31.12.05


Ipanema










Tudo pronto










Comilanças










Ai, será que vai chover?










No cabelereiro










31.12.2005










Feliz Ano Novo!!!

Amigos queridos,

O ano acaba e eu, que não tenho fé em quase nada, acredito piamente em agradecer o que a vida nos oferece de bom -- sempre, o tempo todo, a cada instante, mas, especialmente, no fim do ano, quando se está com um pé no passado e outro no futuro.

2005 foi um ano de finanças complicadas, política catastrófica e emoções misturadas; mas do ponto de vista humano e afetivo -- que é, ao fim e ao cabo, o que realmente importa -- foi, pelo menos para este blog e esta blogueira, um ano maravilhoso, que vai deixar saudades.

Muito obrigada a todos vocês, que me ajudaram a tocar este botequim virtual com comentários tão divertidos, simpáticos e inteligentes, e que souberam movimentar a área discutindo idéias conflitantes sem perder a linha.

Num ano tão cheio de polêmicas, algumas garrafas voaram aqui e ali, mas isso é normal e, afinal, faz parte da vida de um botequim.

O importante é que nas áreas de comentários o que prevaleceu, ao longo dos últimos 365 dias, foi a amizade.

Devo agradecimentos especiais a alguns amigos muito, muito queridos que ajudaram com o blog nos bastidores: Eduardo Stuart, que resolveu todos os pepinos técnicos; Fábio Sampaio, o "caryorker", cujo excelente sistema de comentários é a espinha dorsal do botequim; e Tom Taborda e Lucas França, co-síndicos na capinagem de ervas daninhas nos comentários.

Obrigada também ao Savarin do meu coração, um anjo de chapéu branco que tudo sabe e que de tudo cuida.

Um beijo grande para todo mundo, e que 2006 seja um ano de paz e alegria para nós!





30.12.05


Lagoa










Happy hour no pé sujo ao lado do jornal










A última ida ao jornal em 2005










Net, adoradora do sol









29.12.05


André N., help!

Minha amiga Mariana, que é esportista até debaixo d´água (é dive master) está louca para escalar. Não é principiante de todo, já fez terceiro grau, seja lá o que signifique isso, mas está precisando de amigos de confiança para subir morro acima.

Você pode ajudá-la?






Vejam que camiseta poderosa!










Scofield, nosso homem na China










Para quem não esteve lá...

O primeiro Pré-Réveillon do internETC. & Cia. foi um grande sucesso! Teve pequenas falhas organizacionais, mas nada que comprometesse o astral e animação da festa.

Adorei ver todo mundo que foi e senti falta de vários que não apareceram, mas foram lembrados com carinho; adorei os presentes lindos que ganhei; e adorei a quantidade de máquinas fotográficas em ação, que me permitiram deixar os telefones quietos na bolsa e curtir o papo com os amigos.

Ganhamos um cantinho tipo Palaphita-off, ligeiramente fora dos limites do quiosque e das suas caixas de som; o que nos fez improvisarmos a nossa própria música, tão animada, mas tão animada, que acho que ano que vem eles vão nos pôr lá no campo de beisebol... ;-)

Para quem ainda não viu as fotos, da Ju (organizadíssimas!), da Monica L, da VanOr e do Lucas (agota também arrumadinhas!), basta clicar nos nomes deles, aí em cima, para ir aos respectivos flickrs e blogs: ficaram ótimas!

Com uma festa dessas, é lógico que 2006 tem tudo para ser um grande ano; mas, como lembrou a VanOr, não podemos ser ingratos com 2005, que nos deu tantos bons momentos.

E agora vou voltar aqui pro meu rock pauleira, porque, festa ou não festa, o jornal tem que sair.

Beijos!

Em tempo: Rose, muito obrigada pelo livro lindo! A outra sortuda foi a VanOr, sorteada entre os presentes.






Av. Niemeyer










Av. Niemeyer










Chico faz de conta que pinta um retrato do Millôr... feito pelo Bianco








Os ouriços das castanhas

Minha família e outros animais

Rabiscos de uns dias no sítio


Vocês sabem como nascem as castanhas portuguesas? Em ouriços verdes, que crescem numas árvores lindas, frondosas e esparramadas. Quando esses ouriços ficam maduros, caem no chão e são colhidos. Às vezes já estão abertos, o que torna relativamente fácil soltar as castanhas; quando fechados, só com expedientes variados -- luvas de couro, instrumentos de jardinagem, pedras. Vale tudo para libertar as castanhas da sua competente armadura.

Imagino que numa plantação profissional existam ferramentas apropriadas e precisas ara a tarefa, mas no sítio temos apenas dois castanheiros, plantados há 40 anos pelos meus pais, e que, mais ou menos por esta época do ano, gentilmente produzem as castanhas de que precisamos.

Os castanheiros foram presente do Mr. Smith, o vizinho inglês, único habitante da região quando o sítio foi construído, em princípio dos anos 60. São árvores voluntariosas, que não crescem como ou onde a gente quer, mas como lhes dá na telha. Não adianta plantar as sementes. Nada acontece. Mas por baixo dos castanheiros crescidos aparecem, volta e meia, umas mudinhas que, eventualmente, podem ser transplantadas. Assim chegaram as plantinhas pequenas nas latas do Mr. Smith, e assim já saíram daqui tantas outras.

Mr. Smith morreu há anos, seu terreno foi vendido e um novo loteamento cresce ao lado do sítio; o morro em frente, antes deserto, hoje é um mar de luzes. Apesar disso o céu continua cheio de estrelas e os castanheiros seguem, ano após ano, seu destino de árvores bem amadas, enchendo o gramado de ouriços.

* * *


Nossos outros ouriços são animais, mas não muito diferentes em potencial catastrófico dos das castanhas. Os cachorros que o digam. Xarope, um jovem pastor alemão ainda inexperiente, teve seu primeiro encontro com um deles há alguns meses. Apareceu em casa ganindo, desesperado, com mais de 60 espinhos espetados na boca e no focinho. Teve que ser anestesiado para que o veterinário pudesse dar jeito na situação. Ignoramos o que aconteceu com o ouriço; e o pior é que não temos certeza de que o Xarope tenha aprendido a lição. A Mala, apesar de mais velha e versada nos descaminhos da vida, já caiu em tentação com ouriços em três diferentes ocasiões, embora nunca tenha se dado tão mal quanto o pobrezinho do Xarope.

* * *

Nega, a gata da Mamãe, apareceu no sítio bebezinha, abandonada por sabe-se lá quem, e cresceu junto com o Baú, maior e mais feroz de todos os cães que tivemos. Os dois se adoravam mas, inevitavelmente, ele começou a crescer mais, e mais depressa. Um dia, inocente da própria força, acabou sendo mais bruto do que deveria, machucou-a, e ela, cabreira, nunca mais se aproximou dele. Ficava na segurança da varanda, olhando-o através das grades. Baú respondia ao olhar sentidíssimo e chorava de tristeza, mas a Nega permaneceu irredutível. Tenho muita dó dele, que morreu sem ter conseguido reatar a velha amizade.

* * *

Nega continua levando sua vidinha de gato. Despreza os outros cachorros, às vezes pega ratos e passarinhos e gosta de bípedes, especialmente da Mamãe. Gosta de brincar de animal selvagem, mordendo e arranhando incautos que ousam coçar a barriguinha irresistível que sorrateiramente oferece. Depois olha com os olhos mais cândidos do mundo a pele em frangalhos, se esfrega na perna da vítima e mia baixinho, como se pedisse desculpas. Eu mesma já caí nessa várias vezes. Ainda agora teclo estas mal traçadas cheia de arranhões. E o pior é que depois chamo a Mala de boba porque não resiste a um ouriço.

* * *

Os pássaros estão quase todos com filhotes. Saíras, sanhaços, bem-te-vis, sabiás, sebinhos, tiés e outros, que não conheço, vêm alimentar-se das frutas que Mamãe lhes oferece. Além do almoço, levam quentinhas para o ninho, na forma de pedacinhos de mamão ou banana, para as crias. Os filhotes dos bem-te-vis já estão grandinhos e vêm comer com os pais, dos quais se distinguem apenas pela cor um pouco mais pálida e por um ar meio desajeitado.

* * *

Antigamente havia peixes num laguinho do pátio. Eram carpas grandes, vermelhas e cinzas, sempre problemáticas. Às vezes comiam demais, às vezes de menos. Às vezes tinham doenças que desafiavam os veterinários da região, habituados a quadrúpedes. Apesar de tudo, sobreviviam bravamente, ajudadas sobretudo pela minha Mãe, que tem um olho clínico espantoso para gente e bichos.

Hoje o laguinho está vazio. As carpas morreram lá pelo terceiro assalto, junto com os planos da Mamãe de ter um pátio impecável, cheio de plantas. Foi quando o Baú veio para o sítio como cão de guarda. Acho que nunca lhe passou pela cabeça que aquelas coisas molhadas e coloridas pudessem ser comida, mas em compensação não havia como convencê-lo de que as flores do pátio não estavam lá para sua única e exclusiva diversão. Pior: deu de beber a água do laguinho, e ficar intoxicado. Resultado: adeus pátio impecável, adeus plantas raras, adeus carpas.

A violência faz vítimas insuspeitas.

(O Globo, Segundo Caderno, 29.12.2005)





28.12.05


Os portugueses vão direto ao ponto...










Fui!










Minha Vó paterna, pro Lucas










Instrumentos










João e Thiago










Boa noite...










Os outros bichos

Tobi

Este é o Tobi.

Ele passa a maior parte do tempo encafurnado nessa casinha porque cada vez que sai, entra alguém lá dentro e ele simplesmente detesta dividir o espaço; assim, para não facilitar, fica zelosamente cuidando do que é seu.

Um bobo, ele, mas muito gostosinho.

Magrela

Magrela foi abandonada no portão do sítio quando filhote e fiapo de cachorro; daí o nome.

É boazinha mas meio invocada, e morre de ciúmes da Isaltina, mulher do Dirceu, nosso caseiro.

Kita

Kita é a gatinha do Dirceu e da Isaltina.

Não gosta de cachorros e vive na casa deles, sempre na janela ou suficientemente perto para voar para dentro quando não sente firmeza no ar.

Adora colo e tem mania de roubar as caças que a Nega ou o Johnny pegam.

Pronto! Agora vocês já conhecem todos os quadrupes do sítio.





27.12.05


Esfriou, que bom!












Auto-retrato com Quelonious










Bom dia!










A despensa, para o Ribondi





Aí está a despensa de que você se lembra, Ribondi; não anda tão carregada de conservas quanto antigamente.

O movimento na casa diminuiu com os anos -- e, ao mesmo tempo, ao longo desses anos, os potes de geléia, compota e pepino deram lugar a uma coleção e tanto de medalhas de natação.

Juntei as fotinhas do sítio num álbum do Flickr; fica bonitinho vendo em slide show.

Para ir direto até lá, é só clicar aqui.






Xarope e Mel no meio do mato










O bambuzal









26.12.05


A escadinha do bosque










A casa










As castanhas no pé










Os castanheiros










Quelonious Monk










Johnny supervisiona seus domínios










Johnny










Bom dia!









25.12.05


Nosso bolo de Natal: obrigada, Gravatá!










Bom apetite!










Heeeeeere's Johnny!!!










A vista da escrivaninha do Papai










E o de cima










O andar de baixo da Brilhoteca










Jandira, Mamãe e Laura










Bom dia!










Amanhece









24.12.05


Tudo de bom, pessoal!

Aproveito a ocasião para repetir o convite, feito lá embaixo, para o pré-réveillon do blog, organizado pelo nosso diretor social Lucas: Palaphita Kitsch, no dia 28, quarta-feira, à partir das 21hs.

Todos que quiserem aparecer serão muito bem-vindos!

O Palaphita fica na Lagoa, exatamente em frente ao Corte de Cantagalo; e pode ser reconhecido pelos telhados de sapé e pelas capivarinhas coloridas do Pojucan espalhadas em frente, no gramado.

No mais: muita festa, muita alegria e tudo de bom para vocês!






Mel










No pátio










Thiago com Xarope e Mala










Bom dia! Esta é a Nega.










Boa noite!










Conseguirão os bichinhos ligar a tomada?

Google natalino





23.12.05


Questões de máxima urgência

Marcela, recebi o presente!!! YESSSSSSSSSSSS!!!

Delicioso -- em todos os sentidos.

Muito obrigada, você é uma florzinha.

A Laura manda dizer que perus congelados em geral vêm com instruções bastante precisas. Basta ler o Kamasutra (RTFM). Se o peru for recheado, você não precisa fazer nada, a não ser regar alternadamente com suco de laranja e vinho branco.

Caso o peru não seja recheado, faça uma farofa da seguinte maneira:

  • Muita manteiga;
  • Cebola refogada na dita manteiga, com os miúdos do peru bem cortadinhos;
  • Muita maçã sem casca cortada em quadradinho e passas que ficaram previamente de molho em suco de laranja;
  • Uma pitada de sal.

    Ponha esta farofa dentro do peru, tempere-o com sal e pimenta por dentro e por fora e ponha pra assar como descrito acima.

    Se você não conseguir farinha aí em Seattle, pode usar pão molhado no leite até ficar bem macio, um ovo inteiro, os miúdos do peru bem cortadinhos e as maçãs e passas.

    Se o peru não for recheado, e você estiver com preguiça de fazer tudo isso, basta temperá-lo com sal e pimenta e recheá-lo com uma maçã inteira, com casca e tudo.

    Como acompanhamento, batatas assadas no próprio tabuleiro onde for assado o peru; uma bela salada; e compotas de frutas.

    Monica R., você tem certeza que quer rabanada de forno? Não serve a frita, normal? Essa a Laura sabe fazer muito bem e pode te passar a receita. Avise!

    Aqui no sítio está tudo ótimo.

    Não está nem frio nem quente, os cachorros ficaram apopléticos quando cheguei, e não sou besta de me meter com cães que ralam, mas há uma viralatinha que é tudo de bom e veio me saudar com a gentileza dos cachorros que não têm obrigação de defender a casa.

    A conexão Vivo Zap está funcionando que é uma lindeza.

    O bacalhau do jantar estava uma glória.

    A vida é bela.

    Beijos para todos!






  • Mami, by Laura










    Haja chão!










    A caminho










    Na ponte










    Um navio e sua carga










    Fui!










    Gatos contrariados com preparativos de viagem










    Boas Festas!

    Pessoas, estou puxando o barco e subindo para o sítio, para passar o Natal com a Sábia Coruja das Highlands (nome pelo qual é conhecida a Mamãe em família). Vou mandar fotinhas e, provavelmente, me conectar de lá.

    Se a preguiça for maior do que eu (às vezes é!) e eu ficar só nas fotinhas, relevem esta vossa escriba, que ainda está meio gripada.

    E, desde já, fica aqui o convite para o pré-réveillon do blog, organizado pelo Lucas, nosso diretor social: será no Palaphita Kitsch, no dia 28, quarta-feira, à partir das 21hs.

    Todos que quiserem aparecer serão muito bem-vindos.

    O Palaphita fica na Lagoa, exatamente em frente ao Corte de Cantagalo; e pode ser reconhecido pelos telhados de sapé e pelas capivarinhas coloridas do Pojucan espalhadas em frente, no gramado.






    Bom dia!










    HHmmm...









    22.12.05


    Batidinhas!










    Amigos!











    Nem tudo está perdido

    Um conto de Natal se repete todos os dias em Santa Cruz


    Rosana Monteiro é uma jovem veterinária de Campo Grande, nascida e criada em Santa Cruz, onde até hoje residem seus pais, e onde, com a ajuda do marido George e do amigo Artur, alugou uma casinha modesta mas acolhedora. Junto com George, consertou o que precisava ser consertado, conseguindo material de construção e tintas em promoção e descobrindo a mágica de criar novas cores usando pó Xadrez. Percorreu brechós e, com o restinho das economias, comprou dez carteiras escolares. A organização Viva Mais Feliz estava pronta para funcionar.

    "Nosso bairro, Santa Cruz, o último do Município do Rio de janeiro, também é o último na lembrança dos nossos governantes", escreveu em seu blog. "Aqui se encontram o CCZ e os maiores conjuntos habitacionais (o que nos faz pensar que aquilo que incomoda deve-se manter distante), gente humilde e gente do bem. Aqui não se encontram cinemas, teatros, eventos culturais, de cidadania ou de meio ambiente -- apenas em época de eleições, já que aqui está o maior curral eleitoral do Estado. Quanto ao IDH, Santa Cruz ocupa a 119º posição, em uma lista que vai do 1º ao 126º."


    Hoje, as dez carteiras de brechó recebem alunos especiais: adultos e jovens com dificuldades de aprendizado, que não sabem ler nem escrever, e a quem Rosana aos poucos ensina não só as letras, mas a cidadania e o amor às pessoas e aos animais. Seus auxiliares de trabalho são a gata Basted, os cães Nina, Carmessita e Biju, e a galinha Xirley -- todos salvos do CCZ, o Centro de Controle de Zoonoses, ponto final da famigerada carrocinha e da vida de tantos bichos. O seu papel é descontrair o ambiente, interagir com os humanos, dar e receber carinho.

    No blog, sob uma foto da salinha de aula, Rosana escreveu:

    "Aqui já existe uma turma de alfabetização em evolução. Pessoas do bem que tiveram suas vontades reprimidas, ou porque foram à luta cedo demais, ou porque são pessoas especiais, ou porque ficaram órfãs. Enfim, todos os motivos justificam o nosso desejo em realizar seus maiores sonhos: aprender a ler e conquistar respeito. Aqui não existe vergonha, existe coragem. Aqui todos compreendem o quanto são importantes. Encaram o preconceito como forma de teste. Sabem que ignorantes são aqueles que os desprezam."


    -- As pessoas acham que sou maluca, -- me confidenciou Rosana. -- Perguntam por que não abro um consultório e vou ganhar dinheiro, ou por que gasto meu tempo ensinando a adultos, quando é tão mais fácil ensinar crianças. Mas você não imagina a ânsia de aprender que eles têm, como se sentem vitoriosos a cada letra aprendida, a cada sílaba decifrada! Você não imagina como é humilhante para eles carimbarem o dedo em vez de assinar o nome num papel. As dificuldades são enormes, mas não há recompensa maior do que ver as sementes do trabalho germinando. O dia em que o Sebastião apareceu com a carteira de trabalho assinada foi um dos dias mais felizes da minha vida.

    Este dia está, naturalmente, anotado no blog:

    "Sebastião, um dos alunos da turminha de alfabetização, estava desempregado... mas não está mais. Todas as portas se fechavam, porque nem seu nome sabia escrever. Mas Sebastião não perdeu as esperanças e nós sempre acreditamos em seu potencial. Aprendeu a assinar seu nome em poucos dias, ainda não sabe ler, mas já vê uma pontinha de luz, a que lhe devolveu a dignidade.

    -- Hoje eu assinei uma ficha no emprego!

    Sebastião conseguiu.

    -- E assinei no banco também!

    Ao perguntar como havia se sentido, ele respondeu:

    -- Me senti gente.

    Todos aplaudiram."


    O trabalho de Rosana não fica restrito às quatro paredes da sala de aula. Ela atua junto à comunidade, pregando a posse responsável de animais, vacinando e castrando cães e gatos, conversando um pouco aqui, dando um conselho ali. Às vezes, descobre gente como a dona Sirleidi:

    "Catadora de papelão, aceita qualquer coisa que possa ser vendida no ferro velho. Uma senhora mais forte do que o peso que carrega, empurrando seu carrinho por quilômetros, todos os dias. O que Dona Sirleidi espera? Poder alimentar mais de 50 cães de rua que encontra pelo caminho. Alguns a acompanham por todo o percurso.

    -- O que tenho todos os dias é demais pra mim, eles é que precisam comer.

    Dona Sirleidi não conhece o conforto, não espera mais do que o simples fato de conseguir, diariamente, doações de sucata.

    --Tem papelão hoje? Porta velha, telha, garrafa plástica, vergalhão?

    A justificativa que já usamos muitas vezes, ?Não faço porque não tenho? ou ?Quando tiver farei?, me faz sentir vergonha neste momento, ao conhecer Dona Sirleidi.

    -- Se eu não aparecer, eles morrem de fome."


    Pois é. Eu achei que, nesta semana de Natal, depois de passar o ano lendo a respeito de tanta gente safada e mal intencionada, vocês gostariam de saber que também existem pessoas como a Rosana e a dona Sirleidi nesta nossa Mui Leal e Heróica. Se quiserem ajudá-las, basta escrever para rosanavmonteiro@yahoo.com.br. E não deixem de visitar o blog, para uma dose e tanto de esperança na humanidade: www.vivamaisfeliz.org.

    (O Globo, Segundo Caderno, 22.12.2006)

    Utilidade Pública:
    Se alguém quiser contribuir financeiramente com a Organização Viva Mais Feliz, eis a conta para depósitos:

    Rosana Monteiro
    Banco do Brasil
    Agência 0296-8 (Bangu)
    cc 31590-7






    Uma história da Matilda

    Quando eu digo que tenho os melhores leitores do mundo, o povo acha que é exagero. No outro dia vocês leram aquela beleza de história do Truda -- um filho de mágico entre nós, ignorantes disso!; pois leiam agora esta história da Matilda.

    Eu ainda estou secando as lágrimas, chorei de rir, de verdade. E o pior é que nem posso fazer isso, porque volto a tossir -- minha gripe chegou à fase do "só dói quando eu rio"...
    Eu tinha pavor de rãs, pererecas e afins, mas pavor mesmo, não ficava jamais no mesmo ambiente que elas, nunca, nunca! Digo tinha, porque, num lindo final de verão quentíssimo me aconteceu o pior de todos os meus pesadelos.

    Fui passar o carnaval com onze crianças e adolescentes (meus filhos e todos os meus sobrinhos na época, hoje são mais), sozinha, na fazenda do meu pai.

    E chegar numa casa fechada há quase um mês com tantas crianças, depois de viajar de onibus e andar de carro de boi até a sede dá trabalho, dá trabalho abrir e arejar a casa, verificar e limpar os banheiros, fazer comida, dá a comida a esse povo todo, desarrumar malas, ligar as chaves da luz, ligar a bomba da água, televisões, etc..., depois do jantar dá banho nos menores, por todo esse povo para dormir, fechar as dez portas, trocentas janelas, fechar os cortinados das camas, apagar luzes, recolher brinquedos, enfim, nessas tarefas todas esqueci de verificar o meu banheiro das rãs e no verão as rãs ficam no banheiro por causa da água, olhei todos, esqueci o meu.

    E depois de todos dormirem, de tudo pronto lá fui eu, tomar banho, um banho delicioso com água pura da fonte, sem cloro nenhum, maravilha para os cabelos, com um chuveiro grandão, quase dava para abrir os braços e ficar toda debaixo da água lindamente gelada, uma catarse de banho.

    Antes de tomar banho, eu, a anta cósmica, fui fazer xixi.

    E não tinha olhado antes.

    E...

    A rã agarrou na minha bunda.

    Sério.

    Toda minha vida passou nas minhas veias naquele momento.

    Puro e total pânico.

    O pior, o mais profundo mal tinha me atacado.

    E de forma humilhante e cruel.

    Normalmente eu berraria.

    Mas...

    Com todas aquelas crianças e todas já dormindo confortavelmente...

    E o trabalho que ia dar para acalmar todas depois...

    Engoli o medo. Agarrei a rã agarrada na minha bunda, e puxava e ela agarrada e puxava e ela agarrada e puxava e ela agarrada, as duas, eu e a rã apavoradas, numa luta insana.

    A rã largou minha pele e eu a joguei janela do quarto afora, xingando ela baixinho, porque no silêncio de uma fazenda à noite tudo se ouve e eu não queria barulho. E fechei a janela e lavei tanto a mão e a bunda que chegou a machucar a pele.

    Depois disso, qualquer coisa que alguma rã me faça jamais chegará àquele pavor de novo e, tendo passado pelo pior, olho todas as rãs com uma solene e profunda indiferença.

    Sou capaz até de tomar banho com rãs dentro do chuveiro, perdi o medo.
    Matilda, você é o máximo, muito obrigada!





    21.12.05


    O arguto leão da savana, pensando










    Vejam como está isso! É a fuga natalina









    20.12.05


    Caramba, estou muito atrasada!








    Foto de Ricardo Freire


    Enquanto isso, viajando por aí, meu querido amigo Ricardo Freire viu esta linda capivara e se lembrou de mim. Foi em Itacaré, no condomínio Villas de São José, onde ficam os resorts Itacaré Village e Itacaré Eco Resort.

    Não deixem de clicar no link: o blog do Ric é uma viagem sempre maravilhosa.

    Ele é daqueles que viajam como se deve, curtindo cada momento.






    Uma história do Truda

    O Truda escreveu isso num comentário que já está tão lá embaixo, mas tão lá embaixo, que acho que muita gente não viu -- o que seria uma pena.
    Aprendi a ler em Caxias do Sul, quando morei na Av. Júlio de Castilhos, defronte à padaria.

    Meu pai apresentava concorridíssimos espetáculos de mágicas no cine-teatro da Praça da Matriz. Ele de casaca e cartola, de onde surgiam lenços, leques, pombos e coelhos, e minha mãe, sua partner, fazendo moda com os longos cabelos soltos e um maillot espetacular e eu, aprendiz de feiticeiro, fazia bolas de bilhar desaparecerem das mãos por encanto.

    Foi onde vi pela primeira vez o trio de palhaços Carequinha, Fred e Meio-Quilo.

    Certa vez burlei a vigilância de minha mãe, atravessei a avenida e comprei dez balas azedinhas na padaria. Na volta, preocupado com que minha mãe desse por falta, não olhei para o lado e um fusca cinza me fez voar uns cinco metros. O motorista, apavorado, desceu do carro e levantou-me do chão perguntando se estava bem e onde morava.

    Indignado, saltei do colo dele e reclamei:

    -- Tá vendo o que você fez? Cadê as minhas balas? Vai comprar outras!

    Ele avisou minha mãe e depois voltou com as balas. Sempre que vou a Porto Alegre, faço questão de viajar pela serra para rever Caxias do Sul e o Morro Reuter.
    Muito obrigada, Truda: que delícia! :-)






    Boletim médico

    Pessoas, muito obrigada pelos votos de melhora e pelas receitas contra a gripe.

    Continuo beeeeem fora de combate, sem disposição e tossindo, mas aos poucos melhoro: a voz já está quase toda de volta e já consegui até ir a uma reunião no jornal.

    Se vou conseguir dar conta de escrever direitinho a coluna de quinta, são outros 500...





    19.12.05


    O que as gatinhas viram










    O que é que elas viram?









    18.12.05


    Continuo de molho, mas pelo menos a vista ajuda












    Bom domingo!

    Uma das vantagens de se ter um bípede gripado em casa é que, se este bípede é bem treinado, podem-se fazer várias coisas divertidas para as quais em geral não há tempo.

    Do ponto de vista da Keaton, uma delas é estudar hidrologia. Ela anda cada vez mais empolgada com a matéria e, conseqüentemente, cada vez mais destemida. Hoje, quando enjoou de brincar, estava tão ensopada que tive que secá-la com uma toalha.

    Estas fotos são para o George e para a Rosana Monteiro, duas pessoas admiráveis, que não se cansam de fazer o bem.

    Visitem o lindo blog que criaram, na verdade quase um boletim do seu trabalho. Dêem uma olhada caprichada nos arquivos, pelo menos na história da dona Sirleidi, uma catadora de papel que cuida de cães abandonados.

    Garanto que o domingo de todos será melhor depois disso: pelo menos, vocês vão ganhar uma boa dose de esperança na humanidade.

    Off-topic total: chegou o que eu estava precisando para ficar boa da gripe. Doce caseiro de abóbora com côco! Valeu, Levina querida, muito obrigada... :-)





    17.12.05


    Dado o calor absurdo da cidade, Keaton foi para a sua ampla caixa de veraneio












    Quero ir pra casa! Tou morta de gripe...









    16.12.05


    A minha árvore de Natal no trabalho










    Mais um esqueleto no armário

    Escreve o Daniel Sasaki, autor do ótimo "Pouso Forçado":
    Em entrevista à Folha de ontem, o vice-presidente da República e ministro da Defesa, José Alencar, disse que "há um sentimento nacional em relação à Varig. (...) A Varig foi a companhia que primeiramente começou a voar para Nova York, Tóquio, Londres, Frankfurt, Roma e Paris". Esqueceu-se o senhor ministro que foi a então gigante Panair do Brasil -- essa sim, venerada e celebrada em prosa e verso -- que abriu as primeiras linhas internacionais para o país, em 1946. Esqueceu-se também que em ato ilegal e autoritário, o governo militar cassou sem aviso prévio ou direito de defesa as concessões da Panair em 1965, transferindo-as para a Varig, então coadjuvante no palco da aviação comercial brasileira, que, convenientemente, como já estivesse avisada, assumiu no mesmo dia as rotas européias daquela companhia. Esqueceu-se, por fim, o vice-presidente do fato mais curioso nessa história toda: em cinco dias, o governo decretou a falência da Panair sem que houvesse qualquer título protestado, débito vencido ou atraso nos salários dos empregados. Coisas da História que caem no esquecimento. Triste.
    "Pouso Forçado", publicado pela Editora Record, é a história da Panair, e de como ela foi friamente pilhada e assassinada pelos militares.

    A Varig nasceu deste assassinato. O "pioneiro" Ruben Berta, de acordo com o livro de Sasaki, teve pouco de pioneiro e muito de bucaneiro.

    Vivendo e aprendendo.

    E eu, que amo tanto a Varig...

    * suspiro *






    A lua cheia, no telefone









    15.12.05


    Uma pequena pantera no Aterro










    Sinal vermelho na Lapa










    Um acaso curioso e dois livros ma-ra-vi-lho-sos

    Enquanto isso, no Municipal, uma figura nefasta pega carona na popularidade alheia

    Tive uma das maiores crises existenciais da minha vida com uns 7 ou 8 anos, quando descobri que a Terra fazia parte do Sistema Solar, que fazia parte de uma galáxia, que fazia parte do universo... que não fazia parte de coisa alguma, ou fazia parte de absolutamente tudo. Onde começava essa coisa, o universo? E onde acabava? E se existia, e se estava, onde, raios, estaria? Em algum lugar tinha que estar, não? Que lugar era esse? E onde começava e acabava esse lugar? Perdi muitas noites de sono por causa disso. Tive conversas intermináveis com meu avô, que adorava astronomia e sabia tudo sobre o universo e os corpos celestes, e nem assim encontrei resposta satisfatória ao portentoso enigma que me atazanava.

    Até hoje me angustio quando penso no universo e me vejo incapaz de imaginar o infinito -- ou, pelo menos, algo que existe numa dimensão que não alcanço. Com a idade, porém, me conformei com o fato de que certas coisas, como a popularidade do Latino, escapam à nossa compreensão. Na época, porém, ainda achava que tudo podia ser entendido, desde que nos aplicássemos ao seu estudo.

    Talvez por isso, gosto muito de livros que põem a ignorância humana em perspectiva. Já me diverti imensamente com Carl Sagan, Stephen Hawking e Steven Jay Gould, mas nunca pensei que pudesse chorar de rir, literalmente, lendo sobre a expansão do universo. Comprei a "Breve história de quase tudo", de Bill Bryson, porque era o mais gordinho de uma livraria de aeroporto sem a assinatura de Danielle Steele ou Sidney Sheldon. E não é que descobri um tesouro? Um livro inteligente, claro, com um fenomenal senso de humor. Bill Bryson é americano mas, significativamente, o selinho da edição brasileira, que acaba de sair, diz que ele já vendeu mais de dois milhões de exemplares na Inglaterra. Faz sentido.

    Se você é do tipo que gosta de se torturar pensando na explosão de supernovas e em eras glaciais, em buracos negros e na evolução e extinção de espécies, este é o livro para você. Além de uma aula sensacional sobre tudo (ou, vá lá, quase tudo), vai encontrar ao longo das suas 541 páginas uma espantosa galeria de cientistas, um mais esquisito do que o outro -- o que o levará a terminar a leitura considerando-se uma criatura perfeitamente normal. Se é que isso existe.

    * * *

    A Companhia das Letras, mesma editora de "Breve história de quase tudo", publicou também, coincidentemente, "Quase tudo": dois dos melhores livros do ano, só assim, numa tacada, na mesma semana. "Quase tudo", como a esta altura sabe qualquer criatura medianamente antenada, é o livro de memórias da Danuza Leão, uma dessas raras pessoas que não só têm o que contar -- e como tem! -- como o fazem de forma irresistível. Não há nada de "breve história" aqui, pelo contrário. Para quem não agüenta mais a enxurrada de literatura umbiguista de gente de 20 anos que acha que viveu, o livro é, perdoem-me o clichê, uma grande lição de vida. Danuza tudo viu, tudo fez, passou por tudo, foi a todos os lugares e, de quebra, conheceu todo mundo ? sempre alerta e atenta, sempre filtrando o que acontecia à sua volta através de um olhar interessado e de uma inteligência cintilante.

    "Quase tudo" é o relato de uma vida particularmente intensa. Bons livros de memórias transitam numa fronteira delicada e perigosa, entre a omissão e a exposição; não chega a ser surpresa que este seja generoso e elegante como a autora, revelando mais do que se espera, guardando o que é de guardar. A leitura nos oferece uma conversa deliciosa, muitas vezes dolorida, com uma pessoa que ao fim consideramos amiga; mas não nos dá a intimidade de abordá-la na rua. Em suma: a medida exata.

    Para mim, "Quase tudo" só tem um porém: uma mulher tão elegante, bonita e magra! como a Danuza não precisava, ainda por cima, escrever tão bem. O mundo não é justo.

    * * *

    Wagner Tiso comemorou 40 anos de carreira, e recebeu uma das maiores provas de respeito que um artista pode receber do público: Zé Dirceu estava no Teatro Municipal e não foi vaiado. Havia até duas ou três bengalas presentes, mas nenhuma, infelizmente, foi posta em ação. Não posso falar pelo teatro inteiro, mas pelas pessoas que estavam na minha fila, pelos grupinhos que encontrei no intervalo, por conversas soltas: "Como podemos vaiar este cara sem ofender o Wagão?"

    Ninguém achou solução; mas juro que esta foi a primeira vez na vida em que vi uma vaia parada no ar. Pessoalmente, como carioca, sinto-me duplamente afrontada pela permanência deste indivíduo por aqui. Primeiro, porque já nos bastam os canalhas locais, que os temos em quantidade; depois porque, quando estava no poder, ele sequer olhou para este estado ou para esta cidade. Agora, apeado, quer ser menino do Rio?!

    Ah, francamente. Era só o que nos faltava.


    (O Globo, Segundo Caderno, 15.12.2005)






    O leão da savana descansa, exausto das atividades do dia









    14.12.05


    Tentativa de enviar foto vertical










    Por que no Brasil não há terrorismo

    Recebi por email, sem crédito. Achei ótimo! Alguém sabe quem é o autor? O Truda e a Daniela Abade informam que é do coleguinha Ruy Paneiro.
    Documentos mantidos em sigilo pela Polícia Federal revelam que a Al Qaeda, organização terrorista de Osama Bin Laden, ordenou a execução de atentado no Brasil. O alvo da ação seria a estátua do Cristo Redentor,localizada no alto do morro do Corcovado e um dos símbolos mais conhecidos do Rio de Janeiro, tanto no Brasil quanto no exterior.

    De acordo com informações obtidas em Brasília, a ordem de Bin Laden decorreu do ódio que o saudita nutre por festas monumentais, como o carnaval carioca, para ele "um simbolo da globalização da sem-vergonhice". Demolidor de ídolos e iconoclasta como os talibãs que explodiram estátuas de Buda no Afeganistão, ele destacou dois Mujahedins para seqüestro e uso de avião que seria lançado contra a estátua, a seu ver "símbolo dos infiéis".

    Os registros da Polícia Federal dão conta de que os dois terroristas chegaram ao Aeroporto Internacional Tom Jobim em 22 de setembro, domingo, às 21h47m, no vôo da Air Canadá procedente de Montreal, com escala em Miami. A missão começou a sofrer embaraços já no desembarque, quando a bagagem dos muçulmanos foi extraviada. Após quase seis horas de peregrinação por diversos guichês e dificuldade de comunicação em virtude do Inglês fortemente marcado por sotaque árabe, os dois saíram do aeroporto, aconselhados por funcionários da Infraero a voltar no dia seguinte, com intérprete.

    A Polícia Federal investiga a possibilidade de eles terem apanhado um táxi pirata na saída do aeroporto, pois o motorista percebeu que eram estrangeiros e rodou uma hora e meia dando voltas com eles pela cidade, até abandoná-los em lugar ermo da Baixada Fluminense. No trajeto, ele parou o carro e três cúmplices os assaltaram e espancaram. Eles conseguiram ficar com alguns dólares que tinham escondido em cintos próprios para transportar dinheiro e pegaram carona num caminhão que entregava gás.

    Na segunda-feira, às 7h33m, graças ao treinamento de guerrilha que receberam nas cavernas do Afeganistão e nos campos minados da Somália, os dois terroristas conseguiram chegar a um hotel de Copacabana. Alugaram um carro na Hertz e voltaram ao aeroporto, determinados a seqüestrar logo um avião e jogá-lo bem no meio dos braços abertos do Cristo Redentor. Enfrentaram um congestionamento monstro por causa de uma manifestação de estudantes e professores em greve e ficaram três horas parados na Avenida Brasil, na altura de Manguinhos, onde seus relógios foram roubados em um arrastão.

    Às 12h30m, resolveram ir para o Centro da cidade e procuraram uma casa de câmbio para trocar o pouco que sobrou de dólares. Receberam notas de R$ 100 falsas. Por fim, às 15h45m chegaram ao Tom Jobim para praticar o seqüestro. Os pilotos da Varig estão em greve por mais salário e menos horas de trabalho. Os controladores de vôo também pararam (querem equiparação com os pilotos). O único avião na pista é da Vasp, mas está sem combustível. Foi fretado pela Soletur. Aeroviários e passageiros estão acantonados na sala de espera e nos corredores do aeroporto, tocando pagode e gritando slogans contra o governo. O Batalhão de Choque da PM chega batendo em todos, inclusive nos terroristas.

    Os árabes são conduzidos à delegacia da Polícia Federal no Aeroporto, acusados de tráfico de drogas, em face de flagrante forjado pelos policiais, que plantaram papelotes de cocaína nos bolsos dos dois. Às 18 horas, aproveitando o resgate de presos feito por um esquadrão de bandidos do Comando Vermelho, eles conseguem fugir da delegacia em meio à confusão e ao tiroteio. Às 19h05m, os muçulmanos, ainda ensangüentados, se dirigem ao balcão da Vasp para comprar as passagens. Mas o funcionário que lhes vende os bilhetes omite a informação de que os vôos da companhia estão suspensos por tempo indeterminado. Eles, então, discutem entre si: começam a ficar em dúvida se destruir o Rio de Janeiro, no fim das contas, é um ato terrorista ou uma obra de caridade.

    Às 23h30m, sujos, doloridos e mortos de fome, decidem comer alguma coisa no restaurante do aeroporto. Pedem sanduíches de churrasco com queijo e limonadas. Só na terça-feira, às 4h35m, conseguem se recuperar da intoxicação alimentar de proporções eqüinas, decorrente da ingestão de carne estragada usada nos sanduíches. Eles foram levados para o Hospital Miguel Couto, depois de terem esperado três horas para que o socorro chegasse e percorresse diversos hospitais da rede pública até encontrar vaga. No HMC, foram atendidos por uma enfermeira feia e mal-humorada. Eles teriam de esperar dois dias para serem examinados, se não fosse pelo cólera causado pela limonada feita com água contaminada por coliforme fecal. Debilitados, só terão alta hospitalar no domingo.

    Domingo, 18h20h: os homens de Bin Laden saem do hospital e chegam perto do estádio do Maracanã. O Vasco acabara de perder para o Bangu, por 6x0. A torcida cruzmaltina confunde os terroristas com integrantes da galera adversária e lhes dá uma surra sem precedentes. O chefe da torcida é um tal de "Pé de Mesa", que abusa sexualmente deles. Às 19h45m, finalmente, são deixados em paz, com dores terríveis pelo corpo, em especial na área mais delicada. Ao verem uma barraca de venda de bebida nas proximidades, decidem se embriagar uma vez na vida, mesmo que seja pecado. Tomam cachaça adulterada com metanol e precisam voltar ao Miguel Couto.

    Segunda-feira, 23h42m: os dois terroristas fogem do Rio escondidos na traseira de um caminhão de eletrodomésticos, assaltado horas depois na Serra das Araras. Desnorteados, famintos, sem poder andar e sentar, eles são levados pela van de uma ONG ligada a direitos humanos para São Paulo.

    Viajam deitados de lado.

    Na capital, perambulam o dia todo à cata de comida e por volta das 20 horas acabam adormecendo debaixo da marquise de uma loja na Rua Aurora, Centro. A Polícia Federal não revelou o hospital onde os dois foram internados em estado grave, depois de espancados quase até a morte por um grupo de mata-mendigos...






    Fora de esquadro

    Quando o tempo começou a mudar desse jeito, pensei:"Isso não vai acabar bem..."

    Dito e feito. Estou gripada com a garganta ruim, numa moleza que nem o Trimedal está resolvendo. Ontem à noite, em que eu tinha que ir ao Prêmio Esso, à inauguração do Cinemaison, à inauguração da World Press Photo e aos lançamentos dos livros da Beth Orsini ("Nas ondas do rádio") e do Nelson Vasconcelos ("Fotos no PC") -- em suma, uma típica noite básica de fim-de-ano -- acabei feito um pastel, quase sozinha na redação, chicoteando Tico e Teco para cumprirem com a sua obrigação e terminarem a crônica de quinta-feira.

    Quando voltei para casa fui direto pro quarto, feito um zumbi.

    Tsk.

    O pior é que eu adoro o Prêmio Esso: a gente revê colegas que não viu o ano inteiro, torce pelos amigos, é uma alegria só.





    13.12.05


    Nossa!

    Deu a louca no celular. Ontem mandei várias fotos que se perderam no espaço -- a do grafite, a do cãozinho, a do leão da savana fazendo seu passeio gastronômico no (que resta) do matagal.

    Agora está tudo aqui, numa chuva de posts.

    Eu, hein.






    O altivo leão da savana encontra seu lugar ocupado










    Adoro este grafite










    Um fiel guardião de bicicleta em serviço










    O leão da savana passeia pelo matagal










    Keaton estuda hidrologia









    12.12.05


    Aslan, o leão virtual de Nárnia

    O filme, os efeitos e a bronca

    Li as "Crônicas de Nárnia" há tempos. Eu devia ter uns 13 ou 14 anos e, se bem me lembro, este foi um dos primeiros livros que enfrentei direto em inglês. Mas, tirando isso (de que mal me lembro...!), lembrava de muito pouca coisa, exceto do armário que leva as crianças para o mundo mágico de Nárnia.

    Desde aquela época remota, passei a olhar armários grandes e imponentes com um redobrado respeito; confesso que, cada vez que me encontro diante de um deles na Inglaterra, morro de vontade de dar uma disfarçadinha e, assim como quem não quer nada, entrar lá dentro.

    Graças ao talento de Richard Taylor e ao desenvolvimento das tecnologias de computação gráfica, consegui, finalmente, realizar este sonho tão antigo. Os cenários, ótimos, ajudaram muito: a porta do armário, chave do segredo, é exatamente como deveria ser -- antiga, imponente, vagamente amedrontadora.

    * * *

    Para geeks como esta vossa cronista, é impossível assistir a "O leão, a feiticeira e o armário" sem ficar de queixo caído diante dos efeitos especiais. Passada a fase "Exterminador do futuro", em que o quente era mostrar os efeitos, o legal agora é ocultá-los. E em Nárnia eles estão tão bem ocultos que é quase impossível saber onde termina a realidade e onde começa a fantasia.

    Isso se pode notar não só nos detalhes óbvios, como o pêlo dos bichos (vejam a imponente cabeleira do leão da foto, todo ele criado em computador), mas também na sensação de peso e massa que transmitem, muito realista. Quando um animal de meia tonelada se desloca, ele o faz como um animal de meia tonelada. E é neste ponto que muito efeito escorrega. Não neste filme, povoado de grifos, unicórnios, faunos, centauros, bichos falantes e todo um universo de criaturas fabulosas. Em todos os sentidos.

    * * *

    Se aqui, em vez da Cora, estivesse escrevendo o Bonequinho do Globo ? que eu, volta e meia, tenho o orgulho de encarnar ? ele estaria aplaudindo sentado. Só não aplaudiria de pé porque, apesar da qualidade, "Nárnia" não chega aos píncaros inesquecíveis de "Senhor do anéis". E porque, cá entre nós, tanto o Bonequinho quanto a cronista já estão cheios de ver os tipos morenos, meio "estrangeiros", no papel de vilões, e os ingleses tipicamente lourinhos no papel de mocinhos.

    (O Globo, Info etc., 12.12.2006)






    O indômito leão da savana mal disfarça o tédio que lhe traz a chuva











    Confissão: poucas coisas me deram mais alegria este ano do que apresentar a vocês o Alexandre Ribondi.

    Não só ele é dos meus amigos mais antigos, mas é também, apesar da distância, um dos mais próximos, e o que melhor me conhece; e é, nem preciso dizer, uma das pessoas de quem mais gosto na vida.

    Tenho um orgulho enorme da nossa amizade, da nossa cumplicidade, de tudo o que vivemos juntos.

    Parabéns, querido: tudo de muito bom, muitas felicidades e realizações.

    Tenho a impressão de que 2006 vai ser um grande ano... :-)





    11.12.05


    ZZZZZZZZ...










    Enquanto isso, Keaton tenta uma soneca










    O intrépido leão da savana olha a chuva









    10.12.05


    Parabéns, Wagão!






    Wagner Tiso comemorou 60 anos de idade, 40 de carreira, e recebeu uma das maiores provas de respeito que já vi um artista receber do seu público: a nefasta pessoa de Zé Dirceu estava no Municipal, e não foi vaiada por cariocas indignados.

    Não posso falar pelo teatro inteiro, mas pelas pessoas que estavam na minha fila, pelos grupinhos que encontrei no intervalo, por conversas soltas.

    A pergunta geral era:

    -- Que tipo de vaia cabe aqui sem ofender o Wagão?

    Ninguém achou solução; mas juro que esta foi a primeira vez na vida em que vi uma vaia parada no ar.

    Todos com quem me encontrei ou que ouvi de passagem sentiam-se afrontados com a presença do malfeitor, atrapalhando a festa. Havia até duas ou três pessoas de bengalas, mas nenhuma, infelizmente, foi posta em ação.

    Como carioca, devo dizer que me sinto duplamente revoltada pela permanência deste indivíduo por aqui. Primeiro, porque já nos bastam os canalhas locais, que os temos em quantidade; depois porque, quando estava no poder -- "o meu governo", lembram? -- ele sequer olhou para este estado ou para esta cidade.

    Agora, apeado, quer ser menino do Rio?!

    Era só o que nos faltava, sinceramente.

    (Depois eu conto para vocês a cena de Potemkim que vivemos, desesperados, nas escadarias do Teatro.)






    Congada










    Cauby! Cauby! Cauby!










    Parece que agora vai










    Só assim eu chego na hora...










    O concerto está super atrasado.










    Municipal










    Showzaço!









    9.12.05


    Nada melhor para acabar bem a semana...










    Pode isso?










    O destino da pátria está em jogo!










    Ansiedade geral na redação










    O atlético leão da savana se cuida muito










    Onde cabe um, cabem duas









    8.12.05


    Narnia











    Os dias lindos e a banda
    malsã do paraíso

    Considerações sobre a vida, as mutretas da
    prefeitura e a Daspu, uma grife bacana


    Na ponta das minhas pedaladas em Berlim, há alguns meses, sobraram duas semanas de férias. Há 14 dias, elas me pareciam um verdadeiro latifúndio calendário: quantas coisas eu não faria, quantas fotos, quantas caminhadas! Hoje, a impressão é que mal pude me espichar na rede e abrir um livro; aquele tempo aparentemente enorme acabou reduzido a um simples piscar de olhos.

    Desta vez, fui pouco original nos meus rumos. Escolhi uma cidade de cartão postal, que para meio mundo é sinônimo de praia e de aventura; um lugar lindo mesmo quando chove, com tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo que é impossível ficar em dia com o que está no ar, quanto mais manter a agenda atualizada.

    Na minha janela, uma das paisagens mais emocionantes do planeta; do outro lado da rua, um deslumbrante espelho d'água, cercado de árvores, com uma quantidade de pássaros fazendo algazarra ao entardecer. E tudo isso a um preço bastante convidativo: passei duas semanas em casa.

    * * *

    Muitas coisas aconteceram durante as minhas férias, de shows de rock à inauguração da árvore da Lagoa -- que, para mim, a cada ano fica mais bonita. Sou fã da árvore e até da confusão que faz à minha porta: acho que vale ficar um mês sem pedalar pela Lagoa para ver tanta gente contente, que vem de longe e transforma a visita a este peculiar arranjo de luzes num passeio digno de registro.

    Tanto assim que, mal foi inaugurada, já perdi a conta do número de namorados e de famílias que, vendo-me por ali de câmera em punho, me estenderam suas máquinas, pedindo que, por favor, lhes sacasse uma foto. Pelas minhas mãos passaram, nos últimos dias, digitais de todos os tipos e feitios, das mais simplinhas a modelos que eu ainda não conhecia; passaram celulares, xeretas descartáveis e até algumas máquinas 35mm, de filme, que nem sei mais usar.

    Em cada uma registrei, em primeiro plano, pessoas sorridentes, alegres com o simples fato de terem visto uma árvore iluminada flutuando na água.

    * * *

    Dei sorte: peguei dias radiantes, daqueles em que o Rio chega a doer de tão bonito. Não pela boniteza, naturalmente, mas por sabermos o quanto de mal se esconde por trás do cenário deslumbrante. É a dor do paraíso perdido, da cidade assassinada, do coração partido.

    Num desses dias, o poeta Geraldinho Carneiro, meu irmão querido, telefonou:

    -- Pare qualquer coisa que esteja fazendo e vá imediatamente olhar o pôr-do-sol!

    -- Carneirinho, sabe o que estou fazendo? Estou fotografando. O pôr-do-sol.

    E estava mesmo. Vinha pela Visconde de Pirajá quando o dia me empurrou para a praia. A luz, o brilho, o cheiro da maresia: não dava para resistir. E lá fui eu, feito uma gringa, de bolsa a tiracolo, calça enrolada e sandália na mão, meter os pés na areia e na água, embevecida com o sol que se punha atrás dos Dois Irmãos. Contrariando os conselhos do meu mestre Flávio Damm, que recomenda que não se vá sequer a missas de sétimo dia sem levar a câmera, a máquina ficara em casa; mas é para momentos assim que existem os celulares turbinados.

    Fiz várias fotos e continuei pela praia até Ipanema. Já no calçadão sacudi a areia, calcei as sandálias e voltei para casa, morta de paixão pela minha cidade e de ódio pelos seus governantes ineptos e canalhas, incapazes de perceber a grandeza e a fragilidade do tesouro que lhes foi confiado.

    Na noite daquele mesmo dia, o ônibus 350 seria incendiado.

    * * *

    Enquanto isso, de São Paulo, vem a prova de que este país anda mesmo de pernas pro ar. Os advogados da Daslu, aquela loja para deslumbrados egocêntricos, que faz contrabando e sonega impostos em larga escala, teve a audácia de mandar uma notificação para a Daspu, pequena firma de moças pobres e trabalhadoras, para que desistam da marca.

    A Daspu, vocês sabem, é das putas: foi criada pela ONG Davida, que luta para dar dignidade e apoio a mulheres que, no fundo, não ganham a vida de forma tão diferente assim de boa parte da clientela da Daslu.

    Pois querem saber? Eu, que morreria de vergonha de usar uma roupa Daslu, estou com a Daspu e não abro. Vão em frente, meninas, vocês, sim, são guerreiras!

    Boa sorte, e todo o meu carinho.

    * * *

    Curiosa esta CPI que vai investigar as relações espúrias entre o senhor Victor Fasano e o nosso dinheiro, não? Aberta por um deputado do PFL, numa casa presidida pelo PFL,tem cara de pizza, forma de pizza, cheiro de pizza. Imagino o raciocínio dos pizzaiolos:

    -- Melhor abrir logo uma CPI antes que alguém realmente disposto a apurar os fatos o faça... A gente enrola, faz umas audienciazinhas meia-bomba e sossega aqueles malucos que gostam de bicho. Para não falar nos otários que pagam imposto e que votam ano que vem...

    (O Globo, Segundo Caderno, 8.12.2005)





    7.12.05


    Com Bibi Ferreira e Bethânia










    Livros e coincidências

    Recomendo os dois!


    O do Bill Bryson estou lendo em inglês e, por acaso, acabei de ganhar de presente em português: é um escândalo de bom. Imaginem só dar gargalhadas lendo sobre buracos negros e a expansão do universo? É assim.

    O outro, o da Danuza, comprei do França, livreiro que vem nos tentar a intervalos periódicos aqui na redação. Não li e já gostei; aliás, para ser totalmente honesta, não resisti, li as últimas páginas, exclamei " Caraca, grande Danuza!" -- e estou louca para mergulhar de cabeça no resto.






    Marina Magessi, simplesmente o máximo.










    Uma janela simpática










    Ela percebeu quanto carinho veio aí










    Keaton e sua casa importada









    6.12.05


    É big é big é hora é hora é hora!










    Lucas, disputadíssimo por Yas e Van











    Para o Lucas









    Preciso de um lar!!! URGENTE!!!

    Emergências felinas!

    Escreve a Leila:
    A Vera encontrou esta gatinha no trabalho, logo após ela ter uma ninhada dentro de um depósito de substancias químicas perigosas. A Vera conseguiu doar todos os filhotes.
    Levou a Filó para sua casa, ia ficar com ela, mas um de seus gatos não aceitou a presença da gatinha nova.

    O gato da Vera a atacou com ciúmes e já não tem mais jeito a adaptação, ficou obcecado pela Filó e quer bater nela de todo jeito. Ele está até batendo na outra gatinha preta da Vera!

    A Filó fica trancada no quartinho dos fundos, e o gato da Vera fica na porta, completamente transtornado de ciumes. Filó precisa de um lar urgente!

    Ela está no Rio, em Laranjeiras, na Rua Prof. Luiz Cantanhede. Para adotar escreva para a Vera no mail llmg@infolink.com.br.
    Estou repetindo o post porque a Filó continua precisando de ajuda. Por favor, amigos, será que ninguém quer ficar com esta gracinha?

    Em relação aos outros quadrupinhos do post anterior, boas novas: vários foram adotados. Eu até ganhei uma xará, vejam só, a Cora, que foi adotada com seu irmão Fellini pela Cris e pelo Victor.

    Fiquei toda boba, acho uma grande honra ter xarás quadrúpedes... =^..^=






    Ufa! Voltou...

    Não sei o que diabos aconteceu com o Blogspot que ficou tanto tempo fora do ar. Vou dar uma sondada por aí para ver se descubro.





    5.12.05


    Clic!










    Sorria, você está na Barra










    Parlami d'amore Mariù

    Sabe música quando gruda na cabeça? Pois é. Ando caçando uns filmes que nunca mais vi; um deles é "Le Bal", de Ettore Scola, que, sem nenhum diálogo, conta a história de um salão de dança e de seus freqüentadores -- e, através de um e outros, a história da Europa no século passado.

    É um filme denso, comovente, incrivelmente bem contado. E é uma das suas músicas que está em loop na minha cabeça -- e no Winamp também, em três diferentes versões.

    O filme é uma jóia, e é uma vergonha que não possa ser encontrado nem em VHS nem em DVD, enquanto tantas cretinices estão à disposição do público, em qualquer formato, na locadora mais próxima.

    "La Nuit de Varennes" (aqui tolamente chamado de "Casanova e a Revolução")é outra obra-prima de Scola fora de catálogo. Este, que é provavelmente o meu filme favorito entre todos os filmes, pelo menos tenho em fita -- mutilado, sem a cena final, cortada para que coubesse num cassete, mas tenho.

    E, segundo informações de fonte segura, o DVD chega dentro de alguns meses.

    Há um mundo de tesouros do Scola e dos irmãos Taviani (para ficar apenas em dois casos do meu coração) a ser descoberto. Há três dias consegui finalmente "Kaos", que nunca mais tinha visto, e que sempre me mata de tristeza; o tempo não diminuiu em nada o seu impacto, e como devo ter uma veia masoquista, estou tirando o atraso.

    Assisto e choro, assisto e choro, assisto e choro.

    Está sem legendas, mas apesar do viés siciliano, o italiano é claro e perfeitamente compreensível para mim.

    Mas não posso me queixar. A música de "Le Bal" que anda me atormentando é, felizmente, uma música linda; pior é quando acontece isso com jingle das Casas Bahia...
    Come sei bella più bella stasera Mariú!
    Splende un sorriso di stella negli occhi tuoi blu!
    Anche se avverso il destino domani sarà
    Oggi ti sono vicino, perche sospirar?
    Non pensar!

    Parlami d'amore, Mariù!
    Tutta la mia vita sei tu!
    Gli occhi tuoi belle brillano
    Fiamme di sogno scintillano

    Dimmi che illusione non è
    Dimmi che sei tutta per me!
    Qui sul tuo cuor non soffro più
    Parlami d'amore, Mariù!





    4.12.05


    Lua e Vênus, ainda agora










    Keaton pensa sobre a teoria do big bang










    Eu não canso dessa vista










    Alguma dúvida de que o Natal chegou?










    Na churrascaria com Ju










    Hoje é dia de vela










    O W800 tem uma ferramenta de fazer panorama










    Mesma vista, com o 6681










    Hoje vai dar praia...









    3.12.05


    O outro ponto brilhante é Vênus










    Reparem na lua, lá em cima!










    Here comes the sun










    Peguei uma linda luz em flagrante...










    Mundo cão

    Carta de uma leitora:
    "Venho por meio desta informar a minha indignação com o descaso e maus tratos aos animais que acontece de que são vítimas os animais vendidos por "uma das melhores lojas do Rio de Janeiro", a Mondo Sommerso, instalada no BarraShopping.

    Há alguns meses comprei um porquinho da índia, gaiola, comida e afins nesta loja. Após seis dias com o bichinho, notei que havia algo errado, pois ele era muito magro, frágil e chorava o tempo todo. Levei-o ao veterinário especializado em animais silvestres e exóticos. Aí descobri que comprei o bichinho desnutrido, desmamado antes da hora, com deficiência de cálcio e vitamina C, com pneumonia, com problemas de calcificação nas patas dianteiras, que ficaram tortas, e lotado de piolhos.

    O animal teve que ser intenado para tratamento. Avisei a loja do ocorrido e eles pediram que eu levasse o animal lá para trocá-lo por "outro melhor", como se o bichinho fosse um eletrodoméstico que vem com defeito!

    Recusei.

    Alguns dias depois da internação, ele veio a falecer, não resistiu.

    Depois de gastar aproximadamente R$ 600 entre a compra e a morte, decidi entrar com uma ação indenizatória por maus tratos aos animais e direito do consumidor com danos morais, também pedindo a notificação do ministério público, no juizado especial do fórum da Barra. Onde, aliás, descobri mais alguns processos semelhantes ao meu.

    Já soube de muitos casos parecidos referentes a esta loja e outras, porém a maior parte dos consumidores não processa, aceita trocar os bichinhos.

    Fiquei profundamente chocada com o descaso e com o comportamento criminoso de uma loja de tal porte: por não dar os devidos cuidados aos animais e ainda vendê-los doentes, por achar que se pode trocar um animal como se faz com um eletrodoméstico. Para não falar no bichinho, coitado, que foi mal tratado e sofreu muito.

    Gostaria pelo menos de avisar aos consumidores que esta loja não é confiável e que maltrata os animais que vende."
    Está divulgado o aviso! O mínimo que a gente pode fazer é boicotar essa loja...





    2.12.05


    Tempo tempo tempo tempo










    Bethânia!










    Atrasadíssima!








    Preciso de um lar!!! URGENTE!!!

    Emergências felinas!

    Escreve a Leila:
    A Vera encontrou esta gatinha no trabalho, logo após ela ter uma ninhada dentro de um depósito de substancias químicas perigosas. A Vera conseguiu doar todos os filhotes.
    Levou a Filó para sua casa, ia ficar com ela, mas um de seus gatos não aceitou a presença da gatinha nova.

    O gato da Vera a atacou com ciúmes e já não tem mais jeito a adaptação, ficou obcecado pela Filó e quer bater nela de todo jeito. Ele está até batendo na outra gatinha preta da Vera!

    A Filó fica trancada no quartinho dos fundos, e o gato da Vera fica na porta, completamente transtornado de ciumes. Filó precisa de um lar urgente!

    Ela está no Rio, em Laranjeiras, na Rua Prof. Luiz Cantanhede. Para adotar escreva para a Vera no mail llmg@infolink.com.br.

    Tenho nove irmãos e primos tão bonitos quanto eu!"

    Enquanto isso, Ana Yates pede socorro para os gatinhos de um rapaz da Gávea que morreu há cerca de três meses e deixou 13 "órfãos", entre os quais quatro fêmeas gravidíssimas que, ao todo, tiveram dez (!) gatinhos, um mais lindo que o outro.

    Dos 13 gatos iniciais, os quatro mais velhos já foram adotados; os outros nove são ainda jovens, estão castrados, vacinados e vermifugados, prontinhos para começar vida nova. E os miudinhos já estão prontos para deixar as mães. A foto acima, da Flor, é só uma amostra das gracinhas disponíveis.

    Ajudem esta turminha,amigos, por favor! Há ruivinhos, tricolores, pretinhos, vaquinhas. Todos à disposição no lar de passagem da Solange Senna em Botafogo. Os interessados devem contactar a Valéria Serra -- cordserraval@yahoo.com.br.






    Chuva engarrafada










    O sábio leão da savana lê as notícias










    Para dar uma aliviada...

    Vejam que ótima essa que o Truda mandou:
    Um deputado andava em alta velocidade pela cidade com seu BMW quando foi parado pelo guarda de trânsito.

    Guarda:

    -- O senhor estava além da velocidade permitida, por favor a sua habilitação.

    Deputado:

    -- Está vencida.

    Guarda:

    -- O documento do carro.

    Deputado:

    -- O carro não é meu.

    Guarda:

    -- O senhor por favor abra o porta luvas.

    Deputado:

    -- Não posso, tem um revólver ai que usei para roubar este carro.

    Guarda (já bastante preocupado):

    -- Abra o porta malas!

    Deputado:

    -- Nem pensar! na mala está o corpo da dona deste carro, que eu matei no assalto.

    Diante da situação, o guarda resolve chamar seu superior.

    Chegando ao local o superior dirige-se ao deputado:

    Superior:

    -- Habilitação e documento do carro por favor!

    Deputado:

    -- Está aqui senhor, como vê o carro está no meu nome e a habilitação está regular.

    Superior:

    -- Abra o porta luvas!

    Deputado (tranqüilamente...):

    -- Como vê, só tem alguns papéis.

    Superior:

    -- Abra o porta malas!

    Deputado:

    -- Certo, aqui está... como vê, está vazio.

    Superior (constrangido):

    -- Deve estar acontecendo algum equívoco, o meu subordinado me disse que o senhor não tinha habilitação, que não era o dono do carro, pois o tinha roubado com um revólver que estava no porta luvas, de uma mulher cujo corpo estava no porta malas!

    Deputado:

    -- Só falta agora esse sacana dizer que eu estava em alta velocidade!!!





    1.12.05


    Pela janela






    Eu ia dar a esta foto o título que tenho usado ultimamente nas minhas vistas de paisagens, "Eu amo a minha cidade".

    Só que hoje eu não amo a minha cidade.

    Hoje estou horrorizada, não com ela, coitada, que tanto sofre, mas com os que a habitam; dos monstros capazes de atear fogo em seus dessemelhantes aos governantes que nada fizeram, desde que assumiram seus postos, para evitar que chegássemos a este ponto.

    É muito difícil sentir amor e repulsa ao mesmo tempo, amor e ódio, amor e nojo.

    É muito difícil sentir amor com este nó na garganta, com este aperto que não passa no estômago, com esta dor no coração pelas vítimas inocentes da barbárie, do descaso e da irresponsabilidade.






    O repouso do guerreiro










    Keaton, Net e Pipoca contemplam as obras aqui do lado










    Após um árduo dia de trabalho, o temível leão cai vencido pelo sono