31.1.04


Fotolog: uma comunidade �
beira de um ataque de nervos

� triste, mas � verdade: o Fotolog est� come�ando a perder a gra�a. N�o porque n�o seja mais interessante postar fotos, ver as imagens dos outros ou trocar coment�rios; mas exatamente porque, na maior parte do tempo, tem sido imposs�vel fazer isso.

O n�mero de mensagens de erro, p�ginas n�o carregadas e bugs do sistema, geralmente aceitos como �dores de crescimento� e tolerados com santa resigna��o pela maioria dos usu�rios, est� ultrapassando os limites da sua paci�ncia. Ao longo das duas �ltimas semanas, alguns dos fotologgers mais ativos e criativos, tipo �esteio-da-comunidade�, simplesmente publicaram mensagens de adeus e tiraram o time de campo.

Outros, menos radicais � ou mais �viciados�? � t�m reclamado nas �reas de coment�rios e nos grupos de discuss�o, e postado os protestos mais variados. O clima geral � de tristeza, irrita��o e, principalmente, frustra��o. Dessa vez, n�o apenas em rela��o � impossibilidade de se subirem imagens ou se navegar pelo sistema, mas tamb�m em rela��o � pr�pria administra��o do Fotolog e � rotina das suas mensagens � comunidade, que pode se resumir no seguinte:

�O sistema est� ruim porque estamos acrescentando mais servidores�.

A essa altura j� � �bvio para todo mundo que apenas mais servidores n�o resolvem a parada. Ali�s, mais servidores, sem uma reestrutura��o que otimize e racionalize o seu servi�o, n�o resolvem parada alguma, em nenhum lugar. H� consenso, entre os fotologgers que v�m discutindo a quest�o, de que est� na hora de parar para balan�o, de fechar a porteira e n�o permitir novas inscri��es, pelo menos at� que o sistema volte a funcionar direito para os quase 300 mil atualmente cadastrados. Afinal, de que adianta ter 291.820 (sexta-feira, 21h39, hor�rio de Bras�lia) usu�rios insatisfeitos?!

H� outras quest�es aborrecendo a comunidade � ou, pelo menos, aquele n�cleo b�sico em torno do qual foi crescendo o sistema. A p�gina de abertura, grande trunfo do Fotolog quando ainda tinha poucos usu�rios, n�o atende � atual realidade do sistema; n�o h� uma ferramenta de busca; e, apesar do Brasil ser hoje respons�vel por mais da metade do movimento, n�o h� ainda, sequer, a possibilidade de se separar os fotologgers brasileiros por estados.

Acontece que o Fotolog, como tantas outras comunidades virtuais, parece estar sendo v�tima do seu pr�prio sucesso. Os administradores t�m gasto o tempo e os recursos de que disp�em (e que n�o s�o muitos: apenas 1% dos usu�rios paga pelo servi�o) para correr atr�s do seu crescimento desordenado, acrescentando mais e mais servidores... para que mais e mais pessoas possam se frustrar ao mesmo tempo.

Eu sei que � bem mais f�cil falar do lado de c� do que fazer do lado de l�, mas talvez fosse mais sensato guardar a energia (e a grana) para consertar os bugs, melhorar o sistema e dar, aos fotologgers que j� est�o a bordo, a sensa��o de que a viagem continua valendo a pena. Afinal, o Fotolog n�o � uma comunidade virtual qualquer, mas sim a mais interessante das experi�ncias online, a verdadeira aldeia global que a gente sempre sonhou encontrar na internet mas que, at� aqui, nunca havia se concretizado. Seria uma tristeza s� perder um mundo paralelo t�o cheio de encantos.

(O Globo, Info etc, 2.2.2004 -- �, hoje voc�s est�o lendo aqui primeiro... ;-) )

{Pronto, ric!}





29.1.04




Est�dio de Remo

H� tempos rola por a� uma louv�vel campanha do pessoal do remo contra a infeliz id�ia de se instalar, no que hoje resta do antigo Est�dio de Remo, mais um shopping particular.

Agora, essa campanha tem um website. Pequeno, em constru��o, mas bem intencionado e importante no que se prop�e.

J� n�o basta aquele latif�ndio que � a Esta��o do Corpo, terreno que deveria ser de todos n�s, nas m�os de alguns empres�rios espertos?!

O que d� ao estado o direito de dispor assim das �reas p�blicas?!

Vamos lutar pela preserva��o do velho est�dio!








Enquanto isso, no lado gelado do mundo...


Para quem l� ingl�s, recomendo um passeio pelas legendas e coment�rios das fotos de cavalos. Esse casal, que cria cavalos, fala da vida dos bichinhos no frio. � muito interessante!

Nos coment�rios da foto acima, algu�m observou que, na R�ssia, esse efeito do gelo nos bigodes dos cavalinhos se chama "cochico estrelado", tem coisa mais linda?














� tudo verdade

No espa�o de um dia, cronista visita tr�s gal�xias
distantes -- todas igualmente brasileiras



Por tr�s da tela branca do computador que, por enquanto, � apenas um ponto de interroga��o, h� tr�s fotos completamente diferentes me espiando. Uma � da bailarina que participou do desfile da Virzi na Fashion Rio, e me traz � lembran�a as deslumbrantes cria��es da Marcela: cores e texturas inesperadas, misteriosas, com brilhos e detalhes luxuosos. Nada poderia ser mais ex�tico ou sofisticado.

Na segunda, exato oposto da primeira, os p�s enlameados das crian�as do Suape, em Pernambuco, cujos pais participavam de um protesto que fechou, durante uma hora, as estradas de acesso a Recife. Essa me lembra o t�dio no carro parado, a chuva fina e, sobretudo, o cheiro acre da fuma�a dos pneus incendiados no asfalto. Nela tudo � pobre e tosco.

A terceira � a minha vis�o do para�so. Uma praia quase deserta, onde a cor do mar faz contraponto aos coqueiros e � areia lisa, e onde as nuvens de chuva � dist�ncia n�o chegam a amea�ar o dia perfeito. A mem�ria, aqui, � da �gua morna, dos sabores da terra, do carinho dos amigos. A paisagem, uma ilha de cart�o-postal, � a quintess�ncia do sossego e da paz.

As tr�s fotos foram feitas por mim, com a mesma m�quina, em menos de 24 horas. S�o a prova concreta de que, para um cronista, ter assunto demais � t�o complicado quanto n�o ter nenhum.

* * *

Tudo come�ou na quarta-feira passada, quando fui � Fashion Rio. Eu amo a Fashion Rio. Continuo o mesmo ET de sempre nos desfiles, lounges e corredores glamourosos do mundinho fashion, e ainda me restam perplexidades suficientes para muito assombro, mas j� n�o me preocupo mais em coordenar os v�rios tons de preto do meu guarda-roupa, por exemplo, ou, sequer, em entender o que est� acontecendo.

A id�ia � encontrar os amigos, visitar os lounges, admirar a linda arquitetura do MAM e os jardins de Burle Marx, passar v�rios minutos em angustiada indecis�o quanto � cor das indefect�veis sand�lias personalizadas e, finalmente, curtir os desfiles como happenings, ou pequenos shows.

No meu �nico dia na Fashion Rio deste ano, fiquei comovida com a nost�lgica trilha do desfile da Maria Bonita Extra, em piano e pingue-pongue; curti demais as incongruentes havaianas H. Stern, com suas humildes tiras de borracha recobertas de luxo e riqueza; e adorei o desfile/performance da Marcela Virzi, ainda que colegas com know-how da �rea tenham feito restri��es � mistura de moda e teatro. � verdade que fiquei dividida, sem saber se olhava para as roupas ou para o trabalho de corpo da bailarina com m�scara de Marilyn mas, por mim, tudo bem � tudo era divertido, exagerado, interessante demais.

* * *

A manh� seguinte me pegou em Pernambuco, com um grupo de amigos, a caminho da Lagoa Azul. Na altura do Suape, esbarramos num engarrafamento monumental. Desci do carro para ver do que se tratava e, l� na frente, encontrei a cena tantas vezes vista na televis�o: estrada fechada com fogueira de pneus, palha de coqueiro e o que mais houvesse � m�o. Gente humilde, indignada mas n�o violenta, exigindo um m�nimo de aten��o das autoridades.

� A senhora veja os p�s dessas crian�as. A lama n�o � daqui do ch�o, � de dentro de casa: o rio subiu, n�s estamos com barro pela canela. H� muitos ratos, os meninos est�o ficando doentes. A gente reclama mas ningu�m faz nada.

Coitados, o que mais podem fazer al�m de fechar a estrada?! � a �nica chance que t�m de tornar p�blica a sua afli��o.

� N�s s� vamos sair daqui quando a imprensa chegar. A imprensa est� nos ignorando, vai ver j� receberam o telefonema de alguma autoridade.

Observei que talvez fosse dif�cil � imprensa chegar com a estrada interrompida, mas o meu argumento n�o colou. Para aqueles pobres brasileiros abandonados, a imprensa est� acima dessas trivialidades de cunho pr�tico. Assim como a pol�cia, que, engarrafamento ou n�o, acabou aparecendo e dispersando os manifestantes.

* * *

Seguimos em frente. Os meninos da foto ficaram para tr�s, como ficaram os desfiles da Fashion Rio e, a essa altura, tamb�m a praia paradis�aca do fim de semana. Sentimentos, fotos, lembran�as: disso se faz a vida. E, �s vezes, tamb�m a cr�nica.


(O Globo, Segundo Caderno, 29.1.2004)







Matusca, cad� voc�?!

A m�mia favorita da blogosfera est� fora do ar!!!

O que aconteceu, Matu?!

Cad� voc�?!





28.1.04


Novo link





H� um link novo ali na barra da esquerda: � para a p�gina dos gatinhos do Campo de Santana. Recomendo a todos uma visita a este site, sobretudo aos que acham que os gatinhos abandonados nos parques e jardins da cidade se d�o bem.

Os gatinhos do Campo de Santana t�m, felizmente, uma santa protetora veterin�ria que se chama Andr�a Lambert. Ela os vacina, trata e opera, mas n�o tem recursos ilimitados.

� f�cil ajudar. Al�m de doa��es de ra��o e rem�dios, voc� participar de uma rifa baratinha: cada n�mero custa R$ 10, e o pr�mio � uma linda correntinha da H. Stern.

N�o deixem de visitar a p�gina dos gatinhos!






Life, do Bozzetto!







Foto digital

Meu amigo Nelson Ricciardi tem um �timo site sobre fotografia digital.

Vale conferir.





27.1.04









* sigh *


Este misto de mesa flutuante com ombrelone foi inventado pelo nosso amigo Jos� Paulo h� v�rios anos, e aperfe��oado ao longo do tempo. A vers�o atual, muito sofisticada, tem at� torneira de �gua corrente para lavar os copos!

Passamos os dias assim, na �gua morninha, bebendo, batendo papo e comendo umas comidinhas campe�s: caranguejos, camar�es, pitus, peixinhos fritos e uma cocada que nem te conto.

�ta vidinha marromeno...







* sigh *







26.1.04



* sigh *






22.1.04


Pernas pro ar

Daqui a meia hora o pessoal vem me buscar pra gente ir pra praia: vamos passar quatro dias no bem bom, sem fazer nada (ser� que eu consigo?).

Estou levando o notebooksauro, mas n�o sei se vou conseguir me conectar de l�.

Se n�o conseguir, at� segunda -- e bom fim de semana para todos!






Fashion Rio

Tem seis fotinhas l? no Fotolog...









Algumas hist�rias da selva urbana

N�o sei se voc�s leram a not�cia: um desempregado pulou a cerca de ferro do Campo de Santana, e matou a pauladas um pav�o branco que vivia l�. Um grupo de travestis viu a cena e caiu de socos e pontap�s sobre o assassino, que, tentando fugir dos agressores, espetou o bra�o numa das setas da cerca e l� ficou preso at� ser resgatado e levado pelos bombeiros.

Seria c�mico se n�o fosse tr�gico. O desempregado alegou fome, a desculpa padr�o de quem � flagrado matando animais. N�o tenho ilus�es a respeito da extens�o de nossa mis�ria urbana, mas o Centro do Rio, embora esteja a cada dia mais cheio de desabrigados famintos, n�o pode ser um desmundo onde a �nica forma de implantar o Fome Zero seja o pega-mata-e-come.

Quem acompanha com um m�nimo de aten��o a vida dos bichos da cidade sabe como � comum o exerc�cio dessa esp�cie de crueldade humana; no pr�prio Campo de Santana aparecem, freq�entemente, gatos mortos ou revoltantemente mutilados. O que n�o � freq�ente � a vigil�ncia. E absolutamente extraordin�ria � a presen�a de um grupo de travestis justiceiro, disposto a vingar a morte de uma ave que s� tem uma miss�o na vida � enfeitar a paisagem.

* * *

No domingo de madrugada, quando ia chegando em casa, o porteiro me contou, alvoro�ado, que a capivara que mora aqui em frente havia feito um longo passeio pelo pequeno bosque da ciclovia, aproveitando a calma da noite. Normalmente, ela fica mais perto d��gua, meio escondida pelo manguezal.

� Mas ela tem feito isso sempre? � perguntei.

� N�o, n�o tem, n�o. S� vi ela fazer isso hoje. Ali�s, � a primeira vez que vejo ela � noite. No outro dia saltei do �nibus e vim andando, eram umas duas da tarde, e ela estava l�. At� joguei uma pedra nela. Ela fez um barulho esquisito para mim e fugiu.

Por pouco n�o virei grupo de travestis.

� Voc� jogou uma pedra na capivara?! Mas por qu�?!

� Eu n�o sabia o que era. Vi aquele bicho, taquei a pedra.

� Mas � um bicho manso, que n�o ataca ningu�m! Por que jogar pedra num animal que est� quieto no canto dele?!

� Ah, ela tava l�, n� ? Agora sei que � a capivara, at� li no jornal, mas eu n�o sabia.

O mais estranho � que esse porteiro � um excelente rapaz, gentil com os moradores e carinhoso com a gatinha vira-lata, funcion�ria do condom�nio no departamento de roedores. Ele agiu como agem tantas pessoas a quem n�o se ensinou o respeito, caminho do amor, � natureza. Surgiu um focinho estranho no peda�o? Pau nele. O pa�s precisa, urgentemente, de uma campanha que ensine �s pessoas a ter respeito pelos animais.

* * *

Mudando radicalmente de assunto: n�o deixem de ir ao Vivo Open Air, aquela mistura de cinema, show e comidinhas armada no Jockey! �, disparado, a melhor pedida do ver�o. Os shows s�o... bem, shows. Iguais aos que rolam por toda a parte. As comidinhas s�o... ora, comidinhas. Iguais �s de qualquer quiosque. Mas aquela tela imensa, armada em frente �s arquibancadas, no meio daquela paisagem, � simplesmente �nica. O filme nem importa muito; o barato � a experi�ncia, o conjunto de sensa��es. O Cristo ao lado, a Lagoa em frente, as luzes da cidade, as estrelas...

At� a chuva, quando acontece, acaba sendo engra�ada. O pessoal do festival corre a distribuir capinhas pl�sticas, os espectadores correm a se proteger sob as marquises e tudo vira uma festa. O ambiente, alegre, est� muito bem organizado. Uma del�cia.

* * *

Foi l� que encontrei a gatinha da foto, protagonista de uma linda hist�ria felina. Estava esperando pelos meus ingressos quando ela apareceu, miando: uma coisa pequena, magricela, irresist�vel. A Bia e eu nos apaixonamos � primeira vista, e passamos o filme preocupadas com o que seria dela.

Mal sab�amos que havia feito outra conquista. Quando o filme acabou, encontramos, por acaso, uma mo�a � procura da gatinha de olhos claros com quem brincara antes do in�cio da sess�o, e que decidira levar para casa.

� Bem que eu quis deixar ela no carro durante o filme... � lamentava-se. � Agora sumiu. Nossa, gostei tanto daquela gatinha!

A hist�ria n�o podia ficar assim. Como � que deixar�amos escapar aquele Happy End ? Sa�mos pelo clube em busca da bichinha. Imaginei que poderia estar no mesmo lugar onde a encontramos quando chegamos � e, dito e feito, l� estava ela.

A mo�a, Paula, que � uma simpatia, ficou radiante; a gatinha, que acertou a mega-sena felina, foi logo batizada de Paikea, em homenagem � personagem do filme; e a Bia e eu, de t�o contentes, chegamos a achar uma gracinha o gamb� que nos espiava de cima da cerca.


(O Globo, Segundo Caderno, 22.1.2004)






21.1.04


Este flog � s� porque...

O Rio � uma cidade t�o bonita, t�o provocante e irresist�vel para quem gosta de imagens que, a rigor, todo carioca j� deveria nascer com uma c�mera na m�o. Os fotologgers cariocas s�o s� a ponta mais vis�vel de um iceberg t�o antigo quanto a pr�pria inven��o da fotografia. Ainda no S�culo XIX, de posse da sua pioneir�ssima m�quina de daguerre�tipos, D. Pedro II olhou a paisagem em torno, clicou e viu que aquilo era bom. Desde ent�o, o n�mero de fot�grafos do Rio s� fez crescer.

� praticamente imposs�vel listar todo mundo que mant�m, hoje, algum �projeto carioca� na internet; mas a grande vantagem do Fotolog sobre os demais sistemas �, justamente, a visibilidade que oferece. Como todos os flogs convivem no mesmo �ambiente�, freq�entemente h� lindas fotos cariocas nas listas de favoritos dos usu�rios, nas listas de fotos mais vistas e na coluna de fotos recentemente postadas.

Al�m de mostrar o Rio aos estrangeiros, e de apresentar aos pr�prios cariocas v�rias faces diferentes da sua cidade, o Fotolog tem dado aos fot�grafos uma �tima chance de entrar em contato uns com os outros.

A turma de �floggers� cariocas � animad�ssima. Al�m dos �meetups� � encontros regulares que acontecem ao redor do mundo sempre nas segundas quartas-feiras do m�s � h� freq�entes passeios fotogr�ficos e encontros especiais para receber fotologgers de outros estados e pa�ses. H� at� uma �camiseta oficial� da tribo, que fez estr�ia muito festejada no �ltimo meetup.

Para se juntar a essa galera, basta ir ao Fotolog, criar o seu flog, dar seu recado e ficar de olho nos avisos da �comunidade�. A forma mais simples de se entrosar numa comunidade virtual � visitando as pessoas com as quais se sente alguma afinidade. No caso do Fotolog, passeie pelas imagens, deixe coment�rios, troque id�ias: voc� vai acabar fazendo bons amigos.

Tr�s vizinhos da Rua Gast�o Bahiana, por exemplo, que nunca tinham se visto, se encontraram gra�as a fotos de um mesmo gatinho, que freq�enta a rua, e que foi personagem dos tr�s. Na aldeia global, a teia que cobre o mundo �, muitas vezes, o caminho mais r�pido para a porta ao lado...

(O Globo, Info etc., 19.1.2004)

PS -- Vale a pena dar uma olhada nas fotos que o pessoal postou ontem em homenagem � cidade! Para quem precisa de um ponto de partida, a Ana Pinta fez uma listinha b�sica, AQUI.





20.1.04


Ent�o t�, n�?

Recebi isso l� no jornal:
"A partir de 26 de janeiro, tem in�cio a s�rie de discuss�es sobre a renova��o arquitet�nica e caminhos para a busca de solu��es de problemas urbanos das cidades de S�o Paulo e Paris, com a presen�a da prefeita de S�o Paulo, Marta Suplicy, e do prefeito de Paris, Bertrand Delano�."
N�o � implic�ncia minha n�o, juro, mas... h� alguma coisa em comum entre S�o Paulo e Paris?!

Faz algum sentido, isso?!

Eu, hein.

Update, chegando da rua �s duas da manh�:

Geeeeeeente, qu�isso...

76 coment�rios?!

Nunca pensei que isso fosse render tanto!

Esclarecendo, ent�o, para eliminar d�vidas: Quando falei em implic�ncia, n�o era nem com S�o Paulo nem, embora ela at� mere�a, com a Suplicy, cuja grosseria e deseleg�ncia com o Rio n�o esque�o. No caso, a minha eventual implic�ncia seria com esse tipo de f�rum e de discuss�o acad�mica, que s� serve para torrar o dinheiro e a paci�ncia do contribuinte, sem levar a nada.

Claro, TUDO pode ser comparado a QUALQUER COISA, at� laranjas com bananas: as duas s�o frutas, nascem em climas quentes, custam mais barato do que cerejas ali na feira, por a� vai. � poss�vel encontrar ALGUMA semelhan�a at� entre o Egito e P�lo Norte, t�o apropriadamente citados pela minha sobrinha de 15 anos; mas que a compara��o � esquisita, l� isso �.

PONTO.

S� ISSO.

PONTO.

N�o falei NADA a respeito do Rio, nem tinha por qu�; o assunto era outro. � �bvio que prefiro o Rio a S�o Paulo, ou n�o moraria aqui; acho o Rio a cidade mais linda do mundo, e me considero uma pessoa de grande sorte por ter nascido aqui e aqui ter vivido a maior parte da minha vida. Seria hipocrisia negar isso -- s� que este fato NADA TEM A VER COM ESTE POST.

Nem com S�o Paulo.

Mas tudo bem, pelo menos o boteco ficou animado...









19.1.04


BLOG!

Corram l�, para ver a novidade... :-)







Final =^..^= Feliz

Ontem a Bia e eu fomos ao Vivo Open Air. Chegamos mais cedo, para fazer um lanche, e, assim que pisamos no Jockey, demos de cara com essa gatinha: lindinha, ultra carinhosa, a coisa mais fofa e simp�tica que se possa imaginar. Brincamos um bocado com ela, que est� bem magrinha, e entramos para comer.

Boladas, as duas: tinhamos que fazer alguma coisa por ela! Comemos pizza preocupadas -- as hist�rias de barbaridades acontecidas com os gatinhos do Jockey n�o sa�am da nossa cabe�a. Depois a Bia descolou um pouco de pasta de atum e l� fomos n�s aliment�-la, seriamente tentadas a traz�-la para casa, apesar da nossa falta de vagas para felinos e da previs�vel crise com a Fam�lia Gato.

Nesse �nterim, chegaram a Laura, a Ju e a Ma. A gatinha n�o estranhou ningu�m, aceitou carinhos de todas e continuou comendo a pasta de atum. Assim a deixamos quando fomos ver o filme.

Quando a sess�o acabou, vi uma mo�a fazendo carinho num gato. Fui at� l�.

-- Ah, n�o � a gatinha que achei que era...

-- Voc� diz uma de olhinhos claros?

-- �, exatamente! Uma siamesinha vira-lata que � a coisa mais linda.

-- N�o �? -- exclamou a mo�a. -- Eu me apaixonei por aquela gatinha e queria levar para casa. Ia deixar no carro durante o filme, mas meu marido achou que n�o seria bom. Agora n�o estou mais encontrando ela.

Bia e eu imediatamente nos prontificamos a procurar, com a ajuda da Ma (a Laura e a Ju acham essas gatices muito esquisitas). Imaginei que estaria no mesmo lugar onde a encontramos quando chegamos -- e, dito e feito, l� estava.

Pronto! Final muito feliz para todo mundo!

A mo�a, que � uma simpatia, ficou radiante com a gatinha, logo batizada de Paikea (pronuncia-se "paiqu�a") em homenagem � personagem do filme ("A encantadora de baleias").

A gatinha achou um lar, e um b�pede que vai cuidar dela com o maior carinho.

Bia e eu ficamos na maior alegria com o bom desfecho do caso.

E a Fam�lia Gato, inocente do risco que correu, continua na sua rotininha dom�stica -- que, para um gato, � o que pode haver de bom.

Sejam muito felizes juntas, Paula e Paikea!






Gatinhos








No Dia online, mat�ria sobre os gatinhos do Campo de Santana e a dra. Andr�a Lambert, maravilhosa vet que cuida deles.

H� �timos gatinhos para ado��o l�, inclusive filhotes; eles podem ser vistos aqui.

Outros flogs de gatinhos cariocas para ado��o aqui (Santa Casa) e aqui (Prefeitura).





18.1.04




Fotola

H� uma novidade no template do blog: a miniatura da �ltima foto que postei no Fotola. Gosto deste feature, que j� vi em alguns blogs com fotos do Fotolog -- mas nunca consegui descobrir como fazer. No Fotola, que � um sistema parecido com o Fotolog, o c�digo j� vem prontinho, � s� cortar e colar.

Ainda n�o sei muito bem qual � a do Fotola. Sei que � mais bonito do que o Fotolog, � software livre e trabalha com Creative Commons, o que acho muito legal (sem trocadilho; ou com).

Vou ficar espiando as coisas por l� por uns tempos; n�o sei se vou conseguir atualizar direito, afinal mal estou tendo tempo para dar conta do que j� inventei de fazer.

De qualquer forma, � uma experi�ncia interessante.





17.1.04


Tsk, tsk...

Voc�s acreditam que tr�s pessoas me escreveram pedindo o nome e o endere�o do suposto m�dico da Barra que teria um remedinho � base de algas dos Alpes Mar�timos?!

(O pior � que, se eu n�o tivesse inventado esse rem�dio da minha cabe�a, e n�o fosse a autora da cr�nica, possivelmente estaria querendo saber tamb�m...)







Que viagem!

Um dos fotologs mais divertidos do peda�o "made in Brazil" � o do Rubber Vall, personagem de fic��o cient�fica que literalmente viaja pelo ciberespa�o e em fotos de colegas.

Fiquei toda prosa quando o golfinho de areia que fotografei da janela do M�ridien entrou nessa.

Valeu, Rubber Vall! Gostei demais... :-)
"A majestosa nave de nosso her�i, Rubber Vall, move-se em acelera��o constante e vertiginosa atrav�s da Perspectiva de R�nai, um vasto conjunto de condi��es clim�ticas e eletro-din�micas que afetam diretamente o funcionamento das m�quinas e permitem que os poderosos computadores que guiam nossa jornada atrav�s do cosmo sonhem.

ao contr�rio dos sonhos de Rubber Vall, dos quais nos chegam fragmentos inst�veis (apesar da supreendente tecnologia envolvida, mas que ainda encontra-se em desenvolvimento nas oficinas astrais do quintal de Luizinho), podemos acopanhar o sonho dos computadores em sua integridade e extremamente coloridos atrav�s de seus pr�prios monitores de v�deos e outras interfaces secretas que n�o podemos mencionar nesses estudos.

e os computadores da nave de Rubber Vall, da enigm�tica nave de Rubber Vall, sonham com complexas tarefas que correm paralelas nos n�veis mais remotos de atividade, uma vez que os computadores, apesar de sonharem... n�o dormem. essas tarefas, em geral, dizem respeito aos dados que se desdobram dentro dos pr�prios sistemas digitais � partir das informa��es fornecidas aos c�rebros eletr�nicos pelas diversas �reas da nave.

na foto, cedida gentilmente aos membros dessa gloriosa academia, vemos um dos pricipais sistemas de navega��o computadorizada da nave debru�ar-se em seu sonho sobre as rotas de aproxima��o para PL@774kl2 levando em considera��o as rela��es de alinhamento da Costela��o do Golfinho (curiosamente evidenciada por uma bem humorada representa��o gr�fica do referido animal, demonstrando que os sonhos dos computadores extrapolam as qest�es meramente matem�ticas). vemos ainda a Nebulosa de Cora, que encontra-se a anos-luz de dist�ncia, e entra aqui com um componente on�rico que deve ter uma fun��o espec�fica e desconhecida para n�s dentro das funda��es equacionais desse sonho.

o sucesso da miss�o depende diretamente do cruzamento dos dados elaborados nos sonhos com as demais informa��es e atividades de alto n�vel das m�quinas. nem Rubber Vall nem ningu�m aqui da base sabe como isso acontece, como funciona ou quais as chances de dar errado."







16.1.04



15.1.04


Eu era assim...
e continuo igual


Depois de 30 anos de dietas milagrosas, cronista recusa-se a perder a f�


Uma vez, O GLOBO fez uma reportagem com os dez principais m�dicos de regime do Rio. N�o necessariamente os melhores, notem bem, mas os mais conhecidos, autores de best-sellers e de m�todos especiais de dieta, favoritos de dez entre dez celebridades-pr�t-�-porter. Algumas rep�rteres marcaram consultas, foram devidamente examinadas e receberam receitas de f�rmulas �alternativas� � todas, em tese, inofensivas. As receitas foram em seguida apresentadas a m�dicos s�rios, que as traduziram para os leitores.

Pois ali, disfar�adas em remedinhos b�sicos de manipula��o, estavam bolas da pesada, capazes dos piores estragos. Se bem entendi os doutores do bem, tomar uma delas ou formicida na veia dava mais ou menos na mesma.

* * *


A reportagem me chamou a aten��o por um curioso detalhe: eu j� havia feito dieta com oito (!) daqueles m�dicos. S� n�o fiz com os dez porque o tratamento de um era � base de inje��es, e tenho pavor de inje��o, e o outro s� poderia me atender em agosto � e quando eu quis consult�-lo est�vamos, para variar, no come�o de janeiro, essa �poca terr�vel em que sa�mos direto dos panetones e das rabanadas para a luz inclemente da praia.

Comentei o fato com os colegas que estavam fechando a mat�ria e eles ficaram escandalizados:

� Voc�?! Nesses picaretas?! Uma mulher inteligente...!

Pois �. Inteligente, sim, mas magra, n�o � e vivendo numa sociedade em que todos os excessos s�o permitidos... menos o excesso de peso. Pelo contr�rio: a imagem da mulher ideal vendida pela publicidade, pela moda e pelos meios de comunica��o � t�o afastada da (excessiva) realidade que dizer a uma amiga que ela emagreceu � sempre um elogio � ainda que, na verdade, ela melhorasse muito se engordasse uns dez quilos. Mas fazer uma observa��o dessas, hoje, nem pega bem.

Conhe�o mulheres de 50 anos que vivem � custa de anfetaminas, h� d�cadas n�o fazem uma refei��o digna do nome, se orgulham de comprar roupas em lojas para adolescentes e s�o, para todos os efeitos, consideradas bonitas. E, pasmem, normais.

Tamb�m conhe�o mulheres perfeitamente bonitas (e, para todos os efeitos, normais) que h� tempos n�o conseguem comprar roupa aqui no Rio � a menos que se conformem em apelar para lojas de gordinhas. Onde, em geral, nada se encontra de elegante e as vendedoras atendem com t�o euf�rica simpatia, que nem se lhes nota a comisera��o.

Enfim: a press�o � t�o grande que a gente topa qualquer neg�cio, mesmo sabendo, de antem�o, que aquilo n�o vai dar certo. E, assim que aparece um novo paj� milagroso na pra�a, corre para marcar consulta.

* * *


Alguns desses senhores sequer s�o m�dicos; a maioria sequer � alfabetizada. Todos cobram uma fortuna, e quase todos atendem em consult�rios luxuos�ssimos, onde, como s�i, n�o h� uma s� pe�a de bom gosto.

Nas salas de espera, mulheres at� muito magras, que provavelmente fariam mais neg�cio se estivessem num bom terapeuta. Talvez tamb�m estejam.

* * *


A rela��o com qualquer desses m�dicos � sempre baseada em desprezo m�tuo. N�s os desprezamos porque s�o picaretas; eles nos desprezam porque temos mais de 40 quilos e, obviamente, porque n�o � poss�vel ter respeito por quem freq�enta picaretas. Apesar disso, como precisamos uns dos outros, h� sempre uma cortesia falsa e excessiva no ar, pontuada de elogios e diminutivos. Hipocrisia, teu nome � diet�tica.

No filme da minha vida, aquele que vai passar inteirinho pela minha cabe�a segundos antes do fim, apare�o numa sucess�o desses consult�rios. Sempre com a certeza (confirmada) de estar sendo ot�ria e a esperan�a (frustrada) de vir a ser magra.

* * *


A essa altura, � l�gico que sei que as boas dietas (existe isso?) n�o dependem de f�rmulas milagrosas; j� cansei de ouvir falar em reeduca��o alimentar e na import�ncia do exerc�cio f�sico para a beleza e para a sa�de; virei especialista em calorias, fibras e gorduras. Em suma, conhe�o a teoria como ningu�m. Afinal, s�o 30 anos de tentativa e erro. Bota erro nisso!

Mas tudo bem, um dia eu acerto. Dizem que tem um cara ali na Barra que receita uns rem�dios � base de algas dos Alpes Mar�timos que secam a pessoa em duas semanas.

Sem dieta e sem gin�stica.

T� dentro!


(O Globo, Segundo Caderno, 15.1.2004)





14.1.04




Come�o a voltar ao mundo conectado!

Ihuuuuuuuuuuu!!!

J� estou na minha pr�pria mesa, teclando o meu bom e velho teclado, com o meu maravilhoso monitor Samsung SyncMaster (t�, � de 15" -- ningu�m � perfeito) piscando para mim.

A m�quina nova ronrona ao meu lado, suavemente. � um Celeron 2.30GHz com 512 de RAM (novamente: ningu�m � perfeito); o HD ainda � o velho Maxtor de 40Gb, dando conta do recado enquanto a maravilha Seagate de 120Gb agoniza na loja safada que n�o quer troc�-lo.

Uma alegria particular dessa m�quina: doze (!!!!!!!!!!!!) sa�das USB.

Adeus, hubs... :-)

Agora tchauzinho, que estou tendo que reconfigurar praticamente tudo, e ainda tenho algumas horas de trabalho pela frente at� poder considerar a m�quina 100%.

Tou feliz! :-)








O notebook est� se portando valentemente para quem j� estava na UTI. � mais silencioso do que as m�quinas grandes, e o barulho que n�o faz permite que eu ou�a barulhos mais engra�adinhos: os roncos e pequenos miados dos gatos adormecidos no escrit�rio.





13.1.04


N�o alimentem os animais

Quando a gente vai ao zool�gico, encontra essa placa. Eu, pessoalmente, fico passada: adoro dar comida pros bichos, e me sinto frustrada em n�o poder paparic�-los. Mas faz sentido. A gente d� a comida e vai embora; e quando eles passam mal, quem tem que cuidar de tudo e limpar a porcaria que fica � o tratador que est� l�.

Para que, no dia seguinte, as pessoas encontrem o zool�gico legalzinho de novo, caprichado, gostoso de visitar.

Num blog n�o � muito diferente. �s vezes aparecem uns cretinos na �rea de coment�rios, absolutamente insens�veis a qualquer esp�cie de argumento. Querem provocar e criar caso, n�o querem realmente expor id�ias. Tipicamente, s�o an�nimos, covardes e, apesar disso, tentam passar por Her�is da Opini�o Independente e, no caso deste internETC., v�timas da minha terr�vel intoler�ncia.

Normalmente deixo pra l�, vou capinando o mato e limpando as jaulas, mas no momento estou, conforme voc�s leram uns posts abaixo, com s�rios problemas de m�quinas. Tenho perdido um tempo insano com isso, e s� estou atualizando o blog por teimosia.

Enquanto isso, um man� mal educado, cujos coment�rios grosseiros j� apaguei seguidas vezes porque prefere agredir pessoas a trocar id�ias, me aparece aqui dizendo para eu reservar um bom espa�o da minha agenda para apagar os seus (dele) coment�rios...

*sigh*


Como estou com outras prioridades na agenda, e a minha paci�ncia tamb�m n�o anda l� aquelas maravilhas, pe�o a todos, por favor, que n�o caiam em provoca��es bobas. Discutam id�ias � vontade, como sempre fizeram aqui, mas por favor n�o alimentem os animais: estou t�o sem tempo para limpar a jaula!

A administra��o agradece... :-)






Amo isso...







Invent�rio do caos

A quest�o das m�quinas aqui em casa est� t�o escalafob�tica que, a essa altura, at� eu j� me perdi e n�o sei mais o que h� de errado com quem.

Recapitulando:

  • Eu tinha duas m�quinas, um Pentium IV e um Pentium III, da Bia; no Pentium IV havia um HD novinho de 120Gb e um mais antigo com 40Gb; no Pentium III, um de 34Gb e outro de 12Gb.

  • O Pentium IV estava OK mas, depois da instala��o do XP, lento demais com apenas 256Mb de RAM. O Pentium III estava com um problema de fonte que volta e meia se manifestava n�o permitindo a liga��o da m�quina; a gente tinha que tentar v�rias vezes at� ela pegar no tranco.

  • Resolvi instalar mais mem�ria no Pentium IV. O Abel olhou a m�quina, disse que a placa n�o estava l� aquelas maravilhas e que a mem�ria era um daqueles tipos que aparecem de vez em quando para sumir em seguida. Mais jogo seria mudar logo a placa m�e, indo para um processador mais r�pido e mem�rias novas; e passar este Pentium IV para a m�quina da Bia, no lugar do Pentium III. Com o Pentium III, eu poderia montar um computador b�sico para a mam�e acessar a internet, ver o blog e o fotolog, trocar email com os netos, etc.

  • At� a semana passada, as coisas estavam assim: o Pentium IV funcionava. O Pentium III, na sua nova encarna��o de computador b�sico, estava no ch�o, num gabinete menor, em tese OK, esperando apenas ser configurado; a seu lado, um gabinete com a nova placa, novo processador e novas mem�rias, esperando apenas que passasse aqui em casa o Carlos Eduardo, amigo do Abel, para transferir para ela o HD, a placa gr�fica e o drive de DVD do Pentium IV. Os meus dados seriam reunidos no HD de 120Gb, e o de 40Gb ficaria sozinho no Pentium IV, compondo a m�quina da Bia.

  • Na segunda-feira passada, o disco de 120Gb come�ou a fazer barulhos estranhos. Na quarta, antes que o Carlos Eduardo chegasse, ele subiu no telhado: deu uma travada geral e n�o foi mais reconhecido.

  • O Carlos Eduardo retirou o disco. Eu poderia ter continuado a trabalhar com o Pentium IV e seu HD de 40Gb se, nessa de abre m�quina, fecha m�quina, a fonte (e/ou placa) do Pentium IV tamb�m n�o tivesse ido pro espa�o. Essa era a tal placa a respeito da qual o Abel j� havia me alertado.

  • Tentamos p�r o micro b�sico -- o velho Pentium III, que era a m�quina da Bia e seria a m�quina da mam�e -- no ar. Nada feito. L� voltou ela para o estaleiro de novo.

  • Tudo estaria mais ou menos OK e eu poderia estar trabalhando mais ou menos feliz, se o HD de 120Gb estivesse bem, e finalmente instalado na nova m�quina. Mas a loja que o vendeu recusa-se a troc�-lo, alegando que, pelos testes l� deles, este HD est� funcionando. N�o est�, mas v�o ficar afirmando isso por mais um m�s, suponho, at� que ven�a a garantia dessa bomba.

  • Hoje, segunda, o Carlos Eduardo trouxe a m�quina b�sica, o velho Pentium III, para quebrar um galho. Por algum motivo misterioso, a m�quina n�o topou instalar o XP (que j� rodava nela antes) e, assim, o Carlos teve que instalar um Windows 98 (tempor�rio). O problema com ela havia sido, aparentemente, de mem�ria. Com dois m�dulos de 128 dele, de teste, tudo estava OK -- at� ele sair daqui.

  • Fui jantar, voltei e vim trabalhar um pouco; e nisso estava quando a m�quina desligou, de livre e espont�nea vontade, e n�o mais voltou ao ar.

  • Neste momento, escrevo do ThinkPad 560Z, que ora liga, ora n�o liga; que est� sofrendo dos nervos e s� aceita ser carregado quando est� desligado. Temo que a qualquer momento d� seu �ltimo suspiro e saia do ar de vez.

    Em suma:

  • Pentium IV = Placa (e/ou fonte) ferrada.

  • Pentium III = Tudo ferrado.

  • Notebook = Tudo prestes a se ferrar.

    Como criatura tranq�ila e fatalista que sou, estou aceitando tudo isso como uma prova de paci�ncia.

    S� espero que o banco tenha a mesma vis�o das coisas quando essa brincadeira chegar ao fim.





  • 12.1.04


    Mulheres apaixonadas


    Quem diria: h� um caso de amor entre as mulheres e os computadores, que at� outro dia eram brinquedinhos essencialmente masculinos. Vejam s�: a ag�ncia Conte com Elas, das publicit�rias Maria C�lia Salgado e Helena Lopes, que estuda o comportamento do p�blico feminino, encomendou uma pesquisa sobre o universo delas, em que foram entrevistadas 600 cariocas.

    Uma das descobertas mais interessantes foi que o curso que elas mais t�m vontade de fazer � o de inform�tica. Disparado! Para 32% das entrevistadas, ele � o must do momento. O ingl�s, num modest�ssimo segundo lugar, conta com a prefer�ncia de apenas 7,6% das mulheres. As demais 60,4% est�o interessadas num mundo pulverizado de assuntos: culin�ria (4,5%), cabeleireiro (3,8%), corte e costura (2,9%), p�s-gradua��o (2%), decora��o (1%), fotografia (0,9%), espanhol (0,7%)... �. Definitivamente, foi-se o tempo em que pintar porcelana era o m�ximo da aspira��o extra-curricular feminina.

    * * *


    A prefer�ncia pela inform�tica faz todo o sentido. Primeiro, h� uma no��o muito clara, hoje, de que saber usar computador � fundamental para progredir no trabalho. Depois, mesmo para as poucas mulheres que n�o trabalham, ele � importante no relacionamento com os filhos. Finalmente, h� tempos as m�quinas deixaram de ser caixas pretas exclusivas para iniciados e viraram fontes de informa��o, lazer e comunica��o.

    Boa parte do interesse pode ser atribu�da � internet. N�o estar conectado hoje equivale a n�o ter televis�o h� algumas d�cadas; a percep��o de que a rede � uma poderosa aliada do conhecimento e do entretenimento j� �, felizmente, geral.

    A cada dia ou�o mais e mais hist�rias de m�es e av�s que �n�o sabem nem programar o videocassete� e que, de repente, descobriram as alegrias da vida online. Compreendo perfeitamente. Eu tamb�m n�o tenho nenhuma paci�ncia com o videocassete, mas n�o troco minha banda larga por nada...

    Trrrim... trrrim... zapt!

    Enquanto parte dos 45,5 milh�es de usu�rios de telefones celulares no Brasil nunca chegou a ter telefone fixo (40 milh�es de aparelhos), nos Estados Unidos muita gente est� desistindo das linhas fixas, e adotando o celular como �nica alternativa da casa. 3.1% dos lares em que as duas tecnologias conviviam cortaram o fio de vez no ano passado. Motivo? Uma conta a menos para pagar, e custos bem mais razo�veis para as chamadas de longa dist�ncia: em 2003, 43% de todas as liga��es interurbanas feitas no pa�s foram proveniente de telefones m�veis � e esse percentual tende a crescer. A informa��o � de pesquisa do Yankee Group.

    Inferno zodiacal

    Passei uma semana horr�vel, �s voltas com uma epidemia de problemas nas m�quinas. Um HD de 120Gb da Seagate morreu com menos de tr�s meses de uso (!), uma fonte � j� velhinha � subiu no telhado, um drive se recusou a ler CDs e at� uma placa-m�e resolveu se portar como placa-madrasta.

    Enquanto isso, o notebook velho de guerra se cansou de vez das mis�rias do mundo e desistiu de tudo. Pode parecer engra�ado no papel, mas garanto que, na vida virtual real, n�o tem nada de divertido.

    No momento, me sinto em suspenso, tentando juntar os cacos hi-tech para poder come�ar o ano direito.

    A RIAA parte para a luta (quase) armada

    Depois de protagonizar centenas de batalhas judiciais em torno do download de m�sicas, a RIAA (Recording Industry Association of America) resolveu partir para a luta (quase) armada. No final do ano passado, espalhou esquadr�es de ex-policiais vestidos a car�ter para ca�ar piratas nas ruas da Calif�rnia. Usando uniformes em que as siglas da pol�cia de verdade s�o substitu�das pela abreviatura da associa��o, os rapas da RIAA t�m tido extraordin�rio sucesso em fichar vendedores de CDs piratas e em faz�-los entregar a mercadoria �voluntariamente�.

    Pudera n�o: imaginem que resist�ncia podem opor �queles arm�rios com cara de pol�cia, jeito de pol�cia e roupa de pol�cia os mexicaninhos que habitualmente vendem a muamba em Los Angeles...

    Embora seja question�vel a cria��o de uma pol�cia paralela por uma associa��o civil, o problema � do Schwarzenegger. Ainda que a forma escolhida para faz�-lo seja no m�nimo esquisita, dessa vez, pelo menos, a RIAA est� indo em cima de quem deve, ou seja: do povo que lucra com pirataria, faturando em cima do trabalho alheio. Antes isso do que correr atr�s de estudantes ou de fazer press�o sobre provedores de acesso.

    At� hoje, passado tanto tempo, continuo achando que a RIAA fez a maior besteira da hist�ria da internet ao fechar o Napster. Em vez de se unir ao sistema ent�o incipiente, em que teria tido uma das mais fabulosas ferramentas de marketing de todos os tempos, fez um escarc�u, p�s o Napster nas manchetes, chamou a aten��o do mundo inteiro para as p�ssimas rela��es entre artistas e gravadoras e para o MP3 (at� ent�o um barato de iniciados), recusou acordos, gastou uma fortuna incalcul�vel em custos judiciais e, finalmente, dispersou a turma, at� ent�o reunida num �nico ponto, por dezenas de sistemas P2P espalhados pelo mundo.

    Haja talento.


    (O Globo, Info etc., 12.1.2004)





    11.1.04




    Saudades

    O notebookzinho que estou usando, infelizmente, est� mais pra l� que pra c�. N�o d� mais para usar. Nele, por�m, achei umas fotos de 2002, da �ltima temporada que passei em S�o Francisco com Lynn, um dos meus amigos mais queridos.

    Apenas dois anos, e a vida j� mudou tanto...

    A duras penas, subi v�rias desses fotos para o Fotolog.





    9.1.04


    Bush em 30 segundos

    Paulinho acaba de me mandar: diz que � imperd�vel mas, infelizmente, na m�quina do jornal, da qual posto essas mal tra�adas, n�o tenho som; e, em casa, n�o tenho m�quina!

    O meu sistema dom�stico est� inteiramente avariado, e s� volta ao ar na semana que vem... :-(






    Quem espera sempre alcan�a

    Depois de muito suar a camisa e dar murro em ponta de faca, o sensacional Homem Chav�o viu seus esfor�os reconhecidos: agora, para bem de todos e felicidade geral da na��o, tem seu pr�prio dom�nio, onde promete envidar esfor�os para que a sinergia com o leitor seja ainda melhor em 2004 do que foi em 2003. N�o deixem de conferir, aqui!





    8.1.04


    Mais uma da capivara

    Meu colega Bruno foi passear de bicicleta e...
    "Tediosa manh� de domingo. E o dia ainda por cima lindo. O sol como se estivesse ali para lembrar o absurdo de ficar em casa olhando o tempo passar. Um disco, a TV, um livro, o jornal, o que mais? Um telefonema para avisar que a praia est� boa. "Vamo? De repente a gente nem desce pra areia. Toma uma �gua de c�co. No quiosque do p�o de queijo. Leva o celular."

    Ser�?, pergunta a si mesmo, cabe�a inchada da cerveja da v�spera, nada a fazer a n�o ser nada. Um passeio de bicicleta n�o pode fazer mal. S� pode fazer bem, o ciclista se convence, suspirando e admitindo enfrentar uma corrida de obst�culos na pista da Lagoa, entre triciclos, patins, patinetes, uma frota diversa. Pouco tempo depois, a tranq�ilidade com que pedalara pelas ruas internas d� lugar ao ritmo irregular na cal�ada movimentada � beira do espelho d`�gua.

    O ciclista prefere n�o olhar quem passa, ou pelo menos finge para si mesmo que n�o v�. �culos escuros, bon�, disfar�a o humor inst�vel e segue em frente, prendendo a respira��o antes de atravessar o trecho do parque, de onde exala o cheiro acre da comida dos quiosques onde as pessoas falam, comem, bebem, observam e pedem ao tempo para passar.

    O ciclista prefere achar que passa pelo tempo. Alcan�a o Jardim de Al� e segue para a praia, chegando a uma ciclovia exclusiva, onde a frota � menos diversa. S� d� bicicleta e gente que insiste em correr ali, embora toda uma pista da rua esteja fechada aos carros. Ser� mais f�cil para esses corredores conviver com rodas do que com pernas desaparelhadas como as deles? O ciclista de aborrece. Maldi��o dominical.

    No chegada ao quiosque, os amigos, merecido pr�mio para a corrida de obst�culos. Meia hora de conversa fiada, �gua de c�co, "vamo pra areia?"... o ciclista reflete um pouco e declina. � preciso achar um lugar para estacionar a bicicleta (imposs�vel, tudo tomado), a areia vai estar quente, a �gua do mar suja, as pessoas suando... ele pede desculpas. Pensa na sombra, na rede, no sono e se despede.

    Na volta, pensa que at� valeu a pena sair para ver o dia, encontrar os amigos, mas n�o tem muita certeza. Enquanto pedala, v� meia d�zia de pessoas paradas diante da Lagoa observando alguma coisa. Mal cont�m o espanto e freia bruscamente ao olhar para o lado e dar de cara com um quadr�pede absolutamente bizarro e inusitado naquela paisagem. Uma capivara.

    Capivara? �, responde algu�m j� no tom de quem se acostumara com a vis�o daquele verdadeiro apocalipse animal. Tamanho de porco, mas cara de rato. N�o. Cara de anta. Mordiscando mato � beira da Lagoa e absurdamente alheio � plat�ia. O ciclista ri. De onde veio? Os palpites pululam. Talvez por um rio que desce encanado da floresta. Ser� que o bicho entrou pelo cano? Ou ser� que o prefeito do fact�ide achou por bem homenagear os pol�ticos e soltar uma capivara na Lagoa?
    O ciclista observa mais alguns minutos o animal e segue seu rumo, o humor ridiculamente recuperado pela presen�a daquela criatura, admite, rindo de si mesmo. Enquanto pedala, planeja assim que chegar em casa telefonar para contar a novidade. Depois, sim, finalmente descansar e sonhar com um monte de capivaras passeando no cal�ad�o." (Bruno Casotti)









    Reciprocidade � bom e a gente gosta, mas...


    O ano de 2004 come�ou com uma �tima surpresa: a intempestiva decis�o do juiz Julier Sebasti�o da Silva de mandar a Pol�cia Federal fichar todos os americanos que chegam ao pa�s. T�. Eu sei que a maioria dos que ficam na fila tem pouco ou nada a ver com a xenofobia paran�ica do governo Bush � mas que me deu uma alegria perversa ver americanos sendo, uma vez na vida!, oficialmente chateados por autoridades brasileiras, l� isso deu.

    Como todo mundo, sei que a medida tem mais a ver com retalia��o do que com reciprocidade; que � uma tremenda infantilidade tirar retratos e digitais de velhinhas do Wisconsin; e que estamos, como t�o bem escreveu o Luiz Garcia na ter�a-feira, agindo como uma capivara que ruge.

    Mas a quest�o � que, como tanta gente, eu tamb�m j� estava por aqui com a indiferen�a do nosso governo perante a arrog�ncia e a trucul�ncia com que os agentes de imigra��o tratam, rotineiramente, os brasileiros. Ver uma autoridade do meu pa�s tomar uma atitude em rela��o ao assunto � por destrambelhada que tenha sido � foi, sim, uma grande felicidade.

    * * *


    Isto, no primeiro momento. Passada a onda de euforia patri�tica, contudo, a gente p�ra para pensar. Vi na televis�o os turistas sujando os dedos e sendo fotografados, e fiquei perturbada. N�o � assim que se deve receber quem vem nos visitar! Fiquei com pena deles e com um certo constrangimento por n�s, pobres capivaras t�o mal equipadas. Que eles demonstrem total desprezo pelas diferen�as culturais e sociopol�ticas do planeta � problema deles; que a gente tente super�-los em ignor�ncia � problema nosso.

    Bem ou mal, � preciso reconhecer que eles t�m raz�es de sobra para andarem hist�ricos. Se v�m ou n�o buscando mais sarna para se co�ar s�o outros quinhentos.

    Por outro lado, por mais compreens�o e paci�ncia que se tenha, � imposs�vel aceitar, em paz, a grosseira hipocrisia de um sistema de seguran�a que s� considera suspeitos os cidad�os de pa�ses do Terceiro Mundo.

    A� � que a coisa pega.

    Ao exigir reciprocidade, algo perfeitamente legal e aceit�vel, o juiz agiu como bom brasileiro indignado. N�s, demais brasileiros indignados, aplaudimos seu gesto. Mas imagino que nem uma coisa nem outra teriam acontecido se, ao longo dos anos em que os Estados Unidos v�m espezinhando e deportando brasileiros, nosso governo tivesse se manifestado com suficiente energia.

    � �bvio que os americanos dariam de ombros e continuariam agindo como sempre agiram; mas pelo menos n�s, cidad�os peripat�ticos, n�o nos sentir�amos t�o desamparados. Espero estar errada, mas em nenhuma das in�meras hist�rias de maus tratos infligidos a brasileiros no exterior me lembro de ter ouvido do Itamaraty mais do que express�es de irrelevante formalidade; n�o me recordo de qualquer chanceler protestando, de qualquer sinal de real indigna��o em Bras�lia.

    Muito antes pelo contr�rio. Ao tirar obedientemente os sapatos nos aeroportos de tr�s cidades americanas, em janeiro de 2002, o ent�o ministro Celso Lafer deu o primeiro passo, descal�o, para que, em janeiro de 2004, um juiz do Mato Grosso tomasse a original�ssima decis�o de fazer pol�tica externa pelas pr�prias m�os.

    * * *


    O diabo � que as rela��es entre os imp�rios e suas col�nias s�o sempre muito complicadas. Os romanos pintaram, bordaram e foram muito felizes at� o dia em �tila foi a Roma exigir reciprocidade.

    * * *


    �Acupuntura urbana�, de Jaime Lerner, � um livrinho pequeno e despretensioso, pelo qual voc� provavelmente passar� batido na livraria se n�o estiver atento �s novidades. Meu conselho �: fique atento! O livro � uma j�ia, inteligente, engra�ado, comovente. Uma del�cia de ler, sobretudo para quem vive intensamente a vida urbana.

    A premissa b�sica � que, a exemplo das pessoas, as cidades tamb�m podem recuperar a sa�de por meio de toques em pontos doentes. Assim que as �reas em torno desses pontos ganham energia, as cidades sentem que algo de bom aconteceu e tomam alento, desenvolvendo rea��es positivas em cadeia.

    � um grande achado, daqueles capazes de mudar a nossa percep��o das coisas: agora ando pelo Rio atenta a pontos de acupuntura, daqueles que deram certo � como os quiosques, que revitalizaram a Lagoa � aos que precisam de aten��o urgente.

    Usando essa id�ia como fio condutor, Lerner passeia pelos lugares do seu cora��o, fazendo de �Acupuntura urbana� um curioso h�brido de livro de viagem, tratado de urbanismo e declara��o de amor.

    * * *


    Parece incr�vel, mas essa coluna faz um ano hoje! Est� sendo bom para voc�s tamb�m?

    (O Globo, Segundo Caderno, 8.1.2004)





    7.1.04


    GATOS!

    Uma das melhores cole��es de links felinos que j� vi, reparem s�.






    Papo de PDA e figurinha

    Na segunda quinta-feira de cada m�s, �s 20hs, vai ao ar, no audit�rio do Senac Barra, o PDA Rio F�rum. Essa semana, o tema do evento (que re�ne Palms e PDAs em geral e seus admiradores e usu�rios) � �PDA e c�meras digitais�, e quem faz a palestra � a blogueira que vos tecla.

    O Senac Barra fica no Marapendi Shopping, na Av. das Am�ricas 3.959, cobertura. A entrada � gr�tis. Maiores informa��es: 3328-0380.








    M�os para o Ir�

    Depois de um Natal cheio de gentilezas e de desejo de comunica��o, o Fotolog mergulhou, de cabe�a, numa linda proposta do fot�grafo Frederico Mendes. Um dos v�rios profissionais encantados com o jeitinho de hora de recreio da comunidade, ele sugeriu que todos estendessem uma simb�lica m�o �s v�timas do terremoto iraniano.

    Resultado: em menos de 48 horas, m�os pipocavam por toda a parte, num empolgante show de criatividade vindo de todas as partes do mundo. Minha amiga Karin Faulkner, por exemplo, que mora em Xiamen, na China, e n�o tem c�mera digital, n�o se deu por vencida. Foi para o scanner, estendeu a m�o junto com a pena de um p�ssaro e... voil�, criou uma imagem linda e poderosa.

    Convidei o pr�prio Frederico para fazer a sele��o das fotos que aparecem aqui (quer dizer, l� no jornal: aqui capturei uma sele��o do Broccoli). Como no Natal, a dificuldade de escolha foi enorme: o espa�o do jornal � sempre pequeno para dar sequer uma amostra do mundo que existe na rede.

    (O Globo, Info etc., 5.1.2003)





    6.1.04








    D�vida: algu�m sabe que p�ssaro � esse? Volta e meio encontro alguns na Lagoa, mas n�o sei quem s�o.

    A outra foto est� a� s� porque achei bonita, mesmo: foi feita num dos �ltimos dias de sol do ano passado, no mesmo fim de semana em que topei com a manada de carros na Vieira Souto:






    5.1.04






    N�o sei at� que ponto pode servir de exemplo da qualidade que se consegue com impress�o, porque s� mesmo vendo na m�o; de qualquer forma, essa foto digital foi impressa numa Canon CP300. Escaneei a c�pia impressa e, tal como veio, trouxe pra c�, apenas diminuindo o tamanho. Vejam o grau de detalhe no tapete, as varia��es do vidro...








    Voc� tem uma digital. E agora?


    As c�meras fotogr�ficas digitais foram o presente mais cobi�ado deste Natal. Se voc� teve prest�gio suficiente com Papai Noel para ganhar uma delas, prepare-se: voc� est� prestes a embarcar numa grande aventura. E, por estranha que possa lhe parecer a m�quina sem filme, dentro de algum tempo voc� estar� se perguntando como algu�m ainda consegue usar c�meras que n�o mostram imediatamente o resultado do clique, n�o permitem que se apaguem as fotos mal sucedidas e precisam de rolinhos t�o caros para registrar imagens.

    Mas o melhor de tudo � a versatilidade das fotos digitais. Voc� pode grav�-las em CDs, mostr�-las na televis�o para a fam�lia, envi�-las por email, post�-las na internet para que os amigos tenham acesso aos seus �lbuns virtuais e, at�, fazer c�pias em papel iguaizinhas �s das fotos que nasceram em negativo. Com um detalhe: tudo isso tanto pode ser feito em casa, por voc� mesmo, quanto nas lojas especializadas que come�am a aparecer, como a pioneira Data Pixcell, onde h� solu��es para todo e qualquer problema digital. Para n�o falar nas boas e tradicionais casas do ramo, como a De Pl� ou a All Photo, por exemplo, que, cada vez mais, se aparelham para atender aos artistas dos pixeis.

    A Grande Aventura Digital, por�m, apenas come�a na c�mera. � no computador que ela pode, realmente, al�ar v�o. H�, basicamente, duas formas de se transferir as fotos: atrav�s de um cabinho que vem com a c�mera (e que todo mundo vive perdendo) e atrav�s de pequenos leitores de cart�o, que funcionam como drives de disquete e se conectam ao PC via USB. A minha op��o favorita � o leitor de m�ltiplos formatos. Como uso diferentes c�meras e, conseq�entemente, diferentes tipos de cart�o, o leitor quebra um grande galho ao estar sempre � m�o, e permanentemente conectado.

    Essa op��o n�o funciona, � claro, com c�meras que usam mem�ria interna para armazenar imagens. Nesse caso, todo o cuidado com o cabinho � pouco; ainda assim, se voc� perd�-lo ou se esquecer de lev�-lo em viagem, v� com a c�mera a uma boa loja de fotografia onde, provavelmente, poder�o resolver o seu problema, passando as fotos para um CD.

    C�mera e computador: dupla imbat�vel na ca�a �s boas imagens

    As impressoras fotogr�ficas, esp�cie cada vez mais popular, conectam-se diretamente �s m�quinas e/ou v�m com slots para leitura de cart�es. A impress�o direta � uma boa solu��o para quem tem pressa ou n�o quer saber de computador, mas boa parte da divers�o se perde com ela. A dobradinha c�mera digital/computador n�o tem rival na obten��o de boas fotos.

    As c�meras e impressoras de boas marcas v�m com excelentes pacotes de software, que permitem ajustar cores e contraste, melhorar defini��o e fazer mil e uma gracinhas com as fotos, acrescentando texto, molduras, bal�es de legenda e assim por diante. Para mim, as campe�s nesse quesito s�o Canon e Kodak, que desenvolveram programas excelentes para acompanhar suas m�quinas. Na �rea das impressoras, ent�o, a Canon � imbat�vel, oferecendo infind�veis recursos para quem gosta de brincar com fotos � inclusive aquelas miudinhas, feitas com c�meras de celulares.

    Al�m disso, h�, na internet, excelentes programas para tratamento de imagem que podem ser baixados gratuitamente. N�o tenha receio de experimentar: uma das grandes vantagens das fotos digitais � que sempre se podem salvar c�pias dos originais antes das brincadeiras. Entre os meus programas gratuitos favoritos est�o o IrfanView e o XnView. Ambos come�aram a vida como simples visualizadores, mas hoje s�o muito poderosos. O IrfanView � o programinha mais r�pido para visualizar, cortar ou converter imagens, embora tenha incont�veis outros recursos; o XnView � um dos melhores catalogadores de imagens que conhe�o, e um editor sensacional para tarefas simples.

    Clique: A divers�o est� apenas come�ando...

    Hoje h� tantos bons programas para edi��o de imagem que a sua escolha � quase torcida: fale num deles, e logo algu�m dir� que h� outro melhor. O campe�o indiscut�vel da modalidade continua sendo o Photoshop, usado � por justa causa � por todos os profissionais, mas com pre�o infelizmente proibitivo para o usu�rio que apenas quer retocar as fotos dos gatos ou da fam�lia. A cerca de US$ 1 mil, � mais caro do que a maioria das c�meras digitais do mercado. Uma excelente e divertid�ssima alternativa � o Paint Shop Pro 8, da Jasc, lan�ado no Brasil em portugu�s pela Xpress Soft a cerca R$ 500.

    Nem o Photoshop nem o Paint Shop, contudo, resolvem bem a visualiza��o de miniaturas (thumbnails) e a cataloga��o das fotos. Para isso, al�m do j� citado XnView e dos produtos que v�m com as c�meras, h� excelentes alternativas, do cl�ssico ACDSee, que inclui �timos recursos de tratamento de imagens e custa cerca de R$ 400, em portugu�s, ao Picasa, que sai a US$ 29 no website da produtora. O bom � que todos esses programas podem ser baixados da rede para teste gratuito.

    Para a maioria dos usu�rios de longa data de foto digital, a imagem em papel passa a ser quase desnecess�ria; mas dificilmente a gente consegue escapar dos pedidos de amigos e familiares, que querem c�pias �de verdade�. Para mim, a melhor solu��o � ou mandar as imagens por email ou em CD para um laborat�rio, ou usar uma impressora especial para fotos 10 x 15, como as que se v�em acima (isso se refere, claro, ao jornal: as impressoras da p�gina s�o Canon, Kodak e HP), que freq�entemente produzem resultados t�o bons, ou melhores, do que as c�pias feitas em lojas a partir de negativos.

    Essas pequenas c�pias �made in casa� n�o s�o baratas (saem a cerca de R$ 3 cada) mas d�o amplo retorno em satisfa��o. Elas s�o a prova de que as c�meras digitais j� podem substituir, � perfei��o, as c�meras convencionais.

    � Muita gente ainda pensa que foto digital s� serve para website, mas a mentalidade est� mudando � diz Fabio Nagel, um dos autores da linda foto da capa de hoje. Junto com a mulher Jaqueline Joner, ele mant�m um dos fotologs mais populares, o Zipper, e conduz o projeto Zipper Estradeiros, dedicado a mostrar as maravilhas do Brasil em multim�dia total. � Hoje, fazer foto digital s� tem vantagem, o aproveitamento � muito maior. A gente s� imprime as fotos de que gosta.

    Da c�mera para o mundo

    O grande barato da foto digital est�, � claro, na internet � da facilidade de envi�-la por email para os parentes e amigos � possibilidade de se divulg�-la para o mundo em �lbuns virtuais ou fotologs.

    H� uma diferen�a importante entre eles. Os primeiros, gratuitos se estiverem vinculados a servi�os de c�pias, n�o t�m limite de espa�o ou n�mero de fotos postadas. Em compensa��o, s�o fechados em si mesmos � ainda que ofere�am espa�os para coment�rios. O meu favorito � o Fotki onde, a m�dicos US$ 30 anuais, mantenho diversos �lbuns em que conservo o tamanho original das imagens, ou seja: elas podem ser baixadas e impressas em qualquer lugar, sem perda de qualidade. J� os fotologs funcionam em comunidade, das quais a principal �, ainda, a que deu origem a s�rie, o Fotolog. L�, pode-se subir apenas uma (sistema gratuito) ou seis (US$ 5 mensais) fotos por dia � mas a divers�o � garantida.

    (O Globo, Info etc., 5.1.2003)

    AQUI: um complemento da Elis especial para cariocas, com pre�os e servi�os.






    4.1.04


    Trilha sonora

    Hoje: Ces�ria �vora. Na veia.








    Filosofia de cozinha: acontece... :-)

    Hoje comprei um conjunto de panelas novo. Fiquei impressionada com o pre�o, relativamente barato para coisas t�o �teis e que duram tanto tempo.

    Quando voltei para casa e me pus, toda contente, a arrumar os arm�rios da cozinha, a vis�o das panelas velhas, em peti��o de mis�ria, me p�s uma d�vida -- melhor dizendo, uma perplexidade -- na cabe�a. Se carro, que � aquela coisa car�ssima, a gente troca a cada dois anos, porque espera as pobres panelas chegarem a esse ponto antes de tomar uma provid�ncia?

    O pior � que a gente esbarra todo o dia na inefici�ncia das velhas panelas: � aquele ovo frito que gruda no peda�o da frigideira onde o teflon j� foi embora, � o cabo torto que atrapalha demais a vida, a tampa que caiu e amassou e n�o encaixa mais direito.

    Eu, hein.





    3.1.04


    Lembran�a

    Madrugada do dia 31, no carro com Olivinha, Jo�o Nuno, Joaquim e S�lvia, felizes da vida, atravessando a cidade deserta rumo � Praia da Urca para ver o candombl�.

    No som, Zeca Baleiro:
    Baby i'm so alone
    Vamos pra Babylon
    Viver a p�o-de-l� e Moet Chandon
    Vamos pra Babylon
    Vamos pra Babylon
    Gozar sem se preocupar com amanh�
    Vamos pra Babylon
    Baby baby Babylon
    Comprar o que houver au revoir ral�
    Finesse s'il vous plait mon dieu je t'aime glamour
    Manhattan by night
    Passear de iate nos mares do pac�fico sul
    Baby i'm alive like a rolling stone
    Vamos pra Babylon
    Vida � um souvenir made in Hong Kong
    Vamos pra Babylon
    Vamos pra Babylon
    Vem ser feliz ao lado desse bon vivant
    Vamos pra Babylon
    Baby baby Babylon
    De tudo provar champanhe caviar
    Scotch escargot rayban bye bye miser�
    Kaya now to me o c�u seja aqui
    Minha religi�o � o prazer
    N�o tenho dinheiro pra pagar a minha ioga
    N�o tenho dinheiro pra bancar a minha droga
    Eu n�o tenho renda pra descolar a merenda
    Cansei de ser duro vou botar minh'alma � venda
    Eu n�o tenho grana pra sair com o meu broto
    Eu n�o compro roupa por isso que eu ando roto
    Nada vem de gra�a nem o p�o nem a cacha�a
    Ai morena viver � bom
    Esquece as penas
    Vem morar comigo em Babylon
    �s tr�s e meia fechamos o Garota da Urca, comendo uns pasteizinhos deliciosos e, na sa�da, demos tchauzinho pros pais de santo nossos amigos.

    Tem jeito melhor de terminar o ano?!

    Olivinha tem que gravar essa m�sica, � muito a cara da gente.





    2.1.04



    1.1.04



    Uma capivara s� n�o faz ver�o



    Na semana passada, v�rios leitores tiveram a gentileza de escrever para me garantir que sim, h� gente que l� jornal no dia de Natal. Agrade�o de cora��o: foi uma surpresa que me deixou contente e animada para escrever a coluna de hoje, outra data capciosa para cronistas.

    Afinal, � sempre complicado encarar as datas obrigat�rias, tanto pessoalmente quanto por escrito. A cr�nica, no fundo, n�o passa de uma reda��o, como aquelas que a gente fazia no col�gio � com a diferen�a que acaba publicada em jornal. Quando o tema � livre, a gente canta como o Zeca Pagodinho; quando � obrigat�rio, tudo se complica.

    � Eu prefiro tema obrigat�rio, � disse o Xex�o, quando comentei o assunto com ele.

    � Prefere?! Voc� gostaria de escrever sobre o Ano Novo?!

    � N�o, claro que n�o. N�o dou a menor pelota para datas. Estou falando em temas auto-obrigat�rios. Quando me imponho um tema, escrevo melhor do que quando deixo a cr�nica me levar.

    � Ah, mas um tema auto-obrigat�rio, na minha cabe�a, � um tema livre. Estou falando dos temas obrigat�rios-obrigat�rios, dos quais n�o h� como fugir.

    � Como n�o h�? Voc� pode escrever sobre o que bem entender, ora.

    � N�o posso n�o. Fico pensando no mundo l� fora, totalmente antenado na data, e eu aqui, alheia...

    * * *

    A quantas coisas fiquei alheia aqui durante o ano? Fiquei alheia, por exemplo, a (quase) tudo o que aconteceu em Bras�lia � para n�o falar em tantos e t�o variados destinos tur�sticos percorridos pelo presidente. N�o escrever n�o significa, � claro, n�o sentir, n�o ter uma opini�o. E, se eu fosse petista, estaria, a essa altura, profundamente desapontada. Como n�o sou, estou apenas pessimista.

    H� algo errado demais com um governo supostamente humanit�rio e teoricamente preocupado com o lado mais fraco da corda quando presidentes de banco dizem que este �foi um ano bom para o sistema financeiro�. Caramba! H� quantos anos a gente ouve isso?! N�o estava na hora de inverter a equa��o, fazendo com que o setor produtivo se queixe menos e o setor financeiro se queixe mais?!

    * * *

    Tamb�m fiquei alheia ao que est� acontecendo no Rio. Aqui, confesso, o nojo me paralisa. N�o consigo mais nem me indignar. Fico quieta, sem me mexer, de olhos fechados, como uma crian�a que vive um pesadelo, uma dor ou um sentimento ruim, torcendo para que tudo tenha desaparecido quando abra os olhos.

    Assim passei o ano em rela��o a esse casal Garotinho, virando a cabe�a, evitando o olhar, esperando que, por um passe de m�gica, ambos tenham misteriosamente sumido no ar quando afinal eu me vire para ver. Pode ser uma infantilidade, uma forma escapista de lidar com a situa��o, mas foi a �nica que encontrei, como carioca apaixonada pela minha cidade, para n�o morrer envenenada de desgosto e amargura.

    * * *

    � Ano Novo... que bobagem! � exclamou o Xex�o. � Por que voc� n�o escreve sobre as capivaras? Diga aos leitores que, apesar da data, decidiu escrever sobre as capivaras, e pronto, qual � o problema?

    Ah, as capivaras... Eu amo as capivaras. Para mim, sua presen�a foi, indiscutivelmente, um dos pontos altos do ano, uma felicidade linda e inesperada. Ambas apareceram na Lagoa, filhotinhas, no come�o de 2003. Foram separadas pela persegui��o que lhes moveu um contingente de bombeiros, que tentou, em v�o, captur�-las para o zool�gico. Hoje vivem afastadas, a f�mea perto do Vasco, o macho ali pelo Cantagalo, ignorantes, ao que se saiba, da exist�ncia uma da outra. Est�o gordas e saud�veis, mas n�o podem estar felizes. Capivaras s�o animais que vivem em bando, em grupos de dez a quinze indiv�duos; uma capivara s� n�o faz ver�o. Nem capivarinhas.

    No outro dia, uns palha�os andaram tentando ca�ar a f�mea. Foram gentilmente dissuadidos disso pelos bravos pescadores da col�nia, que gostam das bichinhas e zelam pelo seu bem-estar, para alegria geral dos freq�entadores da Lagoa.

    Um dos meus desejos mais ardentes para este 2004 rec�m-nascido � que as capivaras voltem a se encontrar. Ou que, por algum acaso inexplic�vel, outras capivaras venham dar � Lagoa, para lhes fazer companhia e aumentar o nosso encanto.

    Fica aqui, portanto, o meu apelo a quem, porventura, tenha uma capivara sobrando em casa: fa�a uma boa a��o e leve-a para a Lagoa! Se for macho, solte-a perto do Vasco; se for f�mea, no Parque do Cantagalo. Duas capivaras solit�rias e incont�veis cariocas ficar�o muito agradecidos.

    * * *

    A foto da coluna, feita h� alguns dias em Copacabana, � uma esp�cie de exorcismo para a chuva. � sempre assim, voc�s sabem: quando a gente tem que adiantar uma edi��o, como a de hoje, e publica uma foto de sol, � certo que vai chover no dia anterior.

    Pois eu estou apostando no vice-versa.

    (O Globo. Segundo Caderno, 1.1.2004)