2.11.02 Comentários para todos!Tá chovendo aí? Você tá sem assunto? Então: aproveite e instale um sistema de comentários no seu blog! O Blogger.BR, da Globo, acaba de pôr no ar o seu sistema de comentários, que pode ser utilizado por blogs de diversas famílias. Facílimo de usar!Mãos à obra, galera: um blog sem comentários é como um jardim sem flores... (OOOOHHHHHH... -- ora, se eu não tenho o meu lado kitsch...!) ¡Que viva México!Os mexicanos estão tão convencidos de que ri melhor quem ri por último que nem esperam para ver, e passam o dia 2 de novembro às voltas com milhares de caveiras sorridentes...É o Dia de los Muertos, equivalente deles ao nosso Dia de Finados -- mas só na data. Hoje, lá, a festa rola solta. Um dos melhores sites sobre este dia está (previsivelmente!) no Arizona, que conservou muito da tradição dos vizinhos. P.S. Como é, Matusca, não vai lá visitar os amigos? Gatinhos da LiberdadeAquele povo maravilhoso lá de Sampa que está cuidando dos gatinhos da liberdade acaba de criar uma lojinha virtual, com camisetas, quadros e objetos para casa pintados pela Vicky Dolabella e pela Leila (autora do quadro acima), além de livros da Sônia Hirsch. O dinheiro arrecadado vai, naturalmente, para cuidados com os bichinhos. Vamos dar uma força a essa galera?Enquanto isso, na Namíbia...A notícia foi dada pelo Register: uma ong da Namíbia resolveu dar uma atualizada nos sistemas de conexão entre as escolas públicas locais, que rodam em máquinas velhas movidas a Linux. Esta ong, a SchoolNet Namibia, conseguiu, junto à Acer, a doação de 50 notebooks; e tentou obter, junto à M$, a doação do software para operá-los.Foi atendida, e recebeu da empresa a oferta de licenças gratuitas do Office no valor de US$ 2 mil — mas foi informada de que teria que pagar as licenças do Windows, necessário para rodá-lo, num total de US$ 9 mil. Chegando à sábia conclusão de que sairia caro demais aceitar a generosidade da M$, a SchoolNet Namibia continua com o Linux. Mas agora, de quebra, está pondo a boca no trombone. Alguma surpresa?Como era esperado, a juíza Colleen Kollar-Kotelly aprovou, nesta sexta-feira, os termos do acordo da M$ com o governo americano e com 18 dos estados litigantes, descartando as objeções de nove estados que pediam punição mais severa para o monopólio.Punição mais severa, disse eu? Desculpem: punição. Do jeito que está, nada, realmente, aconteceu — a menos que a gente considere punição a Micro$oft não poder mais perseguir fabricantes de computadores que tenham o desplante de, imaginem!, instalar outros sistemas e softwares nas máquinas que fabricam. A juíza também julgou desnecessária a criação de um comitê técnico para fiscalizar as ações da M$. Em vez disso, determinou que seja criada uma comissão corporativa para cuidar do assunto... composta por gente da própria companhia. Se isso não é uma piada de mau-gosto, não sei o que é. Quando o juiz Thomas Penfield Jackson (que reconheceu na M$ a existência de um monopólio predatório à indústria do software, e recomendou a sua divisão em duas empresas, uma para desenvolvimento de aplicativos, outra para sistemas operacionais) foi removido do caso, em junho de 2001, ninguém teve mais dúvidas de que essa história acabaria assim: em pizza. Pois é. Para quem não se conforma com a benção governamental ao monopólio de Bill Gates, resta o consolo de que, ao longo do processo, a imagem da M$ foi ficando mais clara (quer dizer, mais suja) para o público. Hoje já existe, entre os consumidores, a vaga noção de que as práticas comerciais da empresa não são propriamente éticas. Não é muito, eu sei, mas já é alguma coisa. O único detalhe engraçado dessa história: horas antes da juíza Kollar-Kotelly dar o seu veredicto, toda a documentação do caso, de arrazoados e questões de interesse público ao decreto final já estavam no slashdot.org. Famoso site geek conhecido por seus furos na área tecnológica — afinal, é escrito pela mesma comunidade que desenvolve as novidades de que fala — o /. marcou o gol mais sensacional da sua carreira noticiosa. 1.11.02 A minha vistaVi nos comentários da webcam que está havendo uma certa confusão, e esclareço: aquela camera maravilhosa não está aqui em casa, não. Como tantos cariocas, porém, eu também tenho uma vista deslumbrante -- só que diferente daquela. É essa aí, da Lagoa. Na última foto, que não lembro mais onde capturei, o local da minha casa está marcado com uma bolinha vermelha. Um dia ainda arranjo um tempinho pra pôr uma webcam na janela aqui de casa. 31.10.02 No Meio do CaminhoNo meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra. CDAEle ficava sempre sem jeito conversando em pessoa, ou pelo menos essa era a impressão que eu tinha. Mas adorava falar pelo telefone, horas a fio, e ficava contente quando a gente ligava -- menos quando era aniversário, e eu tentava arrancar dele a entrevista impossível para o jornal em que estivesse trabalhando. Volta e meia recorri ao truque a que tanta gente recorreu: montava "entrevistas" com trechos de poemas ou crônicas. Disso ele gostava; talvez, imagino, por ver como as palavras funcionavam assim, de segunda mão. E uma vez, há tanto tempo!, quando eu ainda estava em Brasília, me deu uma pequena entrevista, na época fato verdadeiramente inédito. Acho que pensou que com isso ficaria livre das minhas investidas anuais.Hoje tio Carlos estaria fazendo 100 anos. Se ainda estivesse aqui, lá estaria eu mais uma vez, chateando. Nossa, que saudade. SegredoA poesia é incomunicável. Fique torto no seu canto. Não ame. Ouço dizer que há tiroteio ao alcance do nosso corpo. É a revolução? o amor? Não diga nada. Tudo é possível, só eu impossível. O mar transborda de peixes. Há homens que andam no mar como se andassem na rua. Não conte. Suponha que um anjo de fogo varresse a face da terra e os homens sacrificados pedissem perdão. Não peça. Sessão nostalgiaEstou ouvindo Tom Paxton e o Chad Mitchell Trio, personagens da época de ouro da canção de protesto americana. Adoro as vozes, o tipo de música (guitarra acústica no acompanhamento e olhe lá) e, sobretudo, as letras, que são geniais. Uma das minhas favoritas é One Million Lawyers, em que Tom Paxton alertava para a terrível praga que se abateria sobre os Estados Unidos: dentro de dez anos, o país teria um milhão de advogados! (A letra, em inglês, está aqui.)Isso foi em 1984. Paxton exagerou um pouco. Os únicos dados que encontrei a esse respeito informam que, em 1998 -- quatro anos depois da previsão, portanto -- havia nos EUA apenas 925.671 advogados. Não tive tempo de procurar melhor, mas tenho certeza de que, a essa altura, a maldição já se confirmou: basta dar uma olhada no tipo de atividade jurídica que anda acontecendo lá em cima... 30.10.02 Foi bonita a festa, páNoite dessas, voltando para casa de carona com o Marcelinho, disse a ele que uma coisa que me deixou contente com a vitória do Lula foi a extraordinária festa popular nas ruas, coisa que não teria acontecido com uma vitória do Serra.-- Ué, mas só não aconteceria se fosse fraude, né?! Na hora isso me pareceu fazer sentido, e pensei que eu estava raciocinando apenas em termos de Rio de Janeiro, onde a imensa maioria da população é Lulista ("Lulista", sim -- se fosse petista não estaríamos aí encalacrados com Dona Rosinha pros próximos quatro anos). Ainda assim, havia um ponto qualquer na coisa toda que não estava me satisfazendo. Não era bem isso. Uma eventual fraude não teria nada a ver com a história; mesmo uma vitória limpa e correta do Serra não seria festejada assim, como não foram festejadas as vitórias do Fernando Henrique, por exemplo. Hoje o Xexéo fala nisso, no Globo (assim como já falaram, ou ainda vão falar, creio, todos os colunistas do país: afinal, nunca se viu nada igual por aqui). Para ele, a festa foi a festa da identificação: o povo saiu às ruas para festejar porque se reconheceu no presidente eleito. É possível -- mas para mim, essa interpretação ainda não justifica plenamente o fenômeno. Pois agora acabo de ler um artigo do João Moreira Salles, que desde o final de setembro vem acompanhando Lula para a filmagem de um documentário, em que ele mata perfeitamente a charada. Ufa! É isso que eu queria dizer, Marcelinho. Leiam, vale a pena: saiu há três dias, no No Mínimo. Citando o Millôr (também hoje, no JB): "Olha, meninada, continuo não acreditando em Deus. Mas agora concordo -- o Cara é brasileiro." IdéiasA Suely teve uma grande idéia: um sistema que avisasse a gente dos aniversários do blogueiros (e, acrescento eu, blogs) amigos. Quem se habilita a fazer isso?Já a Carminha sugeriu, e todo mundo está achando ótimo, fazer um blog com os retratos falados da gente. Se ninguém se apresentar como voluntário para administrar um blog assim, podíamos fazer um blog aberto como o Baile Blog do Dudi, o que vocês acham? 29.10.02 Não liguem pros comentários "arquivados" não; eles estão funcionando. É que eu amo esta webcam, que já está aqui pelo blog há tempos; volta e meia não resisto, e a trago cá pra cima de novo. Olhem que show estava no outro dia, ao amanhecer!
Achei lá na Aline, que também está comendo cérebros... (Graaaaaaaaaaaaaaagh!!!) Aliás, o Inagaki passou por lá e observou que se um zumbi atacasse a Carla Perez ou o Ricardo Macchi morria de fome.
Blog tem umas bobagens tão boas, tem não?! 28.10.02 Sinceramente?Não gostei nada do Lula no Jornal Nacional! Não pelo que ele disse ou deixou de dizer. Mas porque acho que, em seu primeiro dia como presidente eleito, ele não poderia ter passado o tempo todo do horário nobre numa única emissora de televisão -- ainda que seja, como é, a de maior audiência do país. Que se fizesse um pool, ou uma coletiva, ou uma mesa redonda com os apresentadores de todos os telejornais noturnos; mas isso não foi justo (nem elegante) com o SBT, com a Band, com a Rede TV e com a Record. Afinal, além de presidente eleito, Lula é o personagem da hora, que todos querem ver, ouvir e celebrar.Update do update: Desculpem, o update que estava aqui subiu todo truncado, sei lá por quê. Como eu estava na correria, não conferi o post; mas, essencialmente, o que ele dizia é o que eu escrevi aí nos comentários. Retrato faladoFoi o melhor que consegui fazer...À galera que me conhece: ficou parecido? (Esta dica maravilhosa é -- claro! -- do Pulso Único, onde apareceu há algum tempo e eu guardei para testar.) Ah, sim: Nada a ver com este post, mas peço ao leitor que está fazendo spam em causa própria nos comentários que por favor páre com isso. Ele sabe quem é; já foi deletado duas vezes. Acho que não fez por mal, apenas ainda não se tocou para o fato de que isso contraria as normas da boa educação online. Eu visito os blogs que me visitam, pode deixar; é só botar a URL no campo adequado. Mas spam, aqui, será sempre deletado. BRASILSábado fui assistir ao recital do Projeto Villa-Lobinhos no Instituto Moreira Salles. Administrado pela Viva Rio, ele é uma iniciativa do próprio IMS e do Museu Villa-Lobos, e patrocina, junto com padrinhos e madrinhas, a educação de jovens instrumentistas de famílias de baixa renda entre 12 e 20 anos de idade.Querem saber? Fiquei emocionada ao ver aqueles meninos e meninas de comunidades carentes, que vivem nas condições mais precárias, fazendo, com seus violinos, flautas e violoncelos, seus pandeiros e violões, uma música tão bonita, criativa e feliz. Depois do concerto, Rodrigo Belchior, coordenador e olheiro do projeto, que percorre as comunidades caçando esses jovens talentos, nos contou alguns casos que viveu ao longo dos últimos três anos com os garotos. Por trás de cada um deles há uma história de luta e de perseverança que nós, bem nascidos, mal podemos imaginar. E em cada um deles -- a partir do próprio Rodrigo, um vencedor que cresceu no Santa Marta -- está a prova de que é possível, sim, criar um futuro melhor para o país. Recomendo a quem mora no Rio ficar de olho nesses meninos, e ir assistir ao seu próximo concerto. Eles merecem o nosso apoio e o nosso aplauso. Corra, Lula, corra! (II)Quem conseguiu prestar atenção ao noticiário não relacionado às eleições durante a semana passada reparou que (para variar...) a Microsoft esteve em evidência ao longo do período. Na terça-feira, ela anunciou que o Smartphone 2002, seu sistema operacional para celulares, chega em breve ao mercado a bordo de um telefone chamado SPV (de Sound, Pictures, Video), distribuído pela operadora inglesa Orange. Por enquanto, o aparelho, que custa o equivalente a US$ 277 e é fabricado em Taiwan, será comercializado apenas no Reino Unido.O maior problema que a M$ enfrenta para conquistar o suculento mercado wireless é que as principais fabricantes de aparelhos (Nokia, Ericsson, Motorola, Samsung e Siemens) estão comprometidas com outro sistema operacional, o Symbian — um sistema aberto desenvolvido em joint-venture por elas, mais Matsushita (Panasonic), Psion e Sony Ericsson. A Samsung, única que não está diretamente envolvida com o Symbian, prometeu fabricar um celular usando o Smartphone 2002 — mas, até agora, não falou nem prazos, nem em protótipos. Na quinta-feira, passado o burburinho do lançamento do Orange SPV, a M$ voltou a atacar, desta vez anunciando o lançamento da versão 8.0 do seu software de acesso à MSN, em parceria com a Disney, como provedora de conteúdo. O anúncio foi feito no Central Park, em Nova York, por Bill Gates e Michael Eisner, CEO da Disney — acompanhados de Mickey e Minnie. A idéia é capturar a maior fatia possível do público “família” da AOL, que anda passando por turbulências — e cuja nova versão de navegador (coincidentemente, também 8.0) é, para dizer o mínimo, complicada. Mas a notícia Micro$oft mais bizarra de todas saiu mesmo do noticiário político, o campeão de audiência dos últimos meses. Também na quinta-feira, com a campanha presidencial ainda em aberto, Bill Gates mandou um de seus representantes convidar Lula para um bate-papo, ao qual estariam presentes também diretores da Intel, da AMD e da HP-Compaq. “A intenção — dizia a notícia da GloboNews.com — seria discutir sobre projetos de alta tecnologia e possibilidades de investimentos de empresas estrangeiras no Brasil.” Ahã. Então tá. Vamos até fazer de conta que não reparamos na monstruosa gafe diplomática de Bill Gates de se adiantar à vontade popular brasileira expressa nas urnas. Mas não vamos, pelamordedeus, dormir no ponto! As intenções de Bill Gates são sempre as melhores possíveis... para a Micro$oft. Ninguém precisa de bola de cristal para saber o que ele queria com Lula. Uma das principais tarefas “digitais” do novo governo é a aplicação dos recursos do Fust para a informatização de escolas e órgãos públicos. Estamos falando numa quantia de R$ 1,5 bilhão, parte da qual só não foi direto para a M$ graças aos esforços dos deputados Walter Pinheiro, do PT, e Sergio Miranda, do PCdoB, que conseguiram, a tempo, embargar a versão original do projeto. Defendida com grande vigor pelo Ministério da Educação (sobretudo depois da visita de Steve Ballmer ao Brasil), ela previa o uso exclusivo do Windows em todas as máquinas. Nada contra o diálogo com Mr. Gates. Acho, aliás, importantíssimo que o presidente da República converse, e muito, com o povo da área tecnológica. Agora, sinceramente, considerando-se a real natureza da proposta — a M$ não quer gastar dinheiro com o Brasil, quer ganhar dinheiro — ou alguém tem alguma dúvida a respeito disso? — cabe a Mr. Gates pegar seu aviãozinho, dar carona aos amigos e vir se encontrar com o cliente. (O GLOBO, 28.10.2002) Atenção, gateiros!O Causa Felina está em novo endereço, e com um novo template muito bonito! Há uns gatinhos lindos lá para adoção, inclusive dois laranjas que são o focinho do Mosca...27.10.02
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