30.9.06


Rumo à estação Finlândia

Amanhã à tarde, depois de votar, viajo para Helsinki. A cidade não é exatamente a mais alegre ou fervilhante que conheço, fica a quase um dia de viagem daqui, a previsão do tempo é horrível mas, em compensação, lá nascem todos os Nokias.

Passo dois dias e meio na Finlândia e volto para casa.

Antes que alguém pergunte: não, não vai dar para conhecer o Gobbo. Ele já voltou para o Brasil, no que fez muito bem.

Se eu tivesse todo um inverno nórdico pela proa, teria feito a mesma coisa.






Música para alegrar um dia triste



Les Luthiers é um dos meus grupos favoritos. Desde criança me divirto com seus instrumentos malucos, suas paródias e suas letras geniais.

Através dessa "Candonga de los Colectiveros" descobri que os motoristas de ônibus do Rio e de Buenos Aires são iguaizinhos.
El Pro Música Orillera Group, de Les Luthiers, tiene a su cargo la ejecución de la Candonga de los Colectiveros, híbrido de candombe y milonga, op. 61, de Johann Sebastian Mastropiero.


Semo' los colectiveros, que cumplimos nuestro deber...
No se puede yo lo siento, ni bajarse ni subir
con el coche en movimiento, no me gusta transigir;
salvo cuando son ancianos los que quieren descender,
que se larguen si son sanos, no me pienso detener.

Semo' los colectiveros, que cumplimos nuestro deber...

Plata chica no me queda, cuando tengo que cobrar:
o me pagan con moneda, o se bajan, ¡qué embromar!
Eso sí, ante la afrenta de pagarme con diez mil
en monedas de cincuenta, doy el vuelto muy gentil.

Semo' los coletiveros, que cumplimos nuestro deber...

Corro siempre, nunca aflojo, con coraje y con valor;
si el semáforo esta en rojo, acelero sin temor.
Pero no me olvido el freno, yendo a gran velocidad,
con el colectivo lleno, qué porrazos de verdad.

Semo' los colectiveros, que cumplimos nuestro deber...

Cuando llueve, a la vereda me aproximo servicial,
salpicando con la rueda al que espera ¡soy genial!
Si el asfalto esta mojado, paro lejos del cordón
nunca falta el apurado que se ligue el tropezón.

Semo' los colectiveros, que cumplimos nuestro deber,
Semo' los colectiveros, que cumplimos nuestro deber.






Avião da Gol

Desde ontem estou arrasada com este acidente. Não consigo entender como dois aviões colidem num espaço aéreo relativamente pouco movimentado; há tantos instrumentos atualmente para alertar pilotos e torres!

Coitados deles.

Estou torcendo muito para que haja sobreviventes.

Único ponto positivo: mesmo avariado, o Legacy, da Embraer, conseguiu pousar.






Piove, governo ladro...










O lançamento do ano!









29.9.06


Uma festa!










Hoje temos cinco aniversários!










Entrevista









28.9.06


O nariz mais lindo do mundo








Um lagarto em Tulum, México

A mão e o Lula

Responda rápido: o que é pior, pedir benção a Jader Barbalho ou roubar aplausos de Kofi Annan?


No domingo passado, João Ubaldo escreveu um artigo intitulado "O presidente Lula beijou a mão de Jader Barbalho".

Um título desses não carece de explicações ou aulas de sociologia; na verdade, não carece nem de artigo. Ainda assim, João Ubaldo disse tudo o que qualquer brasileiro de plena posse das suas faculdades éticas e morais deveria gostar de ter dito.

Digo "deveria" porque, para minha absoluta perplexidade, há uma gigantesca quantidade de brasileiros de boa conduta e moral ilibada que não viram no fato descrito pelo título nada demais: são eleitores do Guia Genial dos Povos que aceitam, do santo de sua devoção, um comportamento que jamais teriam eles mesmos, e que repudiariam com veemência partindo de seus amigos ou familiares. Tivesse outro qualquer candidato tido a falta de compostura e de higiene de beijar as mãos indelevelmente sujas de Barbalho, e o céu nos cairia sobre a cabeça, tamanha a grita.

O fato me afronta, como afrontou João Ubaldo, porque, lamentavelmente, o Guia Genial dos Povos não é só mais um candidato, mas sim o presidente do Brasil. E não apenas do Brasil que o elegeu, mas também do Brasil que não o elegeu; ou que, tendo-o eleito, não agüenta mais tanto cinismo, fingimento e falta de pudor.

O cidadão Luiz Inácio até poderia, em tese e entre quatro paredes, beijar a parte da anatomia do cidadão Jader Barbalho que bem entendesse; mas o presidente do Brasil não tem o direito de nos humilhar a todos, publicamente, curvando-se perante tal padrinho.

* * *

João Ubaldo terminava o artigo dizendo que, agora, "podemos dizer que já vimos tudo neste mundo". Precipitou-se. O Guia Genial dos Povos e seu partido se superam a cada dia, e a uma velocidade difícil de acompanhar: na edição de sábado do jornal, anterior mesmo àquela na qual circulou o seu artigo, estava a informação de que os entusiásticos aplausos do plenário da ONU, exibidos pela propaganda eleitoral do PT, não haviam sido dirigidos a Lula, mas a Kofi Annan.

Não me atrevo a dizer que agora, sim, já vimos de tudo, nem me decidi a respeito do que é mais degradante, se beijar a mão de Jader Barbalho ou se apropriar de aplausos alheios. As ofensas têm cunho diferente, revelador de tipos diversos de imoralidade.

O beija-mão prova que, de fato, para o presidente, os fins justificam os meios; nada é baixo ou podre demais se ajudar à sua permanência no poder. Já as palmas roubadas, que à primeira vista poderiam ser apenas um episódio pitoresco de campanha, se não viessem de cambulhada com a matéria fecal em que chafurdam "os meninos", revelam uma ausência de escrúpulos e de ética quase naïf, como o caráter do célebre escorpião da anedota.

A impressão que se tem é que, havendo uma forma honesta e uma desonesta de alcançar os mesmos fins, a facção criminosa que cerca o presidente optará sempre pela última, irreversivelmente entranhada no seu DNA.

* * *

Isso me assusta, mas não surpreende. A esta altura, depois da sucessão aparentemente interminável de escândalos com que temos sido brindados, dia sim e outro também, a única coisa vinda do governo que ainda poderia me espantar seria um súbito e sincero ataque de ética e honestidade. Como não corremos este risco, o que me espanta mesmo, de verdade, é a mansidão geral com que a revelação de escândalo após escândalo tem sido recebida; e como cidadãos de bem, tementes a Deus e ao fisco, aceitam, sem tugir nem mugir, o Postulado de Paulo Betti.

* * *

A provável reeleição de Lula é sinal de que, para boa parte dos brasileiros, a ética e a honestidade definitivamente deixaram de ser valores em si mesmas, para tornarem-se qualidades subjetivas. Não é mais o ato criminoso que conta, mas sim quem o praticou, acobertou ou fingiu ignorar. Aos olhos de quem tem um mínimo de perspectiva histórica, este é um estado de espírito alarmante -- para dizer pouco. Quando uma sociedade relativiza o crime, a justiça deixa de ser igual para todos.

Como é sabido, nossa justiça está longe de ser efetivamente igualitária, mas o fato de (ainda) reconhecermos que assim ela deveria ser é um imenso progresso moral.

Não faz muito tempo, achava-se perfeitamente normal que os senhores tivessem direito de vida e morte sobre seus escravos; maridos podiam assassinar as mulheres sem maiores preocupações; prostitutas e homossexuais eram alvo livre.

Abrir mão do princípio fundamental de que todos são iguais perante a lei é aceitar, tacitamente, que a sociedade se compõe de tipos diferenciados de cidadãos; é aceitar que a importância dos atos não se atém a eles, mas depende de quem os tenha praticado. A Humanidade vem pagando caro demais por este filme, mas pelo visto não se cansa das reprises.

Para quem está de fora, imagino que seja interessantíssimo observar o que dirão as bilheterias do Cinema Brasil no próximo domingo. Independentemente do resultado, sociólogos estrangeiros escreverão resmas de ensaios sobre a alma brasileira e o nosso jeito macunaíma de ser, que tudo releva e nada condena, desde que o candidato seja popular, populista e, naturalmente, "de esquerda": se as pesquisas estiverem minimamente certas, a quantidade de brasileiros que consideram a ética irrelevante já dará pano de sobra para as mangas.


(O Globo, Segundo Caderno, 28.9.2006)






Um bípede e dois gatos










Gatos ao sol










Parabéns, gatinha!!!






Hoje é aniversário dessa menina linda da foto, a Manoela, minha sobrinha mais nova.

Parabéns, queridinha!

Muitas felicidades para você da tia que está com saudades, da Bia e de toda a Família Gato.






E agora, Odeon ou Leblon?









27.9.06


Corra, Cora, corra!










Ano Novo, vida nova










Eu amo a minha cidade










Fala, Truda!

O Truda mandou muito bem num comentário lá embaixo:
"Aproveitando o título deste post:

Mas o pior

é que a imprensa, em sua sanha assassina contra O Eleito, pode estar contribuindo para criar um monstro, que já começa a se sentir O Iluminado:

"Quando tirarem minhas pernas, andarei com as pernas do povo. Se eles tirarem meus braços, gesticularei com os braços do povo. Se tirarem meu coração, amarei com o coração do povo. Se tirarem minha cabeça, pensarei com a cabeça de vocês. Porque não adianta esquartejar e salgar a carne como fizeram com Tiradentes. A carne você mata. Mas as idéias sobrevivem", disse Lula no comício desta tarde em Belo Horizonte, segundo o blogueiro Noblat. E o povo adora, delira, acredita.

Pior ainda

é que acredita com toda a razão. Há quem veja na popularidade dO Eleito traços de um Chavez ou de um Garotinho. Mas a diferença entre eles é que Chavez é um militar de alta patente, um homem, digamos, estudado. Garotinho chegou até a publicar livro. Mas só quando se olham no espelho, conseguem tirar a máscara do escroque que carregam, por isso não a vêem. Ele não. Ele é povão mesmo, olha-se com a mesma cara com que nos encara. E quanto mais apanha, mais percebe que está no seu caminho. Porque as chicotadas que recebe não o atingem só. Doem mais no lombo dos que o elegeram. Não se trata do pai dos pobres, como querem seus detratores. É, na verdade, seu filho, a quem consideram O Unigênito que, por isso mesmo, tem o direito filial de fazer o que quiser. E a cada lambada mais incorpora o papel, a cada lambada mais mãos sujas, de graxa, poeira, gordura, cutículas, cocô de cachorro, essas coisas tão comuns nas mãos calejadas e de pele grossa, surgem em seu apoio. E não há como afastá-las porque seria preciso ir até lá, atravessar aquele oceano de perfume barato misturado com cc e chulé para aniquilar o monstro. E sucumbir com ele, ninguém se habilita.

Um olhar superficial nas pesquisas mostra claramente: vivemos, na verdade, uma luta de classes. É o que a esquerda de Ipanema não contava em sua cruzada democrática. O povo jamais votará no Vinícius de Moraes."
Concordo no atacado, que é plausível e assustador; mas discordo no varejo, porque não é a imprensa quem está contra o Lula, e sim o próprio Lula.

Uma vez o Millôr escreveu que um executivo que se cerca de assessores mais inteligentes do que ele é mais inteligente do que eles. Substituam inteligência por cinismo ou desonestidade e a frase funciona do mesmo jeito.






Eleição virtual

Assim como não acredito em pesquisa, também não acredito em eleição virtual. Neste caso estamos, logicamente, num universo de pessoas que têm computador, acesso à internet e um mínimo de tempo para brincar na rede.

Vale como manifestação, assunto para o botequim (desde que não seja o da Jussara!), pensamentos vagos para dias chuvosos ou passar o tempo no trabalho.

Querendo, vote aqui.






E aí?

Vocês viram o debate?

O que acharam?





26.9.06


Emergência jurídico-felina!

Escreve a Sonia Miranda:
"Mais uma vez recorro ao seu blog e amigos para pedir SOCORRO, AJUDA PARA REVERTER UM PROCESSO QUE JÁ PERDI EM DOIS JULGAMENTOS. Isso porque quando se trata de bichos, que se danem eles. São gatos com mais de 10 anos de idade, morando na mesma casa, e pelo veredito dos juizes terão que sair da minha companhia. SUIPA? ABRIGO? CCZ? RUA?

Tudo por que eu amo os animais e procuro ajudar sempre que posso. Agora além dos gatos tenho duas cachorrinhas: uma a "dona" mandou jogar na rua, numa tarde chuvosa e fria; a outra uma cachorra de rua doente e idosa. As duas agora estão ÓTIMAS, porque têm amor, casa e comida (uma vizinha dá comida de manhã e à noite). Quanto ao processo cabe recurso, última instância,Brasilia.

Quem tiver uma sugestão, por favor, não quero perder meus bichinhos, e também acho um absurdo uma vizinha querer se meter dentro da minha casa e ditar quantos gatos posso ter. Hoje são 16, já que nesse meio tempo morreram dois, uma com 14 anos e o outro com oito.

Estou me sentindo muito só, pois não tive apoio de nenhuma ONG que procurei nem de nenhum protetor de animais (que são tão desunidos e complicados).

Desculpe o desabafo e um abraço,

Sônia Miranda"






Na redação









25.9.06


Gatos anti-alérgicos!

Uma empresa americana está vendendo gatos anti-alérgicos. Os bichinhos custam a bagatela de US$ 4 mil, cada.






Concerto da Camerata Quantz

Hoje, dia 25 de setembro, às 19h tem concerto da Camerata Quantz (o grupo de música antiga que a Laura Rónai dirige, cheio de gente super-legal tocando) na Série UNIRIO Musical, que está acontecendo no Museu de Ciências da Terra (prédio ao lado da UNIRIO, no CPRM), Avenida Pasteur 404, 2° andar, Urca.
A Entrada é franca.

Aproveitem!


[post by Lucas]






Flickrs, aproveitem!











Oferta especial para usuários Pro do Flickr: dez cartõezinhos pequeninos com fotinhas à escolha, de graça e com transporte grátis. No verso, pode-se escrever o que se quiser, em até cinco linhas. O logo do Flickr entra obrigatoriamente, mas o ícone pessoal é opcional.

Os cartõezinhos têm um corte horizontal comprido, como o das fotos acima.

Para usuários Pro e não-Pro, outra ótima oferta: 100 cartõezinhos, de novo com imagens à escolha do freguês, por US$ 19,90, frete grátis. Nesses, até o logo do Flickr é opcional.

Mas é bom correr, porque os kits de dez cartõezinhos grátis são só para os primeiros dez mil usuários que se apresentarem. A outra oferta vai até o fim do mês. Depois, o preço passa a incluir o frete de US$ 5.

Oops! Esqueci de um pequeno detalhe. Quem está fazendo a promoção é a Moo.





24.9.06


Ainda bem que eu não preciso votar...










Ai, que dia feio...!









23.9.06


Acabou, que pena!










Efeito especial do W800










Mas o pior

é que já não consigo achar graça de piadinha política.

Em parte porque não ando num estado de espírito de achar graça nas coisas; mas em maior parte ainda por asco de uma classe dirigente composta de gente tão sem escrúpulos, mas tão sem escrúpulos, que até as palmas da ONU na propaganda oficial são roubadas -- eram dirigidas ao Kofi Annan, e não ao vosso Guia Genial dos Povos.

Mais desanimador do que isso é constatar que, para a metade dos brasileiros, tanto faz quanto fez. A elite política é composta por safados, ladrões, corruptos, quadrilheiros, sonsos, mentirosos? Não faz mal, porque, dependendendo o ponto de vista, são safados, ladrões, corruptos, quadrilheiros, sonsos e mentirosos "de esquerda"; ou safados, ladrões, corruptos, quadrilheiros, sonsos e mentirosos que dão bolsa esmola; ou safados, ladrões, corruptos, quadrilheiros, sonsos e mentirosos que garantem aos bancos lucros jamais vistos.

Honestamente? Cansei.

O país está contente com esta corja? Pois que a reeleja.

Cada país tem os governantes que merece.






Por aí

O Brasil é o único país do mundo onde o corno é o penúltimo a saber.

O último é o Lula.





22.9.06


Ajuda especializada










Porque acordei cedo










Minha cabeça gostou de sair pra passear! :-)









21.9.06


O filme que queria ser O Falcão Maltês










Ops... é Festival do Rio










Rio Cine Festival










Resolvi dar uma relaxada










Entre outras coisas...










Fora de esquadro

Povo, perdão pela falta de atualização do blog, mas ando meio totalmente fora do ar: minha vida passa por um tal período de turbulência que, pela primeira vez, deixei de escrever a coluna do Segundo Caderno.

Prometo que no fim de semana retomo as atividades, OK?

Beijos para todos, e obrigada pela compreensão.






Fala, Bia Petri !

"É ófi, mas onde mais posso dividir com tantos amigos minha indignação???

Gostaria de dividir com vocês minha indignação com uma nota publicada no Globo Niterói do último domingo. O colunista Gilson Monteiro informa que os freqüentadores da praia de Itaipu estão mais "aliviados" depois que cães e gatos "vadios" sumiram do local.

Escrevi ao colunista a carta abaixo, tentando alertá-lo sobre as reais condições desse tipo de "sumiço" e as reais causas de tantos animais abandonados nas ruas.

Prezado colunista,

Em nota publicada em sua coluna no último domingo, no Globo, o senhor se refere a 'gatos vadios' e cachorros que viviam soltos na praia de Itaipu.

Evidentemente não podemos aceitar que animais ataquem pessoas por aí, mas igualmente não podemos aceitar que pessoas que não mais querem seus animais os largem em locais públicos, como se se desfizessem de um objeto usado.

É muito provável que o senhor não soubesse que tais animais 'vadios' são fruto da mais abjeta e covarde ação humana. Sim, pois são os humanos (humanos?) que abandonam seres indefesos, largando-os à sua própria sorte. Em seu texto, o senhor diz que os freqüentadores da praia estão 'aliviados'. Será o mesmo alívio que sentem ao jogar fora um animal nas ruas?

Claro, caso o senhor soubesse que esses animais são resultado do mais covarde abandono, não os teria tratado em sua nota com tanto desprezo. Tenho certeza de que não foi sua intenção sugerir que animais precisam mesmo desaparecer dos locais para que o ser humanano (humano?) prepotente e arrogante desfrute da praia após ter abandonado animais que estavam sob sua responsabilidade.

É preciso refletir, caro colunista, sobre a obra do ser humano. Que compra animais como objetos fossem, descarta-os como se lixo fossem e, depois, quer, por um passe de mágica, que os locais públicos fiquem livres dos bichos, esquecendo-se de que foi o próprio homem que colocou aqueles animais nas ruas.

O senhor diz que a praia estava 'infestada' de animais. Não, caro senhor. A praia, a cidade, o planeta estão infestados do descaso humano para com os mais frágeis.

Local de animal não é na rua, logicamente. Se estão na rua, é, em muitos casos, porque foram abandonados. Os animais não têm culpa da covardia humana.

Em seu texto, o senhor parece desfrutar de extrema felicidade por estar a praia livre dos animais. Acaso sabe o senhor para onde eles foram? Em que condições?
Já passamos da época em que o homem se achava o único merecedor do direito à vida.

Atenciosamente,

Beatriz Petri.

P.S.: Na condição de jornalista, tenho certeza de que o senhor está sempre em busca da verdade dos fatos e do conhecimento sobre a realidade que nos cerca. por este motivo sugiro que o senhor conheça sites de entidades como o S.O.S Vida Animal, SUIPA, protetores Voluntários, e tantos outros grupos que não concordam com o abandono ou o 'sumiço' de animais.


Enviei este email para ele hoje [dia 19/set] e...aguardo resposta."





19.9.06


Última leva de fotinhas da Grande Noite

Camila, Fernanda, Debbie 

Fernanda, Nanini, Camila 

Fernanda e Camila 

Debbie e Nanda  Posted by Picasa

Tem mais fotinhas e umas declarações do pessoal aqui.






Foi muito legal! :-)

Fernando Caruso e Pedro Cardoso 

Fernanda, Debbie, Nanini e Camila 

Fernando, Camila, Pedro 

Fernanda, Debbie, Nanini  Posted by Picasa






Evento levou..., na Argumento

Geral, no telão 

Os lindos livrinhos novos 

Marcus Gasparian 

Coleguinhas  Posted by Picasa





18.9.06


Na Argumento, já já










Ensaio na livraria










Ensaio na livraria










Ensaio na livraria










Ancelmo, Joaquim, Moreno










Deusa!






17.9.06


MMS










MMS










MMS










Da série "Eu amo a minha cidade"










Casa de Rui










Botafogo










Meu celular é tudo!







Botafogo










Botafogo










Botafogo









16.9.06


Um lindo videoclip




Gracias, Tomzinho! (que escreveu nos comentários:)

música: Mad World, do Tears for Fears, na interpretação de Gary Jules, com Michael Andrews ao piano, para o filme Donnie Darko

Este videoclipe - feito numa única tomada, sem cortes - foi dirigido pelo francês Michel Gondry (de " Brilho Eterno... ).

Ao que me consta, foi a primeira utilização deste tipo de 'animação'





15.9.06


Mais Happy Hour










Happy Hour










Dois anúncios geniais

Este, de um banco turco, foi mandado pelo Aldo:




E este, de uma lavadora, pela Laura:








No trânsito









14.9.06

Não deixem de ver!

(Valeu, Angelina!)




Vejam!


(Valeu, Marcus!)





Não é que levei a vida
para descobrir o óbvio?!

Às vezes, uma roupa não é só uma roupa...


Na semana passada, fui ver "Mademoiselle Chanel" pela segunda vez. Na semana que vem, provavelmente irei pela terceira, e tantas vezes irei quantas o destino e o tempo me concederem. Ter a chance de assistir ao vivo a uma atriz como Marília Pêra é privilégio que se deve sempre aproveitar ao máximo, ainda por cima quando ao seu talento se somam tantas felicidades: o texto brilhante de Maria Adelaide Amaral, o cenário clean e eficiente, a luz, a trilha sonora e a direção primorosas de Jorge Takla, para não falar na beleza de Laura Wie e Elen Londero, que desfilam uma roupa mais linda do que a outra ao longo do espetáculo.

Quem só conhece Chanel como grife descobre uma personagem fascinante; quem já fez essa descoberta, confere o milagre da transfiguração de Marília em Gabrielle, num feito de bravura comparável apenas à Callas que a mesma Marília fazia em "Master Class", e à Piaf de Bibi Ferreira, lembrança encantada de tantos anos. Ri-se muito durante a peça que, no entanto, está longe de ser uma comédia; mas esta é a magia do palco na sua plenitude.

* * *

Por coincidência, foi durante esta segunda ida a "Mademoiselle Chanel" que descobri algo que ela nasceu sabendo: o extraordinário poder de uma roupa espetacular. Explico. Eu sempre soube que, ao contrário do que reza o ditado, o hábito faz o monge; e, claro, nunca ignorei a linguagem da moda, e o que ela revela ao outro.

O que eu nunca tinha percebido, porém, era o efeito que uma roupa pode exercer sobre quem a veste.

Adepta de jeans, camiseta e do que os ingleses sabiamente chamam de sensible shoes, sapatos com bom senso, passei a vida buscando peças que mais escondem do que revelam, camuflagens urbanas para entrar e sair sem ser notada de qualquer ambiente -- tendência que se consolidou de vez com minha vida de nerd, e que nem várias Fahion Weeks conseguiram modificar. A atitude do mundo da tecnologia diante da moda é o tô-nem-aí; ninguém nota nada, a menos que seja a camiseta promocional de algum produto obscuro lançado na época da informática a vapor.

Escrever coluna no Segundo Caderno me deu coragem para jogar fora as camisetas do DOS 3, do OS/2 e do Intel 286; a convergência com as telecoms, área de gente elegante, me fez trocar alguns jeans por calças de linho -- mas não fui muito além disso, e assim teria permanecido, contente, se o acaso não me tivesse dado como vizinha de porta, há alguns anos, a bela Marcella Virzi, uma das mais sofisticadas estilistas cariocas.

Ficamos amigas. Tenho imenso carinho pela Marcella, tão sensível, engraçada, inteligente; e tenho uma admiração sem fim pela Virzi, antenada, criativa e perfeccionista, dona de um incrível talento para misturar materiais e idéias em tessituras de sonho. Sua loja, um segredo escondido na Nascimento Silva, poderia estar em qualquer lugar do mundo.

Seria igualmente original e deslumbrante em Paris ou Nova York; e, confesso, igualmente fora das minhas considerações pessoais de vestuário. Não há nada de camuflagem naqueles brilhos e bordados, naquelas linhas perfeitas, naquelas maravilhas ambulantes. Nada, em suma, que se pareça comigo. Ou assim pensava eu até ganhar da Marcella, no outro dia, uma jaquetinha branca com a mistura mais eclética de paetês, ferragens, canutilhos e diversas outras coisas cujo nome sequer conheço -- e que ela, vá entender, achou a minha cara. Pendurei a novidade no gancho da rede e fiquei admirando, perplexa:

-- Como é que se usa isso? Com quê se usa isso? E, céus, quando é que se usa isso?!

A resposta veio no sábado, quando fomos juntas ao teatro. Com jeans, birkenstocks e uma blusa preta, evidentemente -- ou seja, o meu uniforme básico, pois a jaquetinha é mesmo a minha cara. Mas -- e aí se deu a descoberta -- é a cara de uma Cora mais audaciosa, mais confiante. Uma Cora... poderosa, ora essa.

Pela primeira vez na vida, uma roupa mudou de forma radical o meu estado de espírito; pela primeira vez, não tive qualquer vontade de entrar e sair despercebida do ambiente; e, pela primeira vez, entendi porque tanta gente prefere comprar um vestidinho, digamos, a um celular novo ou um disco rígido -- coisa que, até aqui, fugia inteiramente à minha compreensão.

Ao me dar conta disso, no entanto, vislumbrei também o lado negro da força: uma roupa especial tem o poder de alterar os sentidos e, conseqüentemente, de causar dependência. É facílimo se viciar em luxo e beleza, e mesmo dentro de uma bixo grilo empedernida como eu mora, quem diria,uma fashion victim em potencial.

* * *

Hoje eu só queria falar em coisas bonitas e no orgulho que sinto de mulheres como Marília Pêra, Marcella Virzi e Maria Adelaide Amaral; mas, infelizmente, a vida não dá folga a ninguém. Agora aí está o playboy assassino Doca Street posando de velhinho arrependido -- e faturando com os direitos do livro que escreveu sobre seu crime covarde. Argh!!!!!!

Chega de tanta calhordice explícita! Nenhum brasileiro que se preocupa com a ética e a moralidade devia comprar este livro obsceno. Mais: acho que deveria existir uma lei que proibisse criminosos de auferir lucro com os subprodutos dos seus crimes. Nojo!


(O Globo, Segundo Caderno, 14.9.2006)





13.9.06


E, com vocês... Ribondi e Negão!!!



Promessa é dívida. Muita gente já nem se lembra da promessa, mas antes tarde do que nunca -- a prometida foto do Ribondi com seu cãozinho!

Detalhe: o Negão, que faz anos este mes (parabéns, Negão!), ainda era um jovem cão quando Ivaldo Cavalcante fez o flagrante.

De lá pra cá, cresceu mais um bocadinho.

O Ribondi continua do mesmo tamanho.

(Dois gatos eles, né?)






Lar doce lar










Varig, Varig, Varig!










Checkout










Flagrantes da noite





(Fotos feitas pela Bia)






Xexéo










Mascote pata quente










Os meus e o do Zeca









12.9.06


Xexéo também ganhou!










Olha eu aqui, Mamãe!










Evandro Teixeira e Bia










Joelmir










Prêmio Comunique-se

Acabei entre os finalistas, e hoje é a Grande Noite. Desta vez vim com a Bia para São Paulo, e dei sorte: ainda no aeroporto encontramos o Evandro Teixeira e a Carina, filha dele. Viemos juntos. Já me considero premiada... :-)

Na verdade, o grande barato do Comunique-se, assim como o dos outros prêmios de jornalismo, é encontrar os colegas, bater papo, festejar. Se a gente ganha, ainda leva a cereja do bolo; mas a festa, em si, é o que há de bom.

Estou muito feliz.






Para Jussara (fui a última a embarcar)










Sampa










A caminho










Varig, Varig, Varig









11.9.06


Resultado: banquete!


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Um cardume na Lagoa

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Copacabana

 

 

 

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Copacabana










Em quem votar

Recebi um email do Ronaldo Fiani, com uma questão que, imagino, interessa a boa parte dos leitores do blog. Alguém sabe responder?
"Estou procurando candidatos no Rio de Janeiro que tenham se comprometido com a defesa dos animais. Você conhece algum, ou alguém que tenha tornada disponível na internet uma lista dos candidatos que assumiram o compromisso de defender os animais?"





10.9.06


Olha quem eu achei no telefone!










Metáfora










É um merecido sucesso










Mlle Chanel










Para a Laura









9.9.06


Meu quintal é um jardim de flores










Lucas, Heliana e Cora










Pequeno detalhe...










CoraCast



As Ilhas Canárias, quem diria, são um ninho de boa música folclórica. Fui apresentada a dois dos seus ótimos grupos, Los Sabandeños e Los Gofiones, pelo Paulinho, que andou por lá há tempos, refazendo uma das viagens de Colombo.

Gosto muito desta aqui, homenagem dos Sabandeños à Venezuela; que vai, nem preciso dizer, pro meu Bipe Grande queridinho que mora tão longe.





8.9.06


Letras e Expressões










Ganhei um presente liiiindo!!!










Blogosfera em perigo II

Aproveitando o feriado (e um advogado do Congresso pago com o meu, o seu, o nosso dinheiro), o senador José Sarney mandou mais cinco notificações judiciais para a Alcinéa Cavalcante, cujo blog tenta combater agora no blogspot.

Entre outras coisas, ele a acusa de... perdão, gente, mas é verdade... "denegrir a sua imagem"!

A única coisa que se pode dizer disso é:

Huahuahuahuahuahuahuahuahuahuahuahuahuahuahuahuahuahauha!!!!!





7.9.06

Comemorar o quê, exatamente?

"Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos..."



Hoje, dia 7 de setembro de 2006, um grupo de amigos, conhecidos e desconhecidos com algo em comum tem encontro marcado na orla, em frente à Aníbal de Mendonça, para protestar contra tudo isso que aí está, a começar pela corrupção. Tudo começou porque Fred D?Orey, dono da Totem, assaltado na volta do aeroporto depois de uma viagem, escreveu um email de desabafo para sua turma. O email virou corrente e, de um momento para outro, Fred viu-se com a mailbox entupida de manifestações de solidariedade e de desabafos semelhantes ao seu.

A maioria das pessoas revelava o mesmo sentimento: O que é que se pode fazer para tentar mudar o país enquanto é tempo? Como restaurar um mínimo que seja da dignidade e da cidadania perdidas? Como mostrar para os nossos empregados do governo que não estamos satisfeitos com o seu cinismo, a sua falta de caráter, o seu descaso para com o país que amamos?

Combinou-se um encontro no calçadão, no feriado, para que todos pudessem comparecer. A idéia era conversar, trocar idéias, discutir caminhos de ação. Nada além de um ajuntamento de cidadãos com uma indignação comum, a mesma perplexidade, o mesmo desejo de descobrir um meio de se fazer ouvir. A idéia continua sendo basicamente essa, mas pode ser que vire passeata, panelaço, qualquer coisa.

-- De que adianta mais uma passeata em Ipanema? -- perguntam os que já fizeram outras passeatas, já se vestiram de branco e de preto, já gritaram Basta!, já mandaram milhares de emails para políticos em Brasília sem ter resposta.

Não sei. Eu mesma já participei de tantas manifestações, já fui a tantas reuniões aqui e ali, já mandei tanto email para político, já escrevi tanta coluna desconsolada.

-- De que adianta mais uma passeata em Ipanema? -- perguntam os que acham que a classe média da Zona Sul carece de legitimidade reivindicatória, digamos assim, por ser... o que mesmo?

Não sei. No mar de demagogia barata que nos cerca, protesto da classe média, sobretudo da Zona Sul, não vale. Protestos do MST invadindo fazendas produtivas e destruindo laboratórios científicos sensibilizam o Planalto e despertam a simpatia do presidente; protestos de traficantes ateando fogo a ônibus param cidades e mobilizam ONGs em todo o país. Mas protesto de profissionais liberais, pequenos empresários e assalariados em geral, gente que não precisa de bolsa família, que faz o país andar e que trabalha duro para pagar a mais alta carga tributária do mundo, cai no vazio, quando não no ridículo. Quem mandou estudar? Quem mandou ter espírito de cidadania e tentar se fazer ouvir com civilidade?

Temos muito a aprender com os grupos que fazem a cabeça das nossas "autoridades". O presidente Lula, por exemplo, que tanto odeia o Rio de Janeiro, só vai receber grupos de cariocas descontentes com o carinho que reserva aos líderes do MST no dia em que tomarmos meia dúzia de palácios, queimarmos umas ambulâncias de sanguessugas e tocarmos um terror básico.

Essa é a língua que ele entende.

* * *

Com as eleições, a conversa nos blogs anda mais política do que de costume. No meu, dia desses, a Carla, amiga querida, fez uma lista do que seria seu sonho para o país. Assino embaixo:
"1) Quero um candidato que defenda a existência do concurso público como única maneira de ingresso no serviço público, acabando com funcionários terceirizados e contratados, bem como a redução ao mínimo dos cargos comissionados, reduzidos àquelas tarefas que sejam efetivamente de confiança;

2) Quero um candidato que defenda a meritocracia como a única forma de ingresso em qualquer órgão ou instituição pública;

3) Quero um candidato que promova ensino público de qualidade, hoje restrito aos Pedro II e Colégio de Aplicação da vida (mesmo assim, o Pedro II já não é mais o que era antigamente);

4) Quero um candidato que aumente a oferta de hospitais públicos com a qualidade perdida do antigo Hospital dos Servidores do Estado;

5) Quero um candidato que defenda a possibilidade de uma mulher buscar serviço médico público para realizar um aborto;

5) Quero um candidato que crie presídios onde efetivamente haverá possibilidade de recuperação dos presos recuperáveis;

6) Quero um candidato que enfrente a miséria seriamente, e não através de programas assistencialistas -- que dê a vara e não o peixe. Com a diminuição da miséria e conseqüente oferta de emprego com salário justo, certamente o ponto anterior ficaria prejudicado, eis que a imensa maioria dos crimes são de caráter "social";

7) Quero um candidato que enfrente seriamente a discussão sobre a liberação das drogas -- ou como diz o Chico Buarque em Outros Sonhos, "maconha só se encontrava na tabacaria, drogas na drogaria".

Se alguém souber de candidato ou partido que defenda estes pontos me indique, que eu voto na hora."


(O Globo, Segundo Caderno, 7.9.2006)






Terezinha, Georgia, Roberto










Um dia perfeito para o peixe-banana V

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Um dia perfeito para o peixe-banana IV

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Leblon










Um dia perfeito para o peixe-banana III

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Um dia perfeito para o peixe-banana III

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Um dia perfeito para o peixe-banana II

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Um dia perfeito para o peixe-banana

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...









6.9.06


Quem te viu, quem TV...



Corria o ano de 2002. Num palanque perdido lá no Maranhão, um candidato falava a respeito dos oligarcas da terra, e explicava como fazer para se manter bem nas pesquisas eleitorais.





5.9.06


Aqui dentro

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Lá fora

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Vale a pena ver de novo... =^..^=









4.9.06


Cesta básica










Lar doce lar










Quase em casa










Chove muito!










No túnel: creepy!










...










Agostinho










Está divertido...










Vale a pena ver de novo... =^..^=










Sarney censura blog no Amapá

O senador José Sarney é tão querido pelo povo do seu estado, o Maranhão, que se elege pelo... Amapá! Ou -- Deus é grande -- se elegia. Pois acaba de dar um tiro e tanto no pé: pediu, e a justiça eleitoral do estado lhe concedeu, a retirada de seis posts do blog de Alcinéa Cavalcante. Muito solícito, o UOL nem esperou que ela retirasse os posts do ar, e cassou-lhe o blog.

A irmã de Alcinéa, Alcilene, também tinha um blog, também retirado do ar pela jurássica atitude do PMDB. Mas Alcinéa é dura na queda e já está com um novo blog, em alcineacavalcante.blogspot.com. A truculência de que foi vítima está correndo mundo em blogs, fotologs, flickrs, emails..

Esta é a beleza da inetrnet: pela primeira vez na História, um cidadão comum pode gritar tão alto quanto os poderosos. Ainda que Sarney consiga encontrar um meio de calar de vez a valente Alcinéa, como fará para calar as centenas de blogs que, a essa altura, reproduzem seus posts? Como poderá impedir a circulação dos milhares de emails que comunicam a meio mundo como se porta um dos próceres da república?

* * *

O problema do senador é que ele acha que o Amapá fica no fim do mundo e que lá ele pode se portar, hoje, como se portava no Maranhão há 50 anos. Mas aprenda, senador, e se possível ensine também a seu dileto discípulo do Planalto: lugar nenhum fica mais no fim do mundo quando há um telefone, um computador e uma voz disposta a denunciar arbitrariedades.

Não há de quê.

* * *

Esta foi uma semana nefasta para a blogosfera brasileira. Além da censura imposta à blogueira do Amapá, o Imprensa Marrom perdeu em primeira instância um processo movido pelo sócio de uma empresa de RH, cujas práticas malsãs denunciou há cerca de dois anos.

A empresa chiou, mas não tinha como contestá-las. Subitamente, porém, apareceu um comentário anônimo contra este sócio num post escrito seis meses antes -- e, quatro dias depois, sem que tivesse sido procurado pelo "ofendido", o dono do blog recebeu uma notificação judicial.

Cheira fortemente a armação, e provavelmente é, mas a juíza que deu ganho de causa em primeira instância ao queixoso sequer se deu ao trabalho de estudar um pouco o mundo dos blogs para saber que um comentário feito num post de seis meses (!) tem ínfimas chances de ser visto por quem quer que seja -- exceto por quem sabe que ele está lá.

Já há blogs fechando suas áreas de comentários por causa disso.

Uma pena, uma grande pena.


(O Globo, Info etc., 4.9.2006)






Com Bia










O canalha amarelo









3.9.06


Ipanema










Ipanema










CoraCast



Musiquinha alegre para o domingo: El Cascabel, folclore mexicano, na interpretação do Illapu, grupo chileno da linha do Inti Illimani ou dos Calchakis.

Em tempo: cascabel é sininho.


Bonito tu cascabel,
Vida mía ¿quién te lo dio?
Vida mía ¿quién te lo dio?
Bonito tu cascabel

A mí no me lo dio nadie,
Mi dinero me costó
Y el que quiera cascabel
Que lo compre, como yo

¡Ay! Como rezumba y suena,
rezumba y va rezumbando,
rezumba y va rezumbando
mi cascabel en la arena

Yo tenía mi cascabel
Con una cinta morada,
Con una cinta morada
Yo tenía mi cascabel

Y como era de oropel,
Se lo di a mi prenda amada
Se lo di a mi prenda amada,
Pa?que jugara con él

¡Ay! Como rezumba y suena,
rezumba y va rezumbando,
rezumba y va rezumbando
¡Oh, Oh...





2.9.06


Ué, chegou cedo!

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1.9.06


Alerta: blogosfera em perigo!

Estou atolada aqui no jornal, mas o Idelber disse tudo tão bem que eu assino embaixo:
Acaba de ser lavrada em São José dos Campos uma sentença judicial que abre um precedente perigosíssimo para a liberdade de expressão na blogosfera brasileira. Para os que acompanham blogs há algum tempo, a história é conhecida. Para benefício dos que por ventura ainda não a conheçam, aqui vai o relato, desde o começo.

Em 2004, um dos sócios de uma empresa de recolocação profissional, cuja reputação pode ser averiguada com uma consulta ao Google, sentiu-se ?ofendido? com um comentário publicado no blog Imprensa Marrom, e conseguiu uma liminar que tirou o blog do ar. O Imprensa Marrom logo depois conquistou o direito de voltar ao ar, mas na sua volta já não incluía espaço para comentários. Enquanto isso a ação continuava tramitando. Três detalhes são cruciais para se entender o caso:

1. o comentário havia sido feito por um usuário não identificado num post de mais de seis meses de idade. Ou seja, foi colocado num espaço onde ele dificilmente seria lido, já que é raro que algum leitor de blog leia caixas de comentários tão antigas.

2. a empresa em questão e o sócio que se sentiu ofendido jamais entraram em contato com o Imprensa Marrom pedindo que o comentário fosse apagado.

3. a empresa em questão é a mesma que já havia ameaçado, em termos bem grosseiros, o blogueiro Cris Dias com um processo judicial por causa de comentários publicados em seu blog.

Tudo isso torna o caso extremamente suspeito. O que vocês diriam de uma situação em que um anônimo escreve um comentário ofensivo a alguém num post de seis meses de idade, e quatro dias depois você é surpreendido com uma ação na justiça? Estranho, não? Pois bem, a ação desse senhor contra o Imprensa Marrom foi, na semana passada, parcialmente deferida, com o responsável pelo blog sendo condenado a pagar 10 salários mínimos por danos morais.

O Biscoito Fino e a Massa entende que essa é uma decisão equivocada. Meu argumento não é, obviamente, que se deve possuir o direito de dizer o que quiser sobre os demais nos nossos blogs. Os crimes de calúnia e difamação são previstos no código penal e se aplicam à internet da mesma forma que a outros veículos. No caso em questão, no entanto, parece-nos que a juíza ? sem sequer realizar uma audiência ? não atentou suficientemente para os fatos de que a ofensa não foi proferida num post do blog, e sim num comentário antigo, e que em nenhum momento foi dada ao blog a oportunidade de apagar o comentário ofensivo. Tive acesso à sentença e, apesar da juíza fazer a ressalva de que a responsabilidade do requerido se mantém, pois que, ao disponibilizar o espaço para divulgação democrática (termo utilizado na contestação) do conteúdo inserido por terceiros, assume o risco sobre as expressões ofensivas veiculadas, não foi dada, neste caso, absolutamente nenhuma chance de que a "ofensa" fosse sanada com um simples apagamento do comentário.

Este blog confia que essa decisão em primeira instância será revertida. Enquanto isso, manifesto total solidariedade ao amigo Gravataí Merengue, responsável pelo Imprensa Marrom. Manifesto também minha compreensão com a recomendação feita pelo Gravataí, de que à luz desta sentença os blogueiros brasileiros retirem ou instalem moderação em suas caixas de comentários. Compreendo a posição dos que optam por essa alternativa, mas o Biscoito continua com sua caixa de comentários aberta, confiante que esse perigoso precedente contra a liberdade de expressão será revertido em segunda instância.

Leituras relacionadas: Aberta a temporada de caça aos blogs, post de Alexandre Inagaki feito na época da liminar que tirou o Imprensa Marrom do ar; Justiça às turras com a Internet, matéria de Alex Castro sobre o imbróglio; Porque os comentários deste blog passarão a ser pré-aprovados antes da publicação, post de hoje de Alexandre Inagaki sobre o episódio; Na mira da justiça, de Rodney Brocanelli; Decálogo dos direitos do blogueiro, cá deste blog.

****************************

PS: E não é que enquanto eu concluía este post fui surpreendido com outra história de lamentável cerceamento à liberdade de expressão na Internet brasileira? Alcinéa Cavalcante, respeitada jornalista e blogueira do Amapá, já recebeu nove representações judiciais do sr. José Sarney, com demandas absurdas como o apagamento de posts do blog e de comentários de leitores, além da aplicação de multas. O "crime" de Alcinéa? Simplesmente o fato de ter fotografado e publicado em seu blog uma charge vista num muro. Pois bem, este blog se junta à enorme rede que decidiu republicar a charge e desafiar o coronel maranhense:



sarney.JPG

Urgente, atualização: nesta sexta-feira as tesouras censoras do coronel Sarney conseguiram, na justiça, uma liminar que ordenava a retirada de seis posts do blog de Alcinéa Cavalcante. Num completo desrespeito aos leitores, o UOL tirou o blog inteiro do ar. Alcinéa se recusa a ser silenciada e já montou um novo blog no blig e outro blog hospedado no exterior. Por favor, ajudem a divulgar.



Vale lembrar que José Sarney é o grande conselheiro espiritual de Lula.

Diga-me com quem andas...






Paulo de Frontin










Inverno










Bom dia!










Os candidatos

Acabou ontem a série de sabatinas com presidenciáveis lá no Globo. O último convidado era o Lula que, covarde e previsivelmente, não apareceu: a democracia que ele pratica é a do monólogo e a de encontros com fiéis embasbacados.

Mas não vou falar dele; quem acompanha este blog conhece de sobra a minha opinião a seu respeito.

Também não posso falar a respeito de Heloísa Helena. Não fui ao encontro com ela, apenas mandei uma pergunta. Portanto, o que eu sei a seu respeito é o mesmo que vocês todos -- o que sai no jornal e o que se vê na televisão. Os colegas me disseram que ela é menos radical do que parece, e que o seu discurso faz mais sentido quando exposto em minúcias.

Sobram Cristovam Buarque e Geraldo Alckmin.

Sou meio suspeita para falar do Cristovam, que conheço pessoalmente há anos, e de quem gosto muito como pessoa.

Mas gosto também como candidato. Cristovam é um camarada sério, digno e decente, que está falando na única coisa que pode tirar este país do buraco: educação. Tem fairplay em relação à sua posição nas pesquisas, mas observa que quer marcar posição e que não vai mudar de assunto só porque as pessoas acham chato falar sobre educação.

Há pontos discutíveis na sua plataforma, obviamente. Quando ele diz que pretende estabelecer uma espécie de avaliação periódica de profissionais, qualquer professor universitário fica de cabelo em pé -- hoje a parte que se gasta da carga horária com burocracia já é monumental. A medida tende a prejudicar os bons profissionais, que vão ter que tirar tempo do trabalho para se preparar para uma bobagem.

Paradoxalmente, pretende acabar com o vestibular porque sabe, como qualquer pessoa que já pensou sobre o assunto, que os cursinhos viraram máquinas de fabricar aprovados, e que o resultado das provas é, no mínimo, muito questionável.

Mas tudo isso é detalhe -- e é base para uma discussão sobre um tema real, necessário e urgente. Urgentíssimo!

Entrevistar o Cristovam, mesmo para quem não o conhece, é como conversar com um amigo. Ali está um homem de verdade, e não um produto de marketing; um sujeito sereno, com senso de humor, totalmente apaixonado pela sua plataforma, que entende, corretamente, como um projeto de longo prazo. Dá vontade de ir para o boteco da esquina e continuar o papo noite adentro.

O fato de seu vice ser o formidável Jefferson Peres também é muito positivo.

Geraldo Alckmin eu não conhecia. A seu favor, ter trabalhado com Mario Covas, a quem eu admirava e, pelo que dizem amigos paulistas, um bom saldo de governo. Contra, ter tirado o Serra da jogada no que, até agora, me parece uma decisão suicida do ponto de vista partidário, e egoísta do ponto de vista do país.

A questão partidária não me comove, porque eles que são brancos que se entendam; mas acho que é preciso que quem não está satisfeito com o atual governo possa ter uma alternativa concreta, e esta alternativa, até prova em contrário, era o Serra -- que já saía com uma boa margem nas pesquisas, e a quem o eleitorado já conhecia.

O que achei dele? Bem preparado, com certeza; com bons argumentos e metas razoáveis de governo. Não fez nenhuma proposta mirabolante, tocou nos pontos certos -- segurança, educação, saúde -- com bastante realismo e pragmatismo. Mas não empolga ninguém, especialmente ninguém carioca. É formal demais, paulista demais. Falta a ele um pouco (na verdade, muito) da paixão que move Heloísa Helena e Cristovam Buarque.

A meu ver, isso não faz dele um mau candidato do ponto de vista administrativo, ou seja, acho que, se fosse eleito, faria, provavelmente, um bom governo. Fala em reduzir gastos, diminuir o número de ministérios e de cargos de confiança, coisas que nem de longe são aventadas por Lula.

O problema é que, no mundo inteiro, cada vez mais, políticos são eleitos não pelo que propõem ou pelo que efetivamente podem fazer, mas pelo que são, dizem ser ou representam. E, sob este aspecto, Alckmin deixa a desejar.

A equação é perversa: um cara que poderia ser bom presidente é mau candidato. É gentil e bem educado, mas não tem carisma; não é à toa que lhe deram o apelido de picolé de chuchu.






CoraCast




Mudança radical de estilo: um pouco de klezmer in the night...