livro, jogando coisa fora, podando a biblioteca. Na segunda, cansada de arrumar, fui comprar puxadores para o m�vel do quarto -- aquele, sobre o qual encontra-se a televis�o que, aleluia, j� funciona -- embora ainda n�o tenha tido tempo de lig�-la.

    A Laura me recomendou a Rupee Rupee, no Shopping da G�vea, que tem coisas indianas. Fui. Adorei ficar por l� batendo perna; sempre que vou ao Shopping da G�vea � na correria, para ir ao teatro.

    Ali�s, encontrei uma amiga que est� justamente ensaiando uma pe�a, e decidimos jantar juntas l� mesmo, no Gula Gula.

    Fiquei contente e me senti muito "normal", passeando num shopping, marcando jantar de �ltima hora com uma amiga, sem uma preocupa��o na cabe�a... u-huuuuuuuuuu!!!

    Nisso me ligou um amigo com uma proposta de trabalho. Estava em Bras�lia, pegando o avi�o para o Rio. Marcamos um encontro depois do jantar, no Palaphita. A conversa rendeu at� tarde, mas foi muito legal.

    Na ter�a, o estofador veio entregar o sof� que, para desgosto dos gatos, perdeu todas as contribui��es que, ao longo dos dois �ltimos anos, eles deram ao seu design. Veio tamb�m o Joselito, nosso faz-tudo, para resolver miudezas e me ajudar a pregar quadros. Quando acabamos, j� estava na hora de correr para o Odeon, para a �ltima pr�-estr�ia de Casa de Areia, que eu ainda n�o tinha visto, e cuja cr�tica ia fazer para o jornal (sim, estou de f�rias, mas as cabines de imprensa anteriores, quando eu n�o estava de f�rias, foram todas �s dez da manh�...)

    Sa� do cinema encantada com o filme, que � extraordin�rio; e fui direto para o Palaphita, de novo, onde fiquei at� tarde conversando sobre um projetinho bacana de capivaras; depois atravessei a rua, voltei para casa, escrevi a cr�tica e mandei para o jornal.

    Hoje, �s onze, o marceneiro veio pregar os puxadores. Ficaram �timos; mas quando ele acabou sa� com tanta pressa que esqueci a carteira e tive que pagar o taxi com cheque. Fui dar uma entrevista para os amigos queridos do Eco.

    De l� sa�, tamb�m �s carreiras, para encontrar um amigo a quem n�o via h� tempos, e que me fez uma proposta interessante para um livrinho.

    Acabo de chegar em casa e de conferir a agenda: tenho uma reuni�o de trabalho amanh� � noite, a festa de inaugura��o da Bienal do Livro na sexta e duas palestras na dita Bienal, l� no Riocentro (argh!): uma no s�bado, outra no domingo. Tenho tamb�m que escrever dois textinhos que amigos me pediram, di gr�tis -- coisa que j� me prometi mil vezes n�o fazer nunca mais, mas...

    Gra�as a Deus, minhas f�rias terminam na segunda.

    Acho que eu n�o ag�entava mais uma semana nesse ritmo.

    Update: Agora acaba de sair daqui o cara que veio fazer a manuten��o dos aparelhos de ar refrigerado... * suspiro *





    10.5.05


    CDMA x GSM

    A C�ssia fez um coment�rio interessante no post abaixo:
    Falando em empresas de telefonia celular, queremos mesmo � que funcionem. A cobertura da Vivo, por aqui, continua sendo das melhores, ainda que haja sombras(?!) -- as regi�es onde o sinal fica fraco... Muitos tentamos migrar para outros sistemas de chips, saindo da tecnologia GSM (� isto mesmo?!) e... s� vale a pena para os que viajam para o exterior e precisam do telefone m�vel com eles. Sim! Todos somos un�nimes em continuar com Vivo ex-Telefonica ex-Telemar...
    Bem, a�... A�, nos defrontamos e enamoramos por aparelhos cuja tecnologia � da tecnologia dos chips... Bu����� snif snif snif

    Moral da hist�ria: continuamos com nossos aparelhinhos que falam, que se conectam, porque a operadora nos atende no requisito m�nimo, que � falar!
    Pois �: a fun��o primordial de um celular, por incr�vel que pare�a, � falar. E, sob este aspecto, pelo menos aqui no Rio, os CDMA (ou seja, a Vivo), que t�m cobertura maior, ainda d�o conta do recado melhor do que os GSM (Tim, Oi, Claro). Por outro lado, a variedade de modelos dos GSM � infinitamente maior do que a dos CDMA.

    Grande dilema!

    Leio sobre isso constantemente, vou a f�runs e congressos sobre essas tecnologias mas, at� hoje, n�o consegui me decidir emocionalmente. Resultado: ando sempre com dois telefones, um CDMA e um GSM.

    O CDMA, um Samsung Twist, � descendente do primeiro celular que tive, que era um Nokia bom mas enorme, que troquei por um Ericsson pequenino mas p�ssimo, que troquei por um Startac, bonitinho mas com uma bateria ordin�ria, que troquei por um Motorola 720 que, quando passei para o Samsung (que tem c�mera) dei para a Bia.

    Este Samsung � um �timo aparelho, com uma bateria muito bem resolvida, uma tela maravilhosa com wallpapers da National Geographic que eu amo, e uma durabilidade lament�vel; h� tempos tor�o para que algo aconte�a com ele para poder troc�-lo, mas que nada! Ele sobrevive imp�vido � conviv�ncia comigo, que � p�reo duro para qualquer aparelho.

    O que h� de errado, ent�o? Tr�s coisas perif�ricas, mas todas muito importantes para mim: ele s� aceita 12 caracteres nos nomes da agenda, o que me obriga a inventar abreviaturas das quais nem sempre me lembro depois. A c�mera, basculante, que em tese seria simples de usar, � muito complicada -- e j� conseguiu o milagre de me bater duas fotos que simplesmente n�o consegue enviar por n�o ter capacidade de processamento suficiente. Resultado: n�o uso a c�mera. E, finalmente, n�o me acertei com o design. Hoje tenho um grande carinho por ele, que � um fiel companheiro, mas, aos meus olhos, ele est� longe de ser um objeto bonito.

    Com todos esses problemas, o bom e velho Samsung est� sempre comigo por dois motivos b�sicos: o primeiro � que � o n�mero que tenho desde sempre, e que todos os meus amigos conhecem. O segundo � que, sendo CDMA, ele funciona na casa inteira, ao passo que os GSM s� funcionam na sala.

    Num certo momento do passado, a Nokia lan�ou o mais lindo telefone que eu vira at� ent�o: o 8260. Este, por�m, era um TDMA, exclusividade da ATL e, seduzida por aquelas formas, fui feliz com ele. Nessa �poca, a Telerj Celular estava virando Telefonica e as coisas andavam p�ssimas por l�; o servi�o da ATL era o melhor do Rio de Janeiro.

    Mas o tempo foi passando, o TDMA ficou irremediavelmente obsoleto e, pior, a ATL virou Claro, numa das maiores confus�es de que se tem not�cia no mundo das operadoras. Cancelei a conta e me despedi do meu querido 8260; no seu lugar, entrou o telefonino do meu cora��o, o Nokia 7650, GSM Oi, primeiro celular com c�mera integrada, um show de bola. A Oi, que teria tudo para dar errado, deu cert�ssimo, e � uma �tima operadora, pelo menos aqui no Rio.

    O 7650, aberto, tri-band, era o meu telefone ideal para viagens... at� aparecer o Razr V3, da Motorola, que n�o s� � quad-band, como �, disparado, o telefone mais bonito que j� vi, uma perfei��o de aparelho que n�o me canso de olhar.
    Os pa�ses usam diferentes freq��ncias, ou bandas, de r�dio para os celulares; os tri-bands podem ser usados nas tr�s principais, 900/1800/1900 MHz. Os quad-bands pegam tamb�m 850 Mhz, usado em alguns pa�ses da Am�rica Central -- Panam�, por exemplo -- e �reas rurais dos EUA.
    Hoje, os meus companheiros constantes s�o o Samsung da Vivo e o Razr V3, da Tim. O barato dos GSM � que se pode usar o mesmo chip em v�rios modelos de telefones; assim, o mesmo chip que hoje est� no V3, amanh� poder� estar em outro telefone qualquer -- com toda a minha agenda.

    Resumo da �pera: na minha experi�ncia, o CDMA � melhor de cobertura, mas os GSM s�o imbat�veis em charme e em viagens. Os telefones s�o mais bonitos, pode-se trocar de aparelho � vontade e, na ponta do l�pis, no fim do mes a conta � mais barata.

    Qual tem sido a experi�ncia de voc�s? Quais os telefones de que gostam mais, qual a sua operadora favorita -- ou, considerando a quantidade record de reclama��es do setor, qual a menos pior? Se n�o fosse pelo n�mero, voc�s trocariam de operadora? E, se n�o fosse pela grana, trocariam de telefone?





    9.5.05





    A imagem da converg�ncia

    Houve um tempo em que os celulares Nokia eram os objetos mais desej�veis em qualquer vitrine de operadora. Outros fabricantes inventavam bossas e faziam gracinhas, mas a Nokia lan�ava tend�ncias: al�m de imbat�veis tecnologicamente, seus aparelhos eram invariavelmente mais bonitos e elegantes do que os da concorr�ncia. Mas a palavra "concorr�ncia" n�o existe � toa; de modo que toda uma legi�o de fabricantes foi � luta. Ao mesmo tempo, a Nokia caiu numa temporada morna, em que praticamente n�o chegou a marcar pontos no quesito "Mam�e, eu queeeeeeeeero!!!" -- uma das molas propulsoras da ind�stria. Nos dois �ltimos anos fez v�rios lan�amentos radicais, como o NGage ou o 3650, que tem teclado semelhante a um discador, mas parecia ter perdido a m�o infal�vel dos velhos tempos.

    Os primeiros sinais de que a calmaria estava por pouco foram vistos, no Brasil, durante a Telexpo, em mar�o passado: quando h� filas de gente num estande para ver aparelhos, ali h� algo interessante. Em termos mundiais, o ano Nokia come�ou com uma surpreendente participa��o na PMA (Photo Marketing Association): ela foi n�o s� a primeira fabricante de celulares a se apresentar na grande feira de fotografia, como, ainda por cima, o fez tamb�m na qualidade de maior fabricante de c�meras digitais do mundo, com cem milh�es de telefones com c�mera vendidos at� o come�o deste ano.

    Gra�as � converg�ncia, ali�s, os n�meros da Nokia s�o mesmo impressionantes: ela � tamb�m a maior fabricante de players de m�sica (40 milh�es de celulares com players vendidas) e de PDAs (25 milh�es de smartphones abocanhados pelo mercado).

    Na semana passada, com a realiza��o de quatro mega-eventos simult�neos -- que foram ao ar em Amsterd�, Canc�n, Hong-Kong e Kuala Lumpur -- ela fez a apresenta��o oficial da sua vis�o de futuro, e mostrou que os sinais de fuma�a que vinha emitindo t�m uma base concreta. Sob a sigla Nseries, que passa a designar o topo de linha, mostrou tr�s pequenos objetos que v�o disputar, com boas chances de �xito, n�o s� o mercado de celulares como o de PDAs e o de players. Para isso fez algumas parcerias altamente estrat�gicas, n�o s� sob o ponto de vista tecnol�gico, mas tamb�m de marketing -- que �, como a gente sabe, a alma do neg�cio.

    A mais interessante �, com certeza, o contrato de exclusividade para celulares com a Carl Zeiss, que fornecer� os sistemas das pequenas c�meras embutidas. Elas produzem fotos de at� 2 megapixels de qualidade impressionante. Pude brincar com um N90 (na foto) e fiquei admirada com a defini��o, a fidelidade das cores e a relativa aus�ncia de distor��o nas margens, bem comum at� em c�meras digitais.

    Com 31Mb internos, mais slot para cart�es MMC, o N90 pode gravar at� duas horas de video; tem um visor basculante excelente para �ngulos dif�ceis e vem com uma suite da Adobe, especialmente desenvolvida para maquininhas m�veis, que oferece v�rias op��es pr�ticas de tratamento de imagem no pr�prio aparelho.

    Com disco r�gido de 4Gb, o N91 tem a mesma capacidade de armazenagem do iPod mini (mas � muito mais flex�vel para downloads e troca de m�sicas), som est�reo, r�dio FM, conex�o com headphones sem fio e compatibilidade com acess�rios Bose, Harman Kardon, JBL e Sennheiser (usa um plug padr�o de 3,5mm). Em suma: � um player turbinado que tamb�m tira fotos, tem fun��es de PDA e d� telefonemas.

    J� o forte do N70 � o peso pluma. Como os irm�os mais robustos, ele tamb�m faz fotos de 2 megapixels, roda e grava videos, e � um �timo player e smartphone, mas com metade do tamanho dos outros.

    A interessant�ssima fam�lia apresentada a jornalistas, analistas de mercado e representantes de operadoras come�a a chegar ao mercado no fim do ano. Embora a NSeries seja uma linha 3G, pronta para WCDMA e Edge, a id�ia de mandar fotos de 2 megapixels ou baixar m�sicas inteiras pelo telefone n�o chega a ser muito pr�tica; mas nem � essa a inten��o da Nokia. Os tr�s telefones podem se conectar a Macs, PCs e v�rias marcas de impressoras via USB ou Bluetooth; como os players, c�meras e PDAs que de fato s�o, podem fazer carreira solo, mas brilham mesmo quando aliados a computadores.

    Dependendo do pre�o, ainda n�o definido, os aparelhinhos podem vir a fazer grandes estragos entre PDAs e players desconectados. Fotografia � outra conversa: ningu�m que faz foto para valer vai trocar a c�mera pelo N90; mas a verdade � que, se tiver um, vai, certamente, deix�-la em casa com mais freq��ncia.

    (O Globo, Info etc., 9.5.2005)






    Nunca te vi, sempre te amei

    Gente, vejam que ju�za do bem! D� vontade de comprar umas flores e mandar para ela, sinceramente... Tomara que aqueles monstros de Pelotas peguem pela frente um juiz que tenha esse car�ter e essa disposi��o na aplica��o da lei. Quem me mandou a not�cia -- que, ali�s, saiu no pr�prio Globo de s�bado, mas por acaso n�o vi -- foi a advogada Ana Maria Lemos: valeu, querida!
    Em senten�a in�dita, a ju�za Rosana Navega Chagas, do 1� Juizado Especial Criminal de Nova Igua�u, condenou ontem (dia 5 de maio) o presidente do Nine Clube, localizado no bairro Esperan�a, em Nova Igua�u, a pagar 70 sal�rios m�nimos (R$ 21.000, 00) em favor da Sociedade Uni�o Internacional Protetora dos Animais (Suipa).

    Jos� Abrunhosa dos Santos foi denunciado pelo Minist�rio P�blico porque regularmente promove bailes funks e eventos evang�licos com o som excessivamente alto, al�m de j� ter ocorrido rinha de pitbulls, perturbando a tranq�ilidade da vizinhan�a.

    A ju�za substituiu a pena privativa de liberdade pela pena alternativa da presta��o pecuni�ria ? pagamento em dinheiro ?, que pode ter como destinat�ria a v�tima ou entidade p�blica ou privada com finalidade social. Ela dedicou a senten�a � cadelinha Preta, morta por estudantes de Direito em Pelotas, no Rio Grande do Sul.

    ?Frise-se que a rinha n�o est� sendo julgada, porque ainda n�o foi denunciada, mas o barulho dos latidos dos pobres animais submetidos �s crueldades s�o mais uma prova, dentre muitas, de que havia barulho, e a conseq�ente perturba��o dos moradores locais, al�m das v�timas, e isto na parte da tarde, sem contar com o barulho da noite, dos bailes, que at� teriam prejudicado a audi��o da testemunha ouvida, que se ofereceu para uma per�cia auditiva?, considerou a ju�za na decis�o.

    Segundo ela, as penas alternativas devem ter uma finalidade social e reparadora, devendo representar um benef�cio em prol da sociedade. ?Nos prim�rdios, a pena criminal foi concebida como um castigo ao infrator, mas hoje � concebida idealmente n�o s� como ressocializadora, mas tamb�m como social e reparadora?, afirmou.

    Rosana Navega destacou que tais penas pecuni�rias alternativas podem chegar at� 360 sal�rios m�nimos, que podem ser dobrados em algumas hip�teses, ?mas lamentavelmente tem sido muito timidamente utilizada pelos magistrados do Brasil porque a pris�o � a aplica��o mais evidente de uma puni��o, mas n�o � a �nica?.

    A ju�za afirmou que os processos em que s�o relatadas crueldades contra animais devem ter uma puni��o pecuni�ria com endere�o certo: para uma institui��o protetora, para que o sofrimento dos bichos n�o fique impune e nem as senten�as brandas, com condena��o s� em cestas b�sicas, provoque o descr�dito do Judici�rio.





    8.5.05






    Feliz Dia das M�es, amigas!

    A todas voc�s, que se dedicam tanto aos seus b�pedes e/ou quadr�pedes, todo o meu carinho -- e a toda a minha solidariedade... ;-)





    7.5.05


    Saudades

    No ar, o site do Mauro Rasi: t�o querido.







    Emerg�ncia felina

    Recado da Val:
    "Esses lindos gatinhos est�o sob meus cuidados, oriundos de abandono e maus-tratos, e precisam muito de um lar.

    A branquinha (o alto da cabe�a e o rabo s�o tricolores) e a tricolor s�o irm�s e t�m 3 meses; as pretinhas t�m 4 meses (s�o quatro f�meas, filhas de uma siamesa e de um preto fofo); o siam�s mesti�o tem 2 anos e j� est� esterilizado. S�o todos doc�is e carinhosos.

    Valeria
    telefones: 2579-1821 ou 9111-3829
    Povo, recomendo! Amo tricolores; siameses s�o muito especiais; e pretinhos s�o os gatos mais meigos do mundo...





    6.5.05


    O ovo da serpente

    Passei o dia tentando me p�r a par do que aconteceu enquanto eu estava viajando, mas com um governo como o nosso isso � imposs�vel.

    Eu ainda estava tentando digerir o conselho do Lula, que me mandou levantar o traseiro da cadeira para buscar juros mais baixos no banco, quando topei com aquela espantosa cartilha politicamente correta.

    Sei que isso j� � assunto velho para voc�s, mas eu ainda estou sob o impacto das "novidades". Por sorte encontrei na mailbox uma mensagem em que o Jo�o Ubaldo disse tudo o que eu queria dizer:
    Caros amigos,

    Anexado em forma de documento do Word est� uma not�cia publicada no Globo de hoje, s�bado (30 de abril). � estarrecedor. Estamos ingressando numa era totalit�ria, em que o governo d� o primeiro passo para instituir uma nova l�ngua e baixar normas sobre as palavras que devemos usar? Ser� proibido em breve o uso de palavr�es na l�ngua falada no Brasil? Ser�o eliminadas dos dicion�rios voc�bulos e express�es n�o consideradas apropriadas pelo Governo? Palavras vener�veis da l�ngua, como "beata", em qualquer sentido, dever�o ser banidas? Ser� criada uma pol�cia da linguagem? Os brasileiros ser�o proibidos por lei de discutir vigorosamente e xingar os interlocutores? Que autoridade tem essa secretaria para emitir essas opini�es, que por enquanto podem ser apenas opini�es, mas nada impede, na ditadura mal disfar�ada em que vivemos, que uma Medida Provis�ria, da mesma forma com que j� nos confiscaram a poupan�a e os dep�sitos banc�rios, venha a ser baixada, confiscando tamb�m a nossa l�ngua e os nossos costumes, mesmo os inaceit�veis pela maioria?

    Os escritores e jornalistas ter�o seus livros e textos examinados, para que se expurguem termos ou express�es condenadas? Contar piadas ser� tido como conduta anti-social e discriminat�ria? O governo � o dono da l�ngua? As palavras "negro", "preto", "escuro" e semelhantes, nos casos em que n�o estiverem sendo usadas sem rela��o alguma com a cor da pele de ningu�m, ser�o vedadas, se em qualquer contexto julgado negativo? As nuvens de chuva por acaso s�o brancas e algu�m est� insultando os negros, quando diz que h� nuvens negras no horizonte (e h�)? Os t�neis s�o escuros e existe alus�o racial na express�o "luz no fundo do t�nel"? A peste bub�nica n�o poder� mais ser mencionada como a "peste negra"? Tratar-se-� como inj�ria ou difama��o chamar de comunista algu�m que at� o seja, mas n�o se considere como tal? N�o se poder� mais dizer que algu�m � burro ou cometeu uma burrice? Ser� publicada uma lista de palavras de uso permitido, ou de uso proibido? Acontece isto em alguma outra parte do mundo? Se um homossexual, como fazem muitos deles, rotular-se a si mesmo de "veado", poder� ser censurado ou punido? O pronome indefinido peculiar � l�ngua falada no Brasil ("n�go", como em "n�go aqui gosta muito de uma festa") s� ser� aceit�vel se for numa afirma��o elogiosa ou "positiva"?

    O rid�culo dessa cartilha n�o nos deve cegar para o fato de que est� come�ando o que parece ser uma ampla distribui��o, que certamente atingir� as escolas, nas quais, j� hoje, s�o obrigadas a classificar racialmente os alunos, dando a entender que certas �reas certamente considerar�o um progresso e um passo em dire��o ao ambicionado terceiro mundo a institui��o da segrega��o no Brasil. N�o podemos aceitar esse del�rio totalit�rio, autorit�rio, preconceituoso (ele, sim), asn�tico, delet�rio e potencialmente destrutivo -- e, o que � pior, custeado com o nosso dinheiro.

    Que est� acontecendo neste pa�s? Aonde vamos, nesse passo? Quanto tempo falta para que os burocratas desocupados que incham a m�quina governamental regulem nossa conduta sexual dom�stica ou nosso uso de instala��es sanit�rias? Enfim, o que � isso, pelo amor de Deus? At� quando vamos suportar sermos tratados como um povo de ovinos imbecis e submetidos ao jugo incontest�vel da "autoridade"? Todo poder emana do povo ou da burocracia? Podermos ser processados, se chamarmos um membro do servi�o p�blico de "funcion�rio"? Temos liberdade para alguma coisa? Foi o Estado que nos concedeu o direito de pensar, opinar e dizer, ou este � um direito b�sico e inalien�vel, que n�o nos pode ser tirado?

    N�o sei mais o que dizer sobre esse descalabro, esse esc�ndalo, essa vergonha, esse sinal de atraso monstruoso, que de agora em diante n�o deverei mais poder chamar de palha�ada, para n�o insultar os palha�os. At� onde vamos regredir? � preciso que reajamos, � indispens�vel que os homens respons�veis por tal despaut�rio sejam dispensados do servi�o p�blico, porque l� est�o para cometer atentados � liberdade e arbitrariedades desse tipo. � indispens�vel que assumamos nosso papel de cidad�os detentores da soberania que, pelo menos nominalmente, � entre n�s a soberania popular. CHEGA DE BURRICE, CHEGA DE ABUSO, CHEGA DE INCOMPET�NCIA, CHEGA DE MERDA JOGADA SOBRE NOSSAS CABE�AS! Ou ent�o que nos calemos e vivamos o destino de gado a que forcejam para cada vez mais nos impor, a escolha � nossa e essa iniciativa grotesca e idiota seja imediatamente esmagada, ou em breve n�o teremos direito a mais nada, nem � nossa l�ngua, aos nossos sentimentos e � escolha de nosso comportamento que, n�o sendo criminoso, � exclusivamente da nossa conta e de mais ningu�m.

    N�o podemos ser mais humilhados e envergonhados dessa forma, exijamos respeito e seriedade, defendamos nossa integridade e dignidade, rebelemo-nos e, sim, xinguemos -- bons filhos das putas -- ou, melhor, bons rebentos de profissionais femininas do sexo, para respeitar as novas diretrizes. V�o se catar, e n�o �s nossas custas, como v�m fazendo at� agora. Desculpem, mas eu n�o posso conter a indigna��o e tentar pass�-la para tantos compatriotas quanto poss�vel. Sauda��es democr�ticas, revoltadas e dispostas a se tornarem revoltosas, de

    Jo�o Ubaldo Ribeiro
    J� sei que a id�ia da famigerada cartilha foi engavetada, mas isso � o de menos. O que me assusta de verdade � que algu�m no governo tenha tido a id�ia de faz�-la e que, tendo vindo � luz a id�ia, ela tenha sido levada adiante, sem que ningu�m lhe fizesse qualquer oposi��o.

    Ser� que n�o h� uma cabe�a pensante em Bras�lia que tenha se tocado para o rid�culo da coisa? Ser� que ningu�m percebeu, sequer, como aquele texto � burro, il�gico, mal formulado e preconceituoso?!

    O pior � que o autor daquela obra-prima de ignor�ncia, insensibilidade e estupidez, pura e simples, � professor universit�rio. Fico me perguntando que esp�cie de educa��o n�o estar�o recebendo os seus alunos, quantas centenas de pequenos Goebbels j� n�o ter�o sido gerados sob sua esclarecida tutela.














    Ainda defesa de animais

    Eu soube l� no jornal que outra sa�da para denunciar maus tratos a animais �, por incr�vel que pare�a, a ouvidoria da pr�pria SEPDA.

    Acontece que se qualquer cidad�o fizer o registro de ouvidoria, a SEPDA se v� obrigada a investigar ou encaminhar ao �rg�o competente, j� que o sistema de ouvidorias da prefeitura n�o lhe deixa outra escolha.

    As reclama��es registradas na ouvidoria que s�o de compet�ncia da defesa dos animais originam visitas de vistoria feitas por veterin�rios; e, apesar de tudo, h� bons veterin�rios por l�.

    Os relat�rios de reclama��es procedentes de maus tratos s�o uma batata quente que a SEPDA � obrigada a encarar: eles s�o documentos p�blicos, aos quais os contribuintes podem ter acesso atrav�s do n�mero de registro da ouvidoria.

    Acho que, contra todas as evid�ncias, temos que ter f� -- e, mais do que isso, temos que usar todas as armas ao nosso alcance.

    As queixas devem ser encaminhadas atrav�s do telefone 2503-4654 ou do e-mail ouvidefanimais@pcrj.rj.gov.br.





    5.5.05


    Como proceder em casos de
    viol�ncia contra animais

    Estas s�o instru��es do dr. Fabr�zio Garbi, advogado de S�o Paulo que luta pelos animais. Est� tudo t�o bem explicado que merece que se d� um cut&paste e se guarde no computador, para caso de necessidade:
    "Para que haja uma investiga��o dos fatos e puni��o de eventuais culpados qualquer de voc�s pode proceder assim:

    A) Fa�a uma den�ncia an�nima no 181 (Disque Den�ncia - antigo 0800-156315). Voc� n�o precisa se preocupar pois n�o precisa dar o seu nome nem nenhum outro dado e eles N�O rastreiam o n�mero do seu telefone nem o seu endere�o. Eles te d�o um n�mero de protocolo com o qual voc� pode ficar sabendo do andamento do caso sem ter que se identificar. Pe�a a investiga��o como crime ambiental.

    Caso n�o se importe em se identificar:

    1. Redija uma peti��o em duas vias. V� ao Minist�rio P�blico e protocole. O protocolo � a entrega de uma das vias para o atendente (secret�rio, auxiliar, enfim qualquer um do Minist�rio P�blico que tenha a fun��o de receber. N�o precisa ser o Promotor). Se eles se recusarem a receber posso protocolar na sede do MP aqui em S�o Paulo/SP. � s� vc mandar pra mim. Com a entrega de uma das vias, o funcion�rio faz uma chancela de m�quina, carimba ou escreve "recebido em XX/XX/XXXX" e assina na sua via. De tempos em tempos voc� volta l� com o n�mero do protocolo e diz que quer saber o andamento. E se n�o andar voc� denuncia para a Corregedoria.

    2. A peti��o n�o precisa ser redigida por profissionais do direito (nem advogado nem outro). Est� escrito na Constitui��o que qualquer do povo pode levar crimes de que tenha not�cia ao conhecimento de autoridades para as provid�ncias que a lei prev�. Conte os fatos claramente, sem imputar responsabilidade a ningu�m (pra evitar que ameacem te processar alegando que voc� n�o vai conseguir provar - se voc� n�o responsabilizou ningu�m, s� pediu pra investigar, n�o h� problemas). Pe�a que investiguem (use esse termo) se eventualmente (use esse termo tamb�m) est�o realmente ocorrendo os fatos de que voc� teve not�cia e, em caso afirmativo, que tomem as necess�rias provid�ncias para a puni��o dos culpados na forma da lei. Anexe uma lista das testemunhas do fato e esclarecimentos de como voc� soube deles.

    3. Com o seu pedido, o Promotor fica praticamente obrigado a determinar que a Pol�cia instaure Inqu�rito. Se n�o fizer isso pode at� ser processado criminalmente pela Corregedoria. A� a Pol�cia vai colher as provas, ouvir o autor dos fatos, as testemunhas, fazer um relat�rio e encaminhar ao juiz. O juiz devolve pro promotor. O promotor analisa e se achar que os fatos constitu�ram crime, ele faz uma peti��o pro juiz chamada Den�ncia. Quando o juiz recebe a Den�ncia come�a o processo criminal. Todas as provas v�o ser analisadas, o juiz vai ouvir todo mundo de novo e vai sentenciar, decidindo pela condena��o ou absolvi��o do autor dos fatos.

    C) Se n�o se sentir seguro em fazer a den�ncia pessoalmente podemos at� fazer por voc� desde que voc� justifique os motivos pelos quais n�o o faz pessoalmente (preg�i�a n�o vale, hein, afinal quem quer ajudar precisa se esfor�ar um pouco). Mas para isso precisamos dos seus dados (telefone, endere�o, nome completo, RG, CPF, nacionalidade, estado civil e profiss�o) para as autoridades poderem falar contigo, saber como voc� ficou sabendo e assim chegar �s testemunhas dos fatos. A peti��o sem testemunhas n�o leva a nada.

    POR FAVOR S� N�O ESQUE�A DE NOS AVISAR COMO EST� O ANDAMENTO POIS TAMB�M FICAMOS PREOCUPADOS COM OS ANIMAIS.

    Os problemas mais comuns que eu vejo fazerem "acabar em pizza" s�o:

    a) as pessoas ficarem preocupadas em colocar na m�dia (TVs, jornais etc) e esquecerem que a Pol�cia e o Judici�rio s� funcionam se forem provocados conforme manda a lei, ou seja, por peti��es e verifica��es de andamento dos processos;

    b) a Pol�cia tem muitos casos pra cuidar e nem sempre d� conta mas com o Minist�rio P�blico tendo requisitado a investiga��o, eles ficam mais comprometidos. Ainda que o relat�rio do delegado eventualmente seja no sentido de "n�o d� pra concluir", o Promotor n�o precisa aceitar. Ele pode discordar e Denunciar mesmo assim. Ent�o acompanhe o andamento do Inqu�rito e, principalmente, do processo. Muita coisa acaba "em pizza" porque depois de um tempo as pessoas esquecem. Pra saber o andamento, eventualmente falar com o Promotor (�s vezes nem � necess�rio falar com ele. Qualquer funcion�rio do Minist�rio P�blico pode te dizer quais s�o as novidades ou mesmo te mostrar o andamento;

    c) Pol�cia n�o tem poder de arquivar BO nem Inqu�rito. S� quem pode fazer isso � juiz, a pedido do Promotor. Ali�s, a Pol�cia tem apenas 30 dias pra concluir as investiga��es. Se n�o conseguir tem que pedir mais prazo e, antes de dar mais prazo, o juiz tem que ouvir se o Promotor concorda. Ent�o vale mais a pena ainda ver se est�o se movimentando como mandda a lei. Processos s�o p�blicos. Qualquer pessoa do povo pode chegar no balc�o e pedir pra ver. As pessoas evitam porque acham que n�o v�o entender o "juridiqu�s", ou seja, a liguagem t�cnica. Mas com boa vontade d� pra entender a maior parte. E o que vc n�o entender pode me perguntar que a gente ajuda.

    Em �ltimo caso, se o Promotor n�o estiver cumprindo corretamente sua fun��o, relate isso � Corregedoria.

    Fabr�zio Garbi - Advogado
    OAB/SP n.� 162.020
    fabrizio@garbi.com.br










    Lar, doce lar

    A not�cia do dia � a Keaton, que encontrei l�pida, fagueira e bem disposta. Ela tira os pontos -- ou o que resta deles -- amanh�.

    Assim que cheguei, correu e se escondeu embaixo da cama.

    Tive que pedir muitas desculpas por ter viajado at� que ela se dignasse a sair de onde estava e viesse me cumprimentar, com aquele ar de n�o-me-apronte-outra que s� os gatos sabem fazer.

    Agora, feitas as pazes, est� aqui ao meu lado, dormindo, como de h�bito, em cima do computador; a barriguinha est� horr�vel, toda pelada, cheia de pontos e curativos, mas parece que n�o d�i mais.

    Ela j� est� saltando sem problemas para a janela e para a pia e, o que � mais importante, j� est� at� implicando com o Lucas novamente.

    Reina a paz.





    3.5.05


    Direito animal

    Protetores perguntam: h� algum advogado especializado em direito animal na casa, que queira assumir a causa dos gatinhos capturados hoje?

    Em nome deles, dos gatos e no meu, agrade�o qualquer informa��o.








    Teotihuac�n fica a uma hora da capital, e � um dos s�tios arqueol�gicos mais importantes e misteriosos do mundo.

    N�o se sabe quase nada a respeito desta cidade extraordin�ria. Provavelmente come�ou a ser constru�da em torno de 200 a.C., mas n�o se sabe como, ou por quem.

    Estima-se que tenha abrigado, em seu apogeu, cerca de 125 mil pessoas; mas n�o h� pista dos seus habitantes, nem utens�lios, nem restos humanos.

    Nada.

    Quando os astecas a encontraram, por volta do ano 1.200 da nossa �poca, j� estava abandonada h� uns 500 anos.

    Seus pontos altos -- literalmente! -- s�o as pir�mides da Lua e do Sol. Embora tenham alturas diferentes, obedecem �s varia��es do solo e est�o no mesmo n�vel.



    Sim, crian�as, pasmem: eu subi l� em cima!

    Pir�mide da Lua, 66 metros de altura, �ngreme �s pampas.

    N�o recomendo a quem tenha vertigem.



    A arquitetura � um prod�gio de c�lculo e de engenharia mas, por admir�vel que seja, n�o chega a ser propriamente amistosa.

    O ar � seco e a altitude -- 2.300 metros -- tira o fol�go.

    At� a vegeta��o � in�spita, ressequida.



    Eu estava mais ou menos de olho nas pessoas, mas quando vi alguns desses passarinhos, n�o quis perd�-los de vista at� fotograf�-los. O problema � que, al�m da camuflagem perfeita, s�o muito pequetitinhos e velozes.

    Deram trabalho.

    Quando, finalmente, consegui as fotos, cad� pessoas?

    Tinham sumido todas, n�o s� as quatro do meu grupo, mas todos os turistas, todos os guias e -- inacredit�vel! -- todos os vendedores de artesanias.

    Eu estava totalmente sozinha.

    At� onde podia ver, n�o avistava vivalma; o �nico barulho era mesmo o dos passarinhos e, logo depois, o do vento, que levantou uma poeirada indescrit�vel.



    Eis-me perdida entre as pir�mides: dist�ncias enormes, degraus por toda a parte, ningu�m, absolutamente ningu�m, � vista.

    N�o bom.



    Depois que a gente sai da �rea das pir�mides, fica dif�cil andar pelos degraus. As pedras s�o irregulares e, em alguns trechos, pontiagudas.

    Um tornozelo torcido numa hora e num lugar desses n�o � uma boa pedida.

    Resolvi, pois, cortar caminho pelo mato, preocupada apenas com uma coisa: que escurecesse antes de eu chegar a uma das sa�das.



    Pois n�o � que deu certo?

    Depois de uns arranh�es de cacto e de umas picadas bobas de insetos, acabei na Avenida dos Mortos, mal comparando uma esp�cie de Presidente Vargas l� deles.

    Daqui, era s� seguir em frente.

    Eram 18h30, meia hora antes do p�r do sol.

    E, por incr�vel que pare�a, exatamente o hor�rio combinado com o grupo. Os outros, por�m, acharam tudo r�stico demais e recolheram-se ao ar refrigerado da van bem antes de mim.

    Na volta para os respectivos hot�is, passamos pela Bas�lica da Virgem de Guadalupe, civilizada, cheia de gente e de confortos modernos; mas eu j� estava com saudades das minhas pir�mides amea�adoras, dos meus passarinhos e da sensa��o de estar perdida num dos lugares mais impressionantes da face da terra.





    2.5.05





    Milagre Inal�mbrico no Z�calo!

    Pronto, incr�us! A� est� o milagre que Aqueles Que T�m F� enxergam sem maiores dificuldades: a imagem inal�mbrica de N. Sra. do Z�calo, aparecida no Dia Primeiro de Maio de 2005 neste humilde blog seu servidor.

    Aturdida com os decib�is selvagens que trovejavam l� fora, perdeu-se no meio do caminho com duas crian�as, mais a Madre Teresa de Calcut� (em amarelo) e, em vez de ir para a Catedral, acabou presa na cortina do quarto 307 do Hotel Majestic.

    Se algu�m estiver vendo mais alguma coisa, avise.

    Em tempo: Foi isso mesmo que voc�s viram?

    Enquanto voc�s debatem os mist�rios da f�, vou jantar.

    Hoje passei o dia em Teotihuac�n, um dos lugares mais impressionantes que j� vi; mas me distrai cinco minutos fotografando uns passarinhos de cabe�a e vermelha e, quando dei por mim, era a �nica pessoa entre aquelas pir�mides nada aconchegantes.

    O sol come�ava a se p�r, uma tempestade de areia varria a regi�o e eu j� estava seriamente tra�ando estrat�gias para passar a noite naquele descampado quando, enfim, achei a sa�da.

    N�o tenho d�vidas de que fui salva por N. Sra. do Z�calo, para quem acendi duas velas inal�mbricas assim que cheguei ao hotel e, ainda no caminho, no santu�rio da sua comadre, a Virgem de Guadalupe, fiz o sacrif�cio ritual de um sandu�che de pernil.

    Depois eu conto; agora vou correr, se n�o o restaurante fecha.




















    O Parque dos Dinossauros

    N�o posso me queixar: hoje foi um dia cheio.

    N�o sei mais h� quanto tempo eu n�o via uma manifesta��o dessas.

    Como j� contei, minha sensa��o predominante foi de nostalgia; a quantidade de Fuscas que circulam nessa cidade aumentou a ilus�o de volta no tempo, mas isso nem era t�o dif�cil, dado o repert�rio dos companheiros.

    As m�sicas s�o as mesm�ssimas que a gente cantava nos anos 70!

    De l� para c� n�o inventaram nada de novo ou, se inventaram, n�o colou. O grande hit continua sendo o de sempre:
    De pie marchar, que el pueblo va a triunfar;
    ser� mejor la vida que vendr�
    A conquistar nuestra felicidad
    y en un clamor mil voces de combate se alzar�n
    dir�n canci�n de libertad
    con decisi�n la patria vencer�
    Y ahora el pueblo que se alza en la lucha
    con voz de gigante gritando: adelante!
    Todo mundo, vamos l�:
    El pueblo unido jam�s ser� vencido!
    El pueblo unido jam�s ser� vencido!
    El pueblo unido jam�s ser� vencido!
    Muitas das reivindica��es tamb�m s�o as de sempre e, no atacado, continuam valendo. O mundo n�o toma jeito, nem prum lado, nem pro outro.

    Esta passeata dava um bom tratado sociol�gico ou um excelente parque tem�tico, mas confesso que n�o estou � altura de desenvolver a id�ia.

    Tudo o que eu quero agora � desfrutar o sil�ncio e o fresquinho do quarto e, nem acredito!, dormir: aquela coisa que n�o se pode fazer no Z�calo.

    O dia terminou com uma ironia deliciosa.

    Deixei os companheiros na pra�a, bradando contra a globaliza��o, muitos usando camisetas do Che ou do Fidel, e jantei no restaurante aqui da esquina.

    � a Bodeguita del Medio, t�o falsa quanto uma nota de tr�s.

    Virou franchise, os gar�ons mexicanos imitam sotaque cubano e, na sa�da, h� camisetas e souvenirs variados (e car�ssimos) � venda, onde se l� Bodeguita del Medio, Mexico.

    S� aqui no pa�s h� umas seis, e in�meras outras na Europa. Ainda este ano, abre-se uma filial brasileira.

    A comida, pelo menos, d� de dez em qualquer MacDonalds: comi feij�o preto com arroz igualzinho ao nosso, com banana frita e um ensopadinho de carne, tudo generosamente regado a Coca Light.



    PS: Antes que algu�m quebre a cabe�a tentando conjugar a altura da minha janela com o �ngulo das fotos -- a maioria foi feita no terra�o do hotel, quatro andares acima.





    1.5.05


    Mais viagem

    Dica: ningu�m escreve sobre viagens neste pa�s -- digo, aquele, �, o nosso -- como este mo�o aqui.











    Onde est� Wally, ou:
    Agora sim...

    Estou espichada no quarto do hotel, com as costas apoiadas contra o espaldar da cama. A luz do entardecer filtra-se suavemente atrav�s das cortinas, e os �nicos ru�dos s�o o zumbido af�vel do ar refrigerado e os pios da passarada l� fora.

    Nem preciso dizer que troquei de hotel, n�o?

    Ainda mais porque, logo de manh�, el acceso inal�mbrico se murri� -- e, com ele, uma das poucas vantagens do Majestic.

    Passei a manh� fotografando a manifesta��o l� do alto e, depois, acompanhando os companheiros, por puro saudosismo: h� tanto tempo eu n�o gritava "El pueblo unido jam�s ser� vencido!".

    Senti muitas saudades do tempo em que eu ainda acreditava que havia um mundo politica e humanamente vi�vel.

    N�o mais.

    Hoje s� acredito em sil�ncio e em ar refrigerado.

    De modo que, depois de muito andar pelo centro e de espiar meus pecados na Catedral, que � deslumbrante, catei meus trens, chamei um taxi e vim para o outro lado da cidade, para o La Casona, um hotel simp�tico, acolhedor, com acceso inal�mbrico e sem vista.

    Caro, sim, mas nada exorbitante: o sil�ncio � de ouro.

    Mais fotos depois, aguardem!

    Agora que j� dei esta descansadinha b�sica vou pra rua de novo, explorar minha nova vizinhan�a.

    PS:espiar mesmo, com S. Expia��o com x � contra os meus princ�pios.






    Onde est� Wally, ou:
    Durma-se com um barulho desses...

    Bom, onde � que n�s est�vamos mesmo?

    Ah, sim: em Playa del Carmen, ou pura e simplesmente Playa para os �ntimos; uma esp�cie de B�zios ou Arraial da Ajuda, com o mesmo tipo de restaurante, o mesmo tipo de pousada e o mesmo tipo de italianos e argentinos que viajaram num �cido um pouco mais esquisito nos anos 70 e ca�ram das beiradas do mundo.

    A diferen�a � que o mar em Playa � aquela coisa azul-turquesa que chega a doer no olho, e a �gua � quentinha.

    E, claro, tudo � em d�lar. Muito d�lar!

    O hotel era um primor. Clean, aconchegante, tinindo. S� n�o tinha conex�o internet e -- s� reparei na sa�da -- TV no quarto. Foi, ali�s, o rapaz da portaria quem mencionou isso, porque n�o cheguei a notar.

    (TV no quarto: n�o quero tocar neste assunto.)

    Bati muita perna pela cidadezinha, mas mergulhar que � bom neca: o mar estava p�ssimo, t�o batido que n�o dava nem para snorkel. Os barcos n�o sa�am h� dois dias.

    Acabei indo � praia, onde fiquei lendo sobre a hist�ria do M�xico e fotografando p�ssaros e pessoas; mas n�o faz sentido para quem � do Rio, e n�o disp�e de tanto tempo ou dinheiro, ficar lagarteando numa praia em d�lar. E em espanhol.

    De modo que fiz as malas e vim para o M�xico, de onde sai meu avi�o para casa.

    Dois dias para uma cidade deste tamanho chega a ser rid�culo. Quando eu ainda estava em Canc�n, pensando no que fazer da vida, o Ramalho me deu a dica de um hotel aqui: Majestic, colado na Catedral, plantado em pleno Centro Hist�rico.

    Muito interessante como arquitetura, barato, com possibilidades fotogr�ficas sensacionais nos quartos que se abrem para a pra�a.

    Liguei de Playa e falei com um cara muito simp�tico. A tarifa do website � U$ 100, mas ele fazia por U$ 75. Perguntei se tinha cibercaf� por perto, e ele me deu a resposta que todo mundo quer ouvir na vida:

    -- Se�ora, las habitaciones tienem acceso inal�mbrico gratuito.
    Inal�mbrico � a palavra que eles usam para dizer wi-fi. Inal era o deus tolteca dos raios; amb vem de "xamq" (pronuncia-se sham-que), que em alguns dialetos maias significa "trazido por". O sufixo "rico" � espanhol contempor�neo, e quer dizer que tem muita gente ganhando dinheiro com internet.
    Fiquei empolgad�ssima com a informa��o e, quando cheguei ao aeroporto, fui ao balc�o de hot�is para dar uma �ltima checada.

    O pre�o caiu para U$ 59, com impostos e caf� da manh� inclu�dos.

    Quando a esmola � demais, o santo n�o desconfia. Suspira de al�vio e fica feliz achando que fez um bom neg�cio.

    O hotel � realmente interessant�ssimo, cheio de personalidade, muito bem localizado para quem quer saber qual � da Cidade do M�xico. O quarto � espa�oso, limpo e confort�vel. A vista � tudo o que o Ramalho falou. O acesso inalambrico est� aqui, funcionando perfeitamente.

    Em suma: o hotel tem tudo -- menos ar refrigerado, ou um m�sero ventilador.

    Mas este � o menor dos seus males.

    Acontece que a vista fenomenal do Z�calo tem um pre�o: o barulho fenomenal do Z�calo, que impede que se abra a janela, apesar do calor de 30 graus.

    Quando cheguei, um grupo de nativos estava ind�cil, batia tambores e dan�ava ensandecido ao lado da Catedral. Tr�s seresteiros armados com viol�o, harpa e maracas cantava boleros debaixo da minha janela. Quatro diferentes grupos de manifestantes, munidos de potentes alto-falantes, berravam quatro diferentes m�sicas de protesto, interrompidas por palavras de ordem e discursos. Do quarto ao lado, vinha o barulho da televis�o, no �ltimo furo, porque qualquer coisa abaixo disso seria mesmo inaud�vel.

    Agora s�o 2h45, e os companheiros trabalhistas continuam fazendo uma pequena rave l� fora, num volume tal que, com a janela e a cortina fechadas, e tamp�es nos ouvidos, continuo escutando o repert�rio bizarro que mistura bate-estaca, passagem de som, foguet�rio e a Cucaracha.
    La cucaracha, la cucaracha
    Ya no puede caminar
    Porque no tiene, porque le falta
    Marijuana que fumar.
    Volta e meia um �nibus que chega trazendo mais companheiros para festejar o Primeiro de Maio entra na pra�a, buzinando com entusiasmo.

    Os �nibus mexicanos usam foghorns.

    N�o h� de ser nada, por�m; amanh� fica pior.

    Al�m da discurseira, dos seresteiros, dos tambores e da gritaria � domingo, e a Catedral, com seus 58 sinos, fica aqui ao lado.

    N�o vou dizer que esteja achando tudo divertid�ssimo, porque estaria mentindo; mas tenho certeza absoluta de que um dia ainda vou rir muito disso tudo.

    Update: 3h34. Agora � Pink Floyd, cantem comigo: Shine on you crazy diamond... N�o, n�o se fazem mais trabalhistas como antigamente.






    Papagaio!!!

    Voc�s reparam como a letra P est� novinha em folha?!

    Tomzinho, o que seria de mim sem voc�?!

    Muito obrigada, voc� � simplesmente o m�ximo! Consegue ser um amigo presente, atento e imprescind�vel mesmo a essa dist�ncia toda.

    Foi s� desativar o Num Lock (que ali�s nunca me serviu para nada em m�quina ou circunst�ncia alguma) e... voil�!

    Depois do tanto que eu sofri com este teclado, chega a ser at� anticlim�tico a sa�da ter sido t�o simples.

    Ufa!

    Gente, vamos fundar o f�-clube do Tom Taborda?