29.9.03 Retrato de FamíliaGanhei de presente o retrato da Família Zipper: Fábio, Jaq, Lula e Prue. Bonitinhos!Micro$oft: os riscos do monopólioDepois de amanhã a CCIA (Computer and Communications Industry Association) apresenta ao governo americano um relatório em que o monopólio da Microsoft é descrito como uma clara ameaça à segurança nacional. Parte dos motivos não é novidade: ninguém ignora a legião de bugs, worms e vírus que inferniza a vida dos usuários e, sobretudo, dos gerentes de TI. Mas o relatório da CCIA, escrito por sete especialistas em segurança, faz um alerta: a título de reforçar a segurança dos seus produtos, a M$ está criando mecanismos que ampliam cada vez mais o seu monopólio... que é, no fundo, a causa de tantas invasões malsãs! Em suma: os computadores e seus usuários estão sendo vítimas de um círculo extremamente vicioso.* * *“A presença deste sistema operacional único e dominante nas mãos de praticamente todos os usuários representa um risco fundamental”, afirma a CCIA na apresentação do relatório. “A migração cada vez mais ampla do mesmo sistema para o mundo dos servidores aumenta o perigo ainda mais.” “A maioria dos computadores do mundo roda os sistemas operacionais da Microsoft; assim, a maioria dos computadores do mundo está sujeita aos mesmos vírus e worms, ao mesmo tempo”, explica o relatório. “A única forma de acabar com isso é evitando a monocultura de sistemas operacionais, e por razões tão óbvias e justas quanto as que nos levam a evitar a monocultura na agricultura. A Microsoft amplia o problema através de uma série de práticas que trancam os usuários nas suas plataformas. O impacto sobre a segurança representado por este lock-in é real, e é um perigo para a sociedade. (....) As ameaças à segurança internacional apresentadas pelo Windows são significativas, e devem ser afastadas sem demora.” * * *Para mim, a questão é tão evidente que, em tese, nem deveria mais merecer discussão. As nossas vidas hoje dependem, de forma crucial, da rede de computadores que usamos, direta ou indiretamente. Que essa necessidade vital esteja nas mãos de uma única empresa é, mais do que absurdo, apavorante. Pensem: estamos todos — usuários, escolas, hospitais, empresas de tecnologia e por aí vai — entregues, de mãos atadas, à Microsoft. Isso significa que basta um elemento mal intencionado descobrir uma falha de segurança para que todos percamos horas tentando livrar as máquinas de mais uma praga eletrônica; significa que não temos idéia do que a M$ sabe ou deixa de saber sobre nós e os programas que usamos; e significa, ainda, que sempre pagaremos preços absurdos pelo software que usamos (ou correremos os riscos de enfrentar a lei) porque um monopólio, conforme se sabe (e se vê) cobra o que bem entende pelo que vende. * * *Já é bastante mau que isso aconteça com a sociedade em geral; mas quando se entra na área governamental a coisa é deixar os cabelos de pé. Se até os EUA já começam a se convencer que a M$ é um risco à segurança nacional, o que dizer do resto do mundo? Nenhum governo consciente e zeloso da sua soberania, em parte alguma do planeta, deveria rodar o que quer que fosse em plataformas de software proprietário. Simples assim. Isso não é implicância minha com a Microsoft; é apenas a constatação do óbvio. A situação seria igualmente preocupante se o monopólio fosse da Apple ou da Sun. * * *A CCIA, que luta por “mercados abertos, sistemas abertos, redes abertas e concorrência aberta”, é uma organização sem fins lucrativos que reúne executivos de algumas das principais empresas do setor de informática e telecomunicações, entre elas Sun, Fujitsu, Nokia, Nortel Networks, AT&T, Verizon, Oracle, Yahoo! e AOL. Fotolog da semana: ZipperJaq Joner e Fábio Nagel são um simpático casal gaúcho de produtores de vídeo e cinema. Transplantados para o Rio há alguns anos, eles retratam seu cotidiano em “Zipper”: da pizza à meia-noite na ilha de edição ao passeio na praia, com direito a muitas fotos das cadelinhas Lula e Prue.(O Globo, Info etc., 29.9.2003) 28.9.03 Cold turkeyOs servidores do provedor do Fotolog estão todos fora do ar. Dessa vez, nada a ver com problemas do Fotolog em si, mas frustrante do mesmo jeito para os viciados...No grupo de discussão onde o povo bate cabeça, Polaroid Billy, um fotologger conhecido de todos, resume a situação: "fotolog's down! dang...guess i'll have to have sex tonight. it's the only thing i know of that's as good as fotolog. good luck adam, i hope things turn out alright. i'll check in in the morning. good night folks...Tsk, tsk. 27.9.03 Ó céus, ó vida...Meninos, desculpem a ausência de ontem, mas sexta é dia de fechamento, o Mark e a Bia foram pra Salvador, os gatos ficaram histéricos e, ponto culminante, a assistente doméstica esqueceu a porta do freezer entreaberta. Quando cheguei do jornal, a casa estava cheia de marcas de patinhas molhadas, e a cozinha... bom, a cozinha...*sigh* Em compensação, tem umas fotinhas lá no Fotolog: uma série de praia, vários gatos em diferentes poses, alguns livros. Bom fim de semana para todos, e Shaná Tová! Que este seja um ano de mais juízo e paz pelo mundo do que o que passou. 25.9.03 Vida cariocaRecebi este email há uns 20 dias, acompanhado das lindas fotos acima. Adorei. Escrevi para autora perguntando se podia publicá-lo aqui, mas a resposta sumiu na minha caixa de entrada, que está -- para variar -- um caos.Hoje, finalmente, resolvi pegar a mailbox à unha. Estou há horas capinando as msgs. E, no meio do spam e dos press releases -- muitas vezes impossíveis de distinguir uns dos outros -- encontrei a resposta. Valeu, Júlia! "Não sei se você gosta de passear no aterro. Eu e meu marido costumamos de vez em quando dar uma chegadinha lá. No último domingo o dia estava lindo e a chamada era: "Vamos para o aterro tirar algumas fotos das árvores!" E, para que não restem dúvidas..."Foi com prazer que li a sua coluna sobre a matéria recém-veiculada pela BBC quanto a uma “possível” relação da toxoplasmose com alterações cognitivas e comportamentais. Na qualidade de médica responsável pelo ambulatório de Toxoplasmose do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas/FIOCRUZ recebo há anos pacientes encaminhados dos mais diferentes serviços com as mais diferentes manifestações da infecção, mas de modo geral, a tônica é a desinformação tanto da população quanto da classe médica. Toxoplasmose é uma infecção causada por um protozoário (parasita composto por uma só célula) que tem um ciclo evolutivo complexo onde o gato tem papel de perpetuador no meio ambiente.I rest my case. Fala, Tom!"Acho que merece tradução (em todos os sentidos, do inglês e para a linguagem leiga), dos pontos mais importantes do verbete do Manual Merck: Hoje!André Machado no Vida DigitalHoje o Vida Digital, nosso costumeiro papo das quintas-feiras, vai ao ar com o André Machado. Ele e o engenheiro Marcos Tadeu Vidal, professor de engenharia de telecomunicações e diretor da consultoria de segurança em TI V2R, vão falar sobre software livre e segurança, dois temas muito legais a respeito dos quais ele manda incrivelmente bem.Não percam! Vocês sabem, né? No lounge do Rio Design Barra, às 20hs. Gugu viu o gatoNem a BBC escapa da epidemia de falsificação da notíciaNa segunda-feira, o assunto do dia ainda era o programa do Gugu. Que se discuta a suspensão, eu entendo; mas que alguém tenha se surpreendido com a reportagem falsificada, sinceramente, escapa à minha compreensão. Houve, em algum momento, alguma coisa que não fosse falsa naquele programa — a começar pelo falsificador? Além dos telejornais (e, ainda assim, com ressalvas) há alguma coisa verdadeira na televisão brasileira? Se há, ainda não vi — não tive essa sorte. Só vejo uma programação cada vez mais apelativa, sem qualquer compromisso com a realidade. A falsificação não é uma exceção. É a sua linguagem preferencial, o idioma natural dos seus personagens grotescos. * * *Mas não é só na televisão, e não é só aqui. Na própria segunda-feira, o site da BBC Brasil trazia notícia veiculada como séria. Um amigo me mandou, apreensivo: “Parasita de gato altera personalidade de humanos, diz pesquisa”. Não tenho a menor confiança em manchetes que terminam com as palavras “diz pesquisa” — pois, em geral, não tenho a menor confiança em 99% das pesquisas. Para ficar apenas num fato da memória recente, basta lembrar aquela que o Tony Blair apresentou à ONU, para provar que o Iraque estava até os dentes com armas de destruição em massa. Guardei o e-mail dos gatos para ler depois. Mas, em menos de duas horas, 19 pessoas me enviaram links para a BBC. A coisa assumia proporções alarmantes. Fui checar: “Cientistas estão responsabilizando os gatos por infectar metade da população da Grã-Bretanha com um parasita que pode alterar a personalidade das pessoas. Os dados emergem de pesquisas de universidades britânicas, tchecas e americanas, feitas em torno do Toxoplasma gondii, um protozoário que existe em quase toda a população de felinos.” Depois dessas 50 palavras, só me ocorreu uma 51ª, inglesa, para casos assim: Bullshit ! Como sabe qualquer pessoa com um mínimo de interesse por gatos, só carregam este protozoário gatos que se alimentam de ratos. Não há hipótese de um gato de apartamento transmitir toxoplasmose. Então, “quase toda a população de felinos” onde, cara-pálida? Pode ir tirando a minha Família Gato daí. “Os homens infectados, segundo o estudo, tendem a ser mais agressivos, anti-sociais e menos atraentes. As mulheres, por outro lado, se tornam mais desejáveis e divertidas, mas menos confiáveis e possivelmente mais promíscuas.” O “achado” está levando os cientistas a associar a contaminação endêmica da população de gatos com a cultura de um país — cientistas não perdem uma oportunidade de cientificar. A França, por exemplo, tem mais gatos infectados do que a Grã-Bretanha, “o que explicaria as mulheres francesas serem consideradas mais sensuais do que as britânicas.” Quer dizer: a atração irresistível da Camila Parker-Bowles, de quem o príncipe Charles queria ser o Tampax, e por quem jogou tudo para o alto, inclusive a princesa Diana, provavelmente vem de um casal de siameses clandestinos que ela mantém em cativeiro. * * *Mas, olha aí, o estudo não foi feito por “universidades britânicas, tchecas e americanas”, mas apenas por pesquisadores da universidade Charles, de Praga, que aplicaram questionários a 857 recrutas tchecos. Qualquer pesquisa de comportamento geral que se baseie num grupo tão específicamente... uh, questionável... nem deve ser questionada. Mas os “cientistas” pesquisadores conseguiram descobrir que, entre esses recrutas, os que eram sorologicamente-positivos à toxoplasmose eram menos criativos e impulsivos, e tinham um QI mais baixo, ora vejam só. * * *O “estudo” não passa de uma pensata cheia de termos científicos, não chega a conclusão alguma e — palmas para os pesquisadores tchecos — tem mais pontos de interrogação do que referências bibliográficas. Abrindo a possibilidade para que, amanhã, com os mesmos dados, outro grupo de cientistas prove exatamente o contrário. Como, por exemplo, que a falsa ciência, amparada pelo mau jornalismo, é capar de fazer com que uma jornalista sensata do outro lado do mundo (eu, who else ?) se sinta obrigada a defender de público a Tati, o Lucas, a Netcat, a Pipoca, a Tutu, o Mosca e a Keaton (na foto). * * *Ah, sim — como se pega toxoplasmose? A dra. Heloisa Justen, uma das maiores autoridades brasileiras em gatos, diz que a principal causa da doença na Europa, de onde vieram o “estudo” e a reportagem sensacionalista, é comer carne crua. Gatos não passam nem perto. Aqui, sim — é comer hortaliças mal lavadas e ter contato direto com fezes de gatos portadores do toxoplasma gondii. Mas por contato direto leia-se ingerir essas fezes — que, aliás, devem estar por ali há pelo menos cinco dias, tempo necessário para que a forma infectante dos protozoários se manifeste. Enfim. É só para não continuarmos comendo gato por lebre, o que estamos fazendo desde que a imprensa propriamente dita decaiu, a televisão assumiu e BBC e Gugu passaram a ser farinha do mesmo saco. (O Globo, Segundo Caderno, 25.9.2003) "Vivência cultural te faz melhor jornalista"O Comunique-se pôs no ar a transcrição do chat de que eu participei ontem à tarde. Esta é a abertura que eles fizeram:Blogs, fotologs e o Caso Gugu foram alguns dos temas abordados durante o "Papo na Redação" desta quarta-feira (24/09) com Cora Rónai, editora do caderno de Informática e colunista do jornal O Globo. "Acho o blog uma caixa de ressonância genial pra gente ouvir os leitores. E os blogs modificam o jornalismo na medida em que os leitores que têm blogs passam a ser, de certa forma, 'colegas'. As pessoas começam a buscar as informações por nomes de outras pessoas, e não por griffes", disse ela, ao responder uma das perguntas dos usuários que participaram do chat. Para ler o resto, clique aqui. 24.9.03 Há muito tempo eu não lia nada tão estapafúrdio quanto a matéria da BBC BR sobre gatos: Parasita de gato altera personalidade de humanos, diz pesquisa. Uma luz vermelha acendeu na minha cabeça assim que alguém me mandou o link; como o Cesar, eu também pensei: "Lá vem boimate!" O boimate, vocês lembram? foi uma pegadinha de Primeiro de Abril em que a Veja caiu legal: um cruzamento de boi com tomate, excelente para molho à bolonhesa. Mas, estranhamente, a BBC BR dá a notícia como coisa séria. Fui clicando em marcha-ré para ver se a história estava mesmo na página da BBC, ou se seria um hoax plantado num lugar diferente; o pior é que está lá sim, com chamadas em todas as outras páginas. Seria uma tradução equivocada? Fui ao site da BBC UK, na Inglaterra, em busca do original. Lá, porém, não consegui encontrar nada a respeito do assunto. Pode ser que eu não tenha procurado direito, mas juro que revirei tudo com gosto e... neca! Bom, como costuma dizer o Marcito, o que só existe no Brasil e não é jabuticaba, é besteira. E, dessa vez, besteira da grossa. Vejam o primeiro parágrafo: "Os dados emergem de pesquisas de universidades britânicas, tchecas e americanas feitas em torno do Toxoplasma gondii, um protozoário que existe em quase toda a população de felinos." Numa única frase, duas falhas gravíssimas. Para começo de conversa, só carregam o toxoplasma gondii gatos que se alimentam de ratos e que tenham, por acaso, comido um rato infectado. Gatos de apartamento estão totalmente fora dessa. Então, "quase toda a população de felinos" onde, cara pálida?! Depois, as tais pesquisas não foram feitas em "universidades britânicas, tchecas e americanas", mas apenas na Universidade Charles, de Praga. E têm muito pouco a ver com o que está na "reportagem". O estudo tenta retomar uma velhíssima -- e já descartada -- teoria que liga a esquizofrenia à toxoplasmose. (Acho que toda vez que algum "cientista" está sem assunto, desencava uma teoria aposentada, dá-lhe uma espanada básica e um banho de loja, e liga para um "jornalista" sem desconfiômetro.) Acontece que a esquizofrenia é das doenças mais regulares do planeta. Ela afeta 1% da população em qualquer população, em qualquer parte do mundo. É, aliás, uma doença fascinante, do ponto de vista de estudos sociais. Poucas se prestam a tantas conclusões erradas e tantas demonstrações de preconceito; mas isso é outra história. Conversem com um especialista em doenças infecciosas, e vocês verão que essa regularidade, esse 1% afetado, em qualquer hemisfério ou quadrante, está muito longe de ser o padrão de uma doença infecciosa. Portanto, alguém que ainda esteja batendo nessa tecla está, pelo menos, desatualizado. O estudo, pelo que eu pude ver -- e ao contrário do que dá a entender a BBC -- não tem nenhuma pretensão de revolucionar o mundo. É só uma pensata. E ruim. O fato de alguém ser "cientista" ou "pesquisador" não faz desse alguém, automaticamente, uma pessoa inteligente e séria. Ou bem intencionada. Além disso, um "pesquisador" ou "cientista" pode escrever sobre o que bem entender. O que não pode é um jornalista, numa rede supostamente séria como a BBC, "comprar" a primeira teoria idiota que encontra pela frente, transformar perguntas em afirmações e, de quebra, usar "quase toda a população de felinos" como bode expiatório. Os gatos já são vítimas de preconceitos demais para que se faça isso com eles! Quem acompanha este blog já leu, aqui, uma série de histórias de horror; elas são a ponta do iceberg da desumanidade para com esses bichinhos. Para mim, essa cretinice da BBC não é apenas uma matéria sensacionalista e mal apurada; é um verdadeiro crime. Eu volto ao assunto na quinta-feira, lá no jornal. 23.9.03 Não deixem de clicar sobre as fotos: elas levam ao trabalho do Fernando Lopes, um carioca que eu "descobri" lá no Fotolog e que está fazendo um trabalho sensacional na Holanda. Webcam no celular!Um dos grandes desafios das operadoras de telefonia móvel é convencer os usuários a fazerem mais do que apenas falar. Afinal, hoje há aparelhos que são verdadeiros computadores — e uma mina de ouro em potencial a ser explorada em serviços como mensagens multimídia, games e chats. Na semana passada, a Vivo apresentou algo inédito: vídeos, já disponíveis para quem tenha os telefones LG Life, Motorola T720, Samsung Twist e Toshiba Audiovox. São trailers de longa-metragens, video clips, filminhos sobre carros e os eróticos de sempre.É divertido rodar um vídeo no celular, e muita gente vai experimentar — nem que seja para descobrir que as telinhas pequenas não chegam a dar uma dimensão empolgante às imagens em movimento. Mas há um trunfo sensacional entre as cartas da Vivo: a possibilidade de se conectar webcams a partir dos celulares. Qualquer webcam, daquelas que nos mostram a quantas anda (ou não) o trânsito às que tanta gente já tem em casa, em cima do micro. Imaginem: conferir, pelo telefone, se as crianças estão dormindo, se os gatos estão aprontando, se está tudo direitinho na loja... Os novos serviços são pagos por assinatura mensal (R$ 9,90) mais Kilobytes “consumidos” (a partir de R$ 0,04 por Kb em regiões 1XRTT — por enquanto, Rio e SP — e custo de uma ligação normal nas demais). * * *Para quem não agüenta mais celular, um consolo: já existe um concurso de arremesso de telefone. Ele se realiza na Finlândia (terra da Nokia, onde todo mundo tem celular) e aumenta em popularidade a cada ano. Vida DigitalEssa semana, é a vez do André Machado: nosso intrépido repórter e o engenheiro Marcos Tadeu Vidal, professor de engenharia de telecomunicações e diretor da consultoria de segurança em TI V2R, vão falar sobre software livre e segurança no próximo encontro no Rio Design Barra. Quinta-feira, dia 25, às 20hs. Fotolog: Gato ZecaZeca, gatinho de Fernando Lopes — um extraordinário artista gráfico brasileiro que vive em Maastricht, Holanda — quase nunca aparece no fotolog que leva seu nome. Em www.fotolog.net/gato_ zeca. (O Globo, Info etc., 21.9.2003) 22.9.03 Não comerei da alface a verde pétalaVinícius de MoraesNão comerei da alface a verde pétala Nem da cenoura as hóstias desbotadas Deixarei as pastagens às manadas E a quem mais aprouver fazer dieta. Cajus hei de chupar, mangas-espadas Talvez pouco elegantes para um poeta Mas pêras e maçãs, deixo-as ao esteta Que acredita no cromo das saladas. Não nasci ruminante como os bois Nem como os coelhos, roedor; nasci Omnívoro; dêem-me feijão com arroz E um bife, e um queijo forte, e parati E eu morrerei, feliz, do coração De ter vivido sem comer em vão. (Los Angeles, 1947) ::::: Eu adoro esse soneto!!! Tenho total identificação com ele -- embora, verdade se diga, melhor seria me desidentificar, e começar logo o regime. Peguei na página do poetinha, que contém tudo o que ele escreveu: todos os livros, textos esparsos, críticas, letras de música... enfim, tudo! A liberação da obra de Vinícius de Moraes na internet é uma linda iniciativa da família, que caprichou na homenagem. Aliás, taí família pioneira em termos digitais! Lembro que, há alguns anos, quando fazer página na internet ainda não era coisa comum, uns fãs mantinham um saite bem bonito, cheio de poemas e letras de música. Pois não é que a família foi lá e mandou tirar do ar, criando o primeiro grande caso de direitos autorais online?! Daquela vez, fiquei totalmente contra a decisão. Página de fã é o que há de carinhoso e bonito; e, como a gente sabe, não é por estar na internet que um texto vai vender ou deixar de vender. Agora, óbvio, estou encantada, até porque o saite está muito, muito bem feito. É bonito, a navegação é fácil e, maravilha das maravilhas, o e-leitor ainda pode criar a sua própria antologia pessoal do poeta mais querido do Brasil -- e mandar o link para os amigos! Presentão esse, hein?! Corram lá... Update: Não deixem de ler o que o Mahna Mahna (DBTH) escreveu sobre o assunto! Ele fala daquela primeira página sobre o Vínicius, que foi tirada do ar, e se lembra do nome da autora, que eu -- confesso -- já tinha esquecido: Micheline Barroso. Obrigada pela indicação, Zé Carlos! 21.9.03 20.9.03 Dois anos de Sub-Rosa!Parabéns, querida Meg!Que venham ainda muitos 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + ... e assim por diante. Como eu já escrevi uma vez, a Meg é uma espécie de fada-madrinha da blogosfera BR. Está sempre atenta a todos os blogs, comenta aqui e ali, apresenta um ao outro, avisa aniversários e datas especiais, dá uns toques. Se não fosse por ela, a gente não estava se divertindo tanto por aqui: afinal, para que uma festa vá bem é preciso que alguém esteja prestando atenção nos convidados e vendo se está todo mundo sendo atendido. Pois ela tem sido essa pessoa. Graças a ela, nos últimos dois anos não faltou cerveja na nossa geladeira metafórica. Valeu, Meg! É lindo o amor...Como um ou dois de vocês já devem ter reparado, a vossa escriba anda meio enrolada ultimamente. Tenho a impressão de que 24 horas não bastam mais para tudo o que eu preciso (ou quero) fazer. Nisso algumas atividades têm sido muito prejudicadas, especialmente cuidar da mailbox, ler e curtir os blogs amigos. De modo que me passou despercebido um fato importante: o casamento dos blogs do Mario AV e da Adriana.Os dois agora atendem no mesmo endereço; os posts entram por ordem de chegada, ora de um, ora de outro. Conheço alguns casais que mantém blogs juntos, mas eles (os blogs) nasceram assim. Que eu saiba, esta é a primeira vez que dois blogs se juntam, de mala, cuia e escova de dente. Felicidades, meninos! Parabéns pros blogs! Detalhe: Não deixem de espiar ali pelos quadradinhos brancos. Há coisas interessantes escondidas por lá. Cuidado: mais um worm!A Well, meu anciente provedor lá em São Francisco, mandou email para todo mundo avisando que há uma nova praga entupindo os sistemas de correio eletrônico: um worm disfarçado em patch de segurança da Microsoft.Dizem eles: "Este worm se disfarça em patch de segurança da Microsoft e parece bastante autêntico. Se você usa PC e receber um email da Microft instruindo-o a instalar o "September, 2003, Cumulative Patch", NÃO ABRA O ANEXO. Este é o worm mais recente a atacar os sistemas Microsoft." A Symantec tem um bom link para o caso; e AQUI há uma reprodução da falsa mensagem. 19.9.03 Notícia tristeNossa amiga Magaly, que tantos de vocês conhecem dos comentários, está passando por um momento muito difícil: perdeu o filho mais velho, Estêvão, num acidente rodoviário.A notícia está no Eu pensando. Eu sei que nada pode amenizar o que ela está sentindo, mas acho que abraços virtuais certamente não lhe farão mal. Ufa!Demorou, mas até que enfim a Time Warner tirou aquele ridículo AOL do nome. Acho que o que aconteceu com a companhia foi a mesma coisa que acontece com mulheres que fazem maus casamentos e mudam de nome: passam anos carregando a lembrança do mau passo na carteira de identidade.Não que a Time Warner seja uma flor de empresa, pelo contrário. Ela se porta tão mal quanto outra qualquer e, na minha opinião, a Time, sua principal publicação, há tempos deixou de ser legível e/ou confiável. Mas devemos à Warner Bros. lindos filmes que encantaram algumas horas das nossas vidas. Ela não merecia ser sequer mencionada num mesmo parágrafo junto com a AOL, um dos frutos mais azedos da bolha. 18.9.03 Das alegrias de viver com gatosPatrícia Eloy, minha colega no Globo e nora do G.G. (Grande Guru) Julio Botelho, mandou um email para os amigos contando uma das melhores histórias de gato dos últimos tempos. Vejam só:"Povo, esqueçam todas as histórias que vocês já ouviram sobre loucuras que gatos fazem. Essa, provavelmente vai bater todas. Pena que eu fui a vítima.Não é o máximo, a Nikita? Cats realmente rule! Hoje!Elis & Blogs no Vida DigitalHoje o Vida Digital, nosso costumeiro papo das quintas-feiras, vai ao ar com a Elis Monteiro, contando tudo sobre blogs.Não percam! Vocês sabem, né? No lounge do Rio Design Barra, às 20hs. Desculpem, dei uma sumidinha ontem porque tive que ir a São Paulo: foi um dia interessante, mas muuuuuito comprido. Postei algumas fotos no Fotolog. Em tempo -- a foto acima foi feita com uma Kodak Easy Share LS 633, que está passando um tempinho comigo. Falando em imagensNas pequenas fotos feitas em celulares e palms,pode estar o começo de uma nova estética Quando mandei as fotos dessa página para o tratamento — que é o setor da fotografia responsável por transferir imagens para o sistema do jornal — fui informada de que elas não tinham resolução suficiente para publicação. Pedi aos colegas que as aceitassem assim mesmo. Mas é por causa dessa falta de definição que, em vez de uma única foto, como de costume, vocês estão vendo quatro. Acontece que elas não foram feitas para publicação. Na verdade, sequer foram feitas por máquinas fotográficas, na acepção tradicional do termo e do objeto: foram capturadas por câmeras embutidas em celulares e micrinhos de mão, e destinam-se, basicamente, à exibição em computadores. Em suma, não são “fotografias” como hoje entendemos as fotografias, mas imagens de cunho informativo. Uma espécie de “alô!” visual, em que o importante não é tanto acertar o foco — até porque, nelas, isso é uma autêntica loteria — mas sim transmitir um clima, um jeito, um sorriso. * * *Convivo com essas pequenas imagens precárias há dois anos, desde que passei a usar um palm com câmera. Na época, porém, a tecnologia ainda estava muito crua. As figurinhas tinham distorções demais e tamanho de menos, de modo que, passado um primeiro momento de entusiasmo, a câmera ficou relegada a eventuais “anotações” de trabalho e a um papel paradoxalmente irônico: fazer demonstrações dos prodígios do mundo digital. De uns meses para cá, porém, têm chegado ao mercado palms e telefones capazes de produzir imagens bastante razoáveis. O deslumbramento tecnológico deu lugar a um convívio mais intenso que trouxe, consigo, uma série de sentimentos conflitantes. Quando consegui a imagem do saleiro, por exemplo (lá em cima, à direita), fiquei exultante — e, logo em seguida, muito frustrada, por não ter tido a idéia de fazê-la com uma máquina fotográfica “de verdade”. Tremenda injustiça: se não fosse o Palm ao alcance da mão, eu não teria conseguido era imagem alguma! Naquele momento, a câmera “de verdade” estava em segurança, a quilômetros de distância, no quarto do hotel. * * *Minha primeira reação a essas imagenzinhas foi — como, acho, a de todo mundo que leva fotografia a sério — desprezo. Elas estão longe de impressionar. Não podem ser ampliadas, só funcionam bem em condições ótimas de luminosidade, desandam à menor contrariedade. O dia mal clareando na minha janela, que a maioria das máquinas fotográficas, digitais ou não, teria interpretado sem dificuldade, foi um desafio enorme para o telefone. Mas graças a essa imagem, que ficou até bonita com sua falta de definição, suas cores estranhas e seu foco para lá de questionável, fiz as pazes definitivas com essas câmeras. O fato é que estamos diante de uma nova estética. Não podemos comparar o que elas fazem com o que fazem Leicas e Nikons; nem, ao menos, com o que faziam as xeretas da nossa infância, até porque as usamos em circunstâncias muito diferentes. Não é por aí. Estamos assistindo ao nascimento de uma nova linguagem visual, que vai se desenvolver como forma e conteúdo ao correr das milhares de fotos que serão enviadas de celular para celular, de PDA para computador, de computador para celular, numa ciranda limitada apenas pela capacidade de armazenagem e pelo tamanho da conta. A resistência é natural. É difícil adotar, sem reservas, um novo paradigma; é difícil deixar de comparar. E é difícil, também, reconhecer valor estético em algo tão simples, que não requer qualquer esforço ou estudo. Quanto tempo a Alta Fotografia levou para aceitar as polaroids como algo mais do que subproduto das manifestações afetivas da classe média? * * *Há pouco tempo, quando as câmeras digitais se popularizaram, assistimos a um fenômeno semelhante: vários “defeitos” das fotos digitais acabaram incorporados às nossas referências estéticas. O registro do movimento, por exemplo, difícil de evitar em situações de pouca luz, passou a ser não só universalmente aceito, como, até, desejável em certas circunstâncias. Já vi fotos de moda, feitas com todo o rigor da técnica tradicional, retomando essa velocidade do gesto em filme. E fotos que há pouquíssimo tempo seriam rejeitadas em jornais e revistas hoje são não só aceitas, como alta e devidamente apreciadas. * * *Preparem-se, pois. Vem aí uma enxurrada de pequenas fotos, brotando de aparelhos que, entre outras coisas, servem até de telefone. Não as desprezem. A forma pela qual nos comunicamos não está mudando, apenas sendo ampliada. O olho é naturalmente inteligente; com o tempo, pode tornar-se generoso e criativo. Depois de passear por algumas centenas de imagenzinhas dessas, ele vai descobrir, para além do recado, seu eventual humor e sua beleza. (O Globo, Segundo Caderno, 18.9.2003) 16.9.03 Golpe ultra baixo!!!A Verisign seqüestrou todos os endereços não-registrados da internet!!! Teclem qualquer bobagem .com ou .net (tipo dafgsjd.com ou hfjgkhl.net, por exemplo, ou simples erros de digitação, como crronaiii.com) e vejam onde vai dar.Fui ao slashdot, Como diz um amigo meu, tô bege. Pronto: o Mário Jorge já me mandou uma notícia sobre o caso! Leiam aqui. O pior é que nem posso me indignar suficientemente agora; estou atoladíssima, escrevendo a coluna de quinta-feira. Ô mundo. Ah, sim: As minhas configurações continuam sumidas aqui no jornal. Entre outras coisas estou sem Javascript, portanto sem acesso às caixas de comentários. Se parecer que eu estou surda, não reparem: estou mesmo. Ele voltou! :-DE está comemorando o aniversário: são dois anos de diversão, surpresas, dicas e, sobretudo, talento e competência.Parabéns, PULSO ÚNICO! A gatinha do Galessa!Há coisa de duas semanas escrevi sobre a coleção maravilhosa de plásticos antigos do Gerson Lessa, o Galessa. Eu falava especialmente a respeito de uma gatinha de celulóide italiana, dos anos 40.Pois acabo de receber de presente da Helena (aka Helenbar) essa foto da ocasião, com este arzinho retrô impecável, perfeito para combinar com aquele lindo museu particular. Adorei tudo. O dia, os objetos velhos, os novos amigos. E agora, a foto. Helena, querida: valeu! Mais estranho ainda!Veio por email, e é muito louco...Fique onde está, isto é: sentado na cadeira. Levante o pé direito e comece a fazer movimentos circulares no sentido horário. Enquanto fica fazendo o movimento com o pé, tente escrever o número 6 no ar com a mão direita. Seu pé automaticamente mudará o sentido do movimento. Mutio estharno..."De aorcdo com uma pqsieusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul Update: Tou vindo com o milho, mas o Raphael já está voltando com o fubá! Acabo de ver que ele postou isso no sábado... :-) Huahauahuahaua! ou:"Os comentários deste post estão uma babelônia, uma torre de babette: sou a favor de "cats=_blank" para que a gente não coce a barriga do targetinho que nos adotou. Em todo caso, a nova janela felina vai cobrar por hora e não mais por quilometragem. Um absurdo, catzo." (Cesar Valente) 15.9.03 Gatos e genteMinha amiga Danuza é, agora, a feliz funcionária de dois gatos, Haroldo e Dinorah. Está -- claro -- apixonada pelos quadrupinhos. Vejam que interessante o que escreveu ontem na Folha:"Nunca pensei que os gateiros fossem tão unidos; recebi muitos, muitos, mas muitos e-mails, e como não dá para responder, tantos eles são, vai daqui um beijo meu, de Haroldo e de Dinorah. Sempre uma surpresa...Acabo de descobrir que o Lucas adora damasco.Update: Pronto, taí uma foto dele... Jorma Olilla: o poder da imagemJorma Olilla, o legendário CEO da Nokia, passou pelo Brasil na semana passada. Falou com políticos e empresários, naturalmente, mas reservou espaço na agenda para uma coletiva em que anunciou a nova estratégia da empresa para a America Latina, que pode ser resumida em duas palavras: Vamos nessa!A região é fundamental para a Nokia - e para a concorrência também. Afinal, é um dos maiores mercados potenciais do mundo, com apenas 20% de usuários de telefonia móvel. Imagina-se que, em cinco anos, ele possa aumentar 50%, passando para 170 milhões de assinantes - números inimagináveis em mercados consolidados como Europa e Estados Unidos, por exemplo. -- A Nokia estima que mais de 80% do crescimento da base global de usuários de telefonia móvel virá, ao longo dos próximos cinco anos, dos mercados emergentes - diz Olilla. Para que isso aconteça, porém, algumas coisas devem acontecer. A principal delas é (preciso dizer?) a diminuição do custo das telecomunicações, ainda caríssima para a maioria da população -- e, aliás, para a minoria também. A minha impressão é que a base da estratégia da Nokia é a catequização de operadoras e governos para a criação de condições mais "amigáveis", digamos assim, para o uso de telefones que transmitem apenas voz - ao contrário das gracinhas tão cobiçadas que tocam música, tiram fotos e mandam recadinhos. Em suma: aqueles aparelhos básicos, tão importantes para os consumidores sem bala na agulha. No outro extremo, está a oferta de unidades cada vez mais irresistíveis. Jorma Olilla -- que carrega no bolso um 3650 -- acha que a imagem já está plenamente integrada à comunicação móvel. Tanto que -- à exceção dos modelos básicos de voz e dos TDMAs, que não suportam mensagens multimídia -- todos os novos modelos da Nokia vêm com câmeras embutidas. O caminho é esse, sem dúvida: no celular, uma imagem vale mesmo por mil palavras. Tudo sobre blogs!Na próxima quinta-feira, dia 18, às 20hs, Elis Monteiro vai estar no "Vida Digital", no Rio Design Barra, explicando como criar e manter um blog. Vale lembrar: a Elis, para quem a conhece apenas daqui, está por trás do excelente "Par Elis", um dos grandes points da blogosfera BR.Fotolog da semana: EirasiHá um grupo de islandeses ótimos no Fotolog. São todos simpáticos e ótimos fotógrafos: vai ver, é alguma coisa na água que bebem. Na semana passada, um deles, o engenheiro e alpinista Einar Ragnar Sigurdsson (Eirasi, para os fotologueiros) capturou um dos mais lindos arco-íris de todos os tempos, conforme vocês podem ver aí em cima. Mas vejam mais, indo visitá-lo em <www.fotolog.net/eirasi>.(O Globo, Info etc., 15.9.2003) Tchau, Michigan!Paulinho, Kelyndra e as crianças estão se mudando para Austin, Texas. Não agüentam passar mais um inverno em Michigan, coisa que, aliás, é facilmente compreensível, considerando-se que são uns seis meses de frio e dias cinzas.A casa está à venda. Achei legal o anúncio da imobiliária, porque permite fazer um tour quase geral, vejam só. Aliás, se alguém estiver pensando em se mudar para lá... 14.9.03 Menores carentesGente, por favor, não esquentem com as crianças que têm aparecido por aqui escrevendo desaforos e palavrões na área de comentários! São adolescentes com tempo demais e vida de menos: vivem de mesada, não lêem, não vão ao cinema, não saem, namorada ou namorado, então, nem pensar -- puxa, coitados, é compreensível que sejam toscos e "revoltados", não? Basta ver que sua máxima idéia de diversão é... pichar blogs!Ignorem as bobagens deles. Quando eu estiver no computador, passo uma geral nos comentários e limpo o que ainda estiver lá -- afinal, agora, este blog tem um CommentOp de primeira! -- e pronto. No mais, bom domingo... se for possível com este tempinho horroroso: Johnny CashPor causa de toda a turbulência tecnológica da semana, acabei sem falar na morte de Johnny Cash, que senti muito. Não sou particularmente fã de música country mas, para mim, Johnny Cash era mais do que um cantor country; era uma personalidade que não sei definir bem, uma espécie de Leonard Cohen de Nashville, um raríssimo original num mundo de cópias.Quem entendeu tudo foi, para variar, o Dapieve: "Os Estados Unidos perderam outra de suas torres, dois anos e um dia depois das gêmeas de Nova York". Tempo, tempo, tempoDesculpem o sumiço, mas essa foi uma semana de lascar! Fiquei sem conexão em casa, em São Paulo tive que trabalhar numa daquelas máquinas que a gente usa na base de cartões de 30 ou 60 minutos -- que eu ODEIO! -- e, no jornal, um upgrade básico da tecnologia detonou todas as minhas configurações. Passei boa parte do meu tempo livre resolvendo problemas de linha e de máquina; há quase três dias não abro a mailbox, e estou pensando seriamente em deixar isso pra logo mais, agora que consegui resolver tudo.Só de pensar dá desânimo... Enquanto isso, no front doméstico, a coisa não está lá muito mais fácil. Os gatos ainda não se conformaram com a ausência da Bia, que viajou pra Budapest no mesmo dia em que eu fui pra São Paulo, e estão completamente neurastênicos. Gritam uns com os outros, derrubam coisas e se vingam da sorte madrasta de todas as formas possíveis. O Lucas, de quem a Bia é funcionária, é o que está reagindo pior. Ontem estava tão atacado que me mordeu. * sigh *Tudo o que eu queria na vida, agora, era o seguinte: um mês sem fazer nada, nada, nada. Pra pôr a leitura em dia, ver muito vídeo, ficar espichada na rede. Computador, só em doses homeopáticas -- e sem problemas, sem vírus, sem spam. Vou ficar querendo, né; mas sonhar é tão bom... 13.9.03 12.9.03 Dos comentáriosEscreve o Paulo Eduardo Neves, "pai" da fundamental Agenda do Samba & Choro:"Um sítio importantíssimo que está passando por dificuldades com a hospedagem é o Jangada Brasil, a principal referência sobre folclore brasileiro na Internet. Eles tiveram que substituir todas suas páginas por uma "carta aos leitores" onde explicam a situação.Helooo-ooo: tem alguém da Unisys na casa? Do Ig? Do Terra? Do Uol? Da Globo.com? Do iBest? De algum ISP de bom coração? Amigos, vamos ajudar a manter a Jangada flutuando! 11.9.03 Dos comentáriosMinha querida Cora, Caco, hoje é -- entre outras coisas -- dia de trabalhar. A parte que me coube nisso foi acordar em São Paulo, correr para uma coletiva com o CEO da Nokia, de lá sair disparada pro aeroporto, pegar uma Ponte Aérea, ligar para o jornal para me situar em relação ao andamento da edição de segunda, fazer uma paradinha rápida em casa para trocar de roupa e conferir o blog, o fotolog e a mailbox, começar a alinhavar a coluna do Info etc. e, dentro em pouco, sair para uma palestra/bate-papo na Barra, a uns 30 quilômetros (e uma hora) da minha casa. Para escrever sobre acontecimentos como o 11 de setembro (1973 ou 2001) a gente precisa de uma certa paz de espírito e, sobretudo, de um tempo que, hoje, você há de convir que eu não tive. A minha alma, porém, estava no Globo -- pois é, não tive como atualizar o blog de ontem para hoje, apesar de ter ficado no business center do hotel até às 2 da manhã. E, ainda que você não perceba, está aqui também. Falando da Nokia, sim, e brincando com o Partnerzinho que me emprestaram: eu amo tecnologia, e vejo nesses pequenos objetos, além de muita diversão, armas poderosas para que a gente possa se comunicar, possa se fazer ouvir e um dia, quem sabe, viver com mais fraternidade. E compreensão. Dois anos depois, os resquícios do diaO 11 de setembro que nos marcou para sempre - eque, cada vez mais, nos afasta dos Estados Unidos Onde você estava na manhã do dia 11 de setembro? Todos sabemos responder a essa pergunta, como sabemos a qual 11 de setembro ela se refere. Acho que mesmo para os chilenos que ainda sofrem com 1973, 11 de setembro é o de 2001, um dia gravado a ferro e fogo na memória coletiva do mundo ocidental. Todos nós nos lembramos exatamente de quando ligamos a televisão, ou de quando ela fisgou o nosso olhar; todos nos lembramos do choque e da incredulidade, dos telefonemas que demos e que recebemos para nos avisarmos, uns aos outros, do que estava acontecendo, ansiosos por cooptar outras testemunhas, incapazes de assimilar o que víamos. Geralmente, as imagens que nos chegam das grandes tragédias são ou os vídeos mal enquadrados e sem resolução dos cinegrafistas amadores, ou aquilo que as equipes de reportagem encontram no rescaldo — como os escombros fumegantes do Pentágono, por exemplo, ou as ruínas da representação da ONU no Iraque: registros perturbadores, mas de algo que já foi. Na manhã de Nova York que todos vimos, porém, estavam as torres recortadas contra o céu claríssimo, o avião, a bola de fogo, as nuvens de fumaça, o colapso: História em tempo real. Nunca antes ninguém assistira ao vivo, pela TV, a um ataque de tal dramaticidade; nunca antes as emissoras precisaram avisar aos espectadores, a intervalos regulares, de que o que estava sendo transmitido não era um filme. Apesar da audácia do plano terrorista e da dimensão das perdas, não sei se, sem essas imagens terríveis, repetidas milhares de vezes, teríamos ficado, todos, tão marcados pelo 11 de setembro.
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