31.3.06


A caminho










Mais inveja










Que inveja...









Classificado

Povo, estou com o seguinte problema: tenho uma �tima ajudante aqui em casa, a S�nia -- � simp�tica, inteligente, limpa, de uma honestidade a toda prova, adora os gatos (e vice-versa), faz tudo com boa-vontade e, enorme vantagem do meu ponto de vista, fala pouco e n�o � chegada a ficar com TV ligada direto na cozinha. Eu viveria feliz para sempre com ela, n�o fosse por um problema: com a morte do meu tio, a Clemilda, que est� h� 40 anos na fam�lia, me conhece desde pequena e � a "m�e-preta" da Bia, ficou desempregada.

Durante toda a doen�a do tio, ficou impl�cito que, em acotecendo o pior, ela viria para c�. De modo que vou ter que abrir m�o da S�nia, que est� comigo h� cerca de um ano, porque n�o tenho nem trabalho nem cacife para manter duas empregadas em casa.

Acontece que gosto demais da S�nia, e n�o quero dispens�-la antes que ela encontre outro emprego. Ser� que algu�m est� precisando de uma pessoa realmente bacana e bom astral?

Mensagens nos coment�rios, ou emails para cronai(arroba)well.com.


Para Kidity:



Clemilda e Bia; agora fico devendo fotos da S�nia e da sua (dela) linda filhota.





30.3.06


No restaurante










N�s e os Paulos










Os Paulos e Mill�r










Otto Stupakoff e S�rgio Rodrigues










Um pa�s em queda livre

Livro sobre Afeganist�o corta o cora��o da cronista,
que percebe o qu�o perto estamos de Cabul


"Existe apenas um pecado, um s�. E esse pecado � roubar. Qualquer outro � simplesmente uma varia��o do roubo.(....) Quando voc� mata um homem, est� roubando uma vida. (....) Est� roubando da esposa o direito de ter um marido, roubando dos filhos o direito de ter um pai. Quando mente, est� roubando de algu�m o direito de saber a verdade. Quando trapaceia, est� roubando o direito � justi�a. (....) N�o h� ato mais infame do que roubar."

H� alguns anos, eu teria recomendado "O ca�ador de pipas", de Khaled Hosseini, como leitura obrigat�ria para a canalha pol�tica, nem que fosse por estas palavras, dirigidas ao narrador por seu pai. Hoje n�o me dou mais ao trabalho, e n�o s� porque livros n�o se usam em Bras�lia. � que n�o se usa mais vergonha na cara na pol�tica brasileira, n�o se usam mais valores como dignidade, honra, preocupa��o com o povo, amor � P�tria. Acho que a pr�pria acep��o que dou aqui a esta palavra, "valores", perdeu-se por completo nas esferas do poder.

H� alguns anos, os ladr�es nossos funcion�rios cultivavam, ainda, um m�nimo de hipocrisia, e tentavam disfar�ar a avidez, a gan�ncia, o pouco caso para com a coisa p�blica, a falta de dedica��o ao pa�s e � sua gente. O objetivo final talvez fosse o mesmo, mas naqueles dias, pelo menos, fazia-se de conta que roubar era crime. A honestidade, bem como a educa��o e a cultura, ainda tinham seu valor para o p�blico externo; alguns homens p�blicos, acredito, envergonhavam-se quando descobertos de posse de "fundos n�o contabilizados", este safado eufemismo para a grana alheia; outros poucos, verdadeiramente honestos, provavelmente envergonhavam-se da malta com que se viam obrigados a conviver.

* * *

Dizem os colegas que sabem mais dessas coisas que sou muito pessimista e que ainda h� pol�ticos honestos, al�m dos dois ou tr�s em quem confio. Mas s�o uma esp�cie em extin��o dentro de uma classe que perdeu de vez o pouco que tinha de dec�ncia e civismo com a dan�a grotesca da deputada Angela Guadagnin, musa do PT -- que, no m�nimo, deveria cassada por quebra de decoro parlamentar, se os nossos parlamentares ainda se lembrassem do que quer dizer decoro.

Os poucos pol�ticos honestos e genuinamente interessados no bem do pa�s que t�m est�mago para conviver com os seus pares nada podem fazer contra o fedor insuport�vel que emana dos pal�cios e das reparti��es p�blicas, contra a falta de car�ter e a cafajestagem expl�cita que os cercam. Mesmo que queiram, eles nada podem fazer contra a desconstru��o das institui��es, contra o esc�rnio com que � tratado o povo, contra a voracidade da m�quina que tritura a classe m�dia, arrancando-lhe os olhos da cara em impostos que, quando n�o seguem sem escalas para para�sos fiscais, sustentam a bandalheira esculachada dos biltres que deveriam cuidar do pa�s, dos estados, dos munic�pios.

Ai de n�s.

* * *

"O ca�ador de pipas", romance de estr�ia de Hosseini, que nasceu em Cabul, no Afeganist�o, e hoje vive nos Estados Unidos, n�o chega a ser um grande livro, mas � uma excelente leitura, interssante, �gil, imposs�vel de largar. Sua maior virtude � nos apresentar ao pa�s onde, uma vez, cidades como Cabul, Kandahar ou Mazar-i-Sharif eram lugares cheios de vida, e n�o as pilhas de escombros que nos acostumamos a ver na televis�o e nos jornais. H� um qu� de para�so perdido nessas mem�rias, mas compreende-se: quando nos lembramos do Rio de Janeiro dos anos 60, a nostalgia traz � tona a paz, a seguran�a, a cidade maravilhosa; a falta d��gua ou as favelas que cresciam somem diante do que se perdeu.

* * *

Amir, o personagem de Hosseini, passa 20 anos longe do seu desgra�ado pa�s, primeiro invadido pelos russos, depois v�tima dos talib�s. Quando volta, s� encontra mis�ria, ru�nas e viol�ncia. Os talib�s, a esc�ria da sociedade, percorrem as cidades em bondes, impondo a sua "lei", matando por gosto ou desfastio. A elite intelectual do pa�s e a classe m�dia est�o mortas, exiladas ou mendigando nas ruas; os que se refugiaram nos Estados Unidos vendem quinquilharias em mercados de pulgas -- camel�s que, na sua terra, eram m�dicos, engenheiros, escritores, militares.

Enquanto lia sobre este pa�s torturado, n�o conseguia deixar de pensar no Brasil, e sobretudo no Rio, que regridem a passos t�o largos. Tecidos sociais n�o se esgar�am de uma hora para outra; v�o se desfazendo aos poucos, de viol�ncia em viol�ncia, de concess�o em concess�o, de bandalheira em bandalheira. Quando os talib�s do tr�fico debocham do ex�rcito e os talib�s do MST contam com a complac�ncia dos poderosos, por�m, n�o h� mais como disfar�ar: estamos cobertos de andrajos morais.

Cabul � aqui.

(O GLOBO, Segundo Caderno, 30.3.2006)





29.3.06


As corujinhas de Floripa








Postei uma cole��o de corujas no Flickr.

Para ver, � s� clicar em qualquer foto dessas e sair navegando por l�.

N�o s�o lindas?

Em tempo: estas n�o s�o fotos de celular. Foram todas feitas com a Panasonic Lumix FZ20.






Coruja buraqueira






�s vezes ainda uso c�meras digitais em vez de telefones.

L� no Cost�o do Santinho, por exemplo, encontrei dezenas dessas corujinhas simp�ticas e irresist�veis. E fiz, claro, montes de fotos "de verdade" delas.

Depois posto mais algumas para voc�s verem.






Fala, Mario AV!

Grande coment�rio sobre a prote��o do CD da Marisa Monte:
No tempo das fitas cassete, pouqu�ssima gente chegou a saber que o pre�o de cada fita virgem inclu�a uma porcentagem destinada a compensar as gravadoras. Nos tempos atuais, o fato de a EMI brasileira estar sabotando os pr�prios CDs alegremente h� v�rios anos me diz que, mais uma vez, existe uma massa de consumidores n�scios que deixa os seus direitos serem usurpados sem tomar conhecimento de nada e sem reagir quando sabem. N�o fosse assim, uma mobiliza��o p�blica razoavelmente simples acabaria com a palha�ada.

A Marisa n�o teria como n�o saber que o seu CD sairia com a prote��o, pois, como acabei de falar, a EMI brasileira est� fazendo isso em todos seus discos h� v�rios anos. Portanto, sinto muito, mas que se dane a EMI e junto com ela tamb�m a Marisa.

Em algumas ocasi�es, comprei as vers�es originais gringas de alguns CDs, pois essas n�o t�m a prote��o. Isso mesmo, gastei mais dinheiro por causa de um bando de idiotas num escrit�rio no Brasil. Pelo menos nem um centavo do meu bolso foi para a m�o deles.

Lembro que a transfer�ncia do conte�do do CD para uma m�dia secund�ria como o iPod nunca foi e continua n�o sendo crime, embora a ind�stria fonogr�fica esteja tentando mudar isso faz algum tempo.

Tenho em casa apenas um desses malditos discos nacionais estragados pela gravadora. O rip do iTunes funciona corretamente na minha m�quina mais veloz at� uns dois ter�os do disco, depois disso emenda as m�sicas e inclui um trecho em branco. Ainda estou por verificar na m�quina mais lenta. (Mario AV)
Alguns amigos que usam Mac me escreveram dizendo que conseguem ripar o CD pro iTunes sem problemas. Acontece que a imensa maioria dos usu�rios de iPod no Brasil usa PCs. A estes, e aos que n�o quiserem jogar dinheiro fora em CDs que n�o conseguir�o passar para os seus players, recomendo que busquem no e-mule a solu��o para os seus problemas.

� um pecado, porque os CDs da Marisa est�o lindos e s�o uma gracinha como objetos, enfim, a gente gostaria der ter aqueles produtos bonitos na cole��o -- mas n�o aleijados, e muito menos em troca de ser taxado de malfeitor pelos g�nios da EMI.

Quando uma empresa usa prote��o contra c�pia, ela est� implicitamente chamando de ladr�es todos os usu�rios ot�rios o suficiente para comprarem os seus produtos.





28.3.06


Nanini, Carla e Ney










Na estr�ia de Irma Vap










Que papel�o!

"Lamentavelmente a imprensa n�o se interessou na cobertura do evento realizado pela ONG Viva Pol�cia, no audit�rio da Academia de Pol�cia Silvio Terra, ocasi�o em que prestamos merecida homenagem as MULHERES PIONEIRAS NA SEGURAN�A P�BLICA.

Cerim�nia presidida pela Delegada de Pol�cia Inamara Costa -- Coordenadora das delegacias especializadas de Atendimento �s Mulheres, Delegada de Pol�cia Martha Rocha, Dra. Maria Regina Purri Arres -- Presidente da Comiss�o de Mulheres Advogadas da OAB/RJ e o Escriv�o de Pol�cia Luiz Mattos (Presidente da ONG Viva Pol�cia), presentes a nossa hero�na da FEB -- Major (Enf) Elza Cansan��o Medeiros (84 anos), Escriv� de Pol�cia Maria Thereza Bhering de Ara�jo (80 anos) -- autorizada pelo Presidente Vargas a prestar o devido concurso p�blico, Detetive Inspetora Mary May da Silva Porto (80 anos), Delegada de Pol�cia Marly Preston, Inspetora e Primeira Motorista Policial Civil Rosangela Coelho Cabral, Perita Criminal Wilma Fargnolli Jobim, Tenente-Coronel C�lia Rodrigues Pinheiro dos Santos -- Primeira Mulher da Turma de Pra�as e Primeira Mulher da Turma de Oficiais, Tenente-Coronel (BM) Sonia Regina Taveira Pereira, Delegada Federal In�s Nunes Fraga, Inspetoras da Secretaria de Administra��o Penitenci�ria -- Nilza da Silva Santos, Cristiane Bastos de Abreu, Stefania Tavares Matinha e Andrea Nobre da Rocha, Policial Rodovi�ria Federal -- Francisca de Assis da Costa, Inspetora da Guarda Municipal Tatiana Mendes Freitas, Guarda Municipal Vera Guedes da Silva.

Homenagens P�stumas

* Regina Coeli da Cunha Augusto -- Detetive Inspetora assassinada em 19/4/91 por traficantes no morro da provid�ncia;

* Sidn�ya dos Santos Jesus -- Diretora do DESIPE -- brutalmente assassinada em 5/09/2000;

* Lida Monteiro da Silva -- M�rtir da OAB, vitimada por carta bomba em 27/08/80.

Homenagens Especiais

1. Edith Homem de Mello -- Trabalho social na Creche Girass�is que acolhe crian�as do lix�o em Niter�i;
2. Ivone Ferreira Caetano -- Ju�za Titular da Vara da Inf�ncia, da Adolesc�ncia e do Idoso;
3. Cleyde Prado Maia -- M�e da Gabriela vitimada no metr� S�o Francisco Xavier -- que, com coragem e determina��o, colheu assinaturas para assegurar justi�a a sociedade brasileira;
4. Thereza Richa -- Presidente do Clube S�rio e Liban�s do Estado do Rio de Janeiro -- pelo seu trabalho social em sua creche no Graja�, que abriga crian�as das comunidades adjacentes.

O que mais nos entristece � o fato de ser uma cerim�nia que enaltece, eleva a auto-estima e fortalece as Institui��es das homenageadas, que com est�mulo, reconhecimento devido passar�o a prestar maiores e melhores servi�os ao Povo Brasileiro -- E NINGU�M DA IMPRENSA dignou-se a cobrir o evento -- por�m, de esc�ndalos, desvios de conduta e improbidades j� estamos cansados de ver estampado em TODOS os jornais e notici�rios -- desgra�adamente � o QUE VENDE a edi��o!

Cordiais Sauda��es,

Marcelo Roberto Ferreira
Vice-Presidente
Associa��o das Empresas de Botafogo
www.aseb.com.br

Eles t�m toda a raz�o, e eu, como imprensa que sou, pe�o sinceras desculpas pelo papel�o. Eu mesma tinha prometido � Fabiana postar uma notinha aqui no blog avisando a todos do evento, mas no corre-corre do encontro em Floripa praticamente s� acessei o blog por telefone e n�o me lembrei de que tinha este dever para com uma amiga e uma ONG t�o necess�ria e batalhadora.

A vontade que tenho � me esconder embaixo do sof� e l� ficar escondida de vergonha pela falta.

Mil perd�es, amigos da Vipol!





27.3.06


Bom dia!









Desculpem o atraso na publica��o; � que l� em Floripa n�o me sobrou tempo para subir esta coluna, da quinta passada.


O universo ao meu redor

Gatos, manias e um lindo CD que n�o pegou o esp�rito da coisa

Ta�: nada como confessar publicamente manias esquisitas para se sentir uma criatura perfeitamente normal! Depois da cr�nica da semana passada, em que listei cinco de meus h�bitos esquisitos, recebi uma enxurrada de manifesta��es de solidariedade -- a maioria de donos de animais, me assegurando que falar com bichos n�o tem nada demais, muito antes pelo contr�rio. Esquisito -- como sempre achei e, pelo visto, acham tamb�m os leitores -- seria ter um animal de estima��o e n�o dirigir-lhe a palavra.

Essas manifesta��es n�o me surpreenderam. Afinal, quem convive com animais sabe como o di�logo com eles � importante. Claro que ningu�m vai discutir Kant ou Joyce com o gato de estima��o (at� porque o gato, caso se dignasse a falar, daria um banho na conversa), mas n�o h� d�vida de que nossos quadr�pedes gostam de ouvir a voz humana, e se n�o entendem o que dizemos no varejo, certamente entendem no atacado.

Confesso, por�m, que fiquei muito surpresa com a quantidade de leitoras que, como eu, cultivam o estranho h�bito de comprar cremes e maquiagens que n�o usam jamais. Isso eu realmente acreditava que fosse maluquice exclusiva da minha cabe�a, mas n�o: h� in�meras mulheres que n�o resistem � sedu��o das embalagens, das cores, dos potinhos lindos... e depois deixam tudo na gaveta! Uma amiga me confessou que, ainda outro dia, jogou fora quinze batons, porque perderam a validade. Todos virgens.

Houve quem atribu�sse o h�bito a cobran�as de fam�lia por um pouco mais de vaidade, mas n�o sei se � por a�; l� em casa, ao contr�rio, o que sempre se ressaltou foi o mal que cosm�ticos podem fazer � pele. Em suma: o mist�rio continua. Ouso dizer que a� est� um bom desafio para psic�logos, antrop�logos e estudiosos dos h�bitos humanos em geral.

* * *

Tanto entre as cartas que chegaram ao jornal quanto nos coment�rios do blog, levei pux�es de orelha por gostar da Lanc�me, que pertence � L'�real, que testa seus produtos em animais. Pe�o sinceras desculpas por isso. Nada, absolutamente nada, justifica que se torturem seres vivos por conta da nossa vaidade, sobretudo se levarmos em conta que h� empresas de cosm�ticos que conseguem produzir produtos maravilhosos como MAC, Clinique ou O Botic�rio sem maltratar criaturas indefesas.

Ali�s, a venda da Body Shop para a L'�real podia ter sido acertada por Duda Mendon�a, o especialista em tapear ot�rios. A Body Shop, como voc�s sabem, � aquela empresa inglesa ecologicamente correta, que sempre praticou o bom-mocismo ambiental e cultural, comprando mat�ria prima direto de produtores, de prefer�ncia tribos ind�genas, e usando suas vitrines para manifesta��es pol�ticas e sociais.

Sempre foi a loja favorita de pessoas de cabe�a feita, preocupadas com o meio-ambiente. Que a L'�real tenha tido vontade de compr�-la entende-se; mas que ela tenha se vendido justamente para a sua ant�tese � a prova de que seus "valores" n�o passavam de uma hip�crita jogada de marketing.

Que gentinha.

Mill�r, que � um s�bio, bem que vive avisando:

"Desconfie sempre do idealista que lucra com o seu ideal."

* * *

E, dos lados da PUC, vem -- ufa! -- uma �tima not�cia. Quem me contou foi Claudio T�llez, um dos protetores dos gatos do local, que semana passada participou, junto com Claudia Pinheiro, Claudio Alberto T�llez (seu pai e ex-professor da PUC) e Flavya Mendes-de-Almeida (especialista em popula��es felinas e coordenadora veterin�ria da WSPA Brasil) de uma reuni�o na prefeitura do campus com a supervisora de administra��o da divis�o de servi�os gerais, Silvia Murtinho, e Marcos Antunes, funcion�rio da mesma divis�o.

O assunto foi, como n�o podia deixar de ser, a popula��o felina do campus.

Na ocasi�o, foi devidamente escrito, assinado e carimbado um documento em que a PUC-Rio se compromete a "construir, em local apropriado, um abrigo para os gatos, colocar uma caixa de areia para dejetos e assumir a responsabilidade pela alimenta��o deles."

Os protetores aceitaram a proposta, o que me leva a crer que este abrigo n�o ser� uma c�mara de horrores como o famigerado "gatil" do Jockey. Flavya Mendes-de-Almeida sugeriu que as gatas fossem castradas, e a supervisora n�o s� concordou com a medida como se prop�s a procurar veterin�rios para ajudar a universidade nesse sentido.

Civilizado, digno, humano. Assim � que se faz.

* * *

Sei que � chover no molhado, mas n�o posso deixar de elogiar "O universo ao meu redor", da Marisa Monte. � um CD delicado, delicioso, um encanto s� -- que, entre outras maravilhas, revela um surpreendente lado sambista de Adriana Calcanhoto, artista que se supera a cada temporada.

O CD � um primor de cuidados, da apresenta��o aos arranjos. Infelizmente, tem um defeito imperdo�vel: prote��o contra c�pia para iPods, incompreens�vel a essa altura do campeonato. Para que penalizar justamente os consumidores tementes a Deus que o compraram, quando � t�o f�cil baix�-lo da internet e pass�-lo para o iPod sem qualquer perrengue?

Grande, imenso gol contra, que o lindo trabalho de Marisa Monte n�o merecia.

(O Globo, Segundo Caderno, 23.3.2006)





26.3.06


Home is the sailor










De novo a bordo: janelinha b�sica










Sampa










Digo, DESTA. T9... sigh...










Festa vez n�o consegui janela...










Adeus, Floripa!









25.3.06


The end










Um dia perfeito para o peixe banana










Assinatura com cogumelos










O c�o contemplativo c�otemplativo










Mosaico homenageando as corujinhas










Corujinha buraqueira









Logo ali, (mais) uma vergonha nacional

Estou hospedada no Cost�o do Santinho, um bonito resort em Santa Catarina. N�o que desse para ver muita coisa � hora que chegamos, mas olhando assim por alto, do �nibus, e recordando uma visita anterior, a regi�o parece um local calmo, pac�fico, civilizado.

Lamentavelmente, n�o �.
Exmo. Sr. Luiz Henrique da Silveira,
Governador do Estado de Santa Catarina,

Na qualidade de vice-presidente do F�rum Nacional de Prote��o e Defesa Animal estou informando a V. Exa. que na Rodovia Vereador Onildo Lemos, nr. 2128, no Santinho, na ilha, h� um boizinho branco, mocho ou com chifres pequenos, animal que chegou escondido numa Kombi e que aguarda a triste sina de ser torturado, perseguido � exaust�o e morto por uma turba de b�bados desordeiros, praticantes da famigerada Farra do Boi, que � crime ambiental e que foi confirmada como tal pelo Supremo Tribunal Federal.

Moradores contr�rios � Farra do Boi ligaram para os telefones da Pol�cia Militar, que estavam sempre ocupados. N�o podemos nem imaginar que algu�m tenha tido a id�ia de tirar o fone do gancho de uma corpora��o encarregada de zelar pela ordem e combater o crime. N�o queremos acreditar em tal hip�tese, mas j� temos recebido reclama��es neste sentido. Sugerimos enfaticamente que V. Exa. mande verificar o que est� ocorrendo com os telefones da PM.

A partir do momento em que V. Exa. est� informado do endere�o exato do local onde est� escondido um animal franzino, pequeno, aguardando uma morte sofrida, a lei ordena a V. Exa. que envie uma for�a policial ao local para apreender o animal. Na casa onde o pobre animal se encontra h� uma vaca de leite e galinhas. O boi branco surgiu h� dois dias e foi denunciado por moradores, que viram a sua chegada. Praticantes da farra est�o indignados, pois o animal � manso e indefeso e o est�o chamando de "vaca". Imagina-se o que esta gente far� para irrit�-lo e acu�-lo.

Ali�s, outra informa��o que passamos a V. Exa. neste momento � que os bois est�o sendo transportados em Kombis e pequenos caminh�es, cobertos com lona. Ora, para que os animais caibam numa Kombi n�o � necess�rio grande exerc�cio de imagina��o para deduzir-se que se trata de novilhos, mal sa�dos da condi��o de bezerros. Este jogo em que a popula��o farrista finge que n�o h� bois e em que a pol�cia finge que n�o est� vendo nada � um show de hipocrisia e cabotinismo intoler�veis.

A esmagadora maioria da popula��o catarinense � contr�ria � Farra do Boi. Portanto, fazer "vista grossa" para este divertimento bo�al objetivando agradar a um eleitorado minorit�rio, sem educa��o e sem cultura, mantendo-o nesta condi��o e fornecendo-lhe "boi e circo" � coisa de Nero, de Cal�gula, chefes de Estado inimagin�veis num Estado de Direito.

No ano passado, no munic�pio de Governandor Celso Ramos, na praia de Ganchos, a Prefeitura Municipal instalou carros de som, em que a m�sica mais berrada era "Cowboy Veado". Este � o tipo de cultura que se deseja disseminar entre um povo carente de educa��o e de cultura?

A partir deste momento, como V. Exa. bem sabe, os princ�pios do Direito Administrativo que regem sua atua��o como agente pol�tico lhe imp�em que cumpra seu dever funcional, caso contr�rio V. Exa. estar� praticando crime de prevarica��o.

Gostaria de lembrar-lhe que, com o advento da internet, as informa��es circulam rapidamente. Caso V. Exa. decida omitir-se no combate a este desvio coletivo de comportamento representado pela Farra do Boi, assim definido pela psiquiatra Dra. Nise da Silveira, n�o hesitaremos em fazer uma gigantesca corrente pela internet e pelos sites do Orkut, orientando internautas que combatem o sadismo a n�o votarem em nenhum candidato do PMDB em todo o pa�s. Portanto, os votos que seu partido porventura arrebanhar entre os farristas certamente n�o compensar�o danos de imagem irrepar�veis que poderemos impor ao PMDB pela omiss�o de V. Exa.

Senhor Governador, reprimir a Farra do Boi nada mais � do que o cumprimento de seu dever de Chefe do Executivo em obedi�ncia � decis�o da Corte Suprema Constitucional do Brasil.

Estamos atentos ao que ocorre nos locais farristas de Santa Catarina.

Ana Maria Pinheiro
Vice-Presidente
F�rum Nacional de Prote��o e Defesa Animal
Devo dizer que me sinto horrorosamente angustiada de estar t�o perto deste pobre animalzinho, que ignora o terr�vel destino que o espera, e n�o poder fazer nada.

Cesar Valente, meu querido amigo manezinho, como se pode despertar o governador da sua (dele) letargia?! O que podemos fazer para evitar esta bo�alidade medieval, este desvio de car�ter, esta patologia inexplic�vel?!


UPDATE:

Cesar Valente escreveu sobre o assunto num fenomenal jornalzinho local chmada "Diarinho -- Di�rio do Litoral". � um tabl�ide que trata assuntos graves com a maior irrever�ncia, n�o tem filia��o pol�tica alguma e � o que eu j� vi de mais parecido com o falecido Pasquim dos anos 70. As manchetes s�o o que a gente comentaria na mesa do boteco. Exemplos: "Tiroteio deixa os manezinhos cagados de medo". A not�cia, apesar da linguagem, � tratada com uma seriedade de deixar muito jornal "s�rio" encabulado.

Resultado: sucesso total. S�o tirados 10 mil exemplares que chegam �s ruas �s 7hs. �s 8hs est�o esgotados. J� viu que se eu morasse aqui tava frita...

As colunas do Cesar, que � o titular da p�gina 3, no less (voc� abre o jornal e d� de cara com ele), est�o todas num blog, vejam l�: De olho na capital.

Cesar, Valente que � (ta� um trocadilho que ele n�o deve mais ag�entar ouvir, mas � t�o bom que � inevit�vel) pegou o touro � unha -- ao contr�rios dos covardes que se "divertem" por aqui -- e abordou a quest�o de forma ampla e, embora muitos defensores de animais radicais possam discordar -- humana.

Leiam, � talvez o que de mais equilibrado e sensato j� se escreveu sobre a Farra do Boi e o papel no estado nessa hist�ria toda.





24.3.06


Com os meus cumpadi e uns camar�es










Pondo a correspond�ncia em dia










Um break










Este � o hotel, do lado de fora










Um lindo dia









23.3.06


Chove torrencialmente: um clar�o de raio










Ningu�m � de ferro!










Meu quarto










Nem tudo s�o flores










Ol�!









22.3.06


Estamos MORTOS de fome - mas a palestra continua...










Pronto: ao trabalho










O improv�vel acontece: chegamos!










Ainda � espera...










Fazendo hora

Por causa da chuva, um avi�o derrapou na pista principal e se
acidentou. At� tirarem ele de l�, vamos ficar mofando no interior da
aeronave. J� estamos com atraso de uma hora, e � s� o come�o: depois
que liberarem a pista, a prioridade � dos avi�es que est�o no ar, �
espera de autoriza��o para pouso... *suspiro*

--

Blog: http://cronai.com
Fotos: http://www.flickr.com/photos/cronai







Bom, pelo menos embarcamos










A bordo, mas � espera










Dizem que fechou o aeroporto...










Chove muuuito!










E l� se vai nosso lindo aeroporto










L� vou eu...










Keaton e os mist�rios da hidrologia









Em casa, afinal




Prontinho: para quem queria ver a roupa com que fui � festa ontem.






Com Andr�a










Ximenes e Bel de Luca









21.3.06


A plat�ia










Gran Finale










Afro Reggae










Dona Vit�ria










Marieta e Andr�a










Bel de Luca, Breno Silveira, blogueira










O Rappa










Dr. Dr�uzio, Agostinho e Moreno










Cora e Chico










Nossos apresentadores










Come�ou a cerim�nia










Adauto Novaes










Miriam










Merval e Ancelmo










Zuenir e Lu�s Garcia










...










Ana Cristina Reis e Arnaldo Bloch










Meus �dolos










H� v�rias est�tuas vivas










Pr�mio Faz Diferen�a










Chico e Xex�o










Minha aposentadoria est� garantida...










Os livros chegaram!









20.3.06




Ent�o, como eu ia dizendo...

Quando escrevi a cr�nica sobre Mam�e, no seu anivers�rio, ela ficou, como diria a Manoela, com um vago sentimento de bola��o: "Voc� escreve essas coisas todas, a� todo mundo vai achar que eu sou sei l� o qu�...

Tranq�ilizei-a; disse-lhe que ningu�m, jamais, acharia que ela � sei l� o qu�. Na verdade, ela muito mais do que sei l� o qu�.

Ontem, por exemplo, bateu os recordes brasileiro e sul-americano de 100 metros peito. O recorde anterior era da Maria Lenk. N�o � a primeira vez que isso acontece, mas � a primeira vez que acontece quando Mam�e est� no meio da faixa et�ria.

Funciona assim: em Masters, as faixas s�o classificadas a intervalos de cinco anos, 50-55, 55-60, etc. Naturalmente, h� quanto menos tempo voc� est� naquela faixa, maiores s�o as suas chances: entre uma nadadora de 50 e uma de 55 anos, em iguais condi��es f�sicas e t�cnicas, a de 50 tem, claro, mais chances de se sair melhor do que a de 55.

Mam�e est� na faixa 80-85, mas est� com 82. Quer dizer: ela mais em forma HOJE do que estava h� dois anos! Pode, isso?!

Mas n�o pensem que ela apenas bateu o recorde sul-americano; ela tamb�m fez o melhor �ndice t�cnico de toda a competi��o. Isso eu explico depois para quem n�o sabe o que �, mas para os nadadores da casa informo: nos 100 metros borboleta, seu �ndice foi 108; nos 50 peito, 108,40; nos 100 peito (este em que ela bateu os recordes brasileiro e sul-americano), 118,11; e fez mais um 108, mas n�o consegui descobrir na papelada em qu�.

Agora, o mais bonitinho da hist�ria: este foi o D�cimo Campeonato Masters Mais Mais, em comemora��o aos cem anos do Iate Clube Brasileiro -- e o nome do trof�u feminino era, adivinhem, Nora Tausz R�nai! O trof�u masculino homenageava o Helio de Oliveira Silva, o Paluka.

Cada participante ganhou uma medalha redondinha; a medalha retangular � uma das medalhas que a Mam�e abiscoitou, e que veio mostrar para a gente com uma alegria meio safada na voz:

-- Infelizmente, desta vez, n�o tenho nenhuma de prata ou bronze para voc�s verem como eram...

Huahuahuahuahuahuahuhauhauhauha!!!

� big, � big, � hora � hora � hora, ha-tchim-bum!!!






A caixa d� seus �ltimos suspiros...






A caixa aparentemente indestrut�vel que a Monica R. mandou (sem saber) de presente para a Keaton est�, pelo visto, nas �ltimas; mas quem diz que a Keaton liga?

De qualquer forma, h� que se reconhecer a excel�ncia da ind�stria germ�nica. Caixa alguma foi t�o usada, ou durou tanto tempo, quanto a que trouxe as minhas lindas sand�lias da Alemanha.

Mais uma vez, Monica querida, muito obrigada: cada vez que olho para os meus p�s ou para a minha gatinha curtindo t�o feliz esta caixa, meu cora��o se aquece.





19.3.06


Bom dia!










Meu brinquedo novo




H� tempos penso em voltar a fazer m�sica.

Meu sonho era um violoncelo, n�o s� porque � dos meus instrumentos favoritos, mas tamb�m porque, tendo tocado violino, acho mais f�cil recome�ar em cordas do que em outro naipe.

Este � um violoncelo barroco: um pouco menor do que os modernos, e sem espig�o, aquela ponta comprida em que se ap�iam seus primos mais recentes.

Quem nos apresentou um ao outro foi a Laura, naturalmente, que acha que nenhuma casa est� bem equipada enquanto n�o tiver pelo menos meia d�zia de instrumentos diferentes. E a minha posi��o est� provavelmente a l�guas do correto, mas ainda n�o comecei as aulas e estava tocando de orelhada.

Se � que se pode chamar o barulho que eu fiz de tocar.





18.3.06


Depois da chuva










Botafogo










Botafogo










Botafogo










Botafogo










Botafogo










Botafogo










Botafogo










Botafogo










Botafogo










Botafogo










Botafogo










Da s�rie Eu amo a minha cidade: Botafogo










Tsk, tsk, tsk

Pessoas, minha querida amiga Magaly fez 79 anos no �ltimo dia 7... e me esqueci!

Magaly tem o �timo blog Eu pensando e merece um abra�o bem apertado de todos n�s: vamos l�?






Morram de inveja... :-D

Al�m da minha famosa xar� capivara, tenho algumas lindas xar�s quadr�pedes espalhadas por a�. Outras pessoas dividem esta honra comigo e s�o xar�s de c�es e gatos.

Agora, pergunto: voc�s conhecem algu�m que seja xar� de uma jaguatirica linda dessas?!

Pois eu sou, t�?

A Luciana Pordeus, que acolhe os animais mais interessantes, est� cuidando desta florzinha, cuja m�e foi ca�ada e comida, e que estava sendo engordada para acabar na panela. Salvou-a, e chamou-a de Cora.

Resultado: tou que tou, a pr�pria Rainha da Cocada Preta. Se eu n�o der bom-dia ou andar uns dias de nariz pro alto, reparem n�o -- � que ser xar� de jaguatirica vai me subir � cabe�a.





17.3.06


Pipoca e Z�










Vai sair e me deixar sozinho?!










O bichinho fechado










W300i









16.3.06


Testando um telefoninho simp�tico










Pipoca










A quadratura do c�rculo









Cada doido com sua mania

A internet � cheia de maluquices, algumas mais malucas do que as outras, algumas at� divertidas. Volta e meia pipocam entre os blogs, por exemplo, e-mails pedindo aos destinat�rios que revelem algo a seu respeito, e que encaminhem as perguntas a outras cinco ou seis v�timas. S�o quase correntes, mas sem as chantagens irritantes do g�nero, e com um jeito simp�tico de jogo. Ao longo desses anos todos, j� falei de livros e filmes favoritos, de objetos ou pessoas que levaria para uma ilha deserta, de coisas de que gosto porque gosto, de coisas que n�o faria por nada no mundo. Comparar as listas � sempre interessante, e d� pano para as mangas nos coment�rios.

A mais recente dessas brincadeiras nasceu em Portugal, e pede aos bloguistas, que � como se chamam os blogueiros de l�, que enunciem cinco manias suas, "h�bitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais." Achei engra�ado, topei, mas confesso que tive certa dificuldade em diferenciar mania do que me parece comportamento perfeitamente normal -- como, por exemplo, conversar com os gatos. Eis o que respondi:

1. Tenho mania de telefone celular; n�o � apenas deforma��o profissional, � mania mesmo. Apesar de s� ter dois ouvidos, como todo mundo, tenho uma meia d�zia deles: n�o tenho coragem de p�r fora os antigos. Nunca saio de casa sem carregar pelo menos dois. Um dia desses sa� correndo, esqueci de peg�-los, e quase parei numa operadora no meio do caminho para comprar outro deste artigo de primeira necessidade sem o qual me sinto completamente desconectada. Felizmente, um raro lampejo de lucidez, aliado a um rombo glorioso no banco, me fez ver o absurdo da coisa.

2. Tenho mania de livros e DVDs. Tenho mais de uns e de outros do que jamais conseguirei ler e/ou ver, mas n�o resisto e acabo gastando horrores nisso. Minha desculpa: � que acho que quando me aposentar n�o vou ter dinheiro para tais extravag�ncias, e estou garantindo o meu futuro.

3. Tenho mania de me deitar no ch�o da sala para ouvir m�sica e conversar com os gatos. Horas a fio.

4. Tenho mania de sabonetes e shampoozinhos de hotel. Tenho montes. A�, quando vou tomar banho, olho para os potinhos enfileirados e penso: "Para onde � que eu vou hoje?" Fecho os olhos, e o potinho e o cheiro me levam de volta aos lugares por onde andei.

5. Tenho mania de maquiagem chique e estou convencida de que, dentro de mim, vive uma perua ensandecida louca para se manifestar. Gasto pequenas fortunas em produtos de beleza. �s vezes esvazio as gavetas em cima da cama e passo horas entretida com meus ricos tesourinhos, arrumando-os ou por tipo (l�pis, blush, batom) ou por marca (Guerlain, Lanc�me e Mac, minhas favoritas). O �nico problema � que... n�o uso maquiagem!

* * *

Este �ltimo item me deu o que pensar. Usar maquiagem n�o � uma imposi��o da moda ou da publicidade, embora elas ajudem -- e muito -- no processo. Mas as eg�pcias j� se pintavam h� seis mil anos, bem antes da sociedade de consumo e, ao que eu saiba, n�o h� registro de uma �nica cultura ou civiliza��o em que n�o se pintasse corpo e rosto. Portanto, algo mais profundo do que os outdoors me leva a isso; agora s� me falta descobrir por que praticamente n�o uso essas coisinhas t�o tentadoras, cheirosas e bem embaladas.

* * *

Enquanto a gente fica inocentemente brincando de manias bobas na internet, coisas perversas acontecem no mundo real. N�o bastasse a persegui��o implac�vel que o Jockey Club vem movendo aos pobres gatos que l� s�o abandonados, agora foi a vez da PUC mostrar que n�o � l� muito cat�lica.

Como praticamente todas as col�nias de gatos de rua, a da PUC tamb�m tinha seus protetores, que os alimentavam, vacinavam e conheciam um por um. Sabe-se l� por qu� a dire��o da universidade -- que � uma institui��o de ensino, e como tal deveria dar exemplo de respeito � vida -- cismou com os bichinhos. Amea�ou envenen�-los mas, provavelmente com medo da repercuss�o negativa que teria um mortic�nio de tal monta, simplesmente recolheu os coitadinhos e despejou-os, sem mais nem menos, no Parque da Cidade.

Ora, estamos falando aqui de seres vivos que nasceram e cresceram naquele ambiente, onde recebiam afeto e cuidado, e onde conheciam cada cent�metro quadrado. Uma das gatinhas despejadas tinha 18 anos, o que, em termos humanos, equivaleria a jogar um anci�o centen�rio no olho da rua. Pelo menos cinco gatos morreram durante a a��o truculenta desta "escola" que se quer crist� (!); os protetores, aflitos, temem, com raz�o, pelo destino dos demais.

� assustador como, cada vez mais, quem devia dar exemplo neste pa�s faz exatamente o contr�rio do que se espera. Da PUC, supostamente civilizada e humana, eu esperava generosidade, toler�ncia e compaix�o. Afinal, educar n�o � s� cobrar a mensalidade dos alunos; �, entre outras coisas, demonstrar, na pr�tica, como devemos proteger os mais fracos e como fica mais rica a nossa vida em harmonia com a natureza e com os animais.


(O Globo, Segundo Caderno, 16.3.2006)





15.3.06


Telexpo 2006

A Telexpo costumava ser a feira mais quente das telecomunica��es; era "o" lugar para encontrar todo mundo, e para fazer aquilo que, em bom portugu�s, continua se chamando de "networking", isto �, estreitar rela��es, ouvir uns boatos, espalhar outros, essas coisas. Algo estranho, por�m, aconteceu este ano: com exce��o da Nextel, que � uma esp�cie de universo paralelo no mundo da comunica��o m�vel, nenhuma operadora compareceu.

Resultado: uma feira morna, sem grandes emo��es -- exceto aquelas provocadas por novos lan�amentos em quem gosta de estar em dia com as novas novidades.

Apesar da aus�ncia das operadoras, pode-se dizer que, de certa forma, Marco Aur�lio Rodrigues, presidente da Qualcomm no Brasil, falou pela Vivo: � que a Qualcomm � a empresa que est� por tr�s da tecnologia CDMA, adotada pela operadora -- que enfrenta problemas que a concorr�ncia GSM n�o tem. O mais s�rio deles � a falta de cobertura digital nacional. Em Minas e no Nordeste, por exemplo, a cobertura da Vivo ainda � anal�gica, o que, al�m de impedir a oferta de uma s�rie de servi�os interessantes, permite a clonagem dos celulares:

-- Isso, basicamente, � quest�o de interesse p�blico -- diz Marco Aur�lio. -- Estamos falando de 30 milh�es de usu�rios! A Anatel deveria garantir tratamento ison�mico para a �nica operadora CDMA do pa�s: j� foram feitas at� agora oito ofertas de freq��ncias GSM, de 1,8GHz, e nenhuma para CDMA, em 1,9GHZ. Veja o paradoxo: a operadora com o maior n�mero de assinantes �, ao mesmo tempo, a que possui a menor quantidade de espectro.

� um argumento eloq�ente, dif�cil de contestar. A op��o preferencial do pa�s pelo GSM � boa, mas melhor ainda � ter um "ecossistema" diversificado, com tratamento igual para todas as empresas por parte do governo e as conseq�entes concorr�ncia e possibilidades de escolha para os usu�rios.

Apesar da estonteante quantidade de celulares GSM apresentados na Telexpo, um dos lan�amentos mais interessantes rolou, justamente, na praia do CDMA: o Kyocera KR1 Mobile Router, ou seja -- um roteador EV-DO para aquelas fenomenais plaquinhas PCMCIA que, habitualmente, a gente usa no notebook. Bom, imaginem: espeta-se a plaquinha neste roteador, e a ele conectam-se todos os computadores da casa.

Em dois tempos, est� no ar uma aut�ntica rede banda larga. A id�ia � �tima, e o funcionamento, nas �reas j� cobertas pelo EV-DO, muito bom. Eu sei porque, por sorte, moro numa dessas �reas e tenho uma dessas plaquinhas: a velocidade de acesso do meu notebook, com ela, deixa a do desktop no chinelo.

No mais, guardem um nome: Pantech. Alguns dos telefones mais criativos em exibi��o s�o crias desta empresa relativamente pouco conhecida no Brasil, mas segunda fabricante da Cor�ia. Show!

(O Globo, Info etc., 13.3.2006)






Keaton e a caixa duradoura










Cobertura completa!

Mais r�pida do que o raio, mais veloz do que o trov�o, a Ju j� postou no Flickr uma �tima cole��o de fotos do lan�amento!

Corram l� pra ver... :-)

PS: Muito obrigada a todos os amigos que foram! Eu fiquei no meu cantinho assinando livros, que era a minha fun��o, e nem tive tempo de sacar do telefone para fazer umas fotos, mas me parece que a festa foi simp�tica e que o astral estava muito legal.

Update: O Lucas criou um blog geral, para onde todos podem subir as suas fotos da noite, dos encontros dos amigos, etc. Fica AQUI.





14.3.06


Lembrete: � hoje!






O lan�amento � no 00, na Rua Padre Leonel Franca 240, G�vea, ali ao lado do Planet�rio, a partir das 20h30.

O livrinho e eu esperamos por voc�s l�!






Barulhinho bom

Um dos novos CDs de Marisa Monte, "Universo ao meu redor", � uma j�ia: lindo em tudo, do visual aos sons que v�m l� dentro.

H� um samba, particularmente, que � daqueles que fica rodando na cabe�a e n�o sai mais, de t�o bonito: "O bonde do dom", de Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e da pr�pria Marisa.

Diz assim:
Novo dia
Sigo pensando em voc�
Fico t�o leve que n�o levo padecer
Trabalho em samba e n�o posso reclamar
Vivo cantando s� para te tocar
Todo dia
Vivo pensando em casar
Juntar as rimas como um pobre popular
Subir na vida com voc� em meu altar
Sigo tocando s� para te cantar
� o bonde do dom que me leva
Os anjos que me carregam
Os autom�veis que me cercam
Os santos que me projetam
Nas asas do bem desse mundo
Carregam um quintal l� no fundo
A �gua do mar me bebe
A sede de ti prossegue
Eu sei que s� a letra n�o d� id�ia da m�sica, mas ou�am, ou�am: j� est� espalhado por toda a rede. Outra (grande) surpresa � um samba de primeir�ssima da Adriana Calcanhoto, que nunca fez samba na vida: "Vai saber?". Pois �, vai saber...

O segundo CD, "Infinito particular", irm�o deste aqui, ainda n�o ouvi -- e, pelo andar da carruagem, n�o vou ouvir t�o cedo. Sou daquele tipo que quando cisma com um CD ou uma m�sica fica ouvindo o dito CD ou m�sica dias a fio.

Agora, no meu hit parade, s� d� "Universo ao meu redor".





13.3.06


...










Intervalo










Ufa! Cheguei a tempo.










YIKES! Estou atrasad�ssima!!!










Ao vivo e em cores!

Povo, daqui a pouco, mais exatamente �s 16hs, estarei no programa Sem Censura, da Leda Nagle, falando do "Caiu na Rede".






Venha cair na rede!










O que voc�s N�O v�o ler no Globo...

Eis que amanh�, ter�a-feira, a vossa blogueira lan�a, no 00, uma pequena antologia de ap�crifos que circulam pela internet, ou seja: aqueles textos atribu�dos a autores que jamais os escreveram, mas que provavelmente jamais se livrar�o deles.

Enfim: um livro com textos 100% falsos!
A minha colega Suzana Velasco escreveu uma mat�ria para o Segundo Caderno que sairia amanh�; no entanto, descobriu-se que a capa do Megazine de ter�a �, justamente, o livrinho.

Seria badala��o demais, ainda por cima para algu�m da casa. De modo que a mat�ria da Suzana caiu. Para que o trabalho e o texto dela n�o se percam de todo, por�m, eu os trouxe para c�:
"Quem nunca recebeu pela internet um novo ou in�dito texto e Luis Fernando Verissimo e o repassou para um amigo? De e-mail em e-mail, o texto se tornou famoso, mas Verissimo nunca escreveu nada parecido. A esp�cie de pegadinha, que j� foi feita com nomes como Carlos Drummond de Andrade, Jo�o Ubaldo Ribeiro e Gabriel Garc�a M�rquez, tornou-se t�o popular que motivou a jornalista Cora R�nai, colunista do GLOBO e editora do caderno Inform�ticaetc, a organizar o livro "Caiu na rede", uma antologia desses "cl�ssicos" que circulam na internet. O livro, que ser� lan�ado pela Agir (Ediouro) amanh�, �s 20h30m, no 00, chega acompanhado de um blog (www.livrocaiunarede.com.br), disposto a receber novos textos e esclarecimentos sobre sua autoria.

Cora selecionou os textos pela sua popularidade e circula��o e incluiu no livro cr�nicas de alguns escritores que comentaram sobre eles. Arnaldo Jabor, por exemplo, tratou do tema na cr�nica "Eu nunca escrevi o 'Bunda dura?", enquanto Verissimo, recordista quando se trata de falsa autoria, escreveu sobre "Quase", que chegou a ser inclu�do numa antologia do escritor na Fran�a. Mas o primeiro grande cl�ssico falso da rede foi, segundo Cora, um discurso supostamente do americano Kurt Vonnegut, que come�ava com a recomenda��o "Usem filtro solar".

-- O texto sobre o filtro-solar � um texto espetacular, uma esp�cie de filosofia popular de muito bom senso. Ele foi escrito pela Mary Schmich, do "Chicago Tribune", mas se fosse mandado com seu nome ningu�m leria. At� a revista "Time" caiu -- diz Cora, que, desconfiada, descobriu a verdadeira autoria e comentou o caso numa cr�nica, em 1997.

Para Cora, este foi um caso t�pico de um bom texto cuja autoria foi alterada para chamar a aten��o. Mas ela diz que h� tamb�m quem troque o pr�prio nome para divulgar seus escritos. E nesse troca-troca at� Clarice Lispector vira poeta, e das ruins. Segundo a jornalista, a Ediouro foi cuidadosa em descobrir os reais autores dos textos e pedir sua autoriza��o.

? As pessoas tentam at� copiar o estilo dos escritores. E, depois que os textos se espalham, � dif�cil corrigir isso. Todo mundo continua achando que o texto "O direito ao palavr�o" � do Mill�r Fernandes -- diz Cora.

Essa sina de vincular um texto a um escritor vem da era pr�-internet. O poema "Instantes" j� � t�o atribu�do a Jorge Luis Borges que a vi�va do escritor argentino teve que pedir para n�o receber seus direitos autorais. Mas � foi a facilidade de veicula��o na internet que tornou os casos um fen�meno. E � tamb�m na rede que a quest�o � debatida. Cora cita os escritos em blogs de Vanessa Lampert e Betty Vidigal como esclarecedores do tema, que, como a internet, n�o tem data para se esgotar."
De modo que voc�s j� ficam sabendo, e est�o todos convidados: a partir das 20h30, no 00, simp�tico restaurante da G�vea, na Rua Pe Leonel Franca 240, extamente ao lado do Planet�rio. Vou ficar feliz mesmo com a presen�a de voc�s.

Ah, e hoje, logo mais, �s 16h00, falarei um pouco sobre o livro no Sem Censura, da Leda Nagle.





12.3.06

Esque�a a l�gica

A DAMA DE HONRA
O romance original � de Ruth Rendell, a dire��o � de Claude Chabrol e o personagem principal, Philippe, � feito por Beno�t Magimel, um ator de primeir�ssima linha. Em suma, "La demoiselle d'honneur" (no original) tinha tudo para ser uma obra-prima. Mas, infelizmente, acaba ficando pelo meio do caminho. A a��o gira em torno da paix�o avassaladora de Philippe, rapaz s�rio e trabalhador, e Senta (Laura Smet), candidata a atriz que vive no mundo da lua, entre bicos, pequenos pap�is e declara��es que tanto podem ser verdade quanto mentira.

O problema � que, se j� � dif�cil entender a paix�o desvairada de Philippe por Senta, entender a paix�o delirante dela por ele � francamente imposs�vel. Sim, a gente sabe que os opostos se atraem, mas at� para que este chav�o funcione � preciso um certo je ne sais quoi que falta a essa hist�ria.

Ainda assim, "A dama de honra" n�o � um filme de todo ruim. Deixando a l�gica em casa, � poss�vel passar duas horas no cinema sem t�dio, o que, hoje em dia, n�o � dizer pouco.

(O Globo, Rio Show, 10.3.2006)





11.3.06


E uma planta bem cuidada










Encontrei b�pedes e quadr�pedes










(Ei-los...)







Sa� com uma sand�lia horr�vel










VIVA, BIPE!!!

Hoje � o dia do anivers�rio da Bia, mas podem me dar os parab�ns: eu n�o fiz um bom servi�o?

;-)

Parab�ns, Bia minha queridinha: que esta �poca particularmente feliz da tua vida se repita por muitos e muitos anos.

Todos n�s aqui em casa, b�pedes e quadr�pedes, adoramos voc�.






A corrente das manias

A Bia Badaud me mandou uma corrente que, como ela bem observou no seu (dela) blog, pelo sotaque deve vir l� da terrinha:
"Cada bloguista participante tem de enunciar cinco manias suas, h�bitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E al�m de dar ao p�blico conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, n�o se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Ademais, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue."

Hmmmm, vejamos:

  • Tenho mania de telefone celular; n�o � deforma��o profissional n�o, � mania mesmo. S� tenho duas orelhas, mas tenho uma meia d�zia deles, e nunca ponho fora os antigos. Nunca saio de casa sem pelo menos dois; no outro dia sa� correndo, esqueci de peg�-los e quase parei numa operadora qualquer para comprar este artigo essencial sem o qual me sinto completamente desconectada. Felizmente, um raro lampejo de lucidez, aliado a um rombo glorioso no banco, me fez ver o absurdo da coisa.

  • Tenho mania de livros e DVDs. Tenho mais de uns e outros do que jamais conseguirei ler e/ou ver, mas n�o resisto e acabo gastando muito mais nisso do que devia. � que acho que quando me aposentar n�o vou ter dinheiro para essas extravag�ncias e estou garantindo o meu futuro.

  • Tenho mania de me deitar no ch�o da sala para ouvir m�sica e ficar conversando com os gatos.

  • Tenho mania de sabonetes e shampoozinhos de hotel. Tenho montes. A�, quando vou tomar banho, olho para aqueles potinhos e penso: "Para onde � que eu vou hoje?" Fecho os olhos, e o potinho e o cheiro me levam de volta para os lugares por onde andei.

  • Tenho mania de maquiagem chique e estou convencida de que, dentro de mim, vive uma perua enlouquecida. Gasto pequenas fortunas em bases, batons, p�s, sombras, kohl, o diabo. �s vezes esvazio as gavetas em cima da cama e arrumo os meus ricos tesouros, ou por tipos (l�pis, blush, compactos) ou por marcas (Guerlain, minha favorita, Lanc�me, Mac). O �nico problema � que... eu n�o uso maquiagem! Este ano, ali�s, estou fazendo um valente esfor�o para andar mais arrumada e usar meus brinquedinhos antes que percam a validade.

    Passei a corrente pra Van, pro Nelsinho, pro Ribondi, pra Paula e pro Lucas, mas quem quiser participar da brincadeira a� nos coment�rios � muito bem-vindo.






  • Parab�ns, Nelsinho!!!

    Gente, a Diretoria Social aqui do botequim anda vacilando: ontem foi anivers�rio do nosso querido Nelsinho, e s� descobri agora, l� na Van Or, onde fui ver as fotos que ela fez na Travessa com a Mam�e, a Laura e a Ju.

    Pode isso?!

    � Diretoria Social, toma jeito!

    (Por falar nisso: quem � a Diretoria Social?)

    De qualquer forma, ainda que com atraso, este blog deseja ao Nelsinho todas as felicidades do mundo.

    OT: Proc�s verem como � o mundo moderno: a Van me ligou dizendo que por acaso havia se encontrado com a Mami, a Laura e a Ju na livraria, jantando. Eu estava saindo do jornal, entrei no taxi e liguei pra Laura -- quem sabe elas ainda n�o estavam l�?

    Pois estavam; tinham acabado de pagar a conta.

    Pedi que me esperassem um pouquinho, mandei o taxi tocar pra Travessa e ainda comi uma coisinha em companhia da fam�lia.

    Depois ainda tem gente que n�o gosta de celular...





    10.3.06


    Keaton, ansiosa para estudar










    Ai que soooooono...










    Bom dia! Net manda beijos pro Lucas...









    9.3.06


    As grandes fotos n�o mentem jamais

    Melhor que um disso, s� dois disso:
    o fino olhar de Fl�vio Damm em duas exposi��es seguidas



    Reparem: o mundo est� cheio de fotos. Agora mesmo, neste exato momento, onde quer que voc�s estejam lendo isso, h� in�meras, incont�veis fotos ao seu redor. Elas est�o soltas, dispersas no ar, apenas esperando que um olho atento as perceba e traga at� n�s, como min�sculas fra��es de tempo eternizadas.

    O mais interessante � que, at� num mesmo momento e lugar, jamais haver� dois olhares iguais; de modo que as fotos nunca se repetem, ainda que, �s vezes, possam ser parecidas. � nas sutis diferen�as que guardam entre si, no entanto, que se esconde a Grande Arte -- um jeito de ver, um �ngulo, uma hist�ria que se conta.

    Para quem tem um m�nimo de sensibilidade visual -- e � razo�vel supor que quem vem a uma mostra de fotografia tenha bem mais do que isso -- as fotos revelam tanto da alma por tr�s do olho quanto das imagens para al�m da lente.

    H� 60 anos, Fl�vio Damm se dedica a nos mostrar o que viu, de acontecimentos hist�ricos a pequenos momentos da vida cotidiana. H� 60 anos ele nos mostra, quadro a quadro, porque � um dos maiores fot�grafos deste nosso pa�s de grandes fot�grafos. Seria dif�cil fazer um retrato seu mais fiel do que o que contam essas imagens, colhidas entre os milhares de negativos dos seus arquivos meticulosamente rganizados.

    Em todas h� o tra�o comum do olhar generoso e inteligente, a cultura da composi��o, a eleg�ncia. H� tamb�m um senso de humor que n�o se cont�m diante de nada, do ditador prosaico tomando cafezinho ao presidente alado, da morte que atravessa a rua, mal disfar�ada, �s velhinhas que fazem pendant com seus gatos, no jardim.

    H� uma mente extremamente alerta se mostrando nessas fotos, uma curiosidade quase mals�. H� reflexos de ca�ador por tr�s dos sorrisos, dos p�ssaros, das simetrias.

    H�, tamb�m, um olhar profundamente brasileiro. N�o me perguntem como se identifica este olhar, porque n�o sei; s� sei que, sendo eu mesma brasileira, amante da minha terra, me d� gosto me reconhecer nesse jeito de ver o Brasil e o mundo, nessa forma familiar e �ntima de lidar com tudo e todos.

    Durante d�cadas um dos nossos principais fotojornalistas, Fl�vio Damm se dedica, hoje, a fotografar exclusivamente o que quer, para expor e para aumentar a sua s�rie de onze livros j� publicados. Escreve sobre fotografia e acompanha, com aten��o, o trabalho dos colegas. Como todos os verdadeiramente grandes, tem sempre uma palavra de est�mulo para os que come�am, e um entusiasmo genu�no pelo que v� de bom.

    � este entusiasmo sem fim que orienta seu trabalho. Conhecedor profundo da arte e da t�cnica, adora conversar sobre fotografia -- a paix�o de uma vida inteira. Nunca se sentiu atra�do pela foto a cores, e n�o quer saber de c�meras digitais; mas n�o por vagos motivos fundamentalistas, e sim por gostar mais do P&B e estar inteiramente � vontade com suas queridas Leicas.

    Aten��o, porque este detalhe � importante e revelador: o que em tantos fot�grafos da sua gera��o � rejei��o rancorosa, nele � escolha amorosa. Simples assim. � muito bom ver o que Fl�vio Damm viu e v�, n�o s� pelo encanto e pela surpresa de cada foto, mas tamb�m porque se intui, a partir das imagens, a fin�ssima qualidade do ser humano que as registrou.

    Acreditem nos seus olhos.

    � tudo verdade.

    * * *

    Escrevi este texto para uma exposi��o de Fl�vio Damm em S�o Paulo, h� mais de um ano. Agora n�s, cariocas, podemos ver parte da sua produ��o em dois tempos: at� o dia 16, a Galeria Soraia Cals, na G�vea, apresenta "Pelos Brasis afora -- Bahia anos 50", uma sele��o de 64 imagens in�ditas daquela Bahia que vive at� hoje nos romances de Jorge Amado; a partir do dia 17, entra em cartaz "Brasil, um pa�s e seu tempo", com 54 fotos que v�m de 1944 at� hoje.

    A proposta da galeria, inaugurada com as exposi��es de Fl�vio, � interessante. O espa�o � dedicado � fotografia, com um detalhe muito simp�tico e importante: em vez dos cat�logos mais ou menos descart�veis com que estamos acostumados, um livro � editado em fun��o de cada exposi��o. Um livro de verdade, caprichad�ssimo, daqueles que d� gosto ter na estante. Confiram!


    (O Globo, Segundo Caderno, 89.3.2006)






    Lar doce lar










    Voltando pra casa










    Sampa










    Sampa










    Sampa










    Sampa










    Sampa









    8.3.06


    Happy Hour










    Desacelerando










    Caixa de brinquedos da Motorola










    Bunitim... :)










    Vejam que linda!










    Distribui��o de celular? N�o: sorvete!










    Fortes emo��es...










    S� e salva










    Fui!










    Roberta Sudbrack, a Divina










    :-)










    Capivara look










    9










    8










    :-)









    7.3.06


    7










    5










    6










    4










    Brincando de Bluetooth










    3










    2










    1










    S�rgio Zalis por SZ










    A noite promete










    Boa companhia...










    Um dia na vida (ali�s, tr�s)

    Esta n�o est� sendo uma semana feliz em termos de sono para a coruja que vos tecla.

    Ontem, conforme voc�s viram nas fotinhas, madruguei para pegar uma ponte a�rea que n�o se materializou por falta de teto; hoje madruguei para assistir � cabine de um filme que -- s� descobri na hora -- eu j� tinha assistido no festival (e que sequer � l� aquelas maravilhas); amanh�, super-madrugo para, enfim, ir a Telexpo, em S�o Paulo -- caso, claro, as condi��es metereol�gicas assim o permitam.

    Muito sofre quem padece!

    Por outro lado, ontem � noite assisti a um dos filmes mais deliciosos da temporada: "A senhora Henderson apresenta".

    Digo apenas duas coisas: dire��o de Stephen Frears e Judi Dench no papel principal.

    Esta Bonequinha aplaudiu de p�, e s� n�o deu vivas e urros pelo mau humor cr�nico causado pela seq��ncia de noites insones.






    Cabine... a essa hora da manh�!









    6.3.06


    Desisti. Paci�ncia tem limite.










    Os avi�es est�o todos atrasados










    Sim, o ano realmente come�ou...










    Voc�s acreditam?!










    Estante virtual, livros reais

    A assinatura deste recibo pouco convencional (d� pra ler?) encerrou as atividades da J�lia, minha sobrinha do cora��o, como vendedora do Sebo Imperial. � que ela descolou emprego melhor, e agora est� no Estante Virtual, que define assim:
    "O site se prop�e a ser um site de livros usados. O usu�rio busca o livro que est� procurando e recebe uma lista com todos os sebos que possuem o referido livro cadastrado no site. Atualmente temos 100 mil livros online e quase dois milhoes off line -- ou seja, livros que os sebos cadastrados possuem em seu acervo fisico, mas que n�o est�o no cadastro do site. Isso acontece primeiro porque os planos t�m limites para cadastro, e segundo porque, muitas vezes, o pessoal simplesmente tem pregui�a de cadastrar tudo. Mas funciona muito bem, garanto."
    Qualquer pessoa que tenha um sebo e queira cadastr�-lo no site deve entrar em contato com a Ju, em julia@estantevirtual.com.br.

    E quem quiser comprar livros a bom pre�o, � so dar uma clicada aqui.





    5.3.06


    Recadinho da Filha do Maestro

    Laercio & Thalma de Freitas, Pai e Filha, piano e voz. No palco, as m�sicas preferidas de ambos, som de primeir�ssima qualidade e divers�o garantida!

    Ter�a feira, dia 7 de Mar�o �s 20 horas, no projeto "Sinestesias" do Armaz�m Digital, que fica no shopping Rio Design Center do Leblon.

    A entrada � gr�tis: � s� chegar e aproveitar!






    Leme










    Leme










    Leme










    SOS Dona Sirleidi

    Lista de postos de entrega no blog da Rosana.

    Vamos ajudar, gente?






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    Leme










    Leme










    Leme









    4.3.06


    Olha�, Paulo Afonso!

    Finalmente!!!

    Pela primeira vez eu vi o an�ncio do Alma Carioca l� em cima.

    Viva!!!

    Quem est� acompanhando a saga pelos coment�rios sabe que vit�ria � esta; aos demais, apenas recomendo que cliquem no link e curtam o site mais bonito sobre o Rio de Janeiro.






    Relembrando Carlos Pena

    O nosso Raimundo Vasto Mundo, que � uma delicadeza de pessoa, anda notando muitos azuis e sand�lias nas minhas fotos -- e lembrou-se deste lindo soneto de Carlos Pena Filho, jornalista e extraordin�rio poeta pernambucano, prematura e tragicamente morto num acidente automobil�stico:

    Soneto do Desmantelo Azul

    Ent�o pintei de azul os meus sapatos
    por n�o poder de azul pintar as ruas,
    Depois, vesti meus gestos insensatos
    e colori as minhas m�os e as tuas

    Para extinguir de n�s o azul ausente
    e aprisionar o azul nas coisas gratas
    Enfim, n�s derramamos simplesmente
    azul sobre os vestidos e as gravatas

    E afogados em n�s, nem nos lembramos
    que no excesso que havia em nosso espa�o
    pudesse haver de azul tamb�m cansa�o

    E perdidos no azul nos contemplamos
    e vimos que entre n�s nascia um sul
    vertiginosamente azul: azul

    Obrigada, querido amigo: voc� n�o tinha como saber, mas acertou em cheio -- eu gosto demais dos poemas do Carlos Pena.






    G�vea










    G�vea










    G�vea










    G�vea










    G�vea










    G�vea










    G�vea










    G�vea










    G�vea










    G�vea










    G�vea










    D�-lhes, dr. Wanderley!

    N�o h� pior injusti�a do que uma "justi�a" que se finge de morta, que enrola, que n�o funciona porque simplesmente n�o tem vontade ou porque um dos lados � fraco e o outro, poderoso. Assim � o caso do processo movido por Ana Yates contra o Jockey, cobrando daquele clube supostamente elegante um tratamento digno para os gatos que l� v�m sendo mortos em escala industrial. Escreve a Ana, nossa Cidad� Exemplar:
    "Dando uma olhada "nos caminhos" do inqu�rito/processo Jockey, contei que dos 39 meses em que ele tramita, 21 meses foram passados na DPMA (Delegacia do Meio Ambiente). Observei tamb�m, que nunca os prazos dados pelo MP/Juizado foram cumpridos, sempre havendo prorroga��o solicitada (ou n�o) dos prazos dados para as dilig�ncias na DP. Agora (em 25 de outubro de 2005 foi pra l�), por exemplo, pelo que entendi, foram pedidos mais 30 dias para que n�o consegui entender, e j� se passaram 4 meses ou 120 dias!"
    Felizmente, ela e os gatinhos t�m agora um aliado cheio de disposi��o. � o advogado Wanderley Rebello Filho, que resolveu perguntar ao MP o que diabos est� acontecendo nessa hist�ria mal contada. Isso, em juridiqu�s, se faz assim:
    Ref.: Processo n�2005.800.069982-3.
    Apensado ao Processo N� 2003.800.097786-7.

    ANA MARIA BRAND�O YATES e outros v�m respeitosamente, por seu advogado, expor e requerer o que se segue.

    1. Quanto ao Processo de 2003 (acima mencionado), teria ocorrido a Prescri��o. Ou seja, apesar do "crime ambiental", em tese, jamais ter cessado, ou melhor, apesar de estar, o crime ambiental denunciado, at� hoje ocorrendo, entenderam o Minist�rio P�blico e o Exmo. Juiz que teria ocorrido a Prescri��o.

    2. Mas h� este novo processo de 2005, apensado �quele de 2003, ou vice-versa, que trata dos mesmos fatos.

    3. Enquanto os animais continuam a sofrer maus-tratos, surgem novos processos, mas processos prescrevem, e assim talvez as coisas aconte�am indefinidamente, ou at� que n�o haja mais um gato sequer para ser salvo.

    4. A� ent�o n�o vai haver prescri��o! O processo vai perder o "objeto"! Ir�nico, mas real!

    5. O Direito � assim! As Leis s�o belas, mas a Justi�a, muito pouco, emana delas!

    6. E os gritos v�o surgindo, de pessoas que apenas tentam defender quem n�o tem a m�nima chance de defesa. A cronista Cora R�nai tem escrito constantemente a respeito destes abusos, e especificamente sobre os abusos denunciados nestes Processos de 2003 e 2005 (ver documento 6). Inutilmente!

    7. O advogado signat�rio recebe diariamente, de interessados, e-mails indignados, e indagando acerca do andamento dos processos. Mas, este s� tem a lhes dizer que n�o h� andamento... o andamento, com todo o respeito, � o n�o andamento, ou a pr�pria in�rcia. Veja o �ltimo, Excel�ncia! (Documento 7).

    8. Come�o at� a entender que este tema � pequeno demais, desinteressante demais, inoportuno demais, e que ele n�o deveria estar atravancando a Justi�a; t�o pequeno quanto um "filhote de gato", como um dos muitos que morrem sempre em raz�o da viol�ncia expl�cita ou por omiss�o dos homens.

    9. Mas, continuo a pensar como uma tal de Emily Dickinson, que tinha a "p�ssima" mania de valorizar o meio ambiente (principalmente a fauna) em suas poesias: "N�o viverei em v�o, se puder... ajudar exangue passarinho a subir, de novo, ao ninho".

    10. Os documentos em anexo revelam uma face oculta e sombria do ser humano, que � preferencialmente mau. S�o den�ncias que n�o encontram eco!

    11. Vamos tentar mais uma vez! O Processo dorme em alguma prateleira... da Delegacia, deste F�rum... mas pede e espera a Requerente que alguma provid�ncia seja adotada. Que sejam examinadas as informa��es (den�ncias) que constam dos documentos em anexo (Documentos 1 a 7).

    12. Praticar ato de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, dom�sticos ou domesticados, nativos ou ex�ticos. Pena, de deten��o de tr�s meses a um ano, e multa. Artigo 32 da Lei N� 9.605/98. Ser� que foi revogada?

    Pede provid�ncias.

    Rio de Janeiro, 03 de Mar�o de 2006.

    WANDERLEY REBELLO FILHO
    OAB/RJ 37.470
    Honestamente? Acho que n�o vai acontecer nada. Nada acontece com ningu�m neste pa�s onde at� os crimes hediondos j� foram liberados, e em que as �nicas pessoas penalizadas por alguma coisa s�o os assalariados que perdem, na fonte, o maior naco de impostos arrancado a trabalhadores em qualquer canto do mundo.

    Apesar disso, apesar de n�o acreditar mais no governo e/ou nas institui��es do pa�s, acho que pior do que a in�rcia da lei � o conformismo dos cidad�os; ainda que n�o aconte�a nada contra o Jockey, ainda que os gatos venham a morrer todos e que os ratos tomem conta de vez de todas as depend�ncias (al�m da diretoria), n�o ter� sido por falta de aviso das pessoas de bem, por falta de aten��o, por falta de indigna��o.





    3.3.06


    Tenta��o










    Happy Hour










    Remendando a cal�ada










    Regina, S�rgio, Mill�r









    2.3.06


    O precioso l�quido










    Juarez










    Amigos










    Confiss�es sobre a
    Mulher Maravilha

    Cronista revira o passado e toma notas
    para uma futura cobran�a L� Em Cima



    Deveria existir em algum lugar, numa Inst�ncia Superior, uma esp�cie de Conar onde a gente pudesse registrar queixas de propaganda enganosa contra o destino. Vejam o meu caso: cresci achando que ser mulher era ser algo semelhante � minha M�e, que tem uma intelig�ncia luminosa numa embalagem de estonteante qualidade.

    Por exemplo: como Papai era o fil�logo da casa, sequer repar�vamos a facilidade com que ela circulava por seis idiomas, sendo que em italiano e em alem�o ele volta e meia lhe pedia uma m�ozinha. N�o v�amos nada demais nisso. L�nguas diferentes existiam para serem faladas, e adultos para fala-las. Mam�e era professora de geometria descritiva na UFRJ, coisa que ningu�m naquela casa de gente das Humanas jamais foi capaz de compreender ou apreciar.

    �s vezes ela nos mostrava, cheia de entusiasmo, uma ou outra �pura meticulosamente elaborada, apenas para se deparar com v�rios pontos de interroga��o em forma de gente, que murmuravam, n�o sem certa zombaria na voz, "Oh, que beleza!", como analfabetos diante da Sagrada Escritura.

    * * *

    Ao contr�rio do resto da fam�lia, Mam�e sempre foi uma pessoa pr�tica, e absolutamente genial com n�meros. At� hoje, quando vai ao supermercado, j� sabe o total de cabe�a antes que a caixa diga quanto �; sabe usar �baco, interpretar equa��es imposs�veis e fazer instala��es el�tricas e hidr�ulicas. Ultimamente, anda meio preocupada com f�sica qu�ntica.

    -- Sua M�e � a pessoa mais inteligente que j� conheci, -- repetia freq�entemente meu Pai, cheio de assombro. Ele, que ao longo da vida conheceu bastante gente inteligente e que n�o podia, definitivamente, ser acusado de falta de intelig�ncia, sabia do que estava falando. Ser inteligente n�o � saber um monte de coisas, mas saber usar o conhecimento e a intui��o, coisa que Mam�e sempre fez como ningu�m. Quando projetou o s�tio, em fins dos anos 50, j� estava t�o preocupada com o meio-ambiente que conseguiu, com os parcos recursos da �poca, construir o que hoje se chamaria uma "casa verde".

    Quando est�vamos de f�rias, ali�s, Papai e Mam�e jogavam, rotineiramente, uma ou duas partidas noturnas de palavras cruzadas. Mam�e ganhava sempre, assim como ganhava tamb�m do meu tio Aur�lio (o do dicion�rio) e de quem mais topasse participar do jogo, em que l�ngua fosse. A quest�o � que, enquanto Papai e tio Aur�lio pensavam nas combina��es poss�veis de palavras, Mam�e pensava ainda mais na combina��o dos n�meros: era engra�ado ver um dos dois sacar da algibeira uma linda palavra comprida e obscura, para ser derrotado por uma reles letra Q plantada sobre uma casa que multiplicava em propor��es geom�tricas tudo o que havia � sua volta -- inclusive a tal palavra enigm�tica.

    * * *

    N�s, crian�as, ach�vamos tudo isso normal, assim como ach�vamos perfeitamente normal o amor e a admira��o m�tuos que nossos pais sentiam um pelo outro, simples confirma��o do "foram felizes para sempre" que l�amos nos contos de fadas. Tamb�m ach�vamos normal que uma mulher n�o mudasse de peso nunca e que estivesse sempre linda, sem recorrer a cremes, maquiagem ou dietas.

    Acho que s� come�amos a desconfiar do logro em que hav�amos ca�do quando entramos na adolesc�ncia e nossos jeans come�aram a ficar apertados; quando, por mais que quebr�ssemos a cabe�a, n�o ach�vamos a resposta l�gica e clara que Mam�e sempre teve e tem para as quest�es mais complicadas; e, sobretudo, quando nos casamos.

    * * *

    Pergunto: � justo crescer em tal estado de ignor�ncia?! � justo ser filha da Mulher Maravilha achando que aquele � o Padr�o Feminino B�sico?! Sinceramente: no dia em que eu morrer, quero ter uma conversa muito s�ria com Algu�m L� Em Cima. N�o � assim que se prepara ningu�m para a vida, ora pitombas.

    At� l�, o que eu posso dizer � que, tendo aos poucos descoberto que criatura verdadeiramente extraordin�ria � minha M�e, n�o me canso de am�-la e de admir�-la acima de todas as outras coisas e pessoas, e de contemplar, cheia de orgulho, o outro lado da moeda: afinal, eu tirei a sorte grande.

    Feliz anivers�rio, Mami querida. Muito obrigada por tudo, de verdade -- at� por continuar, aos 82, com o mesmo corpinho e o mesmo peso dos seus 20 anos. Assim eu posso, com toda a honestidade, dizer que tenho a M�e mais linda do mundo.


    (O Globo, Segundo Caderno, 2.3.2006)





    1.3.06


    N�o d� pra entender

    S� por curiosidade: algu�m gostou do resultado do desfile? Vila em primeiro v� l�, apesar da confus�o com Martinho da Vila -- acho que desrespeito com Velha Guarda e Grandes Nomes devia tirar ponto de escola -- mas, sinceramente, d� para encarar Grande Rio em segundo e Unidos da Tijuca em sexto?! E Mangueira em quarto?!

    Francamente, que arma��o!






    Coment�rios

    O �timo Falou & Disse est� fora do ar; estou tentando implementar um dos estepes, seja o Yaccs ou o sistema do pr�prio Blogger. Vamos ver que bicho d�...






    As Tr�s Gra�as