31.8.03


Do Partner...

Este � mais um post ins�lito, escrito de local estranho -- para escrever posts, claro! Estou debaixo das cobertas, com os jornais espalhados, a Tutu enroscadinha em cima da minha barriga e o Mosca ao lado.

Nas minhas m�os, a maquininha faz barulhinhos bons: ping, zip, ting...

Em suma: um domingo perfeito!





30.8.03


Novamente na rua

Jantando com a Bia na Livraria da Travessa. Estou adorando este PDA!







29.8.03


YACCS fora do ar

Os coment�rios est�o fora do ar: os servidores da YACCS foram a nocaute. Voltam a funcionar dentro de 24/48 horas.

L� no Fotolog, por�m, t� tudo OK. Aproveitem para ver que brincadeira legal o Bruno Sampaio fez com a minha foto dos garis!







Sempre alerta

Voc�s repararam l� embaixo que eu fiz um post do meio do engarrafamento? Pois �. Estou testando um Partner da Gradiente, que � aquele misto de PDA e celular que vem sendo anunciado nos jornais e que, at� aqui, eu s� conhecia de foto.

Quando recebi o bichinho, achei bonito e bem acabado, ainda que um pouco pesado na compara��o com o Palm. Isso sem falar que � Pocket PC e eu sou da fac��o Palm, uma quest�o quase religiosa entre usu�rios de handhelds. Comecei a andar com ele ontem, ainda que enrolad�ssima com os comandos, completamente diferentes dos do Palm.

Agora, confesso, est� tudo perdoado � maquininha. Ela se conecta � internet atrav�s de uma linha GPRS da Oi, de uma estabilidade � toda prova. Fazer aquele post foi a minha primeira experi�ncia pessoal satisfat�ria de internet m�vel.

Eu j� vi prot�tipos fant�sticos de internet m�vel em banda larga em carros adaptados pela Qualcomm (em San Diego) e pela Siemens (em Monte Carlo), mas essas foram demonstra��es em ambientes controlados, digamos assim. Usei umas poucas vezes o wap do meu celular, que s� serviu para que eu comprovasse a sua total inutilidade, pelo menos para mim.

O acesso � web pelo Partner, por�m, � web de verdade, conforme a gente conhece. A tela � grandinha, brilhante e leg�vel; acessei o blog, o Globo e at� o Fotolog. As p�ginas entraram r�pido e, importante, bastante bem adaptadas pelo browser.

Grande sucesso com a galera que ficou para a pizza depois do papo no Rio Design.

Estou apaixonada! Acho que n�o consigo mais viver sem isso, mas � bom que tire essa id�ia rapidinho da cabe�a: a m�quina custa R$ 4 mil. Quanto ao acesso, pago por banda, nem quero pensar; ainda n�o tive estrutura emocional para fazer o c�lculo.

O pior � que, pelo que estou sentindo, essa � s� a ponta do iceberg. Imaginem quando eu tiver descoberto como equacionar o desprop�sito da minha mailbox � realidade do PDA...






Sonho 6

"sonho com uma casa alta e velha, com uma galeria, muito parecida com esta
(ando sempre a fotografar os sonhos, e s� agora dei por isso)"

Luisa Cortes�o que, l� em Portugal, faz fotos de uma ternura que s� vendo.






Nojo

Luiz Garcia e Marcito Moreira Alves falam do mesmo assunto: o desastroso loteamento da sa�de. � o assunto mais nojento do momento.





28.8.03


Estou chegando...

Pessoal, estou num taxi, em pleno engarrafamento, agua por todos os lados, mas a caminho.

Usando um Partner da Gradiente que estou testando.

Teja!






A bunda expl�cita e a intimida��o est�tica

De todo o au� gerado em torno da montagem de �Trist�o e Isolda� no Teatro Municipal, o que mais me surpreendeu foi a atitude do delegado �lvaro Lins, cioso funcion�rio p�blico, que imediatamente deu in�cio a investiga��es para saber se a bunda exibida pelo diretor tinha �correla��o com o evento art�stico�, ou se foi mesmo um �desrespeito aos espectadores�. Por pouco n�o pediu um h�beas-corpus localizado.

Eu, ing�nua que sou, achava que a pol�cia carioca tinha mais o que fazer. At� porque, por ofensiva que seja, uma bunda exposta, a mais ou a menos, n�o vai fazer a menor diferen�a no nosso panorama cultural � se ainda podemos cham�-lo assim. O delegado deve andar meio afastado da cena art�stica, o que talvez seja at� louv�vel.

Teatro n�o � lugar para a pol�cia em a��o, nem supostos desrespeitos a espectadores se resolvem com inqu�ritos. N�s j� vimos filmes parecidos com esse e n�o acabaram bem.

* * *


Dito isso, esclare�o ao delegado, apenas a t�tulo de colabora��o �art�stica�: n�o s� a bunda, tamb�m grande parte da montagem e das rea��es subseq�entes na m�dia por parte dos mentores e feitores do espet�culo foi, sim, um desrespeito aos espectadores. Sobretudo aos que o vaiaram.

A vaia � direito sagrado do p�blico, uma forma absolutamente leg�tima e democr�tica de protesto. N�o cabe a quem ofende julgar se ofendeu e quanto; o ofendido � que sabe onde lhe d�i a est�tica, e quanto lhe encheram o saco. Se o diretor tem o direito de fazer o que quer no palco, deve aceitar que o p�blico, na plat�ia, mande ver. � seu direito manifestar-se a respeito do que viu, sem ser imediatamente rotulado de conservador, ignorante ou � absoluto e rid�culo golpe baixo � nazista.

* * *


O que assistimos ao longo de toda a semana foi, mais uma vez, o velho jogo da intimida��o est�tica, que esmaga qualquer dissid�ncia. N�o h� mais produ��o cultural � ou mero entretenimento � ruim; o que h� � gente que n�o chegou l�, que n�o est� na onda, n�o � �cabe�a� suficiente para perceber o lirismo da cena da masturba��o na abertura (sem trocadilho), a grandeza po�tica da suruba da Cena XXV ou o retrato da �ndole descontra�da e folgaz� dos brasileiros na dan�a da boquinha da garrafa.

Algu�m com desagrado e coragem para dizer que a �Eg�inha Pocot�, por exemplo, n�o � propriamente uma boa can��o infantil, ou que a moral da televis�o, de modo geral, deixa a desejar, � logo jogado na lata de lixo da genial ignor�ncia muderna.

* * *


Ali�s: algu�m que ouse simplesmente pronunciar a palavra �moral� nos dias de hoje �, claro, uma criatura sem o menor poder de discernimento, incapaz de entender at� o comportamento de Bush e Blair. Pois a moral �, como ningu�m ignora, um conceito pequeno-burgu�s inteiramente ultrapassado, do qual nos livramos em meados do s�culo passado.

Reagir contra a baixaria e a pobreza mental generalizadas em que estamos mergulhados � receber, automaticamente, um atestado indel�vel de caretice � que, na gel�ia mals� das nossas id�ias semidigeridas, equivale a uma postura �de direita�, ou seja: � mais primitiva forma de vida do planeta.

* * *


Quando se fala em censura, todos n�s reagimos contra, ainda traumatizados com os anos de viol�ncia da ditadura; mas ningu�m parece perceber � ou t�m, todos, medo de perceber � a censura constante e opressora que vem, h� tempos, sendo imposta ao p�blico pelos produtores culturais, apoiados numa m�dia que lhes faz eco.

Pois ando cheia disso tudo. N�o ag�ento mais a indig�ncia mental e a vulgaridade escancarada que se ouve no r�dio, se assiste na televis�o e, com j� lament�vel freq��ncia, se encontra no teatro.

N�o tenho nada a ver com isso, assim como n�o tenho nada a ver com o subproduto mais triste para mim dessa calhordice toda � a cafajestagem descontrolada que assumiu o lugar antes ocupado pela libera��o feminina, em que a falta de intelig�ncia e de eleg�ncia � cultivada como grande conquista intelectual da �nova mulher�.

Eu fecho com quem sai no fim do primeiro ato, com quem desliga a TV e se refugia nas livrarias. Sei que sou (somos) voto vencido: o mercado n�o est� interessado em id�ias, mas em n�meros. A qualidade do que se apresenta � irrelevante diante da �pol�mica�, j� que n�o faz sucesso necessariamente quem tem algo a dizer, mas quem ganha �espa�o na m�dia� � uma medida de aferi��o acima de qualquer discuss�o num mundo em que a m�xima aspira��o art�stica � mostrar a bunda.


(O Globo, Segundo Caderno, 28.8.2003)






Virundum

Gente, que coisa: tou aqui ouvindo Johnny Cash, Ghost Riders in Sky. O diabo � que o que me bate na cabe�a � Ghostwriters in the Sky...

Deve ser deforma��o profissional.

(Ali�s: o Tom Paxton tem uma vers�o genial dessa m�sica, que se chama Yuppies in the Sky e foi gravada, al�m dele, por Peter, Paul e Mary)





27.8.03


Abel!
Oliby!


(Mais a Gaiola das Loucas; e clique AQUI para ver uma �tima foto que a Laura fez ontem da Mam�e, l� em Friburgo!)







Flash blog!

Acaba de acabar l� na Angela, com absoluto sucesso, o Primeiro Flash Blog.

Cheguei no finzinho, mas ainda a tempo de dar um al�: felizmente resolvi passar aqui antes de encerrar os trabalhos na reda��o, e achei os bilhetinhos da �urea e do Matusca me lembrando, nos coment�rios. Valeu, queridos!

Essa m�mia tem cada uma!!!





26.8.03








Tem fotinhas novas... e, agora, a Bia tem um fotolog tamb�m!






Parque de divers�es

Acompanhar a Photo Image, feira de fotografia e imagem que se realiza em S�o Paulo h� mais de uma d�cada, tem sido uma aventura emocionante. At� outro dia, esta era uma pequena feira, voltada basicamente para fot�grafos e comerciantes do ramo, curiosos em conferir os �ltimos lan�amentos em filmes, fundos para est�dios, microlabs, �lbuns, molduras e as boas e velhas c�meras de sempre. De repente, com a populariza��o da fotografia digital, a Photo Image passou a ser um dos eventos mais interessantes do calend�rio; na semana passada, concorria com a Comdex e, pelo menos no quesito �Nossa, que maravilha!� ganhou de goleada. A tal ponto que, ano que vem, estar� aberta, durante um de seus quatro dias, ao chamado �p�blico em geral�.

Claro: h� poucas �reas passando por momento de inova��o t�o intenso quanto a fotografia digital. Mesmo aqui no Brasil, com a crise comendo solta e �ndices de taxa��o t�o absurdos que s� servem mesmo para estimular o mercado negro, o setor cresce a olhos vistos. Em 2001, havia 110 mil c�meras digitais no pa�s; no ano passado, j� eram 250 mil. Ao mesmo tempo, essa � uma tecnologia em plena transforma��o. � imposs�vel acompanhar todos os lan�amentos, ou mesmo ter id�ia de quem s�o todos os fabricantes: at� na Comdex apareceram novidades, como as oito c�meras da Benq, de Taiwan.

* * *


A quantidade de megapixels, fundamental para quem pretende imprimir as fotos, j� deixou de ser problema: at� a m�quina descart�vel de que o B. Piropo falou na semana passada j� tem dois megapixels. Embora eles ainda continuem sendo refer�ncia e ponto de defini��o de pre�o, os usu�rios buscam, agora, os detalhes que tornam uma c�mera diferente da outra.

As lentes passaram a ter lugar de destaque, como desde sempre na fotografia �convencional�. A Sony navega na renomada Carl Zeiss, a Olympus criou um website para as suas Zuiko e at� a Kodak, campe� das boas c�meras descomplicadas, passou a adotar a Schneider-Kreuznach Variogon no seu topo de linha. Ora, convenhamos: com um nome desses, n�o h� consumidor que n�o se impressione...

O design (que, honra seja feita, sempre chamou a aten��o nas digitais mais sofisticadas) tem peso cada vez maior. Vide a acrob�tica Nikon Coolpix SQ � que, junto com a espartana Leica D-Lux foi, a meu ver, a mais linda c�mera em exibi��o. As duas (SQ e D-Lux) t�m pouco mais de 3 megapixels e zoom 3x, que se encontram hoje em qualquer �xereta� de US$ 300; no entanto, n�o falta quem se disponha a pagar o dobro e o triplo de tal quantia, respectivamente, para conviver com essas pequenas j�ias.

* * *


A Photo Image foi palco de alguns an�ncios importantes. A Canon fez em S�o Paulo o lan�amento mundial da EOS Digital Rebel, que indica para o �mercado amador avan�ado� mas �, na verdade, uma profissional mais leve e mais barata; a Olympus mostrou a SLR E-1, primeira c�mera de um sistema chamado 3/4, desenvolvido junto com a Kodak e a Fuji como padr�o para as digitais profissionais; e a Kodak apresentou a Easy Share DX6490, com zoom �tico de 10x, que chega ao mercado em outubro.

Por falar em Kodak e em Easy Share: uma bela novidade � a LS 633, com um visor de 56mm (enorme, pelos par�metros atuais) de diodo emissor de luz org�nico (OLED), mais brilhante e menos pesado para a bateria do que o habitual LCD.


(O Globo, Info etc., 25.8.2003)





25.8.03




A Olivinha descobriu o meu anjo da guarda!






Seven Boys

Que papo � esse? E quem s�o os sete garotos? T� tudo AQUI...








Hoje a Tutu � a estrela absoluta do Fotolog.






Dines, como sempre, na mosca.





24.8.03


Hoje, no Fotolog, els gats






O que v�em os cegos?

Acabo de ler The Mind's Eye, um artigo sensacional que o neurologista Oliver Sacks escreveu para a New Yorker de 28 de julho, sobre o que v�em os cegos. � um assunto fascinante, porque, como a gente sabe, uma coisa � a vis�o em si mesma, outra a mem�ria do que se viu e o que se imagina visualmente.

Sacks observa que h� v�rias rea��es visuais � cegueira. A maioria das pessoas continua firmemente ancorada a um mundo de imagens, �s vezes at� mais intenso e colorido do que o dos que v�em; algumas, por�m, perdem por completo essa refer�ncia, mergulhando no que John Hull, um professor ingl�s que ficou cego aos 48 anos, define como "cegueira profunda" (deep blindness).

Nos anos que se seguiram � perda da sua vis�o, Hull perdeu tamb�m todas as mem�rias visuais. Por exemplo, embora consiga perfeitamente escrever um algarismo tra�ando-o no ar com a m�o, n�o tem mais id�ia de como s�o os algarismos; guardou a lembran�a motora, mas a imagem desapareceu.

Tornou-se, assim, muito semelhante aos que nascem cegos, ou ficam cegos antes dos dois anos de idade. Para essas pessoas, obviamente, n�o existe a no��o de "vis�o" ou "cegueira", ou sequer a sensa��o da perda de um sentido.

Quando Sacks escreveu um ensaio sobre Touching the Rock, o di�rio de Hull, recebeu cartas de v�rios cegos contestando este mundo sem imagens. Um deles, Zoltan Torey, desenvolveu a tal ponto a sua capacidade de visualiza��o, que passou a "enxergar" o movimento interno de motores e engrenagens.

Toreey usa o c�rebro como, digamos, a tela de um computador, onde vai criando imagens. Quando a sua casa ficou com goteiras, por exemplo, refez, sozinho, todo o telhado. Agora imaginem s� o susto dos vizinhos, vendo o ceguinho l� no alto, mexendo com as telhas -- e, ainda por cima, entrando com a tarefa noite adentro!

Torey e o telhado sobreviveram muito bem, obrigado. E, como Hull, ele tamb�m escreveu um livro sobre a vida sem vis�o, Out of Darkness -- que acaba de ser publicado com pref�cio de, justamente, Oliver Sacks.

Para mim, o artigo da New Yorker � particularmente interessante quando levanta quest�es sobre a capacidade de visualiza��o n�o de quem � cego, mas de quem enxerga -- at� porque sou completamente destitu�da dessa capacidade, e penso muito a respeito disso.

Penso tamb�m sobre como penso, e este � outro �timo ponto abordado em The Mind's Eye: Como pensamos? Em que medida nossos pensamentos se fazem de imagens? Ou ser� que a mente prefere palavras? S�mbolos? Sons?

Enfim, ta� uma boa pergunta de domingo:

Como � que voc�s pensam?

N�o esquecendo, � claro, que -- como sempre lembra o Inagaki -- pensar enlouquece. Pensem nisso...







Assim caminha a humanidade

A evolu��o da barra de ferramentas do Photoshop: que viagem! Roubei do Andr�, que tem um baita blog.





23.8.03



Mais uma comemora��o?!

Pois �, pois � -- este blog n�o p�ra de festejar:

Hoje � anivers�rio da Laura, minha irm�.

Parab�ns, Laurita!

TUDO DE BOM... E MAIS UM POUCO!






22.8.03




Peguei l� no Dudi. Como desenha esse cara!






Apelo � caridade crist�,
fac��o S�o Chiquinho de Assis

Escreve a dra. Andr�a Lambert:
"Amigos,

Mais um gato cego no Campo de Santana. Ele foi encontrado hoje pelo volunt�rio Inadyr, que me trouxe para tratar e conseguir um dono. � siam�s, f�mea, e tem 5 meses de idade.

Por favor, me ajudem a conseguir um lar para mais um gatinho cego abandonado no Campo de Santana!"
Quem se habilita?










Se eu tivesse muito dinheiro sobrando (US$ 900 -- l�!) comprava uma dessas....






�riqui em Parati

Mais uma cr�nica sobre Parati: agora, � a vez de Julian Barnes.

Deu um banho.












Para mim, a c�mera mais bonita da Photo Image Brazil 2003.

Clique nas imagens para mais informa��es (em ingl�s).






Clic!

N�o fiquem s� na foto n�o; rodem por l�, para ver como � boa essa garota.






Uau! N�o deixem de ver isso!






21.8.03


HOJE!


Abel no Rio Design Barra

Hoje, quinta-feira, logo mais, meu amigo e tech-guru Abel Alves vai estar no Rio Design Barra para um alto papo sobre tecnologia.

N�o percam!

No terceiro andar, no lounge, a partir das 20hs.

O Rio Design Barra fica na Avenida das Am�ricas, 7777.

(N�o estranhem a data dos coment�rios; puxei este post l� de baixo!)









Tou de volta; mortinha. Desculpem (a falta de) qualquer coisa...





20.8.03



Vapt-vupt

Logo mais tou pegando essa "estrada"de volta pro Rio. A foto � minha, mas quem deu o trato b�sico foi o Claudio Lozinsky.

Assim: eu postei daqui de S�o Paulo, ele viu no fotolog, capturou e consertou l� em Teres�polis, e logo eu estava recebendo um email com a fotinha turbinada.

Adoro internet... :-)






Anivers�rio (mais um!)

Dessa vez, � o blog: dois anos, pode?!





19.8.03


Paulinho e o blackout II

A continua��o da epop�ia; puxei dos coment�rios pra c�:
"Pois �, minha gente. Voltamos de Kalamazoo, n�o sem antes parar pra abastecer o carro e tamb�m comprar 12 gal�es de �gua mineral. A energia voltou a Plymouth, onde moramos, s� no s�bado � noite.

No dia anterior ao apag�o, fomos ao supermercado e gastamos quase 500 d�lares em congelados. Tudo perdido. Tamb�m, claro, tudo que estava na geladeira se foi. O supermercado perto da gente perdeu mais de 1 milh�o de d�lares em alimentos.

�gua por enquanto, s� pra banho e olhe l� (vai tentar fazer o Joseph entender que n�o pode beber �gua da banheira).

Durante um tempinho, ficamos s� imaginando que � assim que se vive em Bagd� nos ultimos meses. Horr�vel!

Muitos, como a senhora H, dizem que muita gente vive assim pelo mundo afora, que brasileiro n�o parou de trabalhar no apag�o, etc e tal.

O problema � que, num pa�s onde tudo depende de energia el�trica, n�o d� pra sobreviver por muito tempo. No apag�o no Brasil, pelo menos ainda tinha �gua em alguns lugares, as bombas de gasolina t�m manivela e casas e edif�cios s�o constru�dos para um clima tropical.

Aqui as casas s�o constru�das para o frio. S�o constru�das pra manter o calor dentro e o frio fora. Quando a luz se vai, vai tamb�m o ar-condicionado. Em quest�o de minutos a temperatura dentro da nossa casa era de 43 graus! Quando voltamos de Kalamazoo j� estava em 52!!!!!! Tive que entrar em casa, ligar os circuitos el�tricos de novo, e voltar pra dentro do carro por mais meia hora.

Gasolina nem pensar, �gua acabou de vez.

A �gua ainda est� contaminada. Os bebedouros do trabalho est�o interditados, e quem n�o trouxe �gua pro trabalho vai ter que beber Coca-Cola o dia todo.

Pra uma coisa isso serviu: qualquer um com planos terroristas j� est� planejando a pr�xima. Quem me conhece sabe: � poss�vel derrubar uma rede de transmiss�o inteirinha s� com um ultraleve..."
O bom-humor a gente nunca perde, n�, Paulinho?!








Belo sonho de consumo

Uma das estrelas da Photo Image Brazil 2003, que come�a hoje em S�o Paulo, � a Pentax Optio 550, uma c�mera de 5 Megapixels lan�ada em fins do primeiro semestre nos Estados Unidos, que chega, quase sem atraso, ao mercado brasileiro.

Passei uns dias com uma delas e adorei a companhia: leve (250 grs.) e suficientemente pequena para caber no bolso de um jeans e passar mais ou menos despercebida, a Optio 550 �, ainda assim, extremamente poderosa. Basta dizer que tem um zoom �ptico 5X, coisa que nunca vi em digital t�o compacta; aliado ao zoom digital 4X, ele vai a 20X.

Por menos que a gente leve zoom digital em considera��o, � dif�cil deixar de se impressionar com isso: a foto das placas de tr�nsito a� em cima, por exemplo, fiz da minha janela, no quinto andar, num dia sombrio.

No outro extremo, a flor vermelha, que revela excelente fun��o macro.

O �nico aspecto negativo do zoom � que ele torna a m�quina um pouco lenta para entrar em a��o � embora, uma vez ligada, ela seja r�pida entre uma foto e outra.

* * *

Para quem gosta de cuidar de cada aspecto da foto, a Optio � quase um projeto de vida. Al�m de oferecer programas simples para que todos possam se safar bem em todas as situa��es � noite, paisagem, flores, crep�sculo, retratos, outono, praia e neve, texto e at� fogos de artif�cio � ela tem recursos muito sofisticados, que v�o de filtros digitais para corrigir e modificar a imagem a n�veis diversos de contraste, satura��o e nitidez, passando por controle de abertura e velocidade, diferentes modos de leitura da luz, compensa��o de exposi��o e assim por diante.

A lista � comprida demais para reproduzir aqui, mas � importante observar que os comandos b�sicos da m�quina s�o suficientemente intuitivos para que se possa ignorar tudo isso, e sair clicando pelo mundo. Ela permite fazer filminhos de at� 10 minutos em cart�es de 128 Mb, aceita grava��o de voz, faz fotos em 3-D (que t�m que ser vistas com �culos especiais) e em modo panorama; tem um rel�gio que d� a hora certa em mais cidades do que jamais visitaremos (62), e pode at� ser usada como despertador, mostrando a foto de que a gente precisa para come�ar bem o dia ou a da pessoa com quem se tem encontro marcado.

Em suma, a Optio 550 � uma m�quina extremamente divertida. � f�cil de usar mas, para quem quiser, pode ser complicad�ssima; � s�lida sem ser pesada, bonita e muito bem acabada. Uma grande m�quina, enfim, que n�o hesito em recomendar a quem pode gastar cerca de R$ 3.700, pre�o brasileiro (nos Estados Unidos, US$ 600).

Melhor dizendo, a quem pode gastar R$ 3.800, somando ao pre�o da c�mera um cart�o SD/MMC de 64Mb � o m�nimo (mas m�nimo mesmo) necess�rio para curtir sem stress uma boa sess�o de fotos. Como tantas outras digitais, a Optio vem com um irritante cart�o de 16Mb, no qual cabem quatro m�seras fotos em alta resolu��o � e olhe l�.

Este � um h�bito antipatic�ssimo que a ind�stria fotogr�fica herdou, acho, da automobil�stica: a gente paga alguns milhares de reais por um carro novo, e a gasolina do tanquemal d� para chegar ao posto. Mesma coisa aqui. � mesquinharia!

Por outro lado, esta � uma das pouqu�ssimas m�quinas em que a compra de uma segunda bateria pode, em tese, esperar. Digo �em tese� porque acho uma segunda bateria o acess�rio mais importante para qualquer c�mera; mas a Optio 550 tem a melhor que j� vi, capaz de suportar valentemente um dia na rua.

* * *


A Photo Image Brazil 2003, voltada exclusivamente para profissionais, � realizada no Centro de Exposi��es Imigrantes. Vai at� o dia 22 e estar� aberta das 11h �s 19h. Importante: � proibida a entrada de menores de 14 anos, ainda que acompanhados.


(O Globo, Info etc., 18.8.2003)


Update pro blog: As fotos que sa�ram no jornal podem ser vistas bem melhor l� no Fotolog, que est� com umas fotinhas interessantes que fiz com o Palm Zire 71 (inclusive um auto-retrato com a Keaton, nada contente em posar para um reles PDA...






Fala s�rio...

Deu no Globo:
RIO - O chefe de Pol�cia Civil, delegado �lvaro Lins, determinou que a 5� DP (M�m de S�) apurasse se o diretor Gerald Thomas cometeu ato obsceno ao arriar as cal�as em p�blico, durante a �pera "Trist�o e Isolda", na noite de s�bado no Theatro Municipal. Segundo o delegado, o objetivo � saber se o ato tem correla��o com o evento art�stico ou se foi um desrespeito aos espectadores.
Ta�: sem querer, esse delegado acaba de fazer uma cr�tica ainda mais contundente do que a do Luiz Paulo.

O m�nimo que se pode dizer � que, quando a pol�cia precisa de investiga��o para saber se a bunda do diretor faz ou n�o parte de "Trist�o e Isolda", h� algo de errado com a montagem. E com a pol�cia tamb�m.






18.8.03


Sem assunto?

Passe no Fidido, que tem uma lista de links comentados sensacional.







Odd combo

Que cavalos e gatos se amam � sabido; mas o Janj�o me mandou uma cole��o de combina��es muito estranhas de animais. Para quem gosta de bicho, � imperd�vel!





17.8.03


Apertem os cintos...

A Helenice acha cada coisa...





16.8.03


Paulinho e o blackout:
um relato eletrizante!

Paulinho, Kelyndra e as crian�as moram perto de Detroit, �rea atingida pelo blackout. Aqui est� o relato dele a respeito do gigantesco fudevu; tem data do dia 15, portanto "ontem" � dia 14:
"Ontem, �s 16:13, hora de Detroit, est�vamos todos no trabalho quando tudo ficou escuro. Como trabalho na DTE Energy, cia. de eletricidade de todo o estado de Michigan, n�o demorou muito pra descobrirmos que o problema era um pouco mais s�rio do que uma simples sobrecarga do sistema. Com o que sobrava de carga nas nossas baterias de emerg�ncia, chequei o estado da grade el�trica. Tudo preto. Quase em un�sono ouvi os meus 17 colegas:

-- OH SHIT!

11 de setembro foi a �nica coisa que veio �s nossas cabe�as.

Empacotei o laptop e todos n�s come�amos a longa e extremamente quente descida dos 24 andares. L� pelo andar 16, ouvimos gritos. Gente berrando, pedindo ajuda. No total, havia 23 pessoas presas nos elevadores! Mais tarde ouvi no r�dio que s� foram resgatados 6 horas depois!!!!!

At� entrar no carro, achei que o problema era s� em Michigan. Como voc�s agora j� sabem, o caos era geral. O Kevin, um colega canadense que mora... no Canad�, entrou em p�nico. A mulher dele est� gr�vida, e o t�nel para Windsor estava fechado. A espera na ponte, �nica alternativa pra ele, j� era de mais de 4 horas.

O trajeto que, normalmente, levo de 30 a 40 minutos para cobrir, dessa vez levou 2 horas e 27 minutos. Todos os carros, voltando pra casa ao mesmo tempo.

Tentei falar com a Kelyndra pelo celular, mas n�o consegui conex�o pois o sistema estava sobrecarregado. O pior � que ela estava isolada em casa com as crian�as, sem a menor id�ia da gravidade do problema. Finalmente consegui conex�o e expliquei o que estava acontecendo. Mandei ela encher de �gua o maior n�mero poss�vel de panelas, copos, garrafas, baldes, etc. Em quest�o de minutos, faltou tamb�m a �gua.

Cheguei em casa com a temperatura l� dentro perto dos 40 graus, todo mundo suado, chorando e a Kelyndra quase se enforcando. Como todas as ruas e estradas est�vam pra l� de congestionadas, n�o t�nhamos nenhuma op��o a n�o ser encarar a noite escura e quent�rrima. � claro que, como n�o podia deixar de ser, tanto a Alicia quanto o Joseph resolveram que era a melhor hora pra ter assaduras.

Passei a noite em claro conectado � Internet (a conex�o discada mais r�pida de todos os tempos, pois tenho quase certeza que eu era o �nico na �rea com tanta bateria sobrando) tentando descobrir algum lugar perto da gente com energia el�trica e �gua. Depois de umas horas, consegui fazer uma reserva num hotel em Kalamazoo, Michigan, de onde vos escrevo.

Sa� cedo de casa na esperan�a de ser um dos primeiros a chegar num posto de gasolina que, ouvi dizer, tinha gerador pr�prio e as bombas estavam funcionando. 2 horas e 45 minutos depois voltei pra casa vitorioso, de tanque cheio, pra pegar o resto da turma. Viagem que normalmente levaria 2 horas levou 7.

Hotelzinho bom, limpinho e cobrando os olhos cara, claro. Foi o melhor banho da minha vida!

O trabalho j� me passou um bip dizendo: "Forget about showing up this weekend. Damage to data center is not yet known. Be prepared for very long hours on Monday though."

Eu, pessoalmente, acho que o trabalho vai deixar de ser um emprego muito em breve. Depois de duas tempestades catastr�ficas seguidas, e uma perda de quase 1 bilh�o de d�lares, sei direitinho o que vem pela proa: demiss�es. V�o vir com o velho papo de que n�o h� como manter a empresa rodando depois de tanto preju�zo, etc e tal. Oh well! J� tava mesmo de sa�da!

Depois mando detalhes de como tudo se desenrolou.

Beijos eletrizantes,

Paulinho"
Devo acrescentar que Paulinho conseguiu falar alguns minutinhos comigo, ainda do carro, assim que come�ou o apag�n. Logo a liga��o caiu e nem com a ajuda da Embratel conseguimos falar de novo.

Se fosse aqui no Brasil a gente j� estava esbravejando: Coisa de terceiro mundo!!!

O que � que se pode esbravejar l� no primeiro???









Hoje quem faz anos � ele

Parab�ns, Mill�rzinho!













Harry Potter: urgente!

Meninos, algu�m tem um link pra tradu��o alternativa do Harry Potter 5? O que eu tinha est� fora do ar, e h� uma m�e desesperada precisando disso.

Se n�o quiserem p�r a� nos coment�rios, entendo: mandem um email pra mim.

Agrade�o de cora��o.






Happy End

Eu vivo postando aqui casos de gatinhos perdidos, abandonados, maltratados. Uma tristeza s�. Pois hoje, para variar, uma hist�ria com final feliz.

Vejam que coisa mais linda!

Achei l� na minha amiga Bia Badaud, de quem estava com saudades. Que por sua vez achou na Anna, que � namorada do Cris, cujo gatinho Billy andou sumido uns tempos e quase matou todo mundo do cora��o...








Voc� leva jeito para escrever?

Ent�o comece a dar tratos � bola: voc� pode ganhar um aparelho de DVD com 20 linhas de texto, n�o � um excelente neg�cio?!

A iniciativa � -- eu quase digo "claro!" -- da Meg, e as regras s�o simples:

  • cada narrativa n�o deve exceder 20 linhas;
  • os textos devem ser em prosa;
  • as narrativas devem todas, necessariamente, ter t�tulo -- ainda que provis�rio ou ad hoc, apenas para efeito deste concurso;
  • todos podem concorrer com at� tr�s narrativas breves.

    Para maiores detalhes, clique no banner acima. Boa sorte!





  • 15.8.03



    Imperd�vel!

    Ol�via Byington faz show no Mistura Fina, hoje e amanh�, com participa��o especial do maestro Leandro Braga, para lan�amento do CD Can��o do Amor Demais.

    Este CD reproduz, na �ntegra, o famoso LP da Elizeth cantando Tom e Vin�cius. � o que ouvi de melhor nos �ltimos tempos.

    O Mistura Fina fica na Borges de Medeiros 3207, Lagoa, telefone 2537-2844. Shows �s 19h30m e �s 22h30m; entrada a R$ 30.






    Perguntar n�o ofende

    O governo americano afirma que o blackout foi causado por um problema na esta��o geradora de energia el�trica; mas se a Al Qaeda dissesse que foi um atentado, em quem voc�s acreditariam?








    A educa��o pela pedra

    As pol�micas, �s vezes, est�o onde menos se espera encontr�-las. Dessa vez, elas estavam me aguardando escondidinhas, disfar�adas entre as pedras de Paraty. Eu sei � ningu�m ag�enta mais ouvir falar em Paraty, mas juro que essa cr�nica n�o tem nada a ver com literatura: tem a ver com as pedras, e com a facilidade com que certos mitos se consolidam em torno de no��es completamente erradas.

    N�o fui t�o radical quanto o Joaquim Ferreira dos Santos, que sugeriu um asfaltozinho b�sico para melhorar a circula��o pela cidade, mas observei que me parecia imposs�vel que aquele famoso cal�amento fosse o desastre que � hoje nos tempos antigos. At� porque, nos tempos antigos, as pessoas n�o se davam conta de que estavam vivendo em tempos antigos, e certamente se preocupavam mais em andar direito do que em preservar o seu pitoresco patrim�nio para os p�steros.

    Para qu�?! Choveram-me explica��es e aulas de Hist�ria por todos os lados: ent�o eu n�o sabia que as pedras eram assim porque o ritmo de vida era diferente? Que antigamente andava-se devagar? Que a id�ia era justamente mergulhar com calma no passado?

    Alguns leitores se confessaram chocados com a minha falta de sensibilidade art�stica. Um chegou a descrever o cal�amento como �po�tico� � abrindo com isso, para mim, toda uma nova teoria etimol�gica para �versos de p� quebrado�.

    O apoio, curiosamente, veio de onde eu menos esperava: do Iphan, o Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional.

    � Voc� tem toda a raz�o em reclamar desse aspecto da cidade � escreveu o historiador Luiz Cristiano de Andrade, que est� trabalhando no invent�rio de bens im�veis de Paraty.

    � O cal�amento � uma aberra��o � confirmou a arquiteta Laura Bahia Ramos.

    Os dois me explicaram tudo. Para come�o de conversa, o cal�amento � bem mais recente do que eu imaginava: foi feito apenas no s�culo XIX, quando se projetaram os primeiros planos urban�sticos. Antes disso, as cidades tinham arruadores, que eram empreiteiros respons�veis pela abertura e manuten��o das ruas.

    Em fins do s�culo XVIII, por exemplo, um certo Ant�nio Fernandes da Silva teve que prestar contas � C�mara de Vereadores, porque estava inventando um tra�ado por demais sinuoso.

    Sua explica��o foi prontamente aceita pelos esclarecidos edis: ele fazia aquilo para evitar o vento encanado. Que, como sabemos, era coisa das mais temidas at� meados do s�culo passado, quando foi definitivamente desmoralizado por seu primo rico da Am�rica, o ar refrigerado.

    Mas voltando ao nosso p�-de-moleque: as ruas eram n�o s� lisas como cobertas de terra batida, entre uma pedra e outra, para ficarem bem certinhas. A ligeira forma de V que conservam at� hoje servia para que a mar� subisse atrav�s delas, mas esse encantador h�bito rom�ntico das �guas tinha uma raz�o bastante prosaica: o esgoto das casas era atirado pela janela, e a mar�, que ent�o ia at� o meio da cidade, carregava a porcaria toda consigo quando baixava. Mais engenhoso, imposs�vel.

    Ainda assim, os tempos mudam, os h�bitos se refinam e as narinas ficam cheias de nove horas. Em 1980, foi feita uma grande obra de saneamento b�sico na cidade. Retiraram-se as pedras, instalaram-se canos, recolocaram-se as pedras. E a�...

    Bem, acontece que fazer esse tipo de cal�amento n�o � t�o f�cil quanto parece. Ainda que rudimentar, o assentamento de pedras, sobretudo num solo argiloso como o de Paraty, tem seus segredos � todos solenemente ignorados pela empresa que fez as obras de saneamento b�sico nos anos 80.

    Que, pelo que se viu posteriormente, ignorava tamb�m os segredos b�sicos do saneamento. A tubula��o que instalou n�o funciona mais. H� tubos entupidos com areia, tubos quebrados, tubos que pura e simplesmente nunca funcionaram.

    Paraty � forte candidata ao t�tulo de Patrim�nio Mundial da Unesco, que a considera o conjunto arquitet�nico colonial mais harmonioso do mundo, mas para receb�-lo vai ter que resolver este problema � e, de lambuja, fazer uma rede el�trica subterr�na, escondendo a fia��o que hoje enfeia a paisagem.

    Motivos, portanto, n�o faltam para um novo quebra-quebra.

    Meus amigos do Iphan dizem que o pessoal da secretaria de obras de Paraty � muito cuidadoso e est� atento �s dificuldades que envolvem os v�rios projetos para a cidade, mas andam alarmados com duas coisas.

    Uma � o crescimento descontrolado, proporcionalmente pior do que o de Ouro Preto, onde h� quase 1.500 casas no per�metro do centro hist�rico � ao passo que, em Paraty, h� um ter�o disso, se tanto.

    A outra � o autom�vel, este verdadeiro c�ncer urbano. Durante o �ltimo quarto de s�culo, Paraty esteve virtualmente fechada � circula��o de ve�culos. De uns tempos para c�, no entanto, j� h� quem esteja dando um jeitinho de abrir as correntes para entrar com o carro.

    Se essa moda pega, n�o haver� cal�amento � ou beleza � que resista.

    (O GLOBO, Segundo Caderno, 14.8.2003)





    14.8.03


    Regras b�sicas de reda��o

    Esse textinho rola por a� h� algum tempo. O Luiz Garcia acaba de me enviar esta �tima vers�o:

    1. Deve-se evitar ao m�x. a utiliz. excess. de abrev., etc.

    2. � desnecess�rio fazer-se emprego de um estilo de escrita
    demasiadamente rebuscado. Tal pr�tica adv�m de esmero excessivo que raia o
    exibicionismo praticamente narcis�stico.

    3. Anule alitera��es altamente abusivas.

    4. n�o esque�a as mai�sculas no inicio das frases.

    5. Evite lugares-comuns como o diabo foge da cruz.

    6. O uso de par�ntesis (mesmo quando for relevante) �
    desnecess�rio.

    7. -- Troque por travess�o.

    8. Estrangeirismos est�o out; palavras de origem portuguesa
    est�o in. Lideradas por futebol.

    9. Evite o emprego de g�ria, mesmo que pare�a tudo, fal�?

    10. Palavras de baixo cal�o podem transformar o seu texto numa
    merda.

    11. Nunca generalize: generalizar � um erro em todas as situa��es.

    12. Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar uma
    palavra repetitiva. A repeti��o da palavra vai fazer com que a palavra
    repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra repetida.

    13. N�o abuse das cita��es. Como costuma dizer um amigo meu: "Quem
    cita os outros n�o tem id�ias pr�prias". Parafraseie.

    14. Frases incompletas podem causar

    15. N�o seja redundante, n�o � preciso dizer a mesma coisa de
    formas diferentes; isto �, basta mencionar cada argumento uma s� vez, ou por outras palavras, n�o repita a mesma id�ia v�rias vezes.

    16. Seja mais ou menos espec�fico.

    17. Frases com apenas uma palavra? Jamais!

    18. A voz passiva deve ser evitada.

    19. Utilize a pontua��o corretamente o ponto e a v�rgula
    especialmente ser� que j� ningu�m sabe utilizar o ponto de interroga��o

    20. Para que perguntas ret�ricas?

    21. Conforme recomenda a A.G.O.P., nunca use siglas desconhecidas.

    22. Exagerar � cem milh�es de vezes pior do que a modera��o.

    23. Evite mes�clises. Repita comigo: "mes�clises: evit�-las-ei!"

    24. Analogias na escrita s�o t�o �teis quanto chifres numa galinha.

    25. N�o abuse das exclama��es! Nunca! O texto fica horr�vel!

    26. Evite frases exageradamente longas, pois estas dificultam a
    compreens�o da id�ia nelas contida, e, por conterem mais que uma id�ia
    central, o que nem sempre torna o seu conte�do acess�vel, for�am desta
    forma, o pobre leitor a separ�-la nos seus diversos componentes, de forma a
    torn�-las compreens�veis, o que n�o deveria ser, afinal de contas, parte do
    processo da leitura, h�bito que devemos estimular atrav�s do us o de frases
    mais curtas.

    27. Cuidado com a hortografia, para n�o estrupar a ling�a
    portugu�za.

    28. Seja incisivo e coerente, ou n�o.

    29. N�o fique escrevendo no ger�ndio. Voc� vai deixando seu texto
    pobre -- causando ambiguidade -- e esquisito, ficando com a sensa��o de que as coisas ainda est�o acontecendo.

    30. Outra barbaridade que voc� deve evitar � usar muitas express�es
    que acabem por denunciar a regi�o onde tu moras, tch�!







    Encontros

    Foi ao ar ontem � noite a vers�o Beta dos meetups cariocas. Muito legal! Depois eu conto mais detalhes; agora preciso dormir um pouco, que ningu�m � de ferro. Para ver mais fotos e ler coment�rios de quem compareceu, � s� ir ao fotolog: daqui a pouco a turma acorda e vai ter bastante foto, inclusive de outros meetups de fotologgers que ocorreram em outras cidades mundo afora.

    J� o encontro do Rio Design Barra acontece hoje, quinta, �s 20hs -- como de h�bito.

    Esclare�o: este n�o � bem um encontro de fotologgers, � apenas um papo de tecnologia comigo. O assunto do dia, tenho a impress�o, vai acabar sendo v�rus -- mas, como sabe quem tem ido, n�o h� nada pr�-determinado na parada.

    Aos da Barra: a gente se v� logo mais!

    Aos que n�o s�o da Barra: criem coragem, puxa... ;-)





    13.8.03




    Fotolog Meetup

    Aten��o, fotologgers cariocas!

    � HOJE!

    A partir das 20hs, Meetup na livraria Letras & Express�es da Visconde de Piraj�, esquina com Vin�cius.

    Todo mundo l�!









    Emerg�ncia felina!

    �Os gatos do Outeiro da Gl�ria est�o sofrendo barbaridades, sendo chutados e sofrendo maus-tratos. J� foi morta uma gatinha gr�vida e a Liege levou hoje, para operar, um macho que tomou um chute na boca, fraturou o maxilar e deslocou os dentes.

    Ela conseguiu isen��o na cirurgia e no raio-x, mas precisa de ajuda nos medicamentos e na alimenta��o. Ela est� pensando em dar AD batido no liquidificador. Todos os medicamentos devem ser l�quidos, pois foi colocado um parafuso.

    Quem puder ajudar ou pelo menos divulgar, mande um email para Lourdes. Os rem�dios s�o hexomedine, kalyamon b12 e cefalexina susp 250."
    Acabo de receber este email. N�o � uma exce��o. Recebo pelo menos um desses por dia, relatando o comportamento monstruoso de algumas pessoas, imediatamente seguido pela dedica��o e generosidade de outras.

    A turma que olha pelos gatinhos da Gl�ria est� desconfiando dos guardas, e manifesta preocupa��o: domingo � dia de N. Sra.da Gl�ria, com festa e grande movimento, e sabe-se l� o que poder� acontecer aos quadrupinhos.

    Infelizmente, o n�mero de pessoas que maltratam animais � sobretudo gatos � ainda � muito superior ao das que cuidam deles e se comovem com a sua sorte.

    Tamb�m no correio de hoje, minha colega Cl�udia me pediu para dar uma divulgada em outro ponto problem�tico, o Campo de Santana, onde um grupo de volunt�rios est� ajudando a dra. Andr�a Lambert a resgatar alguns gatinhos e esterilizar e tratar os demais:







    12.8.03


    Flash mob

    Tem gente que acha a maior besteira, mas confesso: eu acho o maior barato. S� acho uma tristeza j� estarem organizando um flash mob em S�o Paulo e aqui no Rio ainda n�o estar rolando nada... Quem se habilita?








    Vejam que coincid�ncia bonitinha: a Alicia e o Thomas, filhinho do Bruno Sampaio (bsamp), juntos, entre as fotos mais vistas do Fotolog.






    Usu�rios Windows: aten��o!

    Eu n�o tenho anjo-da-guarda; tenho uma coruja-da-guarda, chamada Eduardo Stuart, que aparece de madrugada para tomar conta do blog, tecer coment�rios e dar alertas. Eu j� estava indo dormir quando recebi este email:
    "Menina, n�o sei se voc� j� sabe, mas est� ocorrendo um ataque em massa sobre todos os computadores equipados com as vers�es NT/2K/XP/2003 do Windows. Relatado no boletim t�cnico da Microsoft de n�mero 03-026, essa vulnerabilidade d� poderes remotos ao hacker para controlar o computador, podendo realizar verdadeiras estripulias e at� instalar v�rus.

    O ataque que est� acontecendo nas �ltimas 24 horas "quebra" o RPC (Buffer Overrun) e pode permitir a instala��o do v�rus W32.Blaster.Worm. De certo modo, � f�cil saber se algum computador foi v�tima de um ataque: al�m da mensagem de erro no RPC, o computador perde temporariamente as funcionalidades da �rea de transfer�ncia, clique-e-arraste etc. Para reativar temporariamente essas funcionalidades (at� o pr�ximo ataque, pelo menos), basta carregar o aplicativo Servers (dispon�vel sob o �cone Administrative Tools, do Painel de Controle) e ativar, na m�o, o servi�o Remote Procedure Call (clicando com o bot�o direito do mouse sobre ele e ativando a op��o Start). Por�m, � altamente recomend�vel instalar o quanto antes a corre��o deste bug.

    Para visitar a se��o espec�fica sobre esta falha no site da Microsoft, basta visitar :
    este endere�o.

    O aplicativo (Patch) que corrige essas falhas pode ser transferido nos seguintes endere�os:

    NT4

    NT4 Server

    Win2K

    WinXP 32Bits

    WinXP 64Bits

    Win2003 Server 32 Bits

    Win2003 Server 64 Bits

    Informa��es sobre o v�rus que poder� ser instalado, juntamente com a sua cura, est�o dispon�veis AQUI."
    Observa��o minha: fa�am o download do patch na mesma l�ngua do Windows. Se o sistema de voc�s estiver em portugu�s, escolham a op��o Change language, Portuguese (Brazil) e mandem ver.

    Lembrete do Abel Alves:
    "� importante lembrar que, quem atualiza constantemente o Windows XP via Windows Update, n�o precisa o baixar o patch. "


    Ent�o. Eu j� baixei o meu patch e recomendo a todos que o fa�am tamb�m. Depois vamos todos nos curar desse stress brincando um pouco l� no Pulso �nico.

    Eduardo, querido, muito obrigada!








    Tem fotos novas das crian�as -- Al�cia inclusive! -- l� no Fotolog...

    Update: Puxei o post aqui pra cima. Fica mais bonito o blog abrindo com fotinha deles do que com alerta contra (mais uma) falha da M$!






    Rasgando uma seda b�sica

    Este blog teve o privil�gio de ser escolhido como um dos favoritos do no m�nimo.

    Achei muito legal, sobretudo porque o no m�nimo est� entre os meus saites favoritos. Valeu, meninos!

    Igualmente legal foi descobrir l� um blog sensacional, que eu ainda n�o conhecia: O Homem Chav�o. Confiram!






    11.8.03





    Cold turkey

    O Fotolog est� fora do ar: YIKES! A gente s� v� como esse neg�cio vicia quando fica sem acesso.

    Fotos!

    Fotos...!

    Fotos... =8-@







    =^..^=

    Voc� tem alguma coisa urgente a fazer? Algo important�ssimo, imprescind�vel, inadi�vel? Ent�o nem pense em abrir este joguinho da mem�ria felino!

    Bom, eu avisei.

    Achei aqui.








    Esses cavalinhos cantores s�o �timos! Clique na imagem, e divirta-se.





    10.8.03


    Bang bang

    A Bia acabou de me mostrar a famos�ssima cena da novela em que a Fernanda morre de bala perdida. Sinceramente? � uma das piores cenas de qualquer coisa que j� vi na vida!

    Tudo p�ssimo, da trilha sonora � filmagem pretensamente hollywoodiana, com carros derrubando barracas de feira e todos os lugares comuns do g�nero -- a diferen�a � que em Hollywood a maioria dos diretores j� aprendeu a fazer.

    Foi um festival de c�mera lenta, closes e picadinhos, recursos �bvios do don't-know-how. Sutileza nenhuma, surpresa zero, exagero dez: Fernanda n�o morre de bala perdida, morre fuzilada.

    Rid�culo.








    Feliz dia dos pais!


    Hoje tem peixinhos l� no Fotolog: acabei de subir uma s�rie deles. Desculpem se fiquei meio sumida ontem e hoje, mas h� algumas raz�es:

    1) Ontem foi dia de fechamento;
    2) Hoje, como diz o meu querido Cesar Valente, � s�bado;
    3) Estou mergulhada em Vivir para contarla, magistral autobiografia de Gabriel Garcia Marquez -- o que esse homem escreve...!

    Por aqui tudo bem, obrigada. Os gatos andam um pouco aborrecidos com o clima, mas em compensa��o ganharam as sobras de peixe do almo�o; apesar do frio, mam�e ganhou todas as provas de que participou na competi��o de ontem; e eu ganhei pelo menos um quilo comendo um doce de leite irresist�vel que o Gravat� me trouxe de Goi�s... *sigh*

    Enfim: tudo como sempre, na santa paz.

    Tenham um �timo domingo, e papariquem bastante os seus pais.

    Aos pais todos da gALLera -- a come�ar pelo Paulinho -- mil felicidades e muito carinho. Que os filhos s� lhes tragam alegrias e bons momentos.





    8.8.03






    Mais fotos de Paraty no Fotolog!






    Cad� voc�, Amarar?

    Com apenas um m�s de atraso li o post de despedida do Danilo Amaral, que voltou para o Brasil. T� certo que este foi um m�s bastante atribulado; e, v� l� -- antes tarde do que nunca.

    Se algu�m ainda n�o leu: confiram! Esse mo�o leva jeito.





    7.8.03


    HOJE!
    Encontro no Rio Design

    Vai ao ar hoje, �s 20hs, l� no Rio Design Barra, o meu lounge de tecnologia, que agora se chama Vida Digital. Voc�s sabem, n�? H� coisa de um m�s a gente come�ou a fazer esses encontros, que s�o uns bate-papos informais sobre aventuras e desventuras da vida hi-tech: um d� um palpite daqui, outro dali, a gente ajeita um lado, arruma o outro... enfim, aos poucos, com a �tima turminha que tem aparecido, vamos inventando um formato.

    Hoje vou falar do mesmo tema que abordei na coluna de segunda, e que me parece muito importante dentro do contexto dos blogs e fotologs: como manter o ambiente dos coment�rios, quando h� tanta gente que acha que xingar a m�e � uma cr�tica v�lida?







    Sinais de vida inteligente no Planeta Celebridade

    Confesso: n�o conhecia Paraty. Ali�s, n�o conhe�o muitos lugares perto do Rio exatamente por isso, por serem perto, assim como n�o conhe�o uma quantidade de pontos tur�sticos da pr�pria cidade. � que est�o todos ao alcance da m�o, e quando sobra um tempo � que � o que sempre falta � a gente tende a correr atr�s do que est� longe. V� entender.

    Mas comecei a corrigir esta falha na minha cultura no fim-de-semana passado, durante a Festa Liter�ria Internacional de Paraty, a Flip, evento que realmente fez por onde merecer o saboroso nome de festa.

    Foram tr�s dias de conv�vio t�o harmonioso entre escritores e leitores que, muitas vezes, era dif�cil separar as categorias e saber quem era quem. At� porque todo escritor �, antes de mais nada, um leitor � e a maioria dos leitores, em Paraty, trazia um livro ou dois escondidos na mochila, para distribuir entre os colegas mais conhecidos.

    Al�m disso, v�rias pessoas que ganham a vida escrevendo estavam l� na simples condi��o de turistas das letras, sem miss�o profissional ou participa��o na agenda oficial. Este era o caso de tradutores, ensa�stas e pesquisadores; e caso tamb�m da leitora que vos escreve, que volta e meia esbarrava em �timos e queridos companheiros.

    Como disse o Joaquim (Ferreira dos Santos), uma das coisas que atra�ram tantos cronistas a Paraty foi, justamente, a ca�a intermin�vel ao assunto. No meu caso espec�fico, admito uma outra motiva��o: a ca�a intermin�vel �s imagens. Imaginei que, na remota hip�tese de que nada por l� me levasse a escrever, certamente muito me levaria a fotografar.

    Um dos resultados da segunda ca�ada est� a�, ilustrando a p�gina; mas n�o foi uma escolha f�cil. Junte-se uma vila colonial � beira-mar, t�o arrumadinha e perfeita que chega a parecer cidade cenogr�fica; uma multid�o alegre espalhada por loca��es atraentes; pesos pesados internacionais como Eric Hobsbawn e Julian Barnes; leitores de m�quina fot�grafica e caneta em punho, atr�s de fotos e de aut�grafos � e pronto, a� est� o para�so para qualquer fot�grafo. At� para mim, que n�o gosto de fotografar pessoas, mas n�o resisto a um bicho faceiro.

    A cidade tem, por sinal, um s�rio problema animal. A quantidade de c�es de rua � alarmante. Todos os que encontrei foram amistosos, e est�o obviamente acostumados a conviver com gente � sobretudo, a conviver bem com gente. Nenhum foi arisco ou agressivo, e a maioria n�o me pareceu descontente. Muitos, no entanto, est�o magricelas e maltratados, com bernes, machucados e outras mazelas que afligem vira-latas. Fiquei preocupada com eles e, para dizer a verdade, mais preocupada fico em escrever a respeito disso, j� que no Brasil, infelizmente, a primeira coisa que vem � cabe�a das autoridades quando se fala em bichos abandonados ainda � acabar com eles; mas que os simp�ticos c�es de Paraty mereciam um trato, l� isso mereciam.

    * * *


    Outra coisa a merecer um trato � o famoso cal�amento de pedras. Sei que isso soa como heresia suprema aos ouvidos dos defensores do Patrim�nio Hist�rico, mas duvido que o cal�amento fosse t�o irregular nos tempos d�antanho, com aquele monte de escravos dispon�veis para ajeitar as ruas e aquela aristocracia com seus cal�ados finos. E, mesmo que fosse � bem, naquele tempo tamb�m se atirava o conte�do dos urin�is � rua, e nem por isso se deixou de instalar banheiros nas casas. Deve haver alguma solu��o sensata.

    * * *


    Quem j� foi a Paraty sabe do que estou falando. � imposs�vel andar sem olhar para o ch�o, o que, com toda aquela beleza em volta, acaba sendo um tremendo contra-senso.

    * * *


    Eric Hobsbawm, o autor mais festejado da temporada, tomava caf� sozinho todos os dias, acompanhado de um bom livro. A estrat�gia � (quase) infal�vel para afugentar tagarelas indesejados. J� eu deixava os livros no quarto: achei o m�ximo tomar caf� da manh� com vista para Eric Hobsbawm.

    Tamb�m gostei muito da forma como o pessoal da pousada resolveu o problema do complicad�ssimo nome do professor:

    � Seu Eric, aceita mais um chazinho?

    * * *


    Uma das coisas interessantes da Flip era ver os escritores soltos, passando os dias a seu bel-prazer. Com exce��o das palestras, havia pouco em termos de programa��o oficial, e, se por um lado isso resultou em certa falta de entrosamento entre os que n�o se conheciam, por outro deu a quem n�o participava diretamente da Festa uma chance maior de contato com os autores.

    Foi divertido � e muito bom � observar intelectuais como Ana Maria Machado, Ruy Castro ou Ferreira Gullar (para ficar em apenas tr�s exemplos) sendo tratados como artistas ou roqueiros. Numa sociedade em que a �nica prova de que algu�m deu certo � a celebridade, ver holofotes brilhando sobre gente que nunca participou de um �Big Brother�, n�o trabalha em �Malha��o� e n�o costuma sair nas revistinhas de �VIPs� foi uma invers�o de valores das mais alvissareiras.

    (O GLOBO, Segundo Caderno, 7.8.2003)






    Um abra�o enorme, querido amigo






    6.8.03


    Dois mapas da mina


    Um, o do fenomenal Matusca: verdadeiro mosaico de blogs.

    O outro, todo rimado, do Nelson da Praia -- que, infelizmente, n�o tem permalink. O neg�cio � ir at� l�, e rolar at� um post chamado "Secret�ria eletr�nica da praia".

    S�o dois craques...






    Adeus, dr. Roberto

    Acabo de saber que morreu o dr. Roberto Marinho. Ele estava com 98 anos, e havia sido internado hoje de manh�.






    5.8.03






    Eis a Alicia!

    Paulinho j� tinha me mandado umas fotos da Alicia, mas detesto fotos de hospital, de modo que resolvi esperar um pouco. Hoje ele subiu o lote completo. Fiquei toda contente achando que ia ter umas fotos tranq�ilitas, de casa... mas nada!

    Todas ainda do hospital.

    Nessas duas, pelo menos, o fundo ficou bem disfar�ado, e tudo o que a gente v� � o primeiro encontro da Emilia e do Joseph com a nova irm�zinha.

    C� entre n�s: n�o est�o lindas essas crian�as?! :-)~~~

    Agora s� fico devendo fotos com os pais orgulhosos. Sobretudo com a Kelyndra, claro, que teve o trabalho todo.

    (Isso n�o foi uma indireta, viu, Paulinho?)






    Coment�rios no Fotolog

    Pessoal, para fazer coment�rios no fotolog n�o basta escrever para mim; � preciso ter um fotolog. � fac�limo criar um; n�o precisa nem subir foto.

    A galera que normalmente comenta aqui estar�, � l�gico, automaticamente aprovada: � s� deixar o nome do fotolog que quiser incluir aqui nos coment�rios.

    Desculpem a m�o de obra...








    Essas coisas me d�o um nojo...







    Ponto pro J�

    Que est� fazendo fez uma longa e simp�tica entrevista com a Elke Maravilha, a �nica valqu�ria gracinha que eu conhe�o.








    O historiador Eric Hobsbawn tomava caf� todos os dias sozinho... acompanhado de um bom livro! A estrat�gia � (quase) infal�vel para afugentar tagarelas indesejados.

    Apesar disso, � um homem gentil e simp�tico.

    E como o pessoal da pousada resolveu o problema do complicad�ssimo nome do professor Hobsbawn? Simples:

    -- Seu Eric mandou deixar esse livro aqui embaixo...

    (Do meu fotolog)






    V�cio

    N�o � que o Fotolog est� fazendo v�timas mesmo entre que n�o t�m c�mera? A mais nova viciada em flogs � a minha, a sua, a nossa querid�ssima Meg!

    Eu sabia que os bloguinhos ilustrados ainda iam destruir muitos cora��es...

    Agora, s�rio: acho que o formato do fotolog � a evolu��o natural da esp�cie. Ele ganha dos blogs principalmente na velocidade de transmiss�o da informa��o, isto �, na circula��o das novidades.

    Isso n�o significa que os blogs morreram, at� porque, apesar de parecidos, blogs e fotologs s�o animais distintos. Acredito que, em algum ponto, vamos ver um sistema de blogs mais parecido com o fotolog, com uma op��o de intera��o parecida com a coluna F/F (Friends/Favorites) e possibilidades de maior controle sobre os coment�rios.






    4.8.03


    Ofensa n�o � cr�tica, ou:
    A arte de lidar com o ciber-vandalismo



    Na semana passada enfrentei, pela en�sima vez, os transtornos da �liberdade de express�o� online. Uma ameba sociopata desandou a escrever bobagens ofensivas na �rea de coment�rios do meu fotolog, literalmente bloqueando o acesso �s fotos.

    Resultado: al�m de perder tempo apagando aquelas porcarias, tive que restringir a �rea de coment�rios a pessoas autorizadas, ou seja, as que j� estavam na lista de favoritos. Novos visitantes precisam, agora, me enviar um email para que eu os inclua.

    Uma pena, porque, diante dessa barreira, muita gente desiste. Digo por experi�ncia pr�pria, porque eu mesma j� deixei de comentar v�rias fotos de que gostei em fotologs de colegas por causa disso.

    Por outro lado, sob esse aspecto, o Fotolog funciona bem melhor do que os sistemas de coment�rios dos blogs, que ainda n�o criaram sistemas eficientes para deter ciber-v�ndalos, e precisam ser vigiados e �capinados� constantemente.

    ***

    � medida em que mais e mais pessoas come�am a ter blogs e fotologs, o problema passa a ser cada vez mais comum. H� alguns anos, decidir quais opini�es de leitores iriam ou n�o ao ar era atribui��o dos editores das se��es de cartas dos jornais, que se baseiam em normas claramente identificadas e em anos de traquejo e bom-senso.

    Com a internet, e suas m�ltiplas op��es de palpite, essa dif�cil atividade passou � esfera da decis�o individual e, freq�entemente, solit�ria: ao contr�rio dos editores, que sempre t�m com quem discutir casos complicados, blogueiros e fotologueiros trabalham em geral sozinhos � e muita gente ainda est� meio perdida em rela��o ao assunto. Afinal, a liberdade de express�o � cara a todos n�s (ou, pelo menos, � maioria) e apagar uma mensagem pode, efetivamente, representar um gesto de censura.

    Ao mesmo tempo, cr�ticas �s vezes s�o dif�ceis de aceitar. Se mesmo o couro de rinoceronte que adquiri em tanto tempo de jornalismo n�o me torna imune a palavras duras, que defesa imunol�gica ter� o blogueiro ou fotologueiro que se depara, pela primeira vez, com opini�es pouco favor�veis? Como agir diante da pluralidade de opini�es com que nos confrontamos no cotidiano da rede?

    ***

    Nos primeiros tempos do blog, eu ficava muito perturbada quando tirava algo do ar. Aos poucos � mas realmente aos poucos, e depois de muito bater cabe�a com outros autores de blogs � fui me convencendo de que h� uma linha entre cr�tica e ofensa. Nem sempre ela � clara, mas existe, e deve ser ela o par�metro para o que fica ou o que n�o fica na �rea de coment�rios.

    Opini�es dissonantes n�o s�o necessariamente ofensivas; j� xingamentos, agress�es gratuitas, provoca��es e palavr�es n�o s�o, definitivamente, cr�ticas que se devam ser respeitadas. As primeiras conduzem ao di�logo; as segundas, � destrui��o do meio-ambiente, j� que blogs e fotologs s�o ecossistemas delicados.

    Suas �reas de coment�rios s�o botequins virtuais onde, frequentemente, as mesmas pessoas se re�nem, todos os dias, para trocar dois dedos de prosa. �s vezes sai uma briga. � normal. Mas �s vezes entra um pitboy pela porta adentro, quebra m�veis e garrafas, agride os habitu�s. A� j� n�o h� nada de normal. A freguesia estranha, fica infeliz, vai embora � e o point vai pro brejo.

    J� vi bons e valiosos blogs morrerem por causa disso, e gente de bem sofrer, sinceramente, por causa de pedradas virtuais de vagabundos � quase sempre an�nimos. � impressionante, ali�s, constatar como as pessoas mais agressivas s�o, invariavelmente, as mais covardes. � t�o f�cil manifestar opini�es radicais no anonimato! T�o f�cil investir contra o mundo por tr�s da prote��o de uma tela! N�o por acaso, o Slashdot, respeitado blog de nerds, atribui a alcunha de �Covarde an�nimo� a quem entra sem se registrar.

    ***

    Hoje j� h� certo consenso entre as v�rias comunidades online que freq�ento: democracia � bom, desde que mantidas as regras b�sicas da boa conviv�ncia. Demarcar a linha entre cr�tica e ofensa � dif�cil, mas n�o imposs�vel; � este equil�brio que quem mant�m um blog ou um fotolog deve procurar.

    Coment�rios idiotas, mas n�o ofensivos, devem, de prefer�ncia, ser ignorados. Apagar um coment�rio n�o deixa de ser uma forma de resposta, e a regra de ouro para a grande mesa de botequim da comunica��o, virtual ou n�o, j� foi estabelecida h� tempos pelo Mill�r: �N�o se amplia a voz dos idiotas�.

    Importante tamb�m � n�o se deixar pressionar pelo barulho das antas que, deletadas, gritam em nome da �democracia� ou da �liberdade de express�o�. Balela. A maravilha da rede � que, se eu n�o estou contente com o que voc� est� diz aqui, posso muito bem abrir um blog ali adiante para contestar as suas palavras. Isso � democracia e liberdade de express�o; entrar num blog ou num flog para xingar e fazer pipi no tapete � falta de educa��o, grosseria, vandalismo.

    (O Globo, Info etc., 4.8.2003)






    Alicia chegou!

    Voltei hoje � tardinha de Paraty -- �, os de l� escrevem com "y" -- onde passei tr�s dias quase inteiros completamente desconectada. O celular funcionou mal e porcamente; o sistema telef�nico da pousada, al�m de prec�rio, custava os tubos. Nada disso foi surpresa; surpresa foi eu ter sobrevivido inc�lume � desconex�o total.

    Agora, � l�gico que, com tantos dias para nascer, quando � que a Alicia, filha do Paulinho e da Kelyndra, poderia aparecer?! Pois �...

    Recebi a not�cia pela Bia, quando cheguei em casa. Paulinho n�o conseguiu falar com o meu celular. Liguei correndo para saber de tudo. Depois de um longo papo, ele resumiu a hist�ria:

    -- O mais incr�vel � ver como um beb�zinho desses vem pronto, funcionando perfeitamente, sem um �nico bug!

    Aqui est� o email que anunciou a chegada do mais novo b�pede da fam�lia:
    "Ela levou um temp�o se preparando, mas finalmente chegou! Alicia Maria nasceu �s 10:55 horas do dia 2 de agosto. Pesando 3 kg 657 g e medindo 48 cm, ela � uma ruiva fofinha que deixou o pai babando de orgulho.

    Mam�e Kelyndra e a beb� passam bem e v�o pra casa em breve. (Update meu: j� est�o em casa.)

    A Em�lia e o Joseph est�o excitad�ssimos e prontos pra ajudar a tomar conta da irm�zinha.

    Beijos e abra�os pra todo mundo!

    Paulinho"


    P.S. -- Comecei uma s�rie de fotos de Paraty no Fotolog. Depois eu conto como foi l�.






    Soneto de anivers�rio

    Vin�cius de Moraes

    Passem-se dias, horas, meses, anos
    Amadure�am as ilus�es da vida
    Prossiga ela sempre dividida
    Entre compensa��es e desenganos.

    Fa�a-se a carne mais envelhecida
    Diminuam os bens, cres�am os danos
    Ven�a o ideal de andar caminhos planos
    Melhor que levar tudo de vencida

    Queira-se antes de ventura que aventura
    � medida que a t�mpora embranquece
    E fica tenra a fibra que era dura.

    E eu te direi: amiga minha, esquece...
    Que grande � este amor meu de criatura
    Que v� envelhecer e n�o envelhece.
    A Helenice me mandou este soneto lindo no dia do meu anivers�rio. Resolvi puxar dos coment�rios para c�, pra que ele n�o escape a ningu�m; ou vice-versa (vice-verso).