31.12.03




Queridos: fiz essa foto hoje, na praia da Urca, �s tr�s da manh�, ouvindo os cantos para os Orix�s, contemplando as oferendas para Iemanj�, molhando os p�s na �gua e bebendo Sidra com a gente legal e cheia de energia positiva que l� estava.

Voc�s sabem: yo no creo en brujas, pero que las hay las hay.

Tamb�m do bem.

Desejei para todos n�s um Ano Novo de paz, sa�de, amor e prosperidade -- resumidas, essas coisas todas, na palavra FELICIDADE. Afinal, ningu�m consegue ser plenamente feliz se lhe falta algo...

Pois ent�o, que nada nos falte em 2004, e que possamos, ao raiar de 2005, dizer que sim, que fomos muito felizes no ano que passou.

Muitos beijos, carinho e tudo de bom!





30.12.03




"Quando eu relembro a minha inf�ncia, os invernos parecem ter sido sempre muito duros, com uma neve densa cobrindo tudo e batendo pela minha cintura. Mas talvez seja s� uma quest�o de escala."(fotolog.net/htt)








Pois �: eu ia reclamar do calor, mas a� ca�, por acaso, no fotolog do HTT. Essa � uma ceninha banal do cotidiano island�s, que ele fotografou da janela da sala...





28.12.03



27.12.03


Hoax?!

N�o sei se estou ficando c�nica demais, mas est� rolando um drama humano l� no Fotolog que, para mim, tem toda a cara de hoax. Confiram aqui, por favor, e me digam o que vcs acham.

Ser� que estou ficando muito desconfiada demais?

Tudo � poss�vel neste mundo, mas uma pessoa terminalmente doente come�ar um flog dez dias antes de morrer?! Sem postar uma foto sua, sem dar endere�o de hospital, nem nada? Weird, weird, weird.

Enfim, como estou batendo pino,v�o l� ver e depois me digam, OK?

Thanks!








Bom fim de semana para todos!

Estou meio sumida, desculpem, mas estou aproveitando o feriado para fazer -- isto �, tentar fazer -- duas coisas mais ou menos incompat�veis: descansar um tiquinho e botar o trabalho em dia.

Lamento informar que, at� aqui, a segunda parte do programa tem prevalecido sobre a primeira... :-/

Ah, sim: hoje tem Fam�lia Gato no fotolog. E embora a gatinha da foto seja a Keaton, o astro l� � o querido da Meg, o Lucas.

Ah, sim II: como � que um cano daquele tamanho da Cedae, que deixa uma cratera monstruosa quando estoura, � consertado em dois dias, e um m�sero caninho com um vazamento de nada (que est� acabando com a minha parede!) leva semanas para ser consertado?!

H� alguma l�gica nisso?!

� c�us, � vida...








26.12.03




J� saiu em todo lugar (at� no meu fotolog) mas... voc�s j� viram este Gingle Bells em ritmo de samba?

� uma gracinha!






O Natal visto de fora... e de dentro

Ter�a-feira, 19h55 na reda��o semi-deserta do Globo. Metade dos colegas, que vai trabalhar na semana do ano novo, n�o veio; da outra, quase todos j� foram embora, aliviados alguns, aflit�ssimos os outros, que ainda t�m compras de Natal por fazer. Eu me incluo no �ltimo grupo, com uma diferen�a significativa: continuo aqui dentro, ao passo que as compras ficam l� fora. Os ponteiros do rel�gio digital � que nem os tem � avan�am inexoravelmente. A cada minuto o tr�nsito fica mais intransit�vel, os shoppings mais cheios, os vendedores mais neurast�nicos. Virada de costas para mim, uma televis�o alterna an�ncios que falam em paz e felicidade com depoimentos de consumidores hist�ricos, desesperados em busca do inating�vel � aquele presente bom, bonito e barato. Em suma: enquanto o clima natalino atinge seu ponto m�ximo, a tela do computador me olha branca, vazia, esperando que eu tome uma provid�ncia.

� Como �, essa coluna sai ou n�o sai? � parece dizer. Na verdade diz, agora que escrevi a pergunta.

� Calma, n�o � t�o f�cil assim! � respondo, esperando que ningu�m note que agora dei de falar com monitores de 17 polegadas. � Essa coluna � para 25 de dezembro, e tenho s�rias d�vidas a respeito da utilidade de se escrever qualquer coisa para o dia de Natal. Sempre acho que esse � um dia em que ningu�m vai ler jornal. Todos v�o estar t�o empolgados com os brinquedos novos, t�o bodeados da festa... Quer saber? S� tem uma coisa pior: dia 1� de janeiro.

� Data da sua pr�xima coluna � informa a tela, quando, invadida por uma certeza cruel, clico no calend�rio.

Fico desmotivada demais quando penso que posso estar escrevendo algo que ningu�m vai ler: n�o seria melhor ir � praia? O pior � que, hoje, como n�o sou cat�lica, nem ao menos posso escrever sobre o profundo significado religioso da data. N�o, n�o adianta. Essa cr�nica � uma miss�o imposs�vel.

A tela, que n�o entende a minha ang�stia, continua parada, me olhando.

� Calma! Eu vou escrever.

� Estou calma. Muito calma. H� poucas coisas t�o calmas quanto uma tela em branco.

* * *

Na semana passada, a essa hora, eu n�o estava diante de um monitor pouco compreensivo. Estava l� fora, bem longe da reda��o, vivendo uma grande aventura. A bordo de um rebocador, debaixo de uma chuva que s� vendo, ia, intr�pida, em dire��o � �rvore.

�A� �rvore, sim � aquela, da Lagoa, que mora em frente � minha casa e que, a cada ano, se supera em altura, beleza e... quil�metros de engarrafamento.

Abre par�nteses: sei que quem enfrenta tr�nsito pesado todos os dias n�o acha a menor gra�a no meu ponto de vista mas, sinceramente, apesar do transtorno, n�o consigo ter antipatia por esse engarrafamento. Acho bonito constatar que, num mundo t�o revirado e violento, ainda h� tanta gente que se movimenta para ver uma �rvore de luz flutuando na �gua � por bobo que isso possa parecer. Fecha par�nteses.

* * *

Enfim, como eu ia dizendo, l� estava eu, singrando a Lagoa rumo � �rvore. Ela � mais bonita vista de longe, mas infinitamente mais impressionante vista de perto. De longe, � s� uma escultura iluminada; de perto, um navio fulgurante, uma perfeita embarca��o.

Isso n�o � figura de ret�rica, mas a realidade da �rvore, que, solidamente assentada em 11 flutuadores e ocupando uma �rea de 700 m�, � uma complexa obra de engenharia naval, parente de barcos e de plataformas flutuantes. Ao seu redor, al�m dos pedalinhos, nadam cardumes de peixes atra�dos pelas luzes e pequenos caranguejos, hipnotizados.

* * *

Os cinco profissionais que d�o plant�o no oco da �rvore passam o tempo resolvendo eventuais problemas, vendo televis�o, espiando pedalinhos. Pablo Hernandez, t�cnico em luzes m�veis e, digamos, �comandante� da nau, que j� leu oito livros desde sua inaugura��o, estava devorando, muito apropriadamente, �Fogo interior�, de Carlos Casta�eda.

Faz muito calor dentro da �rvore, que tem 2,8 milh�es de microl�mpadas (daquelas que a gente usa para enfeitar a casa), 26 mil metros de mangueiras luminosas para formar os desenhos de anjos, notas e estrelas, e oito holofotes. A energia necess�ria para fazer tudo isso brilhar a contento daria para o gasto de 150 apartamentos de dois quartos � e quando tudo de fato se acende, naquele momento em que a �rvore fica iluminada da cabe�a aos p�s, em toda a sua gl�ria, quem est� l� dentro passa a entender, literalmente, o sentido da express�o �banhado em luz�.

� um momento m�gico, e a met�fora � irresist�vel: que 2004 seja assim iluminado, flutuando em �guas calmas, trazendo alegria e encanto para todos n�s.


(O Globo, Segundo Caderno, 25.12.2003)





24.12.03




Pessoal, eu gostaria de ter feito uma mensagem caprichada, com uma foto especial e umas palavras mais bonitas, mais bem cuidadas -- mas, para fechar o ano com coer�ncia, estou numa correria doida! S�o 18h40 e ainda nem terminei de fazer as compras de Natal...

Ent�o, fica valendo mesmo o bom e velho

Feliz Natal!

� pouco original mas, acreditem, � de cora��o.

Mesmo.

Update, antes de sair correndo pra casa da Laura: a fotinha especial eu arranjei... :-)






Acabo de voltar do jornal, onde estava escrevendo a coluna de quinta-feira.

Os feriados na reda��o s�o p�ssimos, mas n�o de todo ruins: h� um sentimento at� bacana de solidariedade na mis�ria, provavelmente comum a tantas profiss�es que d�o plant�o enquanto o resto da humanidade se diverte.

Eu fico comovida com os enfeitezinhos e pequenas �rvores pat�ticas que os amigos espetam nos terminais, como vagas lembran�as do artigo genu�no.





23.12.03


Ping pong

  • As crian�as s�o �mpias? Ent�o por que Deus n�o as poupou da sua ira em Sodoma e Gomorra?

    Porque em Sodoma e Gomorra, como aqui, elas assistiam programas da Xuxa e gostavam.

  • Por que um passarinho pode voar e eu n�o?

    Porque n�o tens asas.

  • Quem � e por que � o cirurgi�o pl�stico de Michel Jackson?

    O cirurgi�o pl�stico do Michael Jackson chama-se Dr. Steven Hoefflin e tem entre seus clientes, Elizabeth Taylor, Janet Jackson, Don Johnson, Zsa Zsa Gabor, Sylvester Stallone, Brigitte Nielsen, Princesa Salima Aga Khan, Tina Sinatra, Pamela Anderson, Ivana Trump e o Sult�o do Brunei, s� para citar alguns. A associa��o m�dica da Calif�rnia tentou process�-lo mas n�o conseguiu reunir provas. E ele processou v�rios de seus detratores por difama��o. Mais aqui, em ingl�s. E ele � o cirurgi�o do astro porque topa qualquer parada e tem solu��es que ele acha revolucion�rias para os pedidos mais bizarros de seus clientes. Como, por exemplo, fixar parafusos �s laterais do cr�nio para "evitar que a pele do rosto desabe".

  • H� uma cole��o dessas p�rolas no blog da Teruska; as respostas s�o do Cesar Valente.

    Confiram!






    22.12.03


    Leia o livro, fa�a a foto!

    Se voc� ainda n�o terminou de fazer as compras de Natal, e tem usu�rios de c�maras digitais na lista � ou candidatos a usu�rios � a solu��o � simples: h�, nas livrarias, uma �tima safra para os aficcionados da fotografia digital, time que aumenta exponencialmente a cada ano.

    Dois deles � �Guia pr�tico da fotografia digital�, da National Geographic, e �Fotografia digital: da compra da c�mera � impress�o das fotos�, de Julio Preuss � est�o, apesar de parecidos no conte�do, em p�los distintos da Escala de Presentes de Natal: o guia da NG � um livrinho pequeno, mas denso e bem ilustrado. Custa R$ 27 e parece com uma revista, do detalhe de trazer an�ncios na contracapa, nas capas internas e em algumas p�ginas, a ser vendido em bancas de jornais. J� o livro do Julio � que tem pref�cio meu � e � um belo �lbum de capa dura da Axcel, tem pre�o de gente grande: R$ 69 (por enquanto, em oferta de lan�amento no Submarino, por R$ 49).

    * * *

    Julio Preuss � jornalista de inform�tica, trabalha em �O Dia� e sabe tudo de inform�tica e fotografia digital. Seu livro, atualizad�ssimo, � a melhor refer�ncia brasileira sobre fotografia digital como um todo; ele escreve com clareza, tem �timas dicas, explica muito bem todos os pontos que aborda e � importante! � v� tudo a partir do nosso ponto de vista. Ou seja: este � o livro ideal para quem mora no Brasil e vive em reais.

    Agora, prepare-se para retoc�-la

    Quem tem c�mera digital acaba, cedo ou mais tarde, caindo no feiti�o do Photoshop � que ainda �, indiscutivelmente, o melhor programa para tratamento de imagens. �, tamb�m, um dos mais dif�ceis de dominar, com uma curva de aprendizado para montanhista nenhum botar defeito. � por isso que ele � um dos alvos favoritos dos autores de manuais e tutoriais: entre em qualquer livraria e voc� vai se espantar com a quantidade de t�tulos existentes a seu respeito.

    * * *

    A Editora Campus publica alguns dos melhores desses t�tulos, de �Photoshop 7: a biblia�, de Deke McClelland � alentado volume de 896 p�ginas, a R$ 219 � a �Adobe Photoshop Elements 2.0�, de Edson Tanaka, 336 p�ginas, por R$ 65.

    Este �ltimo � excelente para quem recebeu o �Photoshop Elements� como parte do software da c�mera digital. Edson Tanaka, outro brasileiro que brilha nas paradas dos livros t�cnicos, � autor, ainda, de �Adobe Photoshop 7�, um manual de 520 p�ginas, a R$ 89, tamb�m da Campus.

    * * *

    Um lan�amento interessante para quem curte o Photoshop, mas gostaria de aprender uns macetinhos de forma indolor, � �Desvendando o Adobe Photoshop�, da Digerati Books. O livro segue mais ou menos a mesma linha do guia da �National Geographic�, quer dizer: tem alma de revista. No caso, a �Computer arts�, sensacional publica��o inglesa que, infelizmente, tantos de n�s deixamos de comprar por causa do pre�o, salgad�ssimo.

    Pois no livro (que custa R$ 89, e � outra boa oferta do Submarino, a R$ 66) est�o alguns dos melhores tutoriais publicados pela revista, com sua imprescind�vel vers�o em video nos tr�s CDs anexos.

    Tudo o que voc� sempre quis saber...

    ...para entender o maravilhoso mundo da tecnologia e dos gadgets, mas ficava encabulado de sair por a� perguntando aos outros: firewire, interpola��o, LED, hiperlink, chroma-key, shareware...

    Tudo isso est� na �Enciclop�dia b�sica da m�dia eletr�nica�, de Ricardo Pizzotti, publicado pela Editora Senac S�o Paulo. O livro, que custa R$ 55 e tem 296 p�ginas com cerca de 2.100 verbetes, cobrindo o vasto universo da multim�dia, � �til at� para profissionais tarimbados do setor, como a escriba que vos tecla, j� que n�o h� quem consiga absorver toda a sopa de letrinhas em que vivemos mergulhados.

    Ricardo Pizzotti � publicit�rio, escreve sobre tecnologia de televis�o para a revista �Audio e v�deo� e fez um excelente trabalho.

    O Natal entre amigos

    Coisa bonita de se ver vai ser o Natal do Fotolog! J� come�ou: � deslumbrante a diferen�a entre os fotologs tropicais, de bracinhos de fora, e os l� de cima, enregelados, mostrando neve, cristais de gelo e b�pedes encasacados. Est� todo mundo curtindo, encantado, a diversidade do planeta � que a gente sempre soube que existe, mas nunca acompanhou assim, passo a passo.

    J� come�aram a aparecer os votos e as sauda��es nos �lbuns de visita, e at� eu, que detesto festas de fim de ano, fico comovida em ver como, no fundo, a maioria das pessoas s� deseja isso, paz e tranq�ilidade, para tocar a vida como ela vem. Paz e tranq�ilidade, portanto, � o que desejo a todos que acompanharam o caderninho ao longo do ano, deram sugest�es e palpites, xingaram e elogiaram. � muito bom ter voc�s como leitores, acreditem.


    (O Globo, Info etc., 22.12.2003)








    A fera � o Bruno, que tem um �timo site sobre BMX: o BMX4u.com.

    Fiz a foto ontem, quando, passeando com mam�e, parei para ver uma turma de esportes radicais praticando. Os meninos d�o um show, coisa linda de se ver.





    21.12.03




    Fotologgers

    A� est� uma parte da galera que compareceu ao encontro de Natal dos fotologgers cariocas; a foto � do Frederico Mendes. Foi um encontro divertido, como t�m sido esses encontros, em geral: s� ainda n�o achamos o lugar ideal.

    Da �ltima vez, sabe-se l� por qu�, fomos parar no Lord Jim. Muito bonitinho, mas escuro e barulhento, sem servi�o ou comida digna do nome. Um grupo dissidente, liderado pelo F�bio (do casal Zipper) partiu para a pizzaria em frente e se deu bem.

    Dessa vez, fomos para o Quiosque Hum. Seria ideal, se, l� para as tantas, n�o entrasse em cena uma banda at� simp�tica, cantando m�sicas at� legais... mas todas insuportavelmente alto!

    Se a gente estivesse l� para dan�ar, seria perfeito; mas para conversar ficou meio complicado.

    A garotinha na frente, segurando um objeto estranho, � uma vendedora de lanternas de fibra �tica: aquelas, que parecem fios de n�ilon com brilhos nas pontas. Apareceu com uma outra menininha, oferecendo a mercadoria cintilante numa mesa cheia de fot�grafos, e acabou se sentindo uma celebridade: nunca foi t�o fotografada. De quebra, acabou vendendo algumas lanternas.

    Quem fez uma grande foto da outra menina foi a Sylvia Heilborn, que mant�m um fotolog sensacional com um simples Palm Zire 71. As imagens dela provam que a sensibilidade do fot�grafo continua mesmo sendo muito mais importante do que qualquer equipamento.

    Vale conferir!








    Minha s�rie da Viagem ao Centro da �rvore est� quase completa; agora estou subindo umas fotinhas feitas com o Nokia 7650, que me acompanhou na aventura.





    19.12.03


    Ugh!

    Tem coisa mais chata, desinteressante e desenxabida do que a onda de cart�es de Natal politicamente corretos que assola o pa�s?!

    Voc�s sabem, n�: esses com fotos de criancinhas carentes beneficiadas por projetos sociais, desenhinhos feitos pelos filhos dos funcion�rios, e assim por diante?!

    Muita saudade dos tempos em que os cart�es de Natal eram apenas cart�es de Natal, cheios de dourados e purpurinas, desenhados pelos melhores artistas, e n�o t�quetes de lavagem de consci�ncia social.

    Update: Esqueci de acrescentar um detalhe. � que 99% dos cart�es que eu recebo v�m de empresas, e expressam tanto carinho quanto, digamos, uma cena rom�ntica do Stalone.






    � cirandeiro, � cirandeiro �,
    A pedra do teu anel
    Brilha mais do que o Sol.








    Viagem ao Centro da �rvore

    Ontem eu estive num lugar muito especial: dentro da �rvore da Lagoa! Fui com a Elis (fazendo a mat�ria de capa do Info etc.) e o Teixerinha (fazendo as fotos para a mat�ria). Estou publicando as fotos que fiz dessa aventura l� no fotolog.







    T�nel do tempo

    Fim de ano: qualquer folguinha que sobra, a gente aproveita para arrumar coisas, jogar fora trambolhos, dar um jeito na casa. Fotos de papel t�m isso: elas aparecem e desaparecem, e a�, nessas ocasi�es reaparecem de surpresa.

    Essa foi feita na Cobal, h� mil�nios, num s�bado de manh�. Tom Jobim ainda era vivo e estava na mesa com a gente. E mais Lucinha Ver�ssimo, Chico e Eliana, Jos� Lewgoy, Jaguar e Hugo Carvana (se n�o me engano).

    Nesse dia, um gar�om perguntou pra Lucinha:

    -- E a Ava Gardner a�, o que vai querer?

    Ela ficou encabulada com o lance da Ava Gardner, mas o Mill�r cortou:

    -- Lucinha, aprenda: n�o se discute com a oftalmologia alheia!

    Eu me lembro disso tudo por um motivo muito simples: � que os Ver�ssimos (por motivos geogr�ficos) e o Mill�r e eu (por quest�es de trabalho, dele, e de hor�rio, minhas) praticamente n�o �amos � Cobal.

    A exce��o � sempre mais f�cil de lembrar do que a regra.





    18.12.03



    Laura R�nai, PhD

    Quase 50 anos depois da Mam�e fazer o seu (dela) doutorado em arquitetura, a fam�lia tem uma nova PhD: minha irm� Laura, que defendeu ontem, brilhantemente, a sua tese de m�sica na UniRio.

    O "brilhantemente" a� n�o fui eu quem disse n�o: afinal, sou suspeita para falar. Foram os examinadores, mesmo.

    Aprovada com louvor.

    Viva, Laurinha!!!

    Parab�ns!!!

    Estamos todos orgulhosos de voc�... :-)))






    O caso do cachorro iraquiano

    Amigo, inimigo, tanto faz: para os americanos, todos s�o descart�veis


    T�. � muito bom o Saddam estar preso, neutralizado e coisa e tal, mas... os americanos n�o v�o aprender nunca?! N�o percebem que humilhar publicamente o monstro �, desde logo, diminuir a sua monstruosidade -- al�m de afrontar os sentimentos de meio mundo?! Por terr�vel que tenha sido sua ditadura, por mais mortes e mis�ria que tenha causado, Saddam � prisioneiro de guerra, e prisioneiro de guerra, todos sabem, deve ser tratado com dignidade. Caso contr�rio, quem o capturou a ele se iguala na barb�rie.

    As fotos do tirano de boca aberta, sujeitando-se a um procedimento m�dico provavelmente desnecess�rio, s�o chocantes n�o s� pela sua grosseria mas, sobretudo, pelo que revelam da falta de sensibilidade de quem as fez e distribuiu. � assustador imaginar que o mundo est� � merc� dessa gente, incapaz de perceber o grau de repulsa gerado por imagens assim.

    Os americanos que est�o no poder -- que me perdoem os americanos t�o revoltados quanto eu -� parecem ter perdido, de vez, qualquer sentimento de humanidade. N�o t�m -- e nem parecem interessados em ter -- a mais vaga no��o de como sente qualquer pessoa fora da sua aben�oada Am�rica

    Naturalmente, ningu�m ignora que Saddam fez muito pior com os seus prisioneiros. N�o h� mais o que discutir a seu respeito, ele � indescrit�vel como ser humano. O problema n�o � o que acontece com ele, e sim o que lhe fazem: ainda est�o nos nossos olhos as fotos dos seus filhos mortos, expostas em todos os jornais do mundo. A selvageria levada ao extremo, de todos os lados.

    Como diria o fil�sofo paulista, mata, mas n�o tripudia. Prende, mas n�o humilha.

    Pois ent�o n�o aprenderam que n�o se chuta cachorro morto?!

    N�o, � �bvio que n�o. Para eles, cachorro bom ainda � cachorro morto.

    * * *

    Para mim, as fotos de Saddam prisioneiro se equiparam, em impacto emocional, a uma pequena not�cia que meu amigo Juan Carlos Castro y Castro descobriu, no fim de semana, no Orlando Sentinel, jornal da Fl�rida:

    "O regulamento n�o permite que soldados americanos no Iraque tenham animais de estima��o, mas uma cadelinha preta e magricela que se aproximou da Guarda Nacional da Fl�rida, estacionada ao norte de Bagd� , se recusou a ir embora" -- escreveu o rep�rter Roger Roy. "Os soldados da Companhia Alfa do Segundo Batalh�o do 124 Regimento de Infantaria a adotaram, dando-lhe o nome de Apache, em refer�ncia � identifica��o da companhia.

    (....) Apesar de afetuosa com os 130 soldados da companhia, Apache notava estranhos imediatamente, latindo e rosnando em tom amea�ador. (....) Fazia grande festa para os soldados que retornavam de patrulhas, mordiscando a m�o dos homens e rolando no ch�o para que lhe fizessem carinho na barriga.

    Os soldados foram avisados que estavam violando as regras, e que teriam que livrar-se dela. (....) Levaram-na de carro a um lugar distante da base, na esperan�a de que algu�m a encontrasse mas, em tr�s dias, Apache achou o caminho de volta. Finalmente, perto do dia de A��o de Gra�as, os soldados levaram o seu animal de estima��o a um veterin�rio, que a destruiu."

    * * *

    Quem � pior, o que d� uma ordem dessas ou o que a obedece?! Ser� que ningu�m pensa mais, que ningu�m sente mais nada?! Como � que se pode matar um animal inocente e amoroso, �nica alegria que se tem em meio ao horror?!

    Enquanto isso, um c�o cenogr�fico cuti-cuti, mais artificial do que o peru de pl�stico que encantou os fantoches do refeit�rio militar em Bagd�, faz gracinhas para a imprensa, no vasto esquema de marketing que pretende assegurar a Bush a continuidade no poder.

    * * *

    Ah, dir�o voc�s, o que � um simples c�o diante dos milhares de mortos do Iraque, antes e depois da guerra? Mais uma vez, digo que n�o � exatamente o c�o o xis da quest�o, mas o que ele simboliza. A amigos e superiores todos tratam bem; mas pessoas (e pa�ses) revelam-se pela forma como tratam os inimigos, os mais fracos e os animais. Na �ltima semana, os governantes dos Estados Unidos falharam redondamente em todos os quesitos. E o pior � que isso nem nos surpreende mais.

    * * *

    Enfim, para constar: que vergonha, o Saddam, t�o despreendido em rela��o �s vidas dos demais iraquianos, se deixando capturar vivo. Mais uma vez se comprova como a crueldade anda de m�os dadas com a covardia.

    * * *

    Aten��o: voc�s s� tem mais dez dias para assistir a �O que diz Molero�, no Teatro Casa Grande! O espet�culo � longo, sim, mas � fenomenal. Imperd�vel.


    (O Globo, Segundo Caderno, 18.12.2003)





    17.12.03




    Gente, pelamordedeus, depois n�o se queixem de que n�o foram avisados com anteced�ncia, olha�:

    Vai rolar o Primeiro Encontro de Natal dos Fotologgers Cariocas. Promete ser �TIMO!

    � no pr�ximo s�bado, dia 20, a partir das 18h, no Quiosque Um. Na Lagoa, � claro, pertinho do Heliporto.

    Qualquer d�vida, � s� deixar um coment�rio no fotolog da Ang�lica, Organizadora M�r de Encontros e Festejos.

    Ah, sim: na foto, do ano passado, o Mosca me ajuda com a decora��o da �rvore. N�o foi uma boa experi�ncia.

    Este ano, n�o teremos �rvore.







    Plant�o Capivara

    Mais um flagra! Esse, feito por uma turma simp�tica que ia voltando o Piraqu�, e em que ia o Blu.

    A capivara da foto � a f�mea, que mora perto do Vasco.

    Ali�s, aproveito para fazer aqui um pedido: se algu�m tiver uma capivara sobrando em casa, por favor leve-a para a Lagoa! Se for f�mea, solte em frente ao Corte de Cantagalo; se for macho, na altura do deck de remo do Vasco.

    Essas coitadinhas da Lagoa est�o sozinhas demais!





    16.12.03


    Blogger.com.br

    Os usu�rios do Blogger.com.br receberam um email da Globo.com a respeito de mudan�as no servi�o. Muitos t�m escrito para mim, outros manifestaram preocupa��o aqui mesmo, nos coment�rios.

    Bom. Eu conversei com eles ontem, e a quest�o � muito simples.

    Quem j� tem blog hospedado no Blogger.com.br n�o precisa se preocupar. Eles n�o v�o cobrar nada de ningu�m dentro de um limite muito razo�vel de uso: este internETC., por exemplo, que � bem heavy como tr�fego e como armazenagem, caberia folgadamente nesses limites.

    Novos blogs em Blogger.com.br, s� para assinantes da Globo.com.

    Por que isso? Aparentemente, porque, com o fechamento do Kit.Net gr�tis e de tantos outros sites de hospedagem gratuita, os porn�s que moravam por l� se transferiram em massa para o Blogger.com.br -- onde n�o h� estrutura para se conferir cada novo blog criado, e muito menos grana para sustentar banda e hospedagem de site porn�.

    Restringindo o acesso a coisa fica mais f�cil para a administra��o, e mais dif�cil para os porn�grafos. De cara, o pessoal XXX vai ter que procurar outras paragens. E, agora, a Globo.com vai em cima dos sites que t�m milhares de acessos por dia, ocupam quaquilh�es de Gigabytes, etc.

    Pelo que me disseram, podem ficar tranq�ilos: � apenas uma medida de saneamento do sistema.

    Outra novidade � que est�o trabalhando numa vers�o muito poderosa do Blogger.com.br. O novo sistema, que deve ser lan�ado dentro de tr�s ou quatro meses, vai ser uma ferramenta de publica��o completa, com recursos de fotolog e, vejam s�, videolog.

    As conversas com a turma do Fotolog, mesmo, n�o deram em nada. H� uma incompatibilidade t�cnica entre o Fotolog e o sistema da Globo.com, que preferiu partir para o tal super blogger que vem a�.

    Nisso, sinceramente, fiquei com pena. O Fotolog n�o � a maravilha que � s� por causa da ferramenta, mas tamb�m, e sobretudo, pela sua universalidade. Ainda que 70% dos usu�rios sejam brasileiros, h� estrangeiros de sobra para que a gente se surpreenda com um gatinho no Jap�o, cristais de gelo na Su�cia, crian�as em Angola.

    Por outro lado, se a gente navegar um pouco pelos fotologs desses tais 70% de usu�rios brasileiros, vai ver que a maioria s� quer mesmo postar fotos e mais fotos de si mesmos, para que os amigos possam escrever "huahauhauhauha" indefinidamente...

    Enfim. Estou curiosa com o que vem por a�.

    (Enquanto isso, na cadeira ao meu lado, a Tati dorme o sono dos justos... e ronca! Muito engra�ado gato roncando...)








    J� foi pior. Foi?

    Meu pai achou este an�ncio t�o engra�ado que guardou durante anos. Eu pus numa moldurinha. Fica no escrit�rio, ao lado da minha mesa.





    15.12.03




    Matusca, quem mais? S� ele pra melhorar o humor da gente...

    Valeu, m�mia querida!







    Perdoai-os, Pai... que eu n�o consigo!

    � muito bom que o Saddam esteja finalmente preso e coisa e tal, mas... ser� que os americanos n�o v�o aprender NUNCA?!

    Ser� que n�o percebem que humilh�-lo publicamente � afrontar os sentimentos de meio mundo �rabe -- e de meio mundo ocidental, de quebra?! Por mais terr�vel que tenha sido seu poder, por mais mortes e mis�ria que tenha causado, Saddam � um prisioneiro de guerra. Prisioneiros de guerra devem (deveriam) ser tratados com dignidade; ou quem os capturou e pretende julgar a eles se iguala na barb�rie.

    J� n�o bastavam as fotos dos filhos mortos expostas em todos os jornais do mundo?!

    Ser� que os americanos ainda n�o aprenderam que n�o se chuta cachorro morto?!

    N�o, � �bvio que n�o aprenderam.

    At� porque, para eles, cachorro bom � cachorro morto.

    Os americanos que est�o no poder -- que me perdoem aqueles americanos que, eu sei, est�o t�o revoltados contra isso quanto eu -- perderam de vez qualquer sentimento de humanidade.

    Passei o fim-de-semana abalada com uma das not�cias mais chocantes que j� li. Foi um "presente" do Juan Carlos, que a descobriu no Orlando Sentinel e a traduziu no seu blog:
    "Para os soldados americanos no Iraque, � contra o regulamento ter animais de estima��o, mas o magro filhote preto que achou os soldados da Guarda Nacional da Fl�rida numa base ao norte do Iraque recusava-se a ir embora.

    Ent�o, os soldados da Companhia Alfa do 2� Batalh�o do 124� Regimento de Infantaria adotaram a cadela e chamaram-na de Apache, em refer�ncia � identifica��o da Companhia no r�dio.

    Mas o regulamento do Ex�rcito finalmente alcan�ou a Companhia Alfa e Apache.

    Membros de fam�lias dos soldados disseram quarta-feira (10/12) que os soldados foram for�ados a obedecer ordens e matar a cadela."
    Quem � o monstro maior: quem d� uma ordem dessas ou quem obedece?! Como � que algu�m pode matar um animal inocente, que caiu no enorme, est�pido erro de gostar de humanos, por causa de um regulamento?!

    Enquanto isso, o c�o cenogr�fico cuti-cuti da gang Bush faz gracinhas nos jardins da Casa Branca diante da imprensa, para garantir a sua continuidade no poder.

    Eu n�o sei mais o que pensar da atual mentalidade americana.












    Flagrei essa ceninha legal no almo�o de fim-de-ano da Vivo. O camarada que est� falando � Francisco Padinha, CEO da empresa: gente fina.

    Ver e fotografar

    Cara Cora,

    o mundo n�o � o que se fotografa. A percep��o subjetiva de duas capivaras n�o depende de fotograf�-las ou n�o. A observa��o � que faz com que voc� trabalhe seu cer�bro. A superutiliza��o dos gadgets faz com que fiquemos como a maioria dos japoneses, que viajam o mundo todo e n�o v�em nada, s� fotografam. V�o ao Louvre, em Paris, param 10 segundos em frente � Monalisa e tiram cinquenta fotos. Na verdade eles n�o viram a Monalisa. Eles n�o repararam em nada na Monalisa, apenas fotografaram. Eles viajam a Paris, tiram 500 fotos, mas n�o conhecem Paris. Eles s� v�o conhecer Paris, quando estiverem no Jap�o, e forem ver as fotos. Ent�o, eles passaram a conhecer Paris, mas apenas atrav�s de fotos, como a maioria das pessoas.

    Mas o mundo Cora, n�o cabe em rolos de filme ou em memory cards. Por isso, a superutiliza��o de gadgets � mal�fica. Fotografa-se tudo, estamos sempre plugados, mas n�o percebemos o que � real. N�o sentimos os cheiros, n�o ouvimos os sons ao nosso redor, vemos de tudo, temos todas as imagens, mas n�o percebemos nada.

    Abra�os,

    Paulo Celso Pereira


    Salve, Paulo Celso.

    N�o posso te responder em nome dos japoneses, mas no meu, posso garantir que as coisas n�o s�o assim t�o distintas: ver ou fotografar. Entendo que para quem tem pouca intimidade com a m�quina fotogr�fica, a complica��o de ajust�-la se sobrep�e ao gozo do momento; por isso, ali�s, n�o fa�o foto submarina. Nunca cheguei a dominar bem o equipamento, e preferi continuar curtindo os peixes e corais sem estresse.

    Mas aqui em cima d'�gua, a m�quina � uma segunda natureza para mim. Ela n�o est� agindo em lugar do meu olho ou dos meus sentidos; est� apenas anotando o que eu vi. Fotografar bem uma capivara, como, de resto, qualquer coisa, envolve um m�nimo de conv�vio com o animal. Pode ser que haja gente com "quilometragem" de capivara igual � minha, mas maior vai ser dif�cil. Sei os hor�rios das bichinhas e de onde v�m quando aparecem, conhe�o as suas manhas, fui possivelmente a primeira pessoa a fotografar as duas. Conhe�o a sua voz e o seu cheiro (que n�o � dos melhores), sei at� quando est�o de bom ou mau humor.

    N�o subestime todos os fot�grafos (ou todos os usu�rios de gadgets eletr�nicos) -- que tendem a ser pessoas muito curiosas e interessadas pelo mundo.

    Um grande abra�o,

    Cora

    Estava trabalhando na minha correspond�ncia, acabei de escrever essa carta e fiquei pensando por que ainda existe
    este preconceito em rela��o �s m�quinas, por que ainda existe essa no��o de que ou se v�em as coisas ou se fotografa. Para mim, � t�o �bvio que fotografar agu�a a percep��o do mundo!

    Na quinta passada, escrevi meio de brincadeira a respeito da rea��o dos gregos � escrita em detrimento da mem�ria. Agora me pergunto se a rea��o do Paulo Celso -- comum � maioria das pessoas que n�o fotografam -- n�o tem um pouco a ver com isso, ou n�o � uma vers�o revisitada da velha cisma.

    Num exerc�cio de ret�rica, poderia haver algo a ser dito em favor da mem�ria sobre a escrita ainda hoje. Se soub�ssemos apenas o que conseguimos decorar, se fic�ssemos restritos ao �mbito das nossas mentes, estar�amos, como estamos, afogados no tal information overload?

    Sei l�.

    S� tou pensando em voz alta.





    12.12.03




    Nada a ver com o "Esp�rito Natalino", mas que � engra�ado �, n�?

    Achei no blog da Bia Badaud dia desses, depois perdi aqui na confus�o de JPEGs; hoje, procurando umas figurinhas, dei com ele novamente...






    Cora��o de estudante

    "Qual � a import�ncia do Vale do Para�ba?"

    "O Vale do Para�ba � de suma import�ncia, pois n�o podemos discriminar esses importantes cidad�os, j� que existem o vale-transporte, o vale-idoso, porque n�o existir tamb�m o vale-do-para�ba??!!!"











    Flog in Rio ou
    Encontro de fotologueiros cariocas


    As fotos est�o, naturalmente, no Fotolog; sugiro um passeio pelos flogs de quem foi (lista completa l� tamb�m).

    H� muitos flagras engra�ados!






    Gracinha.com

    Ta�: garanto que a L�cia Guimar�es nunca recebeu um cart�o t�o simp�tico quanto este, em que o Guilherme deseja Boas Festas para mim... e para a turma do blog!

    Muito obrigada, Guilherme! Beijos para voc�. Est� todo mundo na torcida pela recupera��o da Maria, viu?





    11.12.03


    Ego.com

    A Angela Fatorelli, do Bloggete, mandou muito bem:
    A jornalista L�cia Guimar�es, uma das apresentadoras do �Manhattan Conection�, dispara, no pr�ximo n�mero da revista �Argumento�, sua pena sofisticada contra a mania de todo mundo ter um blog e nele expor sua intimidade e a dos amigos. �O blog � o novo trenzinho el�trico do ego�, metralha.

    Essa nota est� no Globo de hoje.

    Eu gostaria de comentar que sim, claro, prezada L�cia Guimar�es, o blog � um trenzinho do Ego. A senhora -- ou senhorita? -- n�o tem ego? Ah, eu tenho. Tenho mesmo. Mas n�o sou apresentadora de nenhum programa na televis�o e nem tenho amigos que publicam toda e qualquer coisa que eu escrevo em revistas e jornais de nome besta.

    Eu tenho que usar uma ferramenta gratuita de publica��o para comunicar aos outros minhas opini�es sobre o mundo, sobre as pessoas, e qui�� sobre as exposi��es de ego alheias, sacou, dona L�cia?

    ::�ngela F. desconhecida na imprensa, mas feliz da vida com seu mondo blog::







    As inven��es b�rbaras

    Acontece: �s vezes um filme acaba dominando completamente o panorama, como se fosse uma esp�cie de tema obrigat�rio da temporada. J� aconteceu com �Beleza americana� e com �Tiros em Columbine�, por exemplo, com �Cidade de Deus� e at� com �Am�lie Poulain�; agora, est� acontecendo com �As invas�es b�rbaras� � que, apesar de estar em cartaz h� mais de um m�s, continua dando pano para as mangas. Gostei do filme, como todo mundo, mas, ao contr�rio da maioria (como � que eu sei?), n�o achei que est� com essa bola toda. Para mim, o bonequinho estaria aplaudindo apenas sentado, vagamente perplexo com a como��o � sua volta.

    Os atores s�o excepcionais, a dire��o � excelente, o roteiro � �timo � mas a quest�o central do filme, ainda que bem conduzida, � muito antiga para quem discute o assunto desde o s�culo passado (o Vinte), quando o manifesto do Unabomber causou tanta celeuma.

    R�my, o intelectual, reencontra S�bastien, o filho yuppie que, mergulhado em tecnologia e dinheiro, ama tudo o que o pai detesta e sabe, direitinho, como � que a banda toca. A rela��o entre os dois se refaz aos poucos, lindamente, em meio a um confronto cont�nuo entre idealismo vencido e pragmatismo vencedor. Os gadgets de S�bastien e a sua no��o de que o mundo cabe inteiro na tela de um notebook ou de um celular s�o os vil�es do filme � embora garantam a R�my um fim de vida compat�vel com os seus ideais rom�nticos. Money talks mais alto.

    Para muita gente, meu querido Arnaldo Bloch inclusive, o ponto alto do filme, ou pelo menos um de seus momentos emblem�ticos, acontece quando Nathalie, uma junkie do bem, atira o celular de S�bastien ao fogo. Para essa galera de late bixos grilos , � um instante de liberta��o: �Chega, nerds ! Vivam a vida! Olhem a natureza! Conversem com as plantas e com as pessoas que est�o ao seu lado!�

    Ora, simbolismo por simbolismo, para mim a cena representa uma met�fora da inquisi��o, queimando na fogueira da ignor�ncia aquilo que n�o compreende. Assim, o Nokia em chamas passa a ser um pequeno Jan Hus de pl�stico e sil�cio, ardendo em sacrif�cio pelo conhecimento e pelo progresso � com tudo o que a palavra carrega hoje de pejorativo. S� n�o exclama � Sancta simplicitas !� porque o latim saiu de moda e porque, afinal, os telefones celulares s�o humildes e se abst�m de fazer ju�zo sobre as pessoas. Mas n�o � de todo imposs�vel que o �ltimo pensamento a cruzar seu chip tenha sido �Holy shit!�, o similar inculto da l�ngua franca do nosso tempo.

    * * *

    Digo tudo isso mas, na verdade, n�o estaria aqui falando do filme (que, a meu ver, j� foi discutido � exaust�o: pr�ximo assunto, por favor) se o Arnaldo n�o tivesse tocado no tema e trazido � tona, na sua cr�nica de s�bado passado, velha discuss�o recorrente entre n�s. Ele acha que devemos restringir o consumo da tecnologia a um m�nimo, ao passo que eu acho que devemos explor�-lo ao m�ximo.

    N�o h� nem como, nem por qu�, reverter o tempo e voltar a um mundo que j� n�o existe. Nosso cord�o umbilical est� irremediavelmente ligado a sa�das USB e fontes de energia.

    Quando digo que n�o sou ningu�m sem as minhas m�quinas, isso n�o significa que a minha identidade est� nelas, mas sim que elas expandem a minha mente e as minhas a��es para muito al�m do que pode ir a fr�gil estrutura de carne e osso que usamos para carregar nossos c�rebros de um lado para outro.

    * * *

    Pergunto: para que limitarmos as nossas fronteiras? Como se isso fosse poss�vel! As m�quinas n�o nos afastam das pessoas ou da natureza, pelo contr�rio; elas ampliam a nossa compreens�o do mundo e estendem o nosso afeto, mostrando aos amigos quem somos, onde estamos, o que vemos e o que sentimos.

    Cada ponto numa rede, cada website, cada blog ou fotolog correspondem, sem exce��o, a pessoas como n�s. Vivinhas, de carne e osso, talvez existindo como mat�ria em outra latitude mas, como esp�rito, muitas vezes mais pr�ximas do que os nossos vizinhos de porta.

    Reconhe�o que lidar com essa abstra��o nem sempre � f�cil para quem ainda v� as m�quinas como um fim em si mesmas. � normal, isso. Sempre que a Humanidade muda de paradigma, h� quem lamente o que se perdeu: j� na Gr�cia antiga houve quem se revoltasse contra a escrita, aquela fun��o vulgar de escravos que p�s a perder o belo h�bito milenar de se trazer todas as hist�rias na mem�ria.

    * * *



    Ainda outro dia discuti isso mais uma vez com o meu amigo, ao nos encontrarmos em plena Lagoa. Eu ia andando devagarinho, observando cada detalhe e fotografando aqui e ali; ele ia velozmente, pedalando a sua bike .

    � Deixa essa m�quina para l� � admoestou. � Voc� est� vendo o mundo atrav�s de uma lente!

    Ta�: se estou, n�o tenho reclama��es. Ando bem contente com essa lente, que j� me mostrou lesmas, peixes variados, bigu�s, gar�as e soc�s � sem falar em duas lindas capivaras.

    Um dia, quando estiver a p�, ele ainda v� uma delas.


    (O Globo, Segundo Caderno, 10.12.2003)







    Brasil!

    Acabo de ver o video da m�sica que venceu a Calif�rnia da Can��o Nativa, no Rio Grande do Sul, um baita festival regional. Chama-se "La�ador de Barro", � da autoria de Jo�o e Borges e o video � da Santo Expedito Produ��es Poss�veis, dos meus amigos F�bio e Jaq.

    Pode ter coisa mais brasileirinha, mais gostosa do que tudo isso?

    Eu amo este pa�s! :-)

    Para ver e ouvir a m�sica clique aqui e, ao pedido da senha, digite 7F9F67D3.








    Enquanto isso, no site Dirce, ao qual cedi minhas fotos...

    "Gerard Depardieu, sorria: voc� est� sendo fotografado!"

    Huahauahuahauhauhauha!!!

    Algu�m comentou l� no fotolog, e eu n�o posso concordar mais enfaticamente: se n�o tivessem proibido fotografar, eu n�o teria tido uma fra��o da divers�o!





    10.12.03


    Meetup do Rio

    Hoje � dia de meetup, aquele popular encontro de fotologueiros que se realiza, na segunda quarta-feira do m�s, em todas as cidades onde existem fotologueiros.

    O do Rio vai ser no Lord Jim.

    Estou saindo �s carreiras, atrasad�ssima. Pe�o por favor ao primeiro fotologueiro que aparecer por aqui e que tenha o endere�o e hor�rio que deixe esses "pequenos detalhes" nos coment�rios...

    � que o Fotolog propriamente dito est� fora do ar e, portanto, n�o estou conseguindo chegar aos amigos que j� postaram a informa��o para pesc�-la para c�.

    Valew!

    FUI.

    E vou.






    Celebridade

    Gerard Depardieu est� rodando umas cenas no Rio. Topei com a equipe de filmagem por acaso quando desci aqui, voltando de S�o Paulo.

    Uma mo�a grossa e pouco inteligente me proibiu de fazer fotos... mesmo � dist�ncia!!!

    -- Nem uma fotinha?! Isso � um espa�o p�blico! Fa�o uma foto e pronto.

    -- N�o senhora, nem uma.

    Bom, n�o sei voc�s, mas comigo o melhor convite para fazer qualquer coisa � dizer que est� proibido. Assim, dei a volta, fui para tr�s do vidro e... clic, clic, clic.

    Infelizmente eu quase n�o tinha mais espa�o no cart�o. Apagava fotos do v�o e clicava o Depardieu quando ele aparecia.

    A certa altura ele percebeu que eu estava fotografando e fez um gesto obsceno para mim. O diretor come�ou a gesticular tamb�m e a tal mo�a foi chamada novamente.

    Antes que ela conseguisse dar a volta para me pegar, sa� de fininho, peguei um taxi e mandei tocar pro Globo.

    � l�gico que uma das fotos est� na edi��o de hoje, na p�gina 2... :-D






    Ningu�m merece!

    � assim: voc� fica escrevendo coluna at� �s seis da manh�; vai dormir, aos trancos e barrancos, �s 6h30; acorda �s 9h30 para ir para S�o Paulo trabalhar; encara uma Ponte A�rea turbulenta e atrasada; v� o Depardieu filmando no Santos Dumont e se desentende com uma mo�a desagradabil�ssima que pro�be fazer fotos; corre para o jornal; termina a coluna, resolve uns pepinos e abre a mailbox.

    A� encontra um cretino desses.

    OK. Eu sei que n�o se amplia a voz dos imbecis. Mas, putz, tem hora que cansa, viu?!

    Como eu acabei de dizer l� no Fotolog tamb�m: ARGH!!!!!
    "Tamb�m sou jornalista e tenho uma produtora de v�deo. Li sua mat�ria dia 8/12/2003 sobre a c�mera Kodak DX6490. Vi as duas fotos da inaugura��o da �rvore da Bradesco que, segundo voc� foram tiradas da janela do quinto andar do seu apartamento na Lagoa.

    Muito estranho. Eu estava l�, no palco, gravando o coro das Meninas Cantoras de Petr�polis. Me desculpe, consultei outros fot�grafos e diretores de arte amigos e todos foram un�nimes emafirmar o que vi na hora que olhei suas fotos: a foto menor - que seria o super zoom da Kodak, est� num angulo que s� poderia ser tomado ao n�vel do palco, e nunca do quinto andar! eu mesmo fiz tomadas que est�o quase no mesmo plano.

    Repare que a foto maior revela o teto dos autom�veis, da barraca... No m�nimo, o coral apareceria no mesmo �ngulo, a menos que, al�m de um zoom muito poderoso, a Kodak tamb�m venha equipada com uma grua... E ainda assim, infelizmente, as �rvores ficariam na sua frente!

    Muito estranho...Se foi uma ilus�o de �tica, seria legal voc� explicar. Tenho certeza que qualquer um que fotografe regularmente vai estranhar tamb�m.

    Grande abra�o,

    Heber Lobato Jr."





    8.12.03




    Tutu, mandando uma mariposa covarde tomar vergonha na cara e descer l� de cima para enfrent�-la feito gente.








    DX6490: show de c�mera!

    At� eu levei um susto: segundo o contador da m�quina, em pouco mais de um m�s fiz 3.743 fotos com a Kodak DX6490 (mais da metade, provavelmente, dos meus gatos...). A explica��o � simples: ela � uma das melhores c�meras digitais que usei, e quando a experi�ncia � t�o compensadora, a gente tende a repeti-la. Dois detalhes combinados a tornam �nica � o sistema Easy Share, do qual falei no outro dia, e que realmente muda a rela��o da gente com as c�meras (e a delas com os computadores) e o fenomenal zoom �ptico 10x, cuja performance voc�s podem avaliar pelas fotos.

    As da festa da �rvore foram feitas da minha janela, no quinto andar; as da praia, do 37 andar do M�ridien. Ainda por cima, atrav�s de janelas escuras! (Para ver mais exemplos de fotos, e toda a seq��ncia do zoom, v� ao meu fotolog, em www.fotolog.net/cronai). Nos dois casos, al�m de toda a extens�o �ptica do zoom, usei tamb�m o zoom digital 3x, de que em geral n�o gosto, mas que aqui funcionou bastante bem.

    O segredo do espantoso zoom da Kodak DX6490 pode ser resumido em tr�s nomes: Schneider-Kreuznach Variogon. Poucas c�meras podem se gabar de ter lentes com tal pedigree � inclusive, poucas c�meras at� da Kodak, que as reserva para o seu topo de linha. � l�gico que, com um zoom desses, ela n�o � uma c�mera de bolso � mas, ainda assim, � pequena e leve o suficiente para caber na bolsa sem incomodar. Al�m de tudo, � um objeto muito bonito, com um design s�brio e enxuto.

    Mas h� outras coisas de que gostei muito nela, al�m do design e do zoom poderoso. A bateria, por exemplo, que segura as pontas com extrema galhardia; o LCD, que � grande, claro e tem �tima resolu��o; o visor eletr�nico, que em casos de muita ou pouca luz, de fato funciona; os bot�es dos comandos mais usados ao alcance dos dedos.

    Como todas as Kodak, a DX6490 � fac�lima de usar, quer a gente trabalhe em modo autom�tico, quer deseje ter maior controle sobre as fun��es; ao contr�rio das irm�s, por�m, ela oferece uma alternativa menos �mastigadinha� do software, o que achei uma felicidade, e algo a ser incorporado �s demais c�meras de primeira linha da �fam�lia�.

    A qualidade da imagem, que vai a 4 MP, � �tima em todas as circunst�ncias, inclusive � noite, e at� com flash. Ela usa cart�es MMC ou SD, e custa R$ 2.997. H� muitas outras coisas interessantes a respeito dessa grande m�quina; recomendo uma visita ao seu site, em wwwbr.kodak.com.


    (O Globo, Info etc., 8.12.2003)





    6.12.03




    Fiz esta panor�mica de Copacabana do alto do Hotel M�ridien, no Leme.






    =^..^=

    TESTE!

    Voc� sabe distinguir um gato de uma gata?

    Estou falando em quadr�pedes, naturalmente... (a minha pontua��o foi 11/16).

    Valeu, Rinatinha, muito obrigada... :-)))








    Keaton, pensando no sentido da vida...






    Haja pixel!

    Um amigo me mandou, h� alguns dias, o link para uma foto extraordin�ria, que s� tive sossego para ver agora: uma imagem do Bryce Canyon montada a partir da colagem de 196 fotos de 6 Megapixels cada.

    S�o 40,784 x 26,800 pixels no total, ou seja, cerca de 1.09 bilh�o de pixels.

    � muito pixel!

    Mais uma fa�anha de Max Lyons, que vem se dedicando a fazer imagens digitais cada vez maores e mais detalhadas. Para quem gosta de foto digital e l� ingl�s, passear por l� oferece bem mais do que lindas figurinhas.





    5.12.03



    Plant�o Capivara

    A capivara vasca�na est� ficando muito exibida!

    Logo depois de ser flagrada pelo Marcelo Soares, posou para o RockRJ, inteiramente na dela.

    J� j� come�a a se queixar de que n�o ag�enta mais a vida de estrela, e que os paparazzi n�o lhe d�o sossego...









    Not�cias da Bia

    A Bia est� bem melhor.

    Al�m do tratamento m�dico de primeira que recebeu, v�rias distra��es a est�o ajudando a n�o pensar nas queimadurinhas.

    A Mayra, amiga dela desde pequenininha -- sim, meninos, a Mayra (1m77) j� foi pequenininha! -- est� passando uns dias aqui em casa antes de seguir para Barcelona, para onde est� se mudando de vez.

    Os gatos, muito sens�veis, est�o fazendo o que podem para mostrar que est�o solid�rios: sobem no trabalho, mordem a canela, pedem colo.

    Finalmente, um frila que era para ser uma entrevistinha simples, a ser entregue na semana que vem, revelou-se um comp�ndio de celebridades, com um monte de entrevistas... a ser entregue ainda hoje!

    Resultado: o Bipe mergulhou em telefonemas, apura��es, textos.

    Foi dormir ainda agora.

    N�o s� est� doidinha, como est� deixando a Mayra, aos gatos e a mim igualmente birutas.

    Em suma, a casa voltou (quase) ao normal.






    4.12.03


    Um grande susto, uma grande amiga

    Tivemos um acidente dom�stico no domingo passado.

    A Bia foi p�r uma pizza no forno, que explodiu quando ela se abaixou para ver se estava ou n�o acesso. Eu, trabalhando sossegada no escrit�rio, levei o susto da minha vida quando ouvi ao mesmo tempo o barulho e o grito dela; voei para l�, sem ter id�ia do que havia acontecido -- o barulho podia ser qualquer coisa, de geladeira caindo a terremoto -- e a encontrei no meio de um monte de fuligem, com os cabelos ainda fumegantes, a cara toda preta, chorando de dor.

    Coitado do meu b�pede!!!

    Passei a m�o no telefone e liguei para a querida Dra. V�nia, que muitos de voc�s conhecem como Bia Badaud. Cirurgi� pl�stica com grande experi�ncia em tratamento de queimados mas, sobretudo, muito bom senso e muito cora��o, ela era exatamente a pessoa de quem a gente precisava.

    N�s nunca hav�amos nos encontrado em pessoa antes, mas, para mim, isso n�o fazia nenhuma diferen�a. De ler constantemente o que escreve, tanto aqui nos coment�rios quanto no seu pr�prio blog, eu tinha certeza de que n�o havia ningu�m melhor para acudir a sua quase xar�.

    Dito e feito. Logo a nossa doutora estava aqui. Olhou a Bia, medicou-a, tranquilizou-a.

    Tranquilizou igualmente a m�e da Bia, assaz assustada -- e que nem sabe como agradecer a compet�ncia, a aten��o e o carinho da amiga. Que, no dia seguinte, como m�dica e amiga ciosa, estava de novo aqui, fazendo curativo, conversando, nos deixando contentes e alegres.



    Felizmente, a maioria das queimaduras da Bia foi superficial; o nariz ficou um pouco mais bem passado do que devia, mas com os devidos cuidados n�o ficar� marcado.

    Ontem ela j� voltou ao trabalho, onde foi prontamente apelidada de Rena do Nariz Vernelho.

    PS: Com o cora��o do Keith Haring vai um agradecimento muito especial tamb�m para o Marquinhos, um dos nossos melhores amigos, tamb�m m�dico e muito querido, que acudiu com rem�dios, carinho e hist�rias engra�adas para fazer a gente rir depois do susto.









    H� meninos brancos em Angola

    E o c�u de Silva Pinto, simplesmente magn�fico


    "N�o me digas que em Angola n�o h� um garoto branco... um velho de olhar terno para fotografar?� � perguntaram, dia desses, ao Silva Pinto, o amigo angolano de tantos brasileiros, mestre em registrar os fatos (sem perder a ternura jamais). Uma provoca��o seguida do que eu, admiradora do seu trabalho, considerei no m�nimo um desaforo: �N�o alteres muito os tons ao c�u com programas de fotografia... perde a gra�a.�

    N�o � � toa, por�m, que o homem tem aquela eleg�ncia toda. Confiram sua resposta:

    �Garoto branco, garoto negro, garotos �todos iguais, todos diferentes�, todos garotos, ser� que assim �, ser� que � assim que as coisas acontecem na minha realidade. Bom, como tu deves saber eu vivo em Luanda, Angola, vivo em �frica onde a popula��o negra � maiorit�ria. Em Luanda, h� garotos brancos, sim, h� meninos e meninas brancas, h� meninos e meninas negras. Se me perguntares se vivem todos da mesma maneira, estou tentado a dizer-te, sem te mentir, que n�o, que a esmagadora maioria dos meninos negros da minha terra n�o vive da mesma maneira que a maioria dos meninos brancos.

    Os meninos brancos de Luanda, s�o, em regra, filhos de expatriados trabalhadores das petrol�feras, das ONGs, das companhias estrangeiras, do Corpo Diplom�tico acreditado em Angola, e de poucos cidad�os europeus que por raz�es profissionais c� se fixaram ou por c� se deixaram ficar. Majoritariamente estrangeiros, portanto, vivem nos luxuosos e car�ssimos bairros residenciais de Luanda, em enormes casas cercadas de muros altos bordejados de arame farpado ou cacos de garrafa com guarda fardado � entrada, n�o t�m falta de �gua nem de electricidade, freq�entam as escolas privadas caras de Luanda, n�o andam a p�, deslocam-se de carro com motorista, n�o t�m paludismo, t�m piscina no jardim, n�o comem uma bucha sentados no ch�o, t�m pai, t�m m�e, t�m cart�o de vacinas, sabem onde nasceram, sabem o dia e a hora em que vieram a este mundo, t�m brinquedos, t�m sonhos de menino, n�o s�o surrados por d� c� aquela palha pelo primeiro que aparece e tem necessidade de descarregar raivas antigas, dormem o sono tranq�ilo e fresco dos anjos velados por uma b�b� de servi�o (essa sim, quase sempre negra) que at� fala a sua (deles) l�ngua.

    Fotografar estes meninos ser� sem d�vida tarefa interessante, ser� tamb�m tarefa muito �rdua. Imagina tu o que me fariam se me apanhassem empoleirado num escadote de c�mera apontada a fotografar as crian�as loirinhas e lindas do Sr. Fulano de Tal, em amena brincadeira � volta de uma piscina, numa qualquer tarde quente? No m�nimo seria acusado de qualquer coisa bizarra. Os meninos que eu posso fotografar s�o os meninos com quem eu cruzo na rua diariamente, que me chamam Tio, que t�m fome (alguns), que sorriem, que choram, que brincam, que n�o t�m guardas nem bab�s, que t�m como piscina o charco no passeio feito pela �ltima chuva ou pela conduta de �gua da Epal que estoirou e nunca foi reparada, que n�o t�m hora de regressar a casa, ou porque simplesmente n�o a t�m, ou porque ningu�m os espera para jantar.

    Os velhos de olhar terno, esse j� � outro assunto. A esperan�a de vida em Angola, como deves saber, � de tal forma das mais baixas do mundo que encontrar um velho j� � dif�cil, ent�o encontrar um com olhar terno ser�, direi eu, um acaso muito feliz. Sabes, eu n�o exploro a mis�ria, seria at� muito f�cil para mim faz�-lo, nem a tristeza, eu n�o invento a dor nem o sofrimento, eu n�o fabrico poses nem sorrisos, eu n�o fabrico imagens chocantes pelo simples prazer de incomodar. Por uma quest�o de princ�pios e de respeito pr�prios, e pelos outros que fotografo, eu s� capturo o que me toca, nada do que fotografo � falso ou artificial, tudo o que v�s nas minhas fotos existe, � palp�vel, � natural, � verific�vel.

    Vem ver ou pergunta a quem j� viu, como � que � um c�u da minha terra, um p�r-do-sol da minha terra. Quem sabe eles se lembrem e te digam que � simplesmente magn�fico. Se quiseres, os ajustamentos que fa�o �s minhas fotos no computador s�o os mesmos que, h� uns anos atr�s, se faziam no ampliador, quando se escolhiam os tempos de exposi��o, fabricavam m�scaras para proteger zonas e queimar mais outras, se utilizavam determinados reveladores e emuls�es para se obterem determinados resultados. Se j� fizeste c�pias de contacto, tiras de teste, escolheste filmes e pap�is em fun��o de efeitos que queres criar, deves saber do que estou a falar. Os meus azuis s�o mesmo azuis, as minhas cores s�o mesmo cores. N�o as altero, n�o as modifico, n�o as fabrico, est�o a� para quem as quiser apanhar.

    Agora, sejamos realistas, e deixemo-nos de falsos purismos. A fotografia � uma arte, � emo��o, mas tamb�m � t�cnica. Ou por acaso sup�es que os grandes fot�grafos n�o usam filtros, n�o polarizam os c�us, n�o ajustam contrastes? Se calhar, eles n�o o fazem, mas tem quem fa�a por eles�

    Valha-me Nossa Senhora dos Recados, que isto hoje j� vai longo.

    Volta sempre.�


    (O Globo, Segundo Caderno, 4.12.2003)

    Outro texto que voc�s leram antes aqui; mas achei que seria uma pena deix�-lo restrito ao universo ainda reduzido das pessoas que l�em blogs e v�o ao Fotolog, tendo aquele lindo espa�o dispon�vel l� no jornal...






    3.12.03





    Plant�o Capivara

    A capivara do Vasco foi vista ontem!

    Fiquei muito contente, j� n�o tinha not�cias dela h� alguns dias. O melhor � que, dessa vez, foi at� fotografada.

    A� vai o relato do feliz caminhante que a encontrou:
    "Ontem � noite, andando pela Lagoa, encontrei a famosa capivara! O bichinho estava em frente � igreja Nova Vida, logo depois do Clube N�utico, comendo o capim � beira d��gua.

    N�o � que � enorme? Depois de tr�s flashes ela resolveu ir embora, e calmamente mergulhou na �gua. Realmente um barato!"(Marcelo Soares)
    Valeu, Marcelo, muito obrigada!





    2.12.03




    Naturalmente

    Um dia come�aram a aparecer no Fotolog umas fotos deslumbrantes de bichinhos esquisitos, daqueles que costumam p�r a gente para correr, como cobras, sapos e outros seres escorregadios. As fotos eram macros gloriosas, t�o boas que a gente jurava que o dono daquele espec�fico fotolog, o Naturalmente, estava tirando aquelas maravilhas de publica��es especializadas.

    E n�o � que estava mesmo? Mas n�o, n�o se trata de um caso descarado de pl�gio. Quem est� por tr�s do Naturalmente � a portuguesa Isabel Catal�o, fot�grafa especializada em r�pteis e anf�bios, e autora de algumas das mais lindas fotos de natureza que j� vi. V�rias delas v�o, mesmo, parar nas grandes revistas e nos sal�es de exposi��es de museus e universidades do mundo todo, que Isabel percorre como conferencista.

    Quando est� em casa, ela colabora, particularmente, com o grupo de herpetologia do Centro de Biologia Ambiental da Faculdade de Ci�ncias da Universidade de Lisboa (ufa!). Quer dizer: pouca gente conhece cobras e lagartos como ela � e nem pensem que aqueles closes de serpentes sorridentes e sapos saltitantes se obt�m com zoom, � dist�ncia. A mo�a � valente mesmo, e trabalha sempre a poucos cent�metros dos seus modelos.

    Nos momentos em que deixa o seu mundinho animal, Isabel Catal�o fotografa os s�tios hist�ricos de Portugal � e, claro, d� um show de bola. Tinha que ser: afinal, castelos medievais n�o se mexem, n�o pulam e, sobretudo, n�o mordem. Para ver as fotos deslumbrantes dessa Indiana Jones das imagens, v� ao seu fotolog, em www.fotolog.net/naturalmente. E, para saber mais sobre ela (e ver mais umas fotinhas) v� ao seu website, em www.isabelcatalao.com.

    Voc� nunca mais vai ver um sapo com os mesmos olhos.

    (O Globo, Info etc., 1.12.2003)

    Sim, sim, voc�s leram (quase) o mesmo texto aqui antes.

    Vantagens da publica��o online, em geral, e do blog, em particular... ;-)





    1.12.03



    Uma esp�cie de Fotolog antigo

    A Laura acaba de me ligar no auge do entusiasmo: descobriu The Web Gallery of Art, um dos websites mais bonitos do ciberespa�o. Nele, h� quase 12 mil reprodu��es de pintura e escultura europ�ia produzida entre os anos 1150 e 1800. Muitas obras est�o comentadas, h� biografias dos artistas mais importantes e a navega��o est� extremamente bem resolvida.

    Os quadros podem ser encontrados usando-se os mais diversos crit�rios de busca; h� visitas guiadas, que facilitam a compreens�o da galeria e das liga��es art�sticas e hist�ricas entre as obras; e pode-se at� usar um navegador com tela dupla, que permite carregar dois quadros ao mesmo tempo, para facilitar compara��es. N�o h� nenhum dispositivo impedindo a c�pia das imagens, que podem tamb�m ser enviadas como cart�es eletr�nicos.

    A galeria � um aut�ntico tesouro, uma esp�cie de Fotolog da Grande Arte. Permite at� que se escute m�sica do per�odo que se est� vendo. N�o se recomenda a ningu�m que precise realizar algum trabalho urgente (ou, ali�s, qualquer tipo de trabalho) que v� at� l�.

    Em tempo: este site � h�ngaro...