9.11.02


Amici miei

PNN: como perder o emprego sem perder o senso de humor.

Boa sorte, coleguinhas!




8.11.02


extreme-commerce

Bípede conservador que sou, não fiquei muito contente quando a Amazon.com inventou, há alguns anos, de vender panelas e eletrodomésticos: a minha idéia de uma livraria, virtual ou não, era a de um lugar com livros. Levei um tempão até me acostumar com aquela página de abertura oferecendo barracas de camping e anões de jardim, e ainda fico meio irritada quando, numa busca, tenho que explicar que Joseph Conrad está em Books, e não em Cell Phones & Service. Mas não há nada a fazer: a Amazon.com está virando uma loja de departamentos virtual, e nisso, aliás, tem sido muito bem sucedida.

Hoje, seus usuários receberam um email do CEO Jeff Bezzos informando que mais um departamento, o de roupas, foi oficialmente inaugurado. Aberto há uma semana em versão Beta, vendeu, sem qualquer estardalhaço, uma quantidade incrível de coisas. Bezos fez uma lista interessante. Nos primeiros dias (ele não diz quantos) a freguesia comprou:

* 14,487 camisas
* 1,843 casacos
* 2,712 sweaters
* 140 trajes de banho (uma barbaridade, se levarmos em consideração que lá em cima é pleno inverno)
* 9,408 calças
* 485 saias
* 1,461 pijamas, camisolas & correlatos
* 3,254 pares de sapatos
* 1,870 pares de meias
* 2,805 acessórios (bolsas, relógios, echarpes, etc.)
* 3,287 roupas de baixo

Fui lá ver essa novidade. Na página de roupas para mulheres posso dar uma geral por marcas (entre elas algumas das minhas favoritas, como Gap, Eddie Bauer e Land's End) ou ir direto ao assunto, escolhendo entre dez diferentes categorias (vestidos, calças, sapatos, por aí).

Fui checar as blusas e tops. Aparecem seis sub-categorias, com quantidade de diferentes modelos ao lado, de camisas clássicas (88 modelos) a camisetas (565), passando por polos (251) e sem manga (307), turtlenecks (186) e blouses, que é como eles chamam as blusas modeladas, mais femininas (361). Em qualquer delas, ainda posso escolher entre novidades, mais vendidas e liquidação, e afinar a busca de acordo com as peculiaridades do que estou procurando. Em camisetas, por exemplo, poderia optar entre atléticas (6 modelos), de mangas curtas (85), longas (102) ou três-quartos (41). Ou, simplesmente, escolher por marca.

Desnecessário dizer que tudo isso está ao alcance do perigosíssimo sistema one-click, que já levou tanto do meu rico dinheirinho em livros. Mas, antes que alguém na platéia se empolgue demais -- como eu, aliás, me empolguei: a Amazon.com só despacha roupas pros Estados Unidos.

Prova de que Deus é grande e sabe o que faz: com este dólar e esta aduana...











7.11.02


Rosângela e a imprensa

Juntei neste blog aqui alguns dos artigos que irritaram a governadora eleita do Estado do Rio, e a levaram a processar os autores (até o momento, Arnaldo Jabor, Artur Xexéo, Fernando Pedreira e Mauro Rasi).

Ao contrário do que ela pensa, são uma ótima leitura.







Daqui, pescado aqui.





ACHTUNG!


Update II:

Atenção, isso não é uma piada!

Xexéo, que está de férias, me mandou um email dizendo que dona Rosângela Matheus também está processando o Fernando Pedreira e o Arnaldo Jabor. Amanhã vou perguntar lá no jornal em que crime incorreram eles para despertar a ira da governadora eleita.

É assustador.

(Puxei este update pra cá porque a caixa de comentários lá de baixo já está muito pesada; leiam os comentários, vale a pena, mas por favor assinem aqui, OK? Obrigada!)




6.11.02


ACHTUNG!

Meus colegas e amigos Artur Xexéo e Mauro Rasi, cronistas do GLOBO, estão sendo processados por dona Rosângela Matheus (vulgo Rosinha Garotinho), governadora eleita do Estado do Rio. O que fizeram eles de tão grave? Xexéo ironizou dois itens da sua (dela) revolucionária plataforma de governo, o hotel e o restaurante populares a R$ 1, sugerindo a criação de um programa de chapinha e alisamento japonês também a R$ 1; Rasi reproduziu os comentários da sua tia Olga, que disse que assim que assumisse o poder, Dona Rosângela daria um passa-fora no marido.

Parece brincadeira mas é muito sério. É assim que se cala a imprensa: processando-a hoje por causa de uma piada, amanhã por causa de uma denúncia. Em breve estaremos todos amordaçados, respondendo a processos, enquanto a Dinastia Garotinho continua, impune, a sua obra de desconstrução do Estado.

Dona Rosângela segue a escola bem-sucedida do marido, que obteve a conivência da "justiça" para proibir O GLOBO de divulgar o conteúdo de fitas que o incriminam.

Será que foi para isso que lutamos tanto?!

Neste momento, rola na rede um abaixo-assinado em solidariedade ao Xexéo e ao Rasi e em repúdio à atitude de dona Rosângela Matheus. Normalmente sou contra a circulação de abaixo-assinados online; mas neste caso dou completo apoio à iniciativa. Podemos agir de várias formas: criando formulários nos nossos blogues, copiando o texto abaixo e fazendo-o circular entre amigos, abrindo os comentários para as assinaturas.

Para que se possa manter um controle eficaz dessas assinaturas, porém, peço que, seja qual for o meio adotado, a cada 50 assinaturas recolhidas vocês por favor as repassem para o Xexéo, em axexeo@oglobo.com.br.

Quem quiser assinar aqui mesmo no blogue pode deixar o nome nos comentários, não se esquecendo de pôr a profissão e o número da ID no campo para a homepage ou na própria área de comentários. Obrigada!

Este é o texto do abaixo assinado:

Nós, cidadãos brasileiros, através deste abaixo assinado, manifestamos nosso repúdio ao exercício de autoritarismo da governadora eleita do Rio de Janeiro, dona Rosângela Matheus, ao processar os cronistas Artur Xexéo e Mauro Rasi.

Não concordamos com atitudes que venham a punir e/ou proibir a liberdade de expressão.

A governadora foi eleita democraticamente. Isso significa que, durante todo o processo eleitoral, pode, em todos os palanques e meios de comunicação, expor suas idéias com absoluta liberdade.

Manifestamos nossa surpresa diante do fato de que, antes mesmo de tomar posse, dona Rosângela já esteja intimidando quem dela discorda.

O momento brasileiro é de festa. Estamos recuperando a nossa auto-estima e comemorando com alegria nossa cidadania. Aqueles que foram eleitos pelo povo têm o compromisso de servir a este povo, e não de puni-lo.

CENSURA NUNCA MAIS!



Update: Mudei a forma original deste post e do texto do abaixo-assinado. Não sabia que o Rasi também estava sendo processado. Espero sinceramente não precisar fazer novos updates.

Em tempo: apesar de fazer referência à governadora eleita do Estado do Rio, este é um abaixo assinado de âmbito nacional. Por favor não se esqueçam de incluir profissão e número da ID.




4.11.02




Acabo de receber um email de... Tom Paxton! Que 99,98% da internet.BR nem desconfiam quem seja (assim como talvez uns 89.99% da internet em geral), mas que compôs algumas das melhores canções americanas das últimas décadas, excelentes como música e melhores ainda como comentários políticos e sociais sobre o seu tempo.

Quando escrevi aquele post chamado Sessão nostalgia, fui procurar um link para ele e encontrei este website, novinho em folha, criado para ir ao ar junto com Looking for the Moon, seu novo CD, lançado no dia 22 de outubro. Lá, Tom diz que pretende fazer uns updates de tempos em tempos, "com uma espécie de diário, essas coisas. Notícias da estrada, talvez. Sugestões de outros sites que possam ser interessantes e novos artistas que eu venha a descobrir".

Em suma, me pareceu que o que ele está mesmo querendo fazer é um blog e, claro, escrevi sugerindo isso a ele. Que hoje respondeu: um bilhetinho curto, mas muito simpático, prometendo pensar no assunto. Adorei...!

Um blog do Tom Paxton ia ser o máximo, hein, Ricky?





faça bom uso da rede





SHOW!

Update: este link leva para a Agenda do Samba & Choro, uma grande página da internet.BR que, pelo que vi, tem vários leitores e admiradores aqui no blogue. Seu autor, Paulo Eduardo Neves, deixou um recado nos comentários que achei legal trazer pra cá:

"O sítio começou como um hobie lá pros idos de 1996 e se tornou um importante canal de divulgação destes gêneros musicais que não têm a merecida atenção da grande mídia. Hoje estou tentando (sobre)viver dele, o que está bem díficil, por isto é ótimo ler que ele é bem sucedido:-)

E realmente ele não teria sido possível sem usar softwares livres e de código aberto. Se fosse obrigado a gastar de cara dinheiro em sistemas operacionais, servidores web, listas de discussão etc, o sítio nem teria começado. E se para começar ser grátis é bom, mais importante se mostrou depois a possibilidade de eu mexer no código dos programas para adaptá-los ao que eu quero. Transferência de tecnologia é isso aí."


Ah, e antes que alguém implique com sítio, ele explica (em outro comentário):

"Sítio não é apenas casa de campo. A palavra sítio é usada em várias situações em português dando a idéia de lugar. Se fala de sítio arqueológico, sítio de guerra, sítio ecológico etc. Isto bate bem com a méfora espacial da Internet onde cada página tem seu endereço (a URL), com conjunto de páginas "perto" uma da outra forma um sítio.

Usar a palavra site é elitista e subdesenvolvido. Uma pessoa que não sabe inglês (e.g., quase todo mundo) vai ler com a fonética brasileira: "cite". Todos então olharão para ela vendo como é burrinha, nem falar direito sabe. A Internet é revolucionária. Cada vez mais as pessoas serão divididas entre os que têm acesso e os que não têm. Usar uma palavra que se lê de forma diferente do resto do idioma é criar (mais) uma desnecessária barreira social para os "sem-modem".

Por isto eu escrevo sítio (e não solto os cachorros em ninguém que me visita:-)."
(Paulo Eduardo Neves)






Oba...

Descoberta mais uma forma genial de perder tempo na rede! É uma máquina de animação de carinhas da Bud Light. Esta quem achou foi o Stanley. Agora vejam só quem está dando o recado aqui... (Está meio matado, mas eu fiz em 15 minutos; depois vou tentar fazer um mais caprichado)

P.S. Este post é dedicado pelo Mosca à Ruth Mezeck.





3.11.02


Concurso do Canecão

O Canecão avisa: estará sorteando dez CDs entre os internautas que votarem no novo layout do seu website. Que ninguém estranhe, porém, a grafia de site adotada pela casa: saite. Maneco Valença, organizador do concurso, acha que está na hora de abrasileirar o vocabulário tecnológico. Eu, pessoalmente, prefiro o “sítio” do B. Piropo; mas gosto e neologismo não se discutem...






A união faz a força

Há alguns dias eu estava conversando sobre blogs com o Marcelo Balbio, meu colega e, sobretudo, queridíssimo amigo. Como legítimo representante do MSB (Movimento dos Sem Blog), Marcelinho não entende o que leva alguém que assina uma coluna num grande jornal a fazer um blog -- e a se preocupar tanto com ele:

-- Você escreve num jornal que tem mais de 300 mil exemplares de circulação, quer dizer, uns 600 mil leitores. E aí fica na maior empolgação porque o contador do blog marcou mil visitas...?!

É esquisito mesmo, reconheço; e é, sobretudo, impossível de explicar a alguém do MSB. Até porque o principal argumento que eu poderia utilizar -- o da interatividade com os leitores -- não chega a ser à prova de fogo, já que a minha coluna sempre foi, pelo próprio estilo, muito interativa.

O mais estranho é que todos nós, blogueiros, sabemos o que nos motiva. Não preciso perguntar a ninguém por que faz um blog, porque sei como é interessante estar aqui. São quase seis da manhã; passei o dia na rua, tenho toneladas de trabalho me esperando, meu email está irremediavelmente atrasado e os gatos já estão me olhando com aquele ar de resignada impaciência de quem está morrendo de sono mas sabe que tão cedo não vai pra cama; e, no entando, estou escrevendo este post porque... hmmm... ora, porque... ah, vocês sabem...!

De qualquer forma, todo este raciocínio começou quando descobri, há pouco, o blog de um dos leitores -- melhor dizendo, de um dos colaboradores -- mais constantes e atentos do internETC., o Luis Alberto Garcia Cipriano, eterno campeão do Software Livre.

Pois lá fiquei sabendo que ele acaba de traduzir para português o Stand Together, do Bruce Perens. Perens, um dos mais conceituados gurus do Código Livre (Open Source -- não confundir com Software Livre, ou Free Software), escreveu este documento em resposta a um famoso ataque de Craig Mundie, vice-presidente da M$, ao sistema de licença do software livre (GPL). A discussão, que aconteceu em maio de 2001, fez história. Mas, como observou o Luis Alberto, o texto de Perens foi "um momento emocionante na história do Software Livre", que "vem a calhar para a comunidade brasileira com a visita próxima do Bill Gates ao nosso presidente Lula".

Ele tem razão, e prestou um grande serviço a todos com a tradução do documento -- assinado em conjunto por esses carinhas aqui:

Richard Stallman, Free Software Foundation
Eric Raymond, Open Source Initiative
Linus Torvalds, criador do kernel do Linux
Miguel de Icaza, GNOME GUI Desktop Project
Larry Wall, criador da linguagem Perl
Guido van Rossum, criador da linguagem Python
Tim O'Reilly, fundador e presidente da O'Reilly & Associates, uma das principais editoras de livros de informática
Bob Young, co-fundador da Red Hat
Larry Augustin, CEO da VA Linux Systems