31.3.06 ClassificadoPovo, estou com o seguinte problema: tenho uma �tima ajudante aqui em casa, a S�nia -- � simp�tica, inteligente, limpa, de uma honestidade a toda prova, adora os gatos (e vice-versa), faz tudo com boa-vontade e, enorme vantagem do meu ponto de vista, fala pouco e n�o � chegada a ficar com TV ligada direto na cozinha. Eu viveria feliz para sempre com ela, n�o fosse por um problema: com a morte do meu tio, a Clemilda, que est� h� 40 anos na fam�lia, me conhece desde pequena e � a "m�e-preta" da Bia, ficou desempregada.Durante toda a doen�a do tio, ficou impl�cito que, em acotecendo o pior, ela viria para c�. De modo que vou ter que abrir m�o da S�nia, que est� comigo h� cerca de um ano, porque n�o tenho nem trabalho nem cacife para manter duas empregadas em casa. Acontece que gosto demais da S�nia, e n�o quero dispens�-la antes que ela encontre outro emprego. Ser� que algu�m est� precisando de uma pessoa realmente bacana e bom astral? Mensagens nos coment�rios, ou emails para cronai(arroba)well.com. Para Kidity: ![]() Clemilda e Bia; agora fico devendo fotos da S�nia e da sua (dela) linda filhota. 30.3.06 ![]() Um pa�s em queda livreLivro sobre Afeganist�o corta o cora��o da cronista,que percebe o qu�o perto estamos de Cabul "Existe apenas um pecado, um s�. E esse pecado � roubar. Qualquer outro � simplesmente uma varia��o do roubo.(....) Quando voc� mata um homem, est� roubando uma vida. (....) Est� roubando da esposa o direito de ter um marido, roubando dos filhos o direito de ter um pai. Quando mente, est� roubando de algu�m o direito de saber a verdade. Quando trapaceia, est� roubando o direito � justi�a. (....) N�o h� ato mais infame do que roubar." H� alguns anos, eu teria recomendado "O ca�ador de pipas", de Khaled Hosseini, como leitura obrigat�ria para a canalha pol�tica, nem que fosse por estas palavras, dirigidas ao narrador por seu pai. Hoje n�o me dou mais ao trabalho, e n�o s� porque livros n�o se usam em Bras�lia. � que n�o se usa mais vergonha na cara na pol�tica brasileira, n�o se usam mais valores como dignidade, honra, preocupa��o com o povo, amor � P�tria. Acho que a pr�pria acep��o que dou aqui a esta palavra, "valores", perdeu-se por completo nas esferas do poder. H� alguns anos, os ladr�es nossos funcion�rios cultivavam, ainda, um m�nimo de hipocrisia, e tentavam disfar�ar a avidez, a gan�ncia, o pouco caso para com a coisa p�blica, a falta de dedica��o ao pa�s e � sua gente. O objetivo final talvez fosse o mesmo, mas naqueles dias, pelo menos, fazia-se de conta que roubar era crime. A honestidade, bem como a educa��o e a cultura, ainda tinham seu valor para o p�blico externo; alguns homens p�blicos, acredito, envergonhavam-se quando descobertos de posse de "fundos n�o contabilizados", este safado eufemismo para a grana alheia; outros poucos, verdadeiramente honestos, provavelmente envergonhavam-se da malta com que se viam obrigados a conviver. * * *Dizem os colegas que sabem mais dessas coisas que sou muito pessimista e que ainda h� pol�ticos honestos, al�m dos dois ou tr�s em quem confio. Mas s�o uma esp�cie em extin��o dentro de uma classe que perdeu de vez o pouco que tinha de dec�ncia e civismo com a dan�a grotesca da deputada Angela Guadagnin, musa do PT -- que, no m�nimo, deveria cassada por quebra de decoro parlamentar, se os nossos parlamentares ainda se lembrassem do que quer dizer decoro.Os poucos pol�ticos honestos e genuinamente interessados no bem do pa�s que t�m est�mago para conviver com os seus pares nada podem fazer contra o fedor insuport�vel que emana dos pal�cios e das reparti��es p�blicas, contra a falta de car�ter e a cafajestagem expl�cita que os cercam. Mesmo que queiram, eles nada podem fazer contra a desconstru��o das institui��es, contra o esc�rnio com que � tratado o povo, contra a voracidade da m�quina que tritura a classe m�dia, arrancando-lhe os olhos da cara em impostos que, quando n�o seguem sem escalas para para�sos fiscais, sustentam a bandalheira esculachada dos biltres que deveriam cuidar do pa�s, dos estados, dos munic�pios. Ai de n�s. * * *"O ca�ador de pipas", romance de estr�ia de Hosseini, que nasceu em Cabul, no Afeganist�o, e hoje vive nos Estados Unidos, n�o chega a ser um grande livro, mas � uma excelente leitura, interssante, �gil, imposs�vel de largar. Sua maior virtude � nos apresentar ao pa�s onde, uma vez, cidades como Cabul, Kandahar ou Mazar-i-Sharif eram lugares cheios de vida, e n�o as pilhas de escombros que nos acostumamos a ver na televis�o e nos jornais. H� um qu� de para�so perdido nessas mem�rias, mas compreende-se: quando nos lembramos do Rio de Janeiro dos anos 60, a nostalgia traz � tona a paz, a seguran�a, a cidade maravilhosa; a falta d��gua ou as favelas que cresciam somem diante do que se perdeu.* * *Amir, o personagem de Hosseini, passa 20 anos longe do seu desgra�ado pa�s, primeiro invadido pelos russos, depois v�tima dos talib�s. Quando volta, s� encontra mis�ria, ru�nas e viol�ncia. Os talib�s, a esc�ria da sociedade, percorrem as cidades em bondes, impondo a sua "lei", matando por gosto ou desfastio. A elite intelectual do pa�s e a classe m�dia est�o mortas, exiladas ou mendigando nas ruas; os que se refugiaram nos Estados Unidos vendem quinquilharias em mercados de pulgas -- camel�s que, na sua terra, eram m�dicos, engenheiros, escritores, militares.Enquanto lia sobre este pa�s torturado, n�o conseguia deixar de pensar no Brasil, e sobretudo no Rio, que regridem a passos t�o largos. Tecidos sociais n�o se esgar�am de uma hora para outra; v�o se desfazendo aos poucos, de viol�ncia em viol�ncia, de concess�o em concess�o, de bandalheira em bandalheira. Quando os talib�s do tr�fico debocham do ex�rcito e os talib�s do MST contam com a complac�ncia dos poderosos, por�m, n�o h� mais como disfar�ar: estamos cobertos de andrajos morais. Cabul � aqui. (O GLOBO, Segundo Caderno, 30.3.2006) 29.3.06 As corujinhas de Floripa![]() ![]() Postei uma cole��o de corujas no Flickr. Para ver, � s� clicar em qualquer foto dessas e sair navegando por l�. N�o s�o lindas? Em tempo: estas n�o s�o fotos de celular. Foram todas feitas com a Panasonic Lumix FZ20. Coruja buraqueira![]() �s vezes ainda uso c�meras digitais em vez de telefones. L� no Cost�o do Santinho, por exemplo, encontrei dezenas dessas corujinhas simp�ticas e irresist�veis. E fiz, claro, montes de fotos "de verdade" delas. Depois posto mais algumas para voc�s verem. Fala, Mario AV!Grande coment�rio sobre a prote��o do CD da Marisa Monte:No tempo das fitas cassete, pouqu�ssima gente chegou a saber que o pre�o de cada fita virgem inclu�a uma porcentagem destinada a compensar as gravadoras. Nos tempos atuais, o fato de a EMI brasileira estar sabotando os pr�prios CDs alegremente h� v�rios anos me diz que, mais uma vez, existe uma massa de consumidores n�scios que deixa os seus direitos serem usurpados sem tomar conhecimento de nada e sem reagir quando sabem. N�o fosse assim, uma mobiliza��o p�blica razoavelmente simples acabaria com a palha�ada.Alguns amigos que usam Mac me escreveram dizendo que conseguem ripar o CD pro iTunes sem problemas. Acontece que a imensa maioria dos usu�rios de iPod no Brasil usa PCs. A estes, e aos que n�o quiserem jogar dinheiro fora em CDs que n�o conseguir�o passar para os seus players, recomendo que busquem no e-mule a solu��o para os seus problemas. � um pecado, porque os CDs da Marisa est�o lindos e s�o uma gracinha como objetos, enfim, a gente gostaria der ter aqueles produtos bonitos na cole��o -- mas n�o aleijados, e muito menos em troca de ser taxado de malfeitor pelos g�nios da EMI. Quando uma empresa usa prote��o contra c�pia, ela est� implicitamente chamando de ladr�es todos os usu�rios ot�rios o suficiente para comprarem os seus produtos. 28.3.06 Que papel�o!"Lamentavelmente a imprensa n�o se interessou na cobertura do evento realizado pela ONG Viva Pol�cia, no audit�rio da Academia de Pol�cia Silvio Terra, ocasi�o em que prestamos merecida homenagem as MULHERES PIONEIRAS NA SEGURAN�A P�BLICA. Eles t�m toda a raz�o, e eu, como imprensa que sou, pe�o sinceras desculpas pelo papel�o. Eu mesma tinha prometido � Fabiana postar uma notinha aqui no blog avisando a todos do evento, mas no corre-corre do encontro em Floripa praticamente s� acessei o blog por telefone e n�o me lembrei de que tinha este dever para com uma amiga e uma ONG t�o necess�ria e batalhadora. A vontade que tenho � me esconder embaixo do sof� e l� ficar escondida de vergonha pela falta. Mil perd�es, amigos da Vipol! 27.3.06 Desculpem o atraso na publica��o; � que l� em Floripa n�o me sobrou tempo para subir esta coluna, da quinta passada. O universo ao meu redorGatos, manias e um lindo CD que n�o pegou o esp�rito da coisaTa�: nada como confessar publicamente manias esquisitas para se sentir uma criatura perfeitamente normal! Depois da cr�nica da semana passada, em que listei cinco de meus h�bitos esquisitos, recebi uma enxurrada de manifesta��es de solidariedade -- a maioria de donos de animais, me assegurando que falar com bichos n�o tem nada demais, muito antes pelo contr�rio. Esquisito -- como sempre achei e, pelo visto, acham tamb�m os leitores -- seria ter um animal de estima��o e n�o dirigir-lhe a palavra. Essas manifesta��es n�o me surpreenderam. Afinal, quem convive com animais sabe como o di�logo com eles � importante. Claro que ningu�m vai discutir Kant ou Joyce com o gato de estima��o (at� porque o gato, caso se dignasse a falar, daria um banho na conversa), mas n�o h� d�vida de que nossos quadr�pedes gostam de ouvir a voz humana, e se n�o entendem o que dizemos no varejo, certamente entendem no atacado. Confesso, por�m, que fiquei muito surpresa com a quantidade de leitoras que, como eu, cultivam o estranho h�bito de comprar cremes e maquiagens que n�o usam jamais. Isso eu realmente acreditava que fosse maluquice exclusiva da minha cabe�a, mas n�o: h� in�meras mulheres que n�o resistem � sedu��o das embalagens, das cores, dos potinhos lindos... e depois deixam tudo na gaveta! Uma amiga me confessou que, ainda outro dia, jogou fora quinze batons, porque perderam a validade. Todos virgens. Houve quem atribu�sse o h�bito a cobran�as de fam�lia por um pouco mais de vaidade, mas n�o sei se � por a�; l� em casa, ao contr�rio, o que sempre se ressaltou foi o mal que cosm�ticos podem fazer � pele. Em suma: o mist�rio continua. Ouso dizer que a� est� um bom desafio para psic�logos, antrop�logos e estudiosos dos h�bitos humanos em geral. * * *Tanto entre as cartas que chegaram ao jornal quanto nos coment�rios do blog, levei pux�es de orelha por gostar da Lanc�me, que pertence � L'�real, que testa seus produtos em animais. Pe�o sinceras desculpas por isso. Nada, absolutamente nada, justifica que se torturem seres vivos por conta da nossa vaidade, sobretudo se levarmos em conta que h� empresas de cosm�ticos que conseguem produzir produtos maravilhosos como MAC, Clinique ou O Botic�rio sem maltratar criaturas indefesas.Ali�s, a venda da Body Shop para a L'�real podia ter sido acertada por Duda Mendon�a, o especialista em tapear ot�rios. A Body Shop, como voc�s sabem, � aquela empresa inglesa ecologicamente correta, que sempre praticou o bom-mocismo ambiental e cultural, comprando mat�ria prima direto de produtores, de prefer�ncia tribos ind�genas, e usando suas vitrines para manifesta��es pol�ticas e sociais. Sempre foi a loja favorita de pessoas de cabe�a feita, preocupadas com o meio-ambiente. Que a L'�real tenha tido vontade de compr�-la entende-se; mas que ela tenha se vendido justamente para a sua ant�tese � a prova de que seus "valores" n�o passavam de uma hip�crita jogada de marketing. Que gentinha. Mill�r, que � um s�bio, bem que vive avisando: "Desconfie sempre do idealista que lucra com o seu ideal." * * *E, dos lados da PUC, vem -- ufa! -- uma �tima not�cia. Quem me contou foi Claudio T�llez, um dos protetores dos gatos do local, que semana passada participou, junto com Claudia Pinheiro, Claudio Alberto T�llez (seu pai e ex-professor da PUC) e Flavya Mendes-de-Almeida (especialista em popula��es felinas e coordenadora veterin�ria da WSPA Brasil) de uma reuni�o na prefeitura do campus com a supervisora de administra��o da divis�o de servi�os gerais, Silvia Murtinho, e Marcos Antunes, funcion�rio da mesma divis�o.O assunto foi, como n�o podia deixar de ser, a popula��o felina do campus. Na ocasi�o, foi devidamente escrito, assinado e carimbado um documento em que a PUC-Rio se compromete a "construir, em local apropriado, um abrigo para os gatos, colocar uma caixa de areia para dejetos e assumir a responsabilidade pela alimenta��o deles." Os protetores aceitaram a proposta, o que me leva a crer que este abrigo n�o ser� uma c�mara de horrores como o famigerado "gatil" do Jockey. Flavya Mendes-de-Almeida sugeriu que as gatas fossem castradas, e a supervisora n�o s� concordou com a medida como se prop�s a procurar veterin�rios para ajudar a universidade nesse sentido. Civilizado, digno, humano. Assim � que se faz. * * *Sei que � chover no molhado, mas n�o posso deixar de elogiar "O universo ao meu redor", da Marisa Monte. � um CD delicado, delicioso, um encanto s� -- que, entre outras maravilhas, revela um surpreendente lado sambista de Adriana Calcanhoto, artista que se supera a cada temporada.O CD � um primor de cuidados, da apresenta��o aos arranjos. Infelizmente, tem um defeito imperdo�vel: prote��o contra c�pia para iPods, incompreens�vel a essa altura do campeonato. Para que penalizar justamente os consumidores tementes a Deus que o compraram, quando � t�o f�cil baix�-lo da internet e pass�-lo para o iPod sem qualquer perrengue? Grande, imenso gol contra, que o lindo trabalho de Marisa Monte n�o merecia. (O Globo, Segundo Caderno, 23.3.2006) 26.3.06 25.3.06 Logo ali, (mais) uma vergonha nacionalEstou hospedada no Cost�o do Santinho, um bonito resort em Santa Catarina. N�o que desse para ver muita coisa � hora que chegamos, mas olhando assim por alto, do �nibus, e recordando uma visita anterior, a regi�o parece um local calmo, pac�fico, civilizado.Lamentavelmente, n�o �. Exmo. Sr. Luiz Henrique da Silveira,Devo dizer que me sinto horrorosamente angustiada de estar t�o perto deste pobre animalzinho, que ignora o terr�vel destino que o espera, e n�o poder fazer nada. Cesar Valente, meu querido amigo manezinho, como se pode despertar o governador da sua (dele) letargia?! O que podemos fazer para evitar esta bo�alidade medieval, este desvio de car�ter, esta patologia inexplic�vel?! UPDATE:Cesar Valente escreveu sobre o assunto num fenomenal jornalzinho local chmada "Diarinho -- Di�rio do Litoral". � um tabl�ide que trata assuntos graves com a maior irrever�ncia, n�o tem filia��o pol�tica alguma e � o que eu j� vi de mais parecido com o falecido Pasquim dos anos 70. As manchetes s�o o que a gente comentaria na mesa do boteco. Exemplos: "Tiroteio deixa os manezinhos cagados de medo". A not�cia, apesar da linguagem, � tratada com uma seriedade de deixar muito jornal "s�rio" encabulado.Resultado: sucesso total. S�o tirados 10 mil exemplares que chegam �s ruas �s 7hs. �s 8hs est�o esgotados. J� viu que se eu morasse aqui tava frita... As colunas do Cesar, que � o titular da p�gina 3, no less (voc� abre o jornal e d� de cara com ele), est�o todas num blog, vejam l�: De olho na capital. Cesar, Valente que � (ta� um trocadilho que ele n�o deve mais ag�entar ouvir, mas � t�o bom que � inevit�vel) pegou o touro � unha -- ao contr�rios dos covardes que se "divertem" por aqui -- e abordou a quest�o de forma ampla e, embora muitos defensores de animais radicais possam discordar -- humana. Leiam, � talvez o que de mais equilibrado e sensato j� se escreveu sobre a Farra do Boi e o papel no estado nessa hist�ria toda. 24.3.06 23.3.06 22.3.06 Fazendo horaPor causa da chuva, um avi�o derrapou na pista principal e se -- Blog: http://cronai.com 21.3.06 20.3.06 Ent�o, como eu ia dizendo...Quando escrevi a cr�nica sobre Mam�e, no seu anivers�rio, ela ficou, como diria a Manoela, com um vago sentimento de bola��o: "Voc� escreve essas coisas todas, a� todo mundo vai achar que eu sou sei l� o qu�...Tranq�ilizei-a; disse-lhe que ningu�m, jamais, acharia que ela � sei l� o qu�. Na verdade, ela muito mais do que sei l� o qu�. Ontem, por exemplo, bateu os recordes brasileiro e sul-americano de 100 metros peito. O recorde anterior era da Maria Lenk. N�o � a primeira vez que isso acontece, mas � a primeira vez que acontece quando Mam�e est� no meio da faixa et�ria. Funciona assim: em Masters, as faixas s�o classificadas a intervalos de cinco anos, 50-55, 55-60, etc. Naturalmente, h� quanto menos tempo voc� est� naquela faixa, maiores s�o as suas chances: entre uma nadadora de 50 e uma de 55 anos, em iguais condi��es f�sicas e t�cnicas, a de 50 tem, claro, mais chances de se sair melhor do que a de 55. Mam�e est� na faixa 80-85, mas est� com 82. Quer dizer: ela mais em forma HOJE do que estava h� dois anos! Pode, isso?! Mas n�o pensem que ela apenas bateu o recorde sul-americano; ela tamb�m fez o melhor �ndice t�cnico de toda a competi��o. Isso eu explico depois para quem n�o sabe o que �, mas para os nadadores da casa informo: nos 100 metros borboleta, seu �ndice foi 108; nos 50 peito, 108,40; nos 100 peito (este em que ela bateu os recordes brasileiro e sul-americano), 118,11; e fez mais um 108, mas n�o consegui descobrir na papelada em qu�. Agora, o mais bonitinho da hist�ria: este foi o D�cimo Campeonato Masters Mais Mais, em comemora��o aos cem anos do Iate Clube Brasileiro -- e o nome do trof�u feminino era, adivinhem, Nora Tausz R�nai! O trof�u masculino homenageava o Helio de Oliveira Silva, o Paluka. Cada participante ganhou uma medalha redondinha; a medalha retangular � uma das medalhas que a Mam�e abiscoitou, e que veio mostrar para a gente com uma alegria meio safada na voz: -- Infelizmente, desta vez, n�o tenho nenhuma de prata ou bronze para voc�s verem como eram... Huahuahuahuahuahuahuhauhauhauha!!! � big, � big, � hora � hora � hora, ha-tchim-bum!!! A caixa d� seus �ltimos suspiros...A caixa aparentemente indestrut�vel que a Monica R. mandou (sem saber) de presente para a Keaton est�, pelo visto, nas �ltimas; mas quem diz que a Keaton liga? De qualquer forma, h� que se reconhecer a excel�ncia da ind�stria germ�nica. Caixa alguma foi t�o usada, ou durou tanto tempo, quanto a que trouxe as minhas lindas sand�lias da Alemanha. Mais uma vez, Monica querida, muito obrigada: cada vez que olho para os meus p�s ou para a minha gatinha curtindo t�o feliz esta caixa, meu cora��o se aquece. 19.3.06 Meu brinquedo novoH� tempos penso em voltar a fazer m�sica. Meu sonho era um violoncelo, n�o s� porque � dos meus instrumentos favoritos, mas tamb�m porque, tendo tocado violino, acho mais f�cil recome�ar em cordas do que em outro naipe. Este � um violoncelo barroco: um pouco menor do que os modernos, e sem espig�o, aquela ponta comprida em que se ap�iam seus primos mais recentes. Quem nos apresentou um ao outro foi a Laura, naturalmente, que acha que nenhuma casa est� bem equipada enquanto n�o tiver pelo menos meia d�zia de instrumentos diferentes. E a minha posi��o est� provavelmente a l�guas do correto, mas ainda n�o comecei as aulas e estava tocando de orelhada. Se � que se pode chamar o barulho que eu fiz de tocar. 18.3.06 Tsk, tsk, tskPessoas, minha querida amiga Magaly fez 79 anos no �ltimo dia 7... e me esqueci!Magaly tem o �timo blog Eu pensando e merece um abra�o bem apertado de todos n�s: vamos l�? ![]() Morram de inveja... :-DAl�m da minha famosa xar� capivara, tenho algumas lindas xar�s quadr�pedes espalhadas por a�. Outras pessoas dividem esta honra comigo e s�o xar�s de c�es e gatos.Agora, pergunto: voc�s conhecem algu�m que seja xar� de uma jaguatirica linda dessas?! Pois eu sou, t�? A Luciana Pordeus, que acolhe os animais mais interessantes, est� cuidando desta florzinha, cuja m�e foi ca�ada e comida, e que estava sendo engordada para acabar na panela. Salvou-a, e chamou-a de Cora. Resultado: tou que tou, a pr�pria Rainha da Cocada Preta. Se eu n�o der bom-dia ou andar uns dias de nariz pro alto, reparem n�o -- � que ser xar� de jaguatirica vai me subir � cabe�a. 17.3.06 16.3.06 ![]() Cada doido com sua maniaA internet � cheia de maluquices, algumas mais malucas do que as outras, algumas at� divertidas. Volta e meia pipocam entre os blogs, por exemplo, e-mails pedindo aos destinat�rios que revelem algo a seu respeito, e que encaminhem as perguntas a outras cinco ou seis v�timas. S�o quase correntes, mas sem as chantagens irritantes do g�nero, e com um jeito simp�tico de jogo. Ao longo desses anos todos, j� falei de livros e filmes favoritos, de objetos ou pessoas que levaria para uma ilha deserta, de coisas de que gosto porque gosto, de coisas que n�o faria por nada no mundo. Comparar as listas � sempre interessante, e d� pano para as mangas nos coment�rios.A mais recente dessas brincadeiras nasceu em Portugal, e pede aos bloguistas, que � como se chamam os blogueiros de l�, que enunciem cinco manias suas, "h�bitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais." Achei engra�ado, topei, mas confesso que tive certa dificuldade em diferenciar mania do que me parece comportamento perfeitamente normal -- como, por exemplo, conversar com os gatos. Eis o que respondi: 1. Tenho mania de telefone celular; n�o � apenas deforma��o profissional, � mania mesmo. Apesar de s� ter dois ouvidos, como todo mundo, tenho uma meia d�zia deles: n�o tenho coragem de p�r fora os antigos. Nunca saio de casa sem carregar pelo menos dois. Um dia desses sa� correndo, esqueci de peg�-los, e quase parei numa operadora no meio do caminho para comprar outro deste artigo de primeira necessidade sem o qual me sinto completamente desconectada. Felizmente, um raro lampejo de lucidez, aliado a um rombo glorioso no banco, me fez ver o absurdo da coisa. 2. Tenho mania de livros e DVDs. Tenho mais de uns e de outros do que jamais conseguirei ler e/ou ver, mas n�o resisto e acabo gastando horrores nisso. Minha desculpa: � que acho que quando me aposentar n�o vou ter dinheiro para tais extravag�ncias, e estou garantindo o meu futuro. 3. Tenho mania de me deitar no ch�o da sala para ouvir m�sica e conversar com os gatos. Horas a fio. 4. Tenho mania de sabonetes e shampoozinhos de hotel. Tenho montes. A�, quando vou tomar banho, olho para os potinhos enfileirados e penso: "Para onde � que eu vou hoje?" Fecho os olhos, e o potinho e o cheiro me levam de volta aos lugares por onde andei. 5. Tenho mania de maquiagem chique e estou convencida de que, dentro de mim, vive uma perua ensandecida louca para se manifestar. Gasto pequenas fortunas em produtos de beleza. �s vezes esvazio as gavetas em cima da cama e passo horas entretida com meus ricos tesourinhos, arrumando-os ou por tipo (l�pis, blush, batom) ou por marca (Guerlain, Lanc�me e Mac, minhas favoritas). O �nico problema � que... n�o uso maquiagem! * * *Este �ltimo item me deu o que pensar. Usar maquiagem n�o � uma imposi��o da moda ou da publicidade, embora elas ajudem -- e muito -- no processo. Mas as eg�pcias j� se pintavam h� seis mil anos, bem antes da sociedade de consumo e, ao que eu saiba, n�o h� registro de uma �nica cultura ou civiliza��o em que n�o se pintasse corpo e rosto. Portanto, algo mais profundo do que os outdoors me leva a isso; agora s� me falta descobrir por que praticamente n�o uso essas coisinhas t�o tentadoras, cheirosas e bem embaladas.* * *Enquanto a gente fica inocentemente brincando de manias bobas na internet, coisas perversas acontecem no mundo real. N�o bastasse a persegui��o implac�vel que o Jockey Club vem movendo aos pobres gatos que l� s�o abandonados, agora foi a vez da PUC mostrar que n�o � l� muito cat�lica.Como praticamente todas as col�nias de gatos de rua, a da PUC tamb�m tinha seus protetores, que os alimentavam, vacinavam e conheciam um por um. Sabe-se l� por qu� a dire��o da universidade -- que � uma institui��o de ensino, e como tal deveria dar exemplo de respeito � vida -- cismou com os bichinhos. Amea�ou envenen�-los mas, provavelmente com medo da repercuss�o negativa que teria um mortic�nio de tal monta, simplesmente recolheu os coitadinhos e despejou-os, sem mais nem menos, no Parque da Cidade. Ora, estamos falando aqui de seres vivos que nasceram e cresceram naquele ambiente, onde recebiam afeto e cuidado, e onde conheciam cada cent�metro quadrado. Uma das gatinhas despejadas tinha 18 anos, o que, em termos humanos, equivaleria a jogar um anci�o centen�rio no olho da rua. Pelo menos cinco gatos morreram durante a a��o truculenta desta "escola" que se quer crist� (!); os protetores, aflitos, temem, com raz�o, pelo destino dos demais. � assustador como, cada vez mais, quem devia dar exemplo neste pa�s faz exatamente o contr�rio do que se espera. Da PUC, supostamente civilizada e humana, eu esperava generosidade, toler�ncia e compaix�o. Afinal, educar n�o � s� cobrar a mensalidade dos alunos; �, entre outras coisas, demonstrar, na pr�tica, como devemos proteger os mais fracos e como fica mais rica a nossa vida em harmonia com a natureza e com os animais. (O Globo, Segundo Caderno, 16.3.2006) 15.3.06 Telexpo 2006A Telexpo costumava ser a feira mais quente das telecomunica��es; era "o" lugar para encontrar todo mundo, e para fazer aquilo que, em bom portugu�s, continua se chamando de "networking", isto �, estreitar rela��es, ouvir uns boatos, espalhar outros, essas coisas. Algo estranho, por�m, aconteceu este ano: com exce��o da Nextel, que � uma esp�cie de universo paralelo no mundo da comunica��o m�vel, nenhuma operadora compareceu.Resultado: uma feira morna, sem grandes emo��es -- exceto aquelas provocadas por novos lan�amentos em quem gosta de estar em dia com as novas novidades. Apesar da aus�ncia das operadoras, pode-se dizer que, de certa forma, Marco Aur�lio Rodrigues, presidente da Qualcomm no Brasil, falou pela Vivo: � que a Qualcomm � a empresa que est� por tr�s da tecnologia CDMA, adotada pela operadora -- que enfrenta problemas que a concorr�ncia GSM n�o tem. O mais s�rio deles � a falta de cobertura digital nacional. Em Minas e no Nordeste, por exemplo, a cobertura da Vivo ainda � anal�gica, o que, al�m de impedir a oferta de uma s�rie de servi�os interessantes, permite a clonagem dos celulares: -- Isso, basicamente, � quest�o de interesse p�blico -- diz Marco Aur�lio. -- Estamos falando de 30 milh�es de usu�rios! A Anatel deveria garantir tratamento ison�mico para a �nica operadora CDMA do pa�s: j� foram feitas at� agora oito ofertas de freq��ncias GSM, de 1,8GHz, e nenhuma para CDMA, em 1,9GHZ. Veja o paradoxo: a operadora com o maior n�mero de assinantes �, ao mesmo tempo, a que possui a menor quantidade de espectro. � um argumento eloq�ente, dif�cil de contestar. A op��o preferencial do pa�s pelo GSM � boa, mas melhor ainda � ter um "ecossistema" diversificado, com tratamento igual para todas as empresas por parte do governo e as conseq�entes concorr�ncia e possibilidades de escolha para os usu�rios. Apesar da estonteante quantidade de celulares GSM apresentados na Telexpo, um dos lan�amentos mais interessantes rolou, justamente, na praia do CDMA: o Kyocera KR1 Mobile Router, ou seja -- um roteador EV-DO para aquelas fenomenais plaquinhas PCMCIA que, habitualmente, a gente usa no notebook. Bom, imaginem: espeta-se a plaquinha neste roteador, e a ele conectam-se todos os computadores da casa. Em dois tempos, est� no ar uma aut�ntica rede banda larga. A id�ia � �tima, e o funcionamento, nas �reas j� cobertas pelo EV-DO, muito bom. Eu sei porque, por sorte, moro numa dessas �reas e tenho uma dessas plaquinhas: a velocidade de acesso do meu notebook, com ela, deixa a do desktop no chinelo. No mais, guardem um nome: Pantech. Alguns dos telefones mais criativos em exibi��o s�o crias desta empresa relativamente pouco conhecida no Brasil, mas segunda fabricante da Cor�ia. Show! (O Globo, Info etc., 13.3.2006) Cobertura completa!Mais r�pida do que o raio, mais veloz do que o trov�o, a Ju j� postou no Flickr uma �tima cole��o de fotos do lan�amento!Corram l� pra ver... :-) PS: Muito obrigada a todos os amigos que foram! Eu fiquei no meu cantinho assinando livros, que era a minha fun��o, e nem tive tempo de sacar do telefone para fazer umas fotos, mas me parece que a festa foi simp�tica e que o astral estava muito legal. Update: O Lucas criou um blog geral, para onde todos podem subir as suas fotos da noite, dos encontros dos amigos, etc. Fica AQUI. 14.3.06 Lembrete: � hoje!![]() O lan�amento � no 00, na Rua Padre Leonel Franca 240, G�vea, ali ao lado do Planet�rio, a partir das 20h30. O livrinho e eu esperamos por voc�s l�! Barulhinho bomUm dos novos CDs de Marisa Monte, "Universo ao meu redor", � uma j�ia: lindo em tudo, do visual aos sons que v�m l� dentro.H� um samba, particularmente, que � daqueles que fica rodando na cabe�a e n�o sai mais, de t�o bonito: "O bonde do dom", de Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e da pr�pria Marisa. Diz assim: Novo diaEu sei que s� a letra n�o d� id�ia da m�sica, mas ou�am, ou�am: j� est� espalhado por toda a rede. Outra (grande) surpresa � um samba de primeir�ssima da Adriana Calcanhoto, que nunca fez samba na vida: "Vai saber?". Pois �, vai saber... O segundo CD, "Infinito particular", irm�o deste aqui, ainda n�o ouvi -- e, pelo andar da carruagem, n�o vou ouvir t�o cedo. Sou daquele tipo que quando cisma com um CD ou uma m�sica fica ouvindo o dito CD ou m�sica dias a fio. Agora, no meu hit parade, s� d� "Universo ao meu redor". 13.3.06 Ao vivo e em cores!Povo, daqui a pouco, mais exatamente �s 16hs, estarei no programa Sem Censura, da Leda Nagle, falando do "Caiu na Rede".O que voc�s N�O v�o ler no Globo...Eis que amanh�, ter�a-feira, a vossa blogueira lan�a, no 00, uma pequena antologia de ap�crifos que circulam pela internet, ou seja: aqueles textos atribu�dos a autores que jamais os escreveram, mas que provavelmente jamais se livrar�o deles.Enfim: um livro com textos 100% falsos! A minha colega Suzana Velasco escreveu uma mat�ria para o Segundo Caderno que sairia amanh�; no entanto, descobriu-se que a capa do Megazine de ter�a �, justamente, o livrinho. Seria badala��o demais, ainda por cima para algu�m da casa. De modo que a mat�ria da Suzana caiu. Para que o trabalho e o texto dela n�o se percam de todo, por�m, eu os trouxe para c�: "Quem nunca recebeu pela internet um novo ou in�dito texto e Luis Fernando Verissimo e o repassou para um amigo? De e-mail em e-mail, o texto se tornou famoso, mas Verissimo nunca escreveu nada parecido. A esp�cie de pegadinha, que j� foi feita com nomes como Carlos Drummond de Andrade, Jo�o Ubaldo Ribeiro e Gabriel Garc�a M�rquez, tornou-se t�o popular que motivou a jornalista Cora R�nai, colunista do GLOBO e editora do caderno Inform�ticaetc, a organizar o livro "Caiu na rede", uma antologia desses "cl�ssicos" que circulam na internet. O livro, que ser� lan�ado pela Agir (Ediouro) amanh�, �s 20h30m, no 00, chega acompanhado de um blog (www.livrocaiunarede.com.br), disposto a receber novos textos e esclarecimentos sobre sua autoria.De modo que voc�s j� ficam sabendo, e est�o todos convidados: a partir das 20h30, no 00, simp�tico restaurante da G�vea, na Rua Pe Leonel Franca 240, extamente ao lado do Planet�rio. Vou ficar feliz mesmo com a presen�a de voc�s. Ah, e hoje, logo mais, �s 16h00, falarei um pouco sobre o livro no Sem Censura, da Leda Nagle. 12.3.06 ![]() Esque�a a l�gicaA DAMA DE HONRAO romance original � de Ruth Rendell, a dire��o � de Claude Chabrol e o personagem principal, Philippe, � feito por Beno�t Magimel, um ator de primeir�ssima linha. Em suma, "La demoiselle d'honneur" (no original) tinha tudo para ser uma obra-prima. Mas, infelizmente, acaba ficando pelo meio do caminho. A a��o gira em torno da paix�o avassaladora de Philippe, rapaz s�rio e trabalhador, e Senta (Laura Smet), candidata a atriz que vive no mundo da lua, entre bicos, pequenos pap�is e declara��es que tanto podem ser verdade quanto mentira. O problema � que, se j� � dif�cil entender a paix�o desvairada de Philippe por Senta, entender a paix�o delirante dela por ele � francamente imposs�vel. Sim, a gente sabe que os opostos se atraem, mas at� para que este chav�o funcione � preciso um certo je ne sais quoi que falta a essa hist�ria. Ainda assim, "A dama de honra" n�o � um filme de todo ruim. Deixando a l�gica em casa, � poss�vel passar duas horas no cinema sem t�dio, o que, hoje em dia, n�o � dizer pouco. (O Globo, Rio Show, 10.3.2006) 11.3.06 ![]() VIVA, BIPE!!!Hoje � o dia do anivers�rio da Bia, mas podem me dar os parab�ns: eu n�o fiz um bom servi�o?;-) Parab�ns, Bia minha queridinha: que esta �poca particularmente feliz da tua vida se repita por muitos e muitos anos. Todos n�s aqui em casa, b�pedes e quadr�pedes, adoramos voc�. A corrente das maniasA Bia Badaud me mandou uma corrente que, como ela bem observou no seu (dela) blog, pelo sotaque deve vir l� da terrinha:"Cada bloguista participante tem de enunciar cinco manias suas, h�bitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E al�m de dar ao p�blico conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, n�o se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Ademais, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue." Hmmmm, vejamos: Passei a corrente pra Van, pro Nelsinho, pro Ribondi, pra Paula e pro Lucas, mas quem quiser participar da brincadeira a� nos coment�rios � muito bem-vindo. Parab�ns, Nelsinho!!!Gente, a Diretoria Social aqui do botequim anda vacilando: ontem foi anivers�rio do nosso querido Nelsinho, e s� descobri agora, l� na Van Or, onde fui ver as fotos que ela fez na Travessa com a Mam�e, a Laura e a Ju.Pode isso?! � Diretoria Social, toma jeito! (Por falar nisso: quem � a Diretoria Social?) De qualquer forma, ainda que com atraso, este blog deseja ao Nelsinho todas as felicidades do mundo. OT: Proc�s verem como � o mundo moderno: a Van me ligou dizendo que por acaso havia se encontrado com a Mami, a Laura e a Ju na livraria, jantando. Eu estava saindo do jornal, entrei no taxi e liguei pra Laura -- quem sabe elas ainda n�o estavam l�? Pois estavam; tinham acabado de pagar a conta. Pedi que me esperassem um pouquinho, mandei o taxi tocar pra Travessa e ainda comi uma coisinha em companhia da fam�lia. Depois ainda tem gente que n�o gosta de celular... 10.3.06 9.3.06 ![]() As grandes fotos n�o mentem jamaisMelhor que um disso, s� dois disso:o fino olhar de Fl�vio Damm em duas exposi��es seguidas Reparem: o mundo est� cheio de fotos. Agora mesmo, neste exato momento, onde quer que voc�s estejam lendo isso, h� in�meras, incont�veis fotos ao seu redor. Elas est�o soltas, dispersas no ar, apenas esperando que um olho atento as perceba e traga at� n�s, como min�sculas fra��es de tempo eternizadas. O mais interessante � que, at� num mesmo momento e lugar, jamais haver� dois olhares iguais; de modo que as fotos nunca se repetem, ainda que, �s vezes, possam ser parecidas. � nas sutis diferen�as que guardam entre si, no entanto, que se esconde a Grande Arte -- um jeito de ver, um �ngulo, uma hist�ria que se conta. Para quem tem um m�nimo de sensibilidade visual -- e � razo�vel supor que quem vem a uma mostra de fotografia tenha bem mais do que isso -- as fotos revelam tanto da alma por tr�s do olho quanto das imagens para al�m da lente. H� 60 anos, Fl�vio Damm se dedica a nos mostrar o que viu, de acontecimentos hist�ricos a pequenos momentos da vida cotidiana. H� 60 anos ele nos mostra, quadro a quadro, porque � um dos maiores fot�grafos deste nosso pa�s de grandes fot�grafos. Seria dif�cil fazer um retrato seu mais fiel do que o que contam essas imagens, colhidas entre os milhares de negativos dos seus arquivos meticulosamente rganizados. Em todas h� o tra�o comum do olhar generoso e inteligente, a cultura da composi��o, a eleg�ncia. H� tamb�m um senso de humor que n�o se cont�m diante de nada, do ditador prosaico tomando cafezinho ao presidente alado, da morte que atravessa a rua, mal disfar�ada, �s velhinhas que fazem pendant com seus gatos, no jardim. H� uma mente extremamente alerta se mostrando nessas fotos, uma curiosidade quase mals�. H� reflexos de ca�ador por tr�s dos sorrisos, dos p�ssaros, das simetrias. H�, tamb�m, um olhar profundamente brasileiro. N�o me perguntem como se identifica este olhar, porque n�o sei; s� sei que, sendo eu mesma brasileira, amante da minha terra, me d� gosto me reconhecer nesse jeito de ver o Brasil e o mundo, nessa forma familiar e �ntima de lidar com tudo e todos. Durante d�cadas um dos nossos principais fotojornalistas, Fl�vio Damm se dedica, hoje, a fotografar exclusivamente o que quer, para expor e para aumentar a sua s�rie de onze livros j� publicados. Escreve sobre fotografia e acompanha, com aten��o, o trabalho dos colegas. Como todos os verdadeiramente grandes, tem sempre uma palavra de est�mulo para os que come�am, e um entusiasmo genu�no pelo que v� de bom. � este entusiasmo sem fim que orienta seu trabalho. Conhecedor profundo da arte e da t�cnica, adora conversar sobre fotografia -- a paix�o de uma vida inteira. Nunca se sentiu atra�do pela foto a cores, e n�o quer saber de c�meras digitais; mas n�o por vagos motivos fundamentalistas, e sim por gostar mais do P&B e estar inteiramente � vontade com suas queridas Leicas. Aten��o, porque este detalhe � importante e revelador: o que em tantos fot�grafos da sua gera��o � rejei��o rancorosa, nele � escolha amorosa. Simples assim. � muito bom ver o que Fl�vio Damm viu e v�, n�o s� pelo encanto e pela surpresa de cada foto, mas tamb�m porque se intui, a partir das imagens, a fin�ssima qualidade do ser humano que as registrou. Acreditem nos seus olhos. � tudo verdade. * * *Escrevi este texto para uma exposi��o de Fl�vio Damm em S�o Paulo, h� mais de um ano. Agora n�s, cariocas, podemos ver parte da sua produ��o em dois tempos: at� o dia 16, a Galeria Soraia Cals, na G�vea, apresenta "Pelos Brasis afora -- Bahia anos 50", uma sele��o de 64 imagens in�ditas daquela Bahia que vive at� hoje nos romances de Jorge Amado; a partir do dia 17, entra em cartaz "Brasil, um pa�s e seu tempo", com 54 fotos que v�m de 1944 at� hoje.A proposta da galeria, inaugurada com as exposi��es de Fl�vio, � interessante. O espa�o � dedicado � fotografia, com um detalhe muito simp�tico e importante: em vez dos cat�logos mais ou menos descart�veis com que estamos acostumados, um livro � editado em fun��o de cada exposi��o. Um livro de verdade, caprichad�ssimo, daqueles que d� gosto ter na estante. Confiram! (O Globo, Segundo Caderno, 89.3.2006) 8.3.06 7.3.06 Um dia na vida (ali�s, tr�s)Esta n�o est� sendo uma semana feliz em termos de sono para a coruja que vos tecla.Ontem, conforme voc�s viram nas fotinhas, madruguei para pegar uma ponte a�rea que n�o se materializou por falta de teto; hoje madruguei para assistir � cabine de um filme que -- s� descobri na hora -- eu j� tinha assistido no festival (e que sequer � l� aquelas maravilhas); amanh�, super-madrugo para, enfim, ir a Telexpo, em S�o Paulo -- caso, claro, as condi��es metereol�gicas assim o permitam. Muito sofre quem padece! Por outro lado, ontem � noite assisti a um dos filmes mais deliciosos da temporada: "A senhora Henderson apresenta". Digo apenas duas coisas: dire��o de Stephen Frears e Judi Dench no papel principal. Esta Bonequinha aplaudiu de p�, e s� n�o deu vivas e urros pelo mau humor cr�nico causado pela seq��ncia de noites insones. 6.3.06 ![]() Estante virtual, livros reaisA assinatura deste recibo pouco convencional (d� pra ler?) encerrou as atividades da J�lia, minha sobrinha do cora��o, como vendedora do Sebo Imperial. � que ela descolou emprego melhor, e agora est� no Estante Virtual, que define assim:"O site se prop�e a ser um site de livros usados. O usu�rio busca o livro que est� procurando e recebe uma lista com todos os sebos que possuem o referido livro cadastrado no site. Atualmente temos 100 mil livros online e quase dois milhoes off line -- ou seja, livros que os sebos cadastrados possuem em seu acervo fisico, mas que n�o est�o no cadastro do site. Isso acontece primeiro porque os planos t�m limites para cadastro, e segundo porque, muitas vezes, o pessoal simplesmente tem pregui�a de cadastrar tudo. Mas funciona muito bem, garanto."Qualquer pessoa que tenha um sebo e queira cadastr�-lo no site deve entrar em contato com a Ju, em julia@estantevirtual.com.br. E quem quiser comprar livros a bom pre�o, � so dar uma clicada aqui. 5.3.06 Recadinho da Filha do MaestroLaercio & Thalma de Freitas, Pai e Filha, piano e voz. No palco, as m�sicas preferidas de ambos, som de primeir�ssima qualidade e divers�o garantida! 4.3.06 ![]() Olha�, Paulo Afonso!Finalmente!!!Pela primeira vez eu vi o an�ncio do Alma Carioca l� em cima. Viva!!! Quem est� acompanhando a saga pelos coment�rios sabe que vit�ria � esta; aos demais, apenas recomendo que cliquem no link e curtam o site mais bonito sobre o Rio de Janeiro. Relembrando Carlos PenaO nosso Raimundo Vasto Mundo, que � uma delicadeza de pessoa, anda notando muitos azuis e sand�lias nas minhas fotos -- e lembrou-se deste lindo soneto de Carlos Pena Filho, jornalista e extraordin�rio poeta pernambucano, prematura e tragicamente morto num acidente automobil�stico:
Obrigada, querido amigo: voc� n�o tinha como saber, mas acertou em cheio -- eu gosto demais dos poemas do Carlos Pena. D�-lhes, dr. Wanderley!N�o h� pior injusti�a do que uma "justi�a" que se finge de morta, que enrola, que n�o funciona porque simplesmente n�o tem vontade ou porque um dos lados � fraco e o outro, poderoso. Assim � o caso do processo movido por Ana Yates contra o Jockey, cobrando daquele clube supostamente elegante um tratamento digno para os gatos que l� v�m sendo mortos em escala industrial. Escreve a Ana, nossa Cidad� Exemplar:"Dando uma olhada "nos caminhos" do inqu�rito/processo Jockey, contei que dos 39 meses em que ele tramita, 21 meses foram passados na DPMA (Delegacia do Meio Ambiente). Observei tamb�m, que nunca os prazos dados pelo MP/Juizado foram cumpridos, sempre havendo prorroga��o solicitada (ou n�o) dos prazos dados para as dilig�ncias na DP. Agora (em 25 de outubro de 2005 foi pra l�), por exemplo, pelo que entendi, foram pedidos mais 30 dias para que n�o consegui entender, e j� se passaram 4 meses ou 120 dias!"Felizmente, ela e os gatinhos t�m agora um aliado cheio de disposi��o. � o advogado Wanderley Rebello Filho, que resolveu perguntar ao MP o que diabos est� acontecendo nessa hist�ria mal contada. Isso, em juridiqu�s, se faz assim: Ref.: Processo n�2005.800.069982-3.Honestamente? Acho que n�o vai acontecer nada. Nada acontece com ningu�m neste pa�s onde at� os crimes hediondos j� foram liberados, e em que as �nicas pessoas penalizadas por alguma coisa s�o os assalariados que perdem, na fonte, o maior naco de impostos arrancado a trabalhadores em qualquer canto do mundo. Apesar disso, apesar de n�o acreditar mais no governo e/ou nas institui��es do pa�s, acho que pior do que a in�rcia da lei � o conformismo dos cidad�os; ainda que n�o aconte�a nada contra o Jockey, ainda que os gatos venham a morrer todos e que os ratos tomem conta de vez de todas as depend�ncias (al�m da diretoria), n�o ter� sido por falta de aviso das pessoas de bem, por falta de aten��o, por falta de indigna��o. 3.3.06 2.3.06 ![]() Confiss�es sobre a Cronista revira o passado e toma notas |