31.5.02 Deu no Globo......e no Estadão e no Der Spiegel, mas não saiu uma palavrinha que fosse nos jornais americanos -- para os quais, pelo visto, o fato do presidente Bush perguntar a FhC se há negros no Brasil é ignorância tão normal que nem chega a ser digna de notícia. Para o site gwbush.com, que deita e rola com as mancadas do inenarrável Bush, o silêncio dos coleguinhas é que acabou sendo notícia. Windows XP faz mal à vista?Esta quem me passou foi o Maurício Martins:Salvador - Pesquisas realizadas na Universidade Federal da Bahia mostraram que o uso contínuo do novo sistema operacional da Microsoft causa danos visuais. Os testes foram realizados com adultos e adolescentes que ficaram expostos durante mais de quatro horas diárias em um período médio de 20-25 dias, e em mais de 78% dos casos houve o progresso de algum tipo de lesão visual. Na maioria dos casos ocorreram fortes dores de cabeça, sensações de tontura e uma estranha mudança de estado na retina que foi avaliada como muito perigosa. Usuários de outros sistemas operacionais não apresentaram tais sintomas. O professor e médico Antônio Carlos da Silva recomenda a suspensão do uso do Windows XP como medida de prevenção. A Microsoft ainda não se pronunciou sobre o caso. (Fonte: Diário Popular) Se a gente levar em consideração o fato de que o XP não permite a mudança de freqüência do monitor, que fica trabalhando em potência máxima para que a imagem pareça mais nítida e brilhante do que nos outros sistemas, esta é uma hipótese perfeitamente plausível. Caso em que o XP faria mal não só à vista, mas também ao monitor, cuja vida seria encurtada... Detalhe: SE o XP permite a mudança de freqüência, eu, pelo menos, não descobri ainda onde se pode fazê-la. Se alguém souber, me diga, por favor. 30.5.02 A misteriosa tecla ANY(Nota descaradamente copyleftada do Cat)Um dos problemas que enfrenta o usuário novato em informática e fraco em inglês é quando lê em algum manual a seguinte instrução: "PRESS ANY KEY", que significa "pressione qualquer tecla". Por incrível que pareça, é imensa a quantidade de gente que sai procurando uma tecla em que esteja escrito "ANY", tal como existem teclas "ESC", "DELETE" e "HOME". Elas certamente adorariam encontrar um teclado assim. O caso é tão sério que a própria Compaq, num de seus arquivos de perguntas e respostas (vulgo FAQ - frequently asked questions), aborda a questão sob o nº 2859. Agradecimentos a Sidney Simões por mais este bizarro achado. (Carlos Alberto Teixeira) 28.5.02 O meu queridinhoFinalmente achei uma boa foto do Clié, na ZD Net (que dá nota 7,4 ao meu brinquedinho: está tudo ótimo, dizem eles, menos o preço. Sob este aspecto, concordo apenas em parte: não se pode querer que uma máquina com a sofisticação e os atributos do Clié custe o mesmo que um PDA comum, ainda que incrementado). As fotos da Sony são boas no contexto do seu site, mas inusáveis como ilustrações alhures. Aliás, a Sony consegue fazer um dos piores websites da área de eletrônicos. Digo isso como jornalista, que freqüentemente precisa de fotos em boa resolução dos últimos lançamentos, de informações a respeito de produtos e de preços, e que, invariavelmente, sai de lá de mãos abanando... depois de perder horas clicando de cá pra lá! Um bom exemplo de site do ponto de vista da imprensa? O da Apple, que é nota dez. ViajantesO Cat, que voltou de viagem (ele começou por São Francisco, mais ou menos na mesma época em que saí de férias, a partir do evento da IBM), acaba de pôr no ar o álbum com as suas fotos de viagem. Vale a pena dar uma olhadinha, quanto mais não seja, para ver o que é um relatório de férias bem feito...Ah, sim...Esqueci de comentar uma outra coisa que se pode fazer com o Clié: desenhar! Ele tem um mini-aplicativo gráfico, em que se podem fazer uns rabisquinhos ou interferir nas fotos.Este desenho foi feito pelo Chico Caruso, em menos de dois minutos: 27.5.02 Fotos by CliéAqui estão algumas amostras do que o Clié é capaz de fazer em termos de fotografia. Como eu já disse, ele não é nenhuma Hasselblad, mas nem é essa a idéia; as pequenas imagens que obtém funcionam mais como registros visuais, rascunhos de lembranças. Lawrence Wilkinson, da GBN, me disse que, uma vez, fez um cenário de tendências para a Kodak, prevendo que as fotos se tornariam, em breve, instrumento de comunicação. É óbvio que a Kodak odiou essa idéia, já que sempre entendeu (e vendeu) a fotografia como memória.Qual é a diferença? Ora, um item corriqueiro de comunicação a gente manda por email, registra e põe fora; uma memória tem todo um outro status: é digna de ser preservada e copiada, de preferência em boa ampliação, no melhor papel possível. É algo quase sagrado, que aspira à eternidade, em contra-posição à informação, que é, pela sua própria natureza, efêmera e descartável. Má notícia para quem fabrica papel fotográfico! O Clié tem feito com que eu pense muito a respeito disso. Acho que, além da transição para o mundo digital, a fotografia começa, de fato, a viver algo mais radical, que transforma a sua própria razão de ser. Não falo, obviamente, da fotografia artística, da fotoreportagem ou de tantos outros campos já tão bem definidos; falo dessa fotografia banal que todos fazemos todos os dias, do adolescente com a xereta ao turista japonês com uma Nikon F5 e meia dúzia de lentes; falo daquela fotografia que, antes do vídeo barato, a gente exibia em slides para os amigos; aquela que a gente guarda em álbuns (ou, melhor dizendo, quer guardar em álbuns -- mas, na maior parte das vezes, acaba deixando mesmo na gaveta, por falta de tempo). Esta fotografia está, mais uma vez, se transformando, buscando a sua vocação de recado. Depois de ter sido PB e cor, slide e Polaroid, ela vai, aos poucos, assumindo o seu lugar nas nossas mailboxes, nos blogs, nos álbuns digitais. A atual velocidade da informação a pegou de jeito, e agora ela dá os primeiros passos no seu novo (e virtual) papel de mensageira, dizendo: "Estamos bem" ou "Eu vi isso" ou "Olha que gozado". Este é um assunto que dá panos pras mangas e que, imagino, já deve estar sendo intensamente discutido pelo mundo afora. No que me diz respeito, acho que, para este efeito, o que o Clié faz já funciona direitinho. Vejam só: Uma das primeiras fotos: auto-retrato no campus da UCLA (externa; luz natural) Gilberto Gil, no Canecão (a luz nem dá pra descrever!) Elisa Byington, Walter Negrão e Geraldinho Carneiro, no Arllecchino (lâmpadas comuns, meia luz, ou seja, escuro paca em termos de fotografia; sem flash ou qualquer outra iluminação a não ser a do ambiente) Mosca no veterinário: há um gato dentro desta sacola... (interna; lâmpadas comuns e uma janela aberta, às três da tarde) Mostrando o brinquedo novo para Nani Rubin e Mauro Ventura, na redação (luz fluorescente) 26.5.02 Para a MegEsta foto do Lucas na sala de espera do veterinário foi feita ontem especialmente para a Meg, que não só faz um dos blogs mais gostosos deste nosso "blogverso" como, ainda por cima, é personagem fundamental, e mais eficiente agente polinizadora, digamos assim, de todo o sistema: ela vai de um blog a outro transmitindo links e recados, sempre com uma palavra boa e bonita, um gesto solidário, um carinho. A Meg é uma das grandes provas de que a internet pode ser, ao contrário do que se tem visto ultimamente nos jornais e na TV, uma imensa rede do bem. Pequeno detalhe: a foto foi feita com... o Clié! Não é o máximo a minha nova maquininha?! Misérias do spamEstou horrorizada com o aumento incrontrolável do spam: hoje de manhã, das 27 msgs que recebi no meu email pessoal (bem mais protegido do que o do jornal), 24 eram spam... O que ainda me salva é que tenho usado direto o Mailwasher, um pequeno programa de uso extremamente simples, a respeito do qual já falei aqui, que permite apagar emails não desejados ainda no servidor do provedor, antes de se fazer o download da porcaria toda. O Mailwasher pode ser baixado e usado gratuitamente, mas se você gostar tanto dele quanto eu gosto, por favor pague os US$ 20 que Nick Bolton e seu gato Jean-Pierre, que vivem na Nova Zelândia, pedem a título de registro. Aliás: seguindo a tendência do novo shareware, eles aceitam também quantias menores, a título de demonstrações de apreço. Que, certamente, merecem.Pais à beira de um ataque de nervosComo todo mundo, eu também estou chocada com o assassinato de Christina Long, a garota americana morta pelo brasileiro Saul dos Reis, em Danbury, nos EUA. Na verdade, tudo me choca nessa história, da promiscuidade e do abandono da menina pela família ao comportamento do cara, que diz que o assassinato foi "um acidente" enquanto faziam sexo (mas que tipo de sexo seria esse?!), passando pelas conseqüências terríveis (possível pena de morte) e, mais uma vez, pelo comportamento histérico e ridículo da imprensa, que ainda não se cansou de fazer estardalhaço com a internet, como se a rede fosse um antro de perversidade e devassidão.Como todos nós estamos cansados de saber, até pode ser, sim -- mas exatamente como qualquer outro lugar. Tudo depende do que a gente quer e de quem a gente procura, tanto na vida virtual quanto na vida real. Como sempre acontece cada vez que a rede é apontada como origem de todos os males a rondar crianças e adolescentes, recebo, lá no jornal, um monte de cartas de pais e mães revoltados e/ou preocupados com os riscos da vida online. E, como sempre, a minha resposta é a mesma: assim como pais e mães têm que se interessar pelos filhos e saber por onde eles andam na vida real, têm também que prestar atenção ao que fazem na rede. Quem foi que disse que ter filho não dá trabalho?! O ideal seria, naturalmente, que pais e filhos tivessem diálogo suficiente entre si para que os adultos pudessem ficar tranqüilos quando os meninos estão no computador. Para pais menos abertos, ou com menos tempo para conversar, há ferramentas de sobra para garantir que saibam o que os filhos andam fazem na internet. Usá-las ou não é uma questão pessoal, que envolve uma quantidade de dilemas éticos de difícil resposta, a começar pelo direito à privacidade: uma criança tem direito à privacidade online? Se não tem, até que idade deve ser vigiada? E, se pode ser vigiada, será correto vigiá-la sem que ela saiba disso? Eu, pessoalmente, sou contra qualquer forma de vigilância secreta: acho que as crianças devem ser orientadas pelos pais, e devem saber que eles estão atentos ao que elas fazem: aquilo, enfim, a que, antigamente, se chamava dar (e cobrar) educação. Entendo, porém, que haja pais que prefiram não apostar inteiramente no diálogo -- e que, em alguns casos, seja útil e importante saber o que anda acontecendo no computador da casa. Para esses pais, há, basicamente, dois tipos de programas de vigilância. O mais conhecido talvez seja o eBlaster, um programa alcagüete, que trabalha escondido do usuário e envia relatórios periódicos para um endereço de email especificado no setup. Em outras palavras, você pode ficar sabendo quais são os websites que seu filho visita, que programas ele usa, o que tecla e de que chats participa, palavra por palavra, sem sequer estar em casa. O software é produzido pela Spectorsoft, custa US$ 70 e é, convenhamos, uma baixaria. A tal ponto que, em alguns estados americanos, só pode ser instalado na máquina do próprio comprador, o que inviabiliza seu uso, por exemplo, para ambientes de trabalho. Ainda bem! Uma opção mais razoável, menos malsã e, também, menos conhecida, é o Lighthouse, que trabalha decentemente, às claras. Ele registra o que cada membro da família anda fazendo na máquina, e pode, suponho, até funcionar como uma espécie de Grilo Falante, uma "consciência artificial" que, pela sua própria presença, inibe certos tipos de comportamento. Ele é produzido pela Guiding Light, e custa US$ 30. Mas que ninguém se iluda. Esses programas podem até "dizer" aos pais o que os filhos estão fazendo, mas nada jamais vai substituir uma relação franca e saudável, baseada em confiança mútua. E, para isso, sinto informar, ainda não há tecnologia disponível. Não deixem de ver!Gente, esta é a propaganda mais engraçada que eu vi nos últimos tempos...! Vale a pena esperar baixar, juro. É de morrer de rir.25.5.02 24.5.02 PerguntasVolta e meia alguém posta uma pergunta para mim lá no livro de visitas. Algumas eu realmente não sei responder. Vocês podem me dar uma mãozinha?O Carlos Raices diz: "Não sou blogueiro (será que não? Faz três dias que só fico de olho em blogs. Tem páginas ótimas, hein?). Bom mas, minha missiva é pra pedir uma dica procê e o povo bloqueiro: não encontrei nenhuma página dedicada a gostosuras como comidas, vinho, viagens... Tem diários sobre isso?" Bom, eu tenho certeza que sim, pelo simples motivo de que há de tudo na rede, de modo geral, e entre os blogs, em particular; mas não sei onde. Help! Já o Átila Guimarães faz o que ele mesmo define, exemplarmente, de "uma pergunta simples e "grande": "O que eu crio nos blogs - tudo, textos e imagens - como isso não se perder... Posso arquivar isso de alguma maneira prática e através de algum recurso ou método que não seja gigantesco e complicado?" Para mim, este problema se resolveu com o lançamento do Blogger Pro (assinatura anual a US$ 35). Uma das vantagens é que ele permite que você envie o post que escreveu (com link para as imagens) para um endereço ou grupo de endereços; eu mando para mim mesma, assim tenho um backup simples e automático do que escrevi. Alguém conhece outro sistema, de preferência grátis? 23.5.02 Google & DilbertEsta é a figurinha de hoje:Mais emocionante do que O Clone! Mais viciante do que o BBB2! 22.5.02 Não falta mais nada...Esta eu achei no Piores Blogs, e dedico ao Luís Fernando Veríssimo, única pessoa que encontrei até hoje com coragem suficiente para confessar o vício que temos em comum: nós adoramos comida de avião.Fotos!Demorou, eu sei, mas aqui estão, finalmente, algumas fotos da parte angeleña das minhas férias (com pedido de desculpas ao pessoal que tem conexão lenta incluso). Foi muito difícil escolher o que publicar entre tantas imagens: um dos problemas da fotografia digital é que a gente sempre acaba com um excesso de escolha.A minha idéia, porém, é, assim que sobrar um tempinho, criar um álbum no Photo Island e, aos poucos, subir o material todo para lá; por enquanto, deixo essas aqui para o registro e para a lembrança. Foram dias lindos e felizes, que não vou esquecer nunca. Aposto que este aí, antes do estouro da bolha, tinha um Jaguar... Em downtown, o lado mexicano de Los Angeles. Um vendedor de pimentas no Mercado Central. Só de passar em frente à loja dele tive um ataque de alergia, e fiquei espirrando feito doida: a gente que não é da Bahia (ou de Belém, né Meg?) estranha essas coisas. A mercadoria. Uia! A biblioteca pública, que fica muito perto do mercado. Esta é uma biblioteca essencialmente voltada para crianças e jovens carentes e/ou de baixa renda, e é simplesmente extraordinária, do prédio ao conteúdo. Além dos livros, há lá centenas de computadores conectados em banda larga, que podem ser usados gratuitamente pelos freqüentadores. Outra: esta é uma das salas de computadores de uma das bibliotecas da UCLA... UCLA Mais UCLA: quantas vezes a gente já viu este prédio nos filmes?! Xose Suarez Otero (o arqueólogo; ainda não me recuperei totalmente do choque de descobrir que, de fato, existem arqueólogos na vida real!), Scarlett Freund e Adeline Rucquoi; lá atrás, o famoso letreiro de Hollywood. Calçadão em Venice Beach. Com Scarlett Freund, Teo Ruiz e Adeline Rucquoi, meus amigos queridos, no Sidewalk Cafe. A Scarlett só não tem link porque ainda não começou um blog (hint! hint!); mas ela é, como sabem os freqüentadores mais assíduos deste internETC., a nossa correspondente em Los Angeles. Agora, vamos combinar uma coisa: é chique demais isso, não é não, um blog com correspondente estrangeira? Ha! Venice Beach: Teo compra óculos escuros de um japonês que, aparentemente, não quer intimidades com o sol. Então tá, né? Casas nos canais de Venice (a Recife americana). O Pacífico. Saudades. 21.5.02 MP3: uma grande dica!Um dos meus blogs favoritos é o sensacional Pulso Único, do Eduardo Stuart, que não só faz um site lindo de se ver, mas sempre descola coisas úteis e interessantes. Foi lá que, há alguns dias, eu encontrei exatamente o que estava precisando: uma ferramenta para calibrar o volume das minhas músicas, que estão convertidas em MP3 e moram todas num dos discos rígidos do meu computador.Antes que a Sony mande para mim uma daquelas simpáticas cartinhas que anda mandando para os provedores de acesso, esclareço que, ao contrário do que isso possa dar a entender, não sou uma super-pirata de música. Sou apenas uma usuária que gosta de escolher o que ouve, em vez de deixar esta delicada decisão a cargo das gravadoras, em quem não reconheço competência suficiente para interferir no meu gosto musical. Isso quer dizer que, de cada CD que tenho, tiro as poucas músicas que me agradam; e que, naturalmente, recorro à internet para buscar o que não encontro nas lojas ou nos discos. Mas, principalmente, acho extremamente conveniente ter tudo junto num mesmo lugar, ao alcance de um clique do mouse, sempre ao meu lado: hoje, meu computador tem um sistema de som bem melhor do que o do CD player da sala. Porém, como pode atestar qualquer pessoa que tenha os mesmos hábitos musicais, nem sempre o volume do som das músicas convertidas para MP3 é uniforme. Numa playlist de MP3, às vezes uma música entra alto demais, enquanto outra entra muito baixo: enfim, haja botão de volume! Pois com o software recomendado pelo Eduardo, este problema foi resolvido. O MP3Gain, que pode ser baixado gratuitamente, é extremamente fácil de usar. Basta incluir no seu campo de trabalho as músicas ou diretórios que se quer regular, clicar um ícone para que sejam analisados, outro para que sejam ajustados... e pronto! O ideal é deixar o volume nos 89dB recomendados, e optar pela forma de ajuste, radio ou album. No caso de uma coleção misturada como a minha, o ideal é radio, que regula tudo pelo mesmo volume; album é para quem quer fazer uma correção proporcional. Ontem à noite dei para o jeitoso programa todos os meus 12Gb de música; não sei quanto tempo ele levou para digerir toda aquela maçaroca, mas assim que acordei, era a feliz proprietária de uma linda coleção de músicas muito bem calibradinha... Deu no Wall Street JournalA notícia é a melhor que aparece na área em muito tempo: o Bibliotecário do Congresso, um cidadão chamado James H. Billington, que é também responsável pela supervisão da secretaria de direitos autorais (Copyright Office), acaba de indeferir a proposta de cobrança das gravadoras pela música transmitida por rádios da web. Simples assim! Depois de meses de discussão, de lobby pesado no Congresso, de ameaças de uma legislação que acabaria com a alegria de muita gente e de desespero nas entidades que lutam pelos direitos civis, aparece este senhor -- que eu, sinceramente, nem sabia que existia e, muito menos, que detinha tal poder -- vira-se para a RIAA, e diz... NÃO.Ele não deu explicações a ninguém a respeito da sua resolução; apenas acrescentou que dará, no dia 20 de junho, o seu parecer final sobre o caso. Isso não significa que a idéia de cobrança de copyright pela transmissão de música na rede esteja enterrada, obviamente. O que acontece é que, ao contrário do que desejavam as gravadoras, se e quando for implantada esta cobrança, ela não será mais a operação abstrusa e extorsiva que inviabilizaria todo o sistema atual, mas antes um pagamento simbólico que não vai matar ninguém. Ufa! Zero em originalidade!Caramba! Bem que eu já suspeitava, mas acabo de ter a comprovação do fato: é impossível ser original na web!!! Estava eu aqui toda contente com o meu Projeto Sombras... e agora descubro, lá na Nancy, que existe alhures, no ciberespaço, o The Shadow Project! Com o mesmo nome!!! E nem é cópia do meu, porque, aparentemente, é anterior: a autora, Janet, tem esta marquinha © 2001-2002 Janet Powell lá. Que coisa triste! Desisto de ser original. E pronto.20.5.02 Com essa todo mundo aqui de casa concorda; a vida nunca mais foi a mesma depois que troquei o Samsung de 17" tradicional pelo SyncMaster 570S TFT! Aliás, não fosse pela escassa quantidade de gatos, esta cena podia muito bem estar acontecendo aqui em casa... (Achei esta gracinha na Meg, que achou lá na Mary) Hoje, nas bancas!Gente, não querendo puxar a brasa pra minha sardinha, mas já puxando, não percam o Info etc. de hoje: nossa matéria de capa, escrita pela Elis Monteiro (ela mesma uma excelente blogueira), trata de... blogs! O texto vocês podem ler online, mas para ver as fotos da Rossana e do Repórter Mosca, por exemplo, só dando uma olhada na boa e velha edição em papel. Divirtam-se!Nas nuvensPergunto: quanto tempo leva um bípede para se readaptar à vida real, depois de uma temporada de férias? Eu ainda estou completamente fora da realidade! Basta dizer que fui andar na praia com a Bia ontem à tarde -- e de livre e espontânea vontade. Desse jeito, acabo entrando em forma... Sem brincadeira, é impressionante o que vai se acumulando sorrateiramente sobre a escrivaninha enquanto a gente, inocentemente, passeia na terra dos outros -- aquele lugar paradisíaco em qualquer parte do mundo onde não existem contas nem obrigações, onde os problemas se resumem ao tempo e à qualidade dos restaurantes, e onde a vida é tão simples e fácil que a gente nem entende direito por que tanto se angustiava em casa. Segundo me disse o Paulinho, quando lhe descrevi o feliz estado de espírito em que me encontrava, esta é, precisamente, a idéia geral da coisa, e para isso foram inventadas as férias; mas eu não saberia dizer, a tal ponto perdi o hábito. Agora estou louca para tirar férias de novo, só para conferir se é isso mesmo. De qualquer forma, pisei na minha vida "normal" com o pé direito: no sábado, fui com a Bia assistir ao show do Gilberto Gil. Eu adoro o Gil, e gostei demais deste show, Kaya n'gan daya (é assim?) em que ele canta Bob Marley e que, como bem observou o Tárik de Souza no JB, transformou o Canecão numa Jamaica baiana. Achei o máximo a versão que ele fez para Lively up yourself, "Eleve-se alto ao céu", um grande achado. Mas já vi melhores shows dele, e por um motivo muito simples: por heresia que isso possa parecer para muita gente (o próprio Gil inclusive), eu prefiro Gilberto Gil a Bob Marley. E pronto. Ah, sim: a foto que ilustra este post foi feita pela Bia, que descansa carregando pedra e aproveitou a noite para fazer um papparazzo básico para a "Caras", onde trabalha. A máquina foi a Sony DSC-P1. P.S. É, eu sei, ainda estou devendo as fotos de Los Angeles, mas tenho boas notícias: não só já consegui selecionar as que quero mostrar para vocês, como já as tratei e até subi pro servidor. Logo mais escrevo as legendas e arrumo tudo bonitinho. 17.5.02 Continuando...A discussão continua na lista dos provedores:Note-se que você não é diretamente responsável pela atitude do seu cliente, mas caso ele persista na atitude e você não faça nada -- depois de ter sido "notificado" por quem de direito -- você estaria sendo omisso, e por isso passível das sanções legais como co-responsável pelo delito (já que mesmo avisado não fez nada). Este comentário recebeu a resposta seguinte, com a qual concordo inteiramente -- ainda que sem base legal para tanto; mas é que me parece óbvio que uma carta enviada em inglês a uma empresa brasileira não deva sequer ser levada em consideração. Muito menos uma ameaça a partir de uma lei (imbecil e calhorda, diga-se) dos Estados Unidos... NEGATIVO. Ele NÃO foi notificado. Acabei de conversar com um advogado sobre isso, e ele me explicou que ele só pode ser notificado por um juiz ou cartório brasileiro. Ele jamais incorreria em omissão pois sequer foi notificado. O e-mail que ele recebeu não é notificação. E o provedor não tem obrigação nenhuma de reconhecer a Sony como entidade jurídica. Não há necessidade alguma de bloquear o Kazaa ou o usuário em questão. E outra: Estamos no Brasil. Ele não tem obrigação NENHUMA sequer de entender o e-mail que veio numa língua estranha. A melhor coisa a fazer é responder para Sony: "Me not speak englich". É totalmente isso aí! O Império ataca!!!Um amigo, provedor de serviços internet, acaba de me mandar uma consulta que um outro provedor fez à lista que eles mantém. Desculpem a longa carta em inglês, mas achei que ela merecia ser mantida na íntegra, e no idioma original. Trocando em miúdos, a Sony está correndo atrás dos usuários, através dos provedores, brandindo o Digital Millennium Copyright Act.Já nem vou entrar no mérito específico da questão, até porque todo mundo está careca de saber o que eu penso a respeito da distruição de música na internet -- mas quem é que eles pensam que são, para acharem que podem se dirigir a uma empresa BRASILEIRA, localizada no BRASIL, através de correspondência EM INGLÊS... e brandindo legislação AMERICANA?! Estão achando que isso aqui é o quintal da casa deles?! (Ninguém precisa responder: esta é uma pergunta meramente retórica...) Vejam: Caros, Fui premiado com o e-mail abaixo, devido a um usuário dial-up ter sido pego no pulo quando deixava fazer o Download de uma música da Sony. Se a moda pega, nao vamos fazer outra coisa a nao ser ficar identificando IP's pois de cada 10 home users, 9 devem fazer isso. Minhas perguntas sao : - Qual seria o procedimento eticamente correto a adotar ? - Como eu converto o horário abaixo ? (desculpe a ignorancia ) First Found: 16 May 2002 18:30:23 EDT (GMT -0400) Last Found: 5/16/2002 6:30:23 PM EST Security-Embratel - Ticket #60842 From: "Sony Music - Anti-Piracy" >To: "Grupo de Segurança Internet da Embratel" >Subject: Case ID 92925 - Notice of Claimed Infringement Thursday, May 16, 2002 RE: Unauthorized Distribution of Copyrighted Work: Korn Dear Grupo de Segurança Internet da Embratel: As you may know, the musical group Korn is currently subject to a recording agreement with Sony Music ("Sony") pursuant to which Sony is entitled to Korn's exclusive worldwide recording services and the exclusive, worldwide right to distribute all audio and audiovisual recordings recorded during the term of that agreement through any and all media, including distribution via the Internet. We have received information that an individual located at 200.246.43.224 on your network has offered downloads of the above-mentioned work(s) at the noted date and time through your service. No one is authorized to perform, exhibit, reproduce, transmit, or otherwise distribute the above-mentioned work without the express written permission of Sony., which permission Sony has not granted to the user located at 200.246.43.224. The attached documentation specifies the account or username offering this infringing material, the name and size of the file being offered, the number of repeat violations recorded at this specific location, as well as any available identifying information. We are asking for your immediate assistance in stopping this unauthorized activity. Specifically, we request that you remove the site from your system or (in the case of a peer-to-peer service) disable access to this site; or at a minimum delete the infringing files that have been downloaded. In addition, we ask that you inform the individual(s) involved of the illegality of his or her conduct and confirm with us, in writing, that this activity has ceased. You should understand that under the Digital Millennium Copyright Act, if you ignore this notice, your company / institution may be liable for any resulting infringement. As owner of the exclusive rights to the copyrighted material at issue in this notice, we hereby state, that we have a good faith belief that use of the material in the manner complained of is not authorized by Sony, its respective agents, or the law. Also, we hereby state that we believe the information in this notification is accurate, and, under penalty of perjury, that we are is [sic]authorized to act on behalf of Sony. The foregoing is not a full recitation of the facts and law pertaining to this matter, and all of our rights and remedies, including the right to recover monetary damages, are expressly retained. We appreciate your assistance and thank you for your cooperation in this matter. Please contact us at anti-piracy@sonymusic.com should you have any questions. In your future correspondence with us, please refer to Case ID 92925. Your prompt response is requested. Sincerely, Anti-Piracy Group Sony Music Entertainment Inc. 550 Madison Avenue New York, NY 10022 Olha aqui, ô Sony Music: VAI-TE À MERDA!!! Desculpem a falta de compostura, mas isso me tira do sério. Que ódio!!! O óbvio mianteMais uma vez, uma universidade gasta um tempão para "comprovar" algo que bastava perguntar a qualquer um ali na esquina; no caso, qualquer dono de gato. Nicholas Nicastro, da Cornell University, está descobrindo que, através dos milênios, os gatos aprenderam a manipular as pessoas, e adaptaram os seus miados às reações dos bípedes que domesticaram... Sinceramente, alguém precisa de uma pesquisa dessas?! (Depois eu escrevo mais sobre isso; agora a Tutu está miando na porta do meu quarto e eu tenho que ir lá.)Achei este teste na Zel (novo visual!), que achou na Rô; como, eu, uma calculadora de bolso?! Não, não, eu sou um Clié!!! Whatever... Tou morta. Vou dormir. Ou acordar. Ou lá o que seja. Fui. 16.5.02 Volta ao larRIO DE JANEIRO -- E lá se vai quase uma semana desde a última atualização do blog...! Mil perdões, galera -- mas é que, de repente, as férias deram uma acelerada e tanto. Em São Francisco, Lynn e eu saíamos com os amigos e fizemos lindos passeios, mas essencialmente ficávamos em casa, batendo papo e bebendo champagne, admirando a vista do observatório. Decadência com elegância: era o que eu estava precisando naquele instante, e mais paz, colo e tranqüilidade, não necessariamente nessa ordem. Sobrava tempo; não muito, mas o suficiente pra subir umas fotos e escrever um pouquinho. Em Los Angeles, porém, onde já cheguei bem descansada e cheia de gas, caí nos braços de Scarlett Freund e Teo Ruiz, meus mais novos e queridos amigos de infância, e os melhores guias que se possa imaginar. Scarlett, que consegue ser ainda mais entusiasmada do que eu com foto digital -- é melhor fotógrafa e, ainda por cima, usuária mais dedicada e paciente de softwares de tratamento de imagem -- é uma espécie de irmã minha e da Laura que a gente só não sabia que existia até o ano passado (eu assumo o parentesco pela Laura, porque tenho certeza absoluta de que as duas vão se dar às mil maravilhas quando se conhecerem). Já o Teo, medievalista e, a partir de julho, diretor do Departamento de História da UCLA, não é o extraordinário professor que é por nada; ele tem um prazer genuíno em compartilhar o que sabe, e isso se aplica, naturalmente, a tudo, y compris Los Angeles. Assim, em três dias, vi muito mais da cidade, e entendi bem melhor o seu espírito, do que somando todas as visitas anteriores -- e olha que já estive lá (melhor dizendo, já passei por lá) mais vezes do que me lembro. Recordando apenas por alto um fim de semana inesquecível: fomos passear pelo centro da cidade e por seus edifícios históricos, com direito a uma visita à biblioteca pública, simplesmente maravilhosa; percorremos o mercado central, que podia estar em qualquer cidade da América Latina, e onde almoçamos uns tacos muy buenos; demos uma rodada pelo Pueblo, berço de LA; e ainda fomos bater o ponto como turistas no Chinese Theater, aquele em que os atores deixam as marcas das mãos no cimento. E isso só no sábado! Meus companheiros de aventura foram a historiadora Adeline Rucquoi (que adora gatos!) e Xose Suarez Otero, que tem um emprego de matar qualquer um de inveja: ele é o arqueólogo da Catedral de Santiago de Compostela! Gente: ele ganha dinheiro para fazer isso, pode?! Ó céus... (A uma certa altura, aliás, despedindo-se de um outro historiador com quem nos encontramos, e que mora, se bem me lembro, em Paris, o Xose -- que é José, em galego -- mandou aquele tradicional "Aparece por lá", ao que o francês prontamente respondeu "Claro, claro. E vou a pé!") No domingo, o programa oposto: a Los Angeles dos filmes do Steve Martin, aquela que a gente imagina sempre que alguém diz Califórnia. Fomos a Venice Beach, onde há um calçadão quilométrico cheio de barraquinhas e de excentricidades para todos os gostos. Fiquei com a ligeira impressão de que a minha vocação natural é passear por lá mas, infelizmente, isso está dando ainda menos dinheiro do que jornalismo. Almoçamos num restaurante apropriadamente chamado Sidewalk Cafe, e voltamos para o carro pela praia, molhando os pés na água geladíssima do Pacífico. Esta volta a Adeline preferiu ignorar, continuando pelo calçadão; mas mais tarde fomos juntas, com a Scarlett, passear pelos canais de Venice, para conferir como vivem os nativos. Conclusão? Muito bem, obrigado. Segunda-feira foi o popular dia livre para compras. Digo apenas duas palavras mágicas, Circuit City, e passo este link para vocês. Tirem suas conclusões... E só não comprei isso porque: A) ainda não chegou às lojas; e B) o meu dinheiro acabou. O ponto alto das férias angeleñas, porém, aconteceu na terça, quando fui assistir a uma palestra do Teo sobre a Espanha do Século XV, as navegações e os descobrimentos, num anfiteatro onde se amontoavam uns 400 alunos. Há poucas coisas tão boas quanto se ouvir alguém falando com humor e entusiasmo sobre algo que conhece profundamente: aqui estão alguns depoimentos que não me deixam mentir. Passei o resto do dia zanzando pela UCLA com a Scarlett, com muita inveja daqueles estudantes cuja maior obrigação é... LER! Naquelas bibliotecas! Naquele campus! Depois disso, só me restava mesmo voltar para casa. Ainda não aterrissei completamente. Ainda estou me perguntando quem sou, de onde vim e para onde vou. O sentido da vida deixo com vocês. Em tempo: Te gustan las fotos? Mañana las tendrás! 12.5.02 Essas são para você, Mami! Estou com saudades! Verbete do diaLOS ANGELES -- Um dos meus sites favoritos é o Your Dictionary, um excelente, se não o melhor, dicionário online. A quem ainda não conhece, e usa dicionário em inglês, sugiro uma visita; a quem não usa também, porque é interessante verificar como, aos poucos, ele está se transformando num verdadeiro portal de palavras. Entre as suas diversas opções encontra-se um feature chamado Word of the Day, uma palavra sempre explicada com graça e precisão; ela é enviada, gratuitamente, para a mailbox dos usuários interessados. A de hoje foi, apropriadamente, esta:Today's Word: Mother (Noun) Pronunciation: ['mê-dhêr] Definition 1: A female parent. One who gives birth to and/or permanently nurtures, comforts and protects a child. Usage 1: As befits the term, "mother" is the progenitor of a large and meaningful word family. "Motherly" is the adjective and adverb of today's word, as in "motherly love" and "she motherly wiped the little boy's tears away." "Motherliness" is the noun expressing the warmth, nurturing concern and protectiveness that give the root, "mother," its true meaning. "Mother" also serves as a verb with its own noun: "Mothering and working a full-time job can lead to exhaustion." Suggested usage: When Sadaam Hussein challenged the US to the "mother of all battles," we all knew exactly what he meant because of the primordial force of motherhood throughout our language: Mother Earth, Mother Nature, Mother of God, Mother Goose (the originator of all children's stories since the book's first printing in 1719), the mother lode, the motherland—even the motherboard in your computer. Mothers are all associated in all our minds with our origins and what is essential, crucial, and most important. Etymology: The origin of the word for "mother" in virtually all Indo-European languages is the baby-talk syllable "ma," (usually the first recognizable syllable uttered by a baby and also the basis of "mama") plus the kinship suffix -ter (-ther), also found in "sister, "brother," and "father." The original form, *mater- evolved into Latin "mater," Greek "meter" (as in "metropolis," the mother city), German "Mutter," French "mère," Serbian "majka," Russian "mat', materi," Italian and Spanish "madre," Portuguese "mãe," Danish "moder," Dutch and Afrikaans "moeder," Norwegian "mor," Swedish "moder," Icelandic "móðir," Irish "máthair," Hindi "mataji," Gujarati "maataa," Farsi (Persian) "madar," and Pashto "mor." —Audra Himes, yourDictionary.com Megapixels, minipreçosLOS ANGELES -- Está oficialmente aberta a temporada de caça às câmeras digitais de 2 e 3 megapixels, aquelas que, até o ano passado, eram o ó do borogodó. Só para dar uma idéia: em princípios de 2001, comprei uma Sony DSC-P1 por U$ 750. Na época, um ótimo preço: a maquininha é linda e valente, e faz ótimas fotos de até 3.3mp. Nem preciso dizer que a P1 é, hoje, um sonho ultrapassado. Em qualquer loja de eletrônicos, a sua irmã mais nova, chamada DSC-P5, de 3.34mp, sai a menos de U$ 500; isso para não falar na DSC-P71, de 3.2mp, a menos de U$ 400.O design das três é praticamente o mesmo -- e estou convencida de que a Sony só não fez a P71 com 3.3mp para não ferir os sentimentos de quem comprou a P1 há tão pouco tempo, e por tanto dinheiro. Uma pequena gentileza oriental que, de resto, faz o maior sentido comercial: não convém aborrecer a clientela. Isso não quer dizer que as câmeras de 2 e 3 mp sejam equipamentos ultrapassados; pelo contrário. Há uma série de lançamentos nessa faixa, pelo simples motivo de que há um imenso público para ela: fotos feitas entre 2 e 3 megapixels podem ser perfeitamente impressas a até 20 x 25 cm. A Olympus, por exemplo, acaba de lançar a D-380, com 2mp, a U$ 199 (preço de lista); e a D-370, de 1.3mp, já pode ser encontrada por cerca de U$ 180. Para quem está a fim de gastar, as opções são muitas e o céu é o limite. Mas duvido que, neste momento, haja melhor relação custo-megapixel do que a Kodak EasyShare DX4900, de 4 (quatro!) mp... a U$ 399! Em tempo: as fotos das férias estão sendo feitas em parte com a P1 acima mencionada, e em parte com a Kodak 4800 -- outra que, em seus áureos tempos, custava uma baba. 10.5.02 Minhas férias IISÃO FRANCISCO -- Eu ainda teria (e tenho!) muita coisa para contar aqui de São Francisco, se não estivesse tão cansada; pelo horário local são três da manhã, eu acabei de fazer (mal e porcamente) as malas e amanhã acordo às oito para viajar para Los Angeles. Lynn e eu, que já estamos morrendo de saudades um do outro, vamos juntos até o aeroporto; de lá ele vai para Glendale, que é até perto de Los Angeles, mas vai ser difícil a gente se encontrar por lá.Hoje o dia foi, como têm sido todos os dias dessas férias, ensolarado e bonito, ainda que muito frio. O ventinho que sopra nessa terra não é brincadeira -- mas, por outro lado, ajuda muito a fazer exercício. Uma das boas coisas da vida é andar por uma cidade bonita como esta num dia de sol geladinho: a gente pode se vestir feito gente, anda à beça e o corpo nem pensa em suar. Muito civilizado! Outra coisa boa da vida é encontrar os amigos e se divertir. Sob este aspecto, a férias em São Francisco foram encerradas com chave de ouro: no final da tarde, a galera brasileira que estava no IBM developerWorks veio para cá, cumprir o ritual do pôr-do-sol com champagne no observatório. O Ramalho, que está com uma digital simplesmente fabulosa, viajou na cor do cabelo da Vera (todo vermelho) e fez uma sessão de fotos que quase matou a gente de rir: basta dizer que o Cat, do alto do seu 1m94, acabou oferecendo a careca como suporte para a máquina... e o Ramalho aceitou! Alguns dos resultados vão aí embaixo. Amanhã tem mais, e melhor (não vai ser difícil...): morto de sono, mas morto mesmo, este blog encerra neste momento os seus trabalhos em São Francisco, comunicando que as próximas transmissões serão feitas de Los Angeles. Câmbio! P.S. Por favor, tenham paciência com as fotos. Eu errei a mão, e elas ficaram pesadas demais. Assim que der, vou corrigir isso. O observatório, com uma bandeirinha tremulando no alto, visto da porta da "minha" casa; esta foto foi feita especialmente para o Jean Boechat Umas casas bonitas na vizinhança O mar Meu avô paterno tinha uma livraria em Budapeste. Talvez por isso eu tenha um fraco por livrarias, que acho as lojas mais encantadoras do planeta; e esta é uma das minhas preferidas. A City Lights merece a fama que tem: ela é de fato um lugar especial, uma espécie de santuário de livros, a igreja que eu freqüento quando venho aqui. Ah, se não der para ler na foto, os cartazes dizem: "Dissent is not un-American", ou "Discordar não é (uma atividade) anti-americana". Eles foram postos aí ainda em setembro do ano passado, quando o país começou a viver um clima de caça às bruxas contra qualquer um que ousasse discordar da política malsã do presidente Bush A vossa escriba, by José Ramalho Com a Verinha, tentando demonstrar a tese de que cabelo vermelho é contagioso Lynn, by Ramalho O grupo tenta se acertar com o disparador automático da câmera O grupo se acerta com o disparador automático da câmera! No sofá, Cat, Verinha, Lynn e Ramalho; no chão, eu e o Glauco 7.5.02 Minhas fériasÉ engraçado como, quando a gente está de férias, o tempo voa. Antes de viajar, eu estava certa de que ia conseguir atualizar o blog todos os dias, com foto e tudo. Pois sim! Acontece que acordo com uma preguiça de todo o tamanho. Aí vou lá pra baixo, pro pátio, e fico batendo papo com Lynn e com os amigos que aparecem. Aí saímos todos. Aí voltamos cansadíssimos, descansamos, depois batemos mais papo e vamos jantar. Aí ainda assistimos a um vídeo... e aí, é claro, eu já estou pra lá de Chinatown, morrendo de sono!Dando uma atualizada rápida: Daniel, um amigo do Lynn que mora em Palm Springs, veio passar o fim de semana conosco. Os dias têm estado lindos, e o domingo não foi exceção. Assim, resolvemos ir a Tiburon, do outro lado da baía. Almoçamos num mexicano muito bom, passeamos pela orla e voltamos a ponto de pegar o pôr-do-sol no observatório do terraço, devidamente equipados com uma garrafa de champagne -- afinal, ninguém é de ferro, e esta é uma tradição de longa data na casa. Ontem, segunda-feira, Lynn tinha mil assuntos a resolver na cidade, e eu fui bater perna. Saí pela vizinhança; subi a Lombard Street toda (que é, disparado, a ladeira mais íngreme que já vi na vida), desci pelo outro lado (e descobri que descer uma pirambeira dessas é muito mais difícil do que subir!), fui até a praia (molhei as patinhas no Pacífico gelado!), visitei o Museu Marítimo, segui até Ghirardelli Square, andei mais um bocado, vi uma linda exposição de gravuras de Picasso, cheguei à Cannery, onde descobri uma loja de bebidas interessantíssima e, depois de muita confabulação com a vendedora, acabei levando duas garrafas do que, na França, seria champagne -- só que do Oregon! Chama-se Argyle, custa relativamente caro (U$ 25 a garrafa) e... é ótimo! Voltei para casa às sete e meia. Lynn tinha ido levar Daniel ao aeroporto, e Dennis, que está de passagem de Frankfurt pro Havaí, onde mora, estava na cozinha preparando um jantar de galinha assada, aspargos e shiitake (muito bom, por sinal). Depois da imensa caminhada do dia, esta foi a minha primeira refeição realmente livre de culpa. Agora estou me preparando para ir ao Moscone Center, onde se realiza o IBM developerWorks Live! Lá, devo assistir a uma ou duas palestras que me interessam, e encontrar o Cat e o Ramalho, que vieram do Brasil especialmente para o evento. À noite, um outro amigo, Lawrence, vem fazer o programa básico da casa (champagne e pôr-do-sol no observatório). Depois, ou saímos para jantar ou algum samaritano vai se oferecer para preparar alguma coisinha. Êta, vidinha mais ou menos... Daniel e Lynn, em Tiburon Lynn ao volante: o carro é uma Mercedes 68, de dois lugares. Há um meio banco atrás, onde eu, com esta minha altura toda, me instalo às mil maravilhas, de lado. Daniel, que deve ter quase 1m90, mal consegue se ajeitar no banco da frente! Muito bom: pelo menos uma vez na vida, nós baixinhos levamos vantagem... Bicicletas e bípedes ao sol, em Tiburon Outra vista de Tiburon A outra entrada da casa, que dá para duas ruas Lynn prepara uma saladinha de almoço A cozinha, vista de onde ele está A sala (a Bia vai chiar com o tapete de zebra!) A subida para o observatório A web em perigoSÃO FRANCISCO -- "Nós demos o controle do futuro justamente às pessoas mais erradas. E, antes que se possa perceber o que aconteceu, a possibilidade de inovação terá desaparecido". A frase é de um dos meus ciber-heróis, o professor de direito Lawrence Lessig, de Stanford, um dos mais incansáveis batalhadores pela liberdade da internet, e está numa entrevista que ele acaba de dar à revista Business Week. Para quem está familiarizado com o trabalho de Lessig e, sobretudo, com o que anda acontecendo com o mundo digital aqui neste país (e, por tabela, no mundo inteiro) não há nada de novo. Mas enumeradas uma a uma como estão na entrevista, as atuais ameaças são aterrorizantes -- sobretudo porque têm tudo para se tornar realidade, com um Congresso que, de um lado, só faz se divertir com os jogos de guerra do indizível Bush e, de outro, está descaradamente vendido aos interesses dos grandes conglomerados de mídia.Se nada for feito pela sociedade, em breve a internet estará nas mãos dos estúdios de Hollywood, das grandes gravadoras e das operadoras de cabo; e o indivíduo -- isto é, eu, você, e todos nós que fazemos a rede -- estaremos, mais uma vez, trancados do lado de fora, livres apenas para o que eles acharem que devemos fazer, ouvir, ler e assistir. Para mim, o exemplo atual mais chocante é o da ameaça (muito real) que corre a deliciosa aventura do rádio na rede. Hoje, qualquer um cria a sua própria emissora com a maior simplicidade: as ferramentas e as músicas estão soltas, é só ter a paciência de arrumar a programação. Isso está dando à rede uma diversidade sonora jamais vista, criando nichos super-especializados e divertindo todo mundo. Mas, neste exato momento, o Congresso americano tem uma comissão chamada CARP (Copyright Arbitration Royalty Panel) que, ao que tudo indica, vai -- mais uma vez -- fazer o jogo das gravadoras, impedindo qualquer web-rádio de funcionar sem pagar quantias altíssimas à RIAA a título de copyright e, pior, fornecer-lhe uma lista detalhada de todas as músicas que estão sendo ouvidas, e por quem. Em resumo: ainda que fosse viável, este modelo criaria uma patrulha musical inteiramente louca e arbitrária. O que está por trás disso tudo é, claro, o pavor que dinossauros como a RIAA e a MPAA têm de perder o controle total que, até a entrada da web em cena, sempre detiveram sobre a distribuição de bens culturais. As conseqüências deste monopólio a gente já conhece de sobra: basta ver o que está em cartaz nos cinemas, ou ligar qualquer estação de rádio para ver se tem alguma coisa que preste... 6.5.02 Evolução da espécieSÃO FRANCISCO -- Gatos escaldados de água fria têm medo; e, parece, os seus filhotes também. Uma pesquisa que acaba de ser concluída aqui ao lado, no Vale do Silício, entre estudantes de segundo grau, revelou que a maioria quer distância de profissões ligadas à tecnologia, embora estejam todos bem familiarizados com computadores e video games. Dos mais de 2500 estudantes entrevistados, apenas 32% responderam que querem fazer carreira na área tecnológica. Os outros, mais espertos, já viram no que dá essa história de vida hi-tech, e morrem de medo de virar nerds.5.5.02 À noite, quando se fumaSÃO FRANCISCO -- Quem disse Los Angeles quase acertou: estou em São Francisco, uma das minhas cidades favoritas no mundo e, com certeza, a única cidade americana em que eu poderia morar, pelo menos alguns meses por ano. A paisagem é linda, a cidade é administrável (770 mil habitantes), as pessoas são ótimas e informais, há gente de todas as partes do planeta, pode-se andar a pé à vontade e o mar fica logo ali. Problemas? Para mim, basicamente, dois: o custo de vista, simplesmente astronômico, e o frio, no inverno. Para os nativos certamente existem outros -- aliás, tenho que perguntar isso ao Lynn -- mas para mim, que estou de passagem num começo de primavera, tá tudo ótimo.A "nossa" casa fica em Telegraph Hill, uma das áreas mais "São Francisco" da cidade. Do terraço, tem-se vista para os principais pontos turísticos da cidade: as pontes Golden Gate e Bay Bridge, Alcatraz, Coit Tower e Lombard Street, aquela ruazinha torta que aparece em todos os filmes rodados aqui. Isso pode ser um transtorno ocasional: ontem, por exemplo, tivemos que dar uma volta enorme para chegar ao restaurante em que queríamos jantar, porque um grupo de ruas estava fechado para as filmagens do Incrível Hulk. E eu aqui, achando que este personagem já tinha desaparecido na linha do horizonte... A volta valeu a pena; fomos a um grego chique mas bom, meio que lugar da moda. Comemos bem e nos divertimos vendo as pessoas; mas bom mesmo foi o jantar da sexta-feira, quando fomos no Da Flora (Ostaria Venexiana), logo aqui embaixo, a poucos quarteirões de casa. A Flora, amiga do Lynn, é meio húngara e meio italiana, mais exatamente meio veneziana, o que nos torna seres da mesmíssima procedência -- com a diferença que ela aprendeu a cozinhar de verdade, e eu não. Ela e sua companheira Mary Beth têm dois gatos muito simpáticos, de 12 e 13 anos, cujos retratos ficam bem visíveis em cima do balcão. O restaurante é pequeno, aconchegante e muitíssimo bom. Tudo estava ótimo. A quem tem planos de vir para esses lados, recomendo com todas as estrelas possíveis. O endereço é 701 Columbus Ave., e o telefone (deve-se fazer reserva) é (415) 981-4664. O mais interessante de tudo, porém, não foi o jantar. Foi o fim do jantar. Nós éramos uma das últimas mesas da casa, e a moça que nos servia disse ao Lynn para segurar as pontas, porque era aniversário da Mary Beth e o pessoal só estava esperando os últimos clientes irem embora para comemorar. E assim foi. Aos poucos foram chegando os donos e donas de outros restaurantes do pedaço, que também haviam acabado o serviço, alguns trazendo flores, outros presentinhos diversos. Rolou uma grapa muito boa pra todo mundo, fecharam-se as portas e... várias pessoas começaram a fumar! Brincadeira? Que nada! Esta é a nova atividade ilícita em São Francisco, onde os fumantes não têm mais vez em lugar algum. Lynn e Daniel, o amigo que estava conosco, são dois dos últimos moicanos, assim como Mary Beth e uma meia dúzia dos seus amigos. Achei muito engraçada aquela cumplicidade de foras-da-lei, que me lembrou um bando de adolescentes esperando os pais saírem de casa para fumar escondido. Ficamos todos batendo papo animadamente por mais uma hora, e depois voltamos para casa a pé, enfrentando as ladeiras e um vento frio que só vendo. Foi uma noite maravilhosa. 4.5.02 AQUIDepois de um longo e tenebroso verão, o que faz um bípede a quem a sorte deixou... bem, entregue à própria sorte? Ora, aproveita a sorte que tem, bate as asas que a Varig lhe dá e vai em busca de paz, sossego e tranqüilidade; que se vierem com colo e carinho são o que a vida tem de melhor. Assim, quando Lynn (Hickerson; um dos meus melhores amigos) disse "Venha passar uns dias na casa", obedeci.Quando cheguei, Lynn, o anfitrião perfeito, estava me esperando com flores e todas as comidinhas de que eu gosto na geladeira... da minha casa! É que "a casa", na verdade, são duas: a principal, espetacular, e a de hóspedes, apenas deslumbrante. A "minha" casa. (A "minha" casa é a da direita, com a escadinha) Agora estou aqui, literalmente de papo pro ar, escrevendo estas mal tecladas ao sol geladinho deste pátio que as duas dividem. Há dois arcos com espelhos no muro, e esses arcos exercem um estranho fascínio sobre os pombos, que ficam maravilhados com as próprias imagens. Eles passam um tempo enorme olhando os seus reflexos, de todos os angulos, e se namorando a si mesmos. Depois sentam no chão e ficam pensando na vida. Acho que a espécie estaria extinta se vivesse num mundo de espelhos. Amanhã conto mais, prometo. É que, por enquanto, havia muito papo pra pôr em dia, havia visitas e, por incrível que pareça, até uma grande trapalhada telefônica, que nos deixou isolados do mundo durante uma tarde inteira... O andar de baixo é ocupado por esta salinha, que eu quase não uso; a vida da casa acontece mesmo no pátio, e na casa principal, onde almoçamos, jogamos conversa fora, assistimos vídeos e assim por diante. Esta escadinha leva ao andar superior... ...e sai direto na cozinha, que uso pra preparar meu café da manhã: Lynn é do tipo que acorda às seis, vai para a academia de ginástica às oito e ao meio-dia aparece, lépido e fagueiro, com a vida ganha {sigh} Outra vista da "minha" cozinha... ...e a sala, de onde este blog está sendo atualizado. P.S. Pessoal, muitíssimo obrigada pelos votos de boas férias e pelas msgs gracinha deixadas aqui no blog! Valeu mesmo, esta vossa escriba ficou feliz com o carinho... 1.5.02 |