Quando saí pro jornal ontem à tarde, o pessoal estava terminando de montar o palco do show de logo mais; quando voltei pra casa, de madrugada, peguei a árvore em flagrante. As fotos nem se comparam às do Ivo, mas ficam pelo registro, assim como este selinho: olhem como o dia amanheceu bonito no Rio de Janeiro:
Tenham todos um lindo fim de semana!
Fui.
(Mahalia Jackson cantando Joshua Fit The Battle of Jericho)
Um post da Meg me levou ao Periplus, blog da Adriana, que eu já não visitava há um tempo. Essa garota vai a cada lugar...
Enquanto isso, eu aqui, na redação, terminando de escrever coluna. É bom que páre de me distrair com blogs na hora do trabalho, ou, ao contrário da Adriana, não vou a lugar nenhum -- sobretudo à minha casinha, onde a Família Gato está entregue à própria sorte.
Hmm.
Pensando bem, quem está entregue à própria sorte é a casa, com a Família Gato a sós e à solta.
A Laura e o Tom estão começando a fazer do Mostly Music um blog bilíngue. Faz sentido: afinal ela é brasileira e está aqui, e ele é americano e está lá (coitado, não é culpa dele). Duas pessoas normais nessas circunstâncias fariam o quê? Ela escreveria em português e ele em inglês, não?
Hmmm... pois é.
Normais, eu disse.
Mas é claro que, brincadeira à parte, ambos têm razão. Blogs, como sabemos todos, são uma excelente ferramenta para manter os amigos próximos e atualizados (viu, Paulinho?). E a Laura, daqui, transmite as notícias pros de lá, ao passo que o Tom, de lá, transmite as notícias pros de cá. Pronto.
Aliás, aos angloparlantes, recomendo o que ela escreveu, na quarta, sobre José Maria Neves, seu professor da Uni-Rio.
Há, mas eu também roubo drops, viu, Fal?, e trouxe este aqui especialmente pra Bia Badaud:
O Alexandre derretendo de dor de cabeça pede dipirona pro Maurício. Na hora de pingar o remédio no copo, sai aquele líquido escuro, grosso...
-- Pô, Maurício, essa Novalgina expirou em janeiro de 99! Quase 4 anos! -- Ah, tá explicado porque que resolveu minha dor de cabeça tão rápido. O remédio ficou todo esse tempo maturando!
Maurício, senhores. O homem que envelhece Novalgina em barris de carvalho.
Ancelmo Góis: Rosinha e Garotinho descansam em Angra dos Reis. Sábado, a governadora viaja para os EUA, onde se encontra com Bill Gates, da Microsoft.
João Ximenes: (via email) O que é isso? O QUE é isso? O que É isso?
Cesar Valente: (no guestbook) Rosinha, imagino, voltará com uma nova lista de assuntos que renderão processo: usar $ ao escrever Micro$oft em jornais do Rio, por exemplo, valerá processo de uns US$ 500 mil, no mínimo.
Repórter Mosca: (nos comentários) Hummm... Teremos Windows XP a R$ 1?
Quanto a mim, tenho arrepios só em pensar nesse encontro. Rosângela Matheus e Bill Gates. Juntos.
Estrelando George W. Bush, Condolezza Rice e Donald Rumsfeld. Repetindo o mesmo papel do episódio I: Saddam Hussein, Dick Cheney e Colin Powell E apresentando Osama bin Laden, no papel de "Ameaça Fantasma"
Baseado numa idéia de George Bush, pai.
Produzido pelo Complexo Industrial Militar, em associação com a Exxon, Texaco, Mobil, e outras
Tem muita coisa demais acontecendo ao mesmo tempo nessa cidade pra gente dar conta -- ou sequer lembrar -- de tudo. Na semana passada, meia dúzia de lançamentos aos quais eu devia ter ido; o mais caro ao meu coração, o da biografia do Paulinho da Viola pelo João Máximo, acabei perdendo por pura distração. Me encontrei com o João na redação toda animada, "Aê, João, logo mais tamos lá...!" e ele: "Lá onde, cara pálida?! O lançamento foi ontem!" -- e aí, claro, passou a descrever a festa nos mínimos detalhes, só para me torturar.
Tudo bem, mereço.
Ontem (na verdade ante-ontem) foi o lançamento do livro do Chico na Livraria da Travessa: acertei o dia direitinho. Maravilhoso. Há tempos eu não via tanta gente junta numa livraria e, sobretudo, tanta gente legal. Estava todo mundo lá. Começou às oito, a livraria fechou à meia-noite mas, no café do andar de cima, o Aldir Blanc ainda estava puxando uma rodinha de samba. De lá, Florentino, de onde os mais renitentes só saíram com o dia raiando.
(Update: O Ricky fez um post ótimo sobre a noite, com fotos e tudo! Inclusive essa daí, onde estou podando uma flor gigantesca...)
Hoje (na verdade ontem) foi o lançamento do CD do Pingarilho, no Mistura Fina. Primeiro CD, muito embora o Pingarilho (que é arquiteto e pintor, entre outras bossas) já tenha tido música gravada até pela Sarah Vaughan. O CD, que estou ouvindo agora, está lindo. Tem participação especial de Eumir Deodato, Ithamara Koorax, Marcos Valle, Roberto Menescal, Thiago de Mello e Dom Um Romão, e uma música em parceria com o Millôr.
Amanhã (na verdade hoje) tem lançamento de CD e show do Martinho da Vila no Rival e aniversário da Editora Record no MAM, se é que não estou esquecendo de nada.
Ufa.
Update: Cabou que não fui a nada... uma da matina e ainda estou na redação, tentando escrever alguma coisa que faça sentido. Enquanto isso, o mundo lá fora. A Bia em Búzios, cobrindo Festival de Cinema (eu sei que é um trabalho como outro qualquer, mas ainda assim...); Chico e Eliana que devem ter esticado do Martinho sei lá onde; Fafá com uns amigos no quiosque italiano. {sigh}
No show do Pingarilho, que estava caindo de gente, um amigo acabou sentado ao lado de duas moças muito simpáticas e bonitinhas. Puxou um papo, contou um monte de histórias e as moças lá, sorridentes, respondendo com uns "a-hãs" e "u-hums". No fim da noite, quando estão se levantando da mesa, uma das moças pergunta:
-- Qual é o nome do senhor?
Ele, meio sem jeito:
-- Costumam me chamar de Jaguar.
Nenhum bip no radar das moças.
-- Jaguar. Jornalista. Faço uns desenhos. Nunca ouviram falar?
-- Naaauuum...
Pano rápido.
Mais tarde, lá embaixo, tomando uma sopinha antes de voltar para casa, nos esbaldamos de rir com a história.
Vocês viram aqui primeiro... mas vão ver melhor lá
Bom, eu tive o gostinho de furar o próprio jornal em que trabalho, e publicar aqui as primeiras fotos da Árvore de Natal deste ano -- mas, em compensação, o Ivo Gonzalez, meu colega do Globo, deu um banho. Vejam só:
Lá no site do jornal há uma série de fotos, uma mais bonita do que a outra.
Já vou avisando, vai ser difícil me aturar agora...
De blogs e blogueiras
Quando Cora Rónai começou a fazer coluna de informática no Jornal do Brasil, na década de 80, escrevia tão bem, tinha um estilo tão gostoso, que suspeitei dos copidesques. Sabendo que a moça era filha de Paulo Rónai e amiga querida do também extraordinário Millôr Fernandes, supus que seu texto fosse copidescado por um dos dois, ou pelos dois. Com o passar do tempo, descobri que ela é 'tão boa quanto' os dois craques.
Pois muito bem: Cora Rónai tem um 'blog' na internet, além de coluna semanal no caderno de informática do Globo, do qual é editora, e de um caminhão de trabalhos na esfera intelectual, não fosse filha de Paulo Rónai. Por isso, pergunto: que diabo é um 'blog'? A Bookshelf 2.000, da Microsoft, também não sabe. Parece uma espécie de diário que você escreve na WWW, onde pode ter leitores do mundo inteiro, recebe visitas virtuais sem cafezinho e vassoura atrás da porta, troca idéias, briga, concorda, discorda, transcreve coisas interessantes, publica fotos originais, que nem Bom-Bril: tem mil e uma utilidades.
Dia desses, pelas 6h da manhã, antes de ir dormir, Cora escrevia no seu 'blog'. E olhem que tinha 'n' outros serviços por fazer, além de editar o caderno de Informática de seu jornal. Tipo mignon, de óculos, bonita, meiga, inteligente à beça e à bessa, culta, espirituosa, Cora seria perfeita se não gostasse de gatos. Mal de que também padece outra bloguista, a paulistana Fabia, professora, craque em latim, espanhol, inglês, francês e sânscrito, casada com o príncipe dos executivos multinacionais. Escreve bem pra chuchu, é divertida, inteligente, engraçada, tem o 'blog' Drops da Fal e gosta de gatos... Transcrevo de seu delicioso 'blog' a lista de suas neuroses:
'Adoro fazer listas. Eu tenho que fazer listas. O tempo todo. De tudo. Em épocas variadas de minha vida eu rôo unhas. É nojento, mas eu faço. Aí eu paro. Daí eu recomeço. Daí eu paro.
Sabores de sorvete não se misturam. Ou eu tomo sorvete de morango. Ou de chocolate. Ou de pistache. Tudo junto, jamais. Aliás, falando nisso, o arroz não toca na cenoura, que não encosta no feijão, que não rela nas ervilhas. Gosto de minha comida compartimentada. Sou a única pessoa do mundo que come o macarrão num prato e as almôndegas no outro. Menos quando é ovo frito ou purê. A gema do ovo ou o purê tem que se misturar no arroz.
Lata de refrigerante é assim: ou eu bebo de canudinho, ou no copo. Boca na lata nunca, dá agonia só de pensar. Nata: jamais, jamais, jamais. A nata do leite não pode tocar na minha boca. Eu morro. Tenho duas mil peneirinhas para essa finalidade. O edredon combina com o jogo do lençol, combina com as capas de travesseiro, que combinam com todo o resto. A cama tem que combinar.
A roupa do dia seguinte tem que estar separada. Senão, eu não durmo. Nunca compro números ímpares de nada. Ou compro dois, ou compro quatro. Três, jamais. Meus bichos têm que ter nomes que começam com B: Bolivar, Bisteca, Bastião, Baco, Bolero, Bo, Brunhida. Eu não piso nem na risca, nem na parte preta da calçada. Meus livros têm que estar arrumados, por assunto, categoria e autor, virados para o mesmo lado'.
Eduardo Almeida Reis é presunteiro em Poços de Caldas.
Sejam bem-vindos, e fiquem à vontade... O pessoal da casa já leu este post (que a essa altura está embaixo), mas repito aqui para vocês os links que levam ao artigo sobre a Micro$oft:
Novas fotos da Emília e do Joseph, meus gatinhos bípedes, em clima de Ralouin; a foto do Paulinho mostrando um bezerrinho para a Emília entra de contrabando...
“O jornalista Juca Kfouri foi condenado pela 15ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro a pagar indenização de 300 salários-mínimos em um dos processos movidos pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira. O motivo, desta vez, é o artigo "Mentiras que não pegam", publicado em dezembro 1999 no jornal Lance!. O Tribunal considerou as palavras usadas pelo jornalista uma agressão à honra de Ricardo Teixeira.” – (nota publicada dia 22/11/2002 no Comunique-se)
“Não há uma palavra fora de lugar ou exagerada. Escrevi, apenas, que Ricardo Teixeira deu uma entrevista à revista Playboy sem se preocupar com a verdade e com a ética. Não pode? Se não puder, o que pode? Em tempo: o título da coluna, "Mentiras que não pegam" não é alusivo a ele, contemplado, no mesmo espaço, mas no pirulito ao lado da coluna, com uma nota sob o título "Playboy", que transcrevo a seguir: "O jornalista Carlos Maranhão fez quase todas as perguntas que devia ao presidente da CBF na entrevista da "Playboy" deste mês. E, como sempre, o cartola respondeu sem nenhuma preocupação com a ética ou a verdade. Merece ser lida, até porque os destaques na edição da entrevista são suficientemente maliciosos para bons entendedores. Aliás, você só acredita se quiser."
“Mais: ele me processou criminal e civilmente. Na criminal, o juiz acatou o parecer da promotoria que escreveu “por mais que se leia a matéria jornalística não se consegue vislumbrar sequer indícios do crime relatado pelo querelante”. Em primeira instância, na civil, também o resultado foi a absolvição”. – (Juca Kfouri, comentando a nota anterior, também no Comunique-se)
“Josias de Souza, diretor da sucursal da Folha de S. Paulo em Brasília, está sendo processado por Ricardo Sérgio, ex-diretor do Banco do Brasil que, por se sentir ofendido com seus artigos, pede na Justiça duas indenizações que somam R$ 500 mil. Souza contou a Comunique-se que já recebeu a intimação e seus advogados Marco Antônio Rodrigues e Mônica Filgueiras da Silva Galvão entregaram as contestações. "Ele não contesta as informações e sim o tratamento dado a ele", explica o jornalista”.
(...)
“O jornalista Luís Nassif, também da Folha, responde na Justiça por nota em que relatava um pedido de indenização bilionária pela Mendes Júnior Engenharia contra a Chesf. A construtora entrou na Justiça, que determinou detenção de três meses, podendo ser substituída por prestação de serviços à comunidade, e multa de dez salários mínimos. Os advogados de Nassif já recorreram”. – (nota publicada dia 21/11/2002 no Comunique-se)
Está, pelo visto, aberta a temporada de caça aos jornalistas. Já nem vou falar nos colegas que estão sendo processados por dona Rosângela Matheus, que quer, apenas, R$ 500 mil de cada a título de reparação...
E ainda tem gente que acha que está tudo bem.
Eu confesso que tentei evitar este assunto, e que tudo o que eu queria na vida era fazer um blog sobre Gatos, Gadgets & Amenidades. Não sou de briga, estou cansada de ver flame wars aqui a respeito de qualquer opinião emitida mas, sinceramente, há coisas diante das quais não consigo ficar impassível.
Ver o Ricardo Teixeira solto e o Nassif ameaçado de prisão é uma delas.
(Sim, eu sei, quem foi processado pelo Ricardo Teixeira foi o Juca; mas repito, me revolta ver o Nassif ameaçado de prisão enquanto Ricardo Teixeira fica solto. E rico.)
Enfim: ou gritamos agora, ou nos calam para sempre.
Update: Para quem acha que a lei está acima de tudo, isso, pelos padrões lá deles, também é legal. E é de processo aparentemente irrelevante em processo aparentemente irrelevante que se chega a esse ponto. (Obrigada pela dica, Alê)
O UOL, a Telefonica e o iG estão, aparentemente, fazendo algo estranho, muito estranho: impedindo, supostamente, o acesso dos usuários ao Cocadaboa. O Sérgio B. Pinto mandou isso pra cá hoje à tarde:
"Tenho uma denúncia grave: a Telefonica, através do serviço Speedy, e o provedor UOL estão fazendo uma CENSURA velada a alguns sites. Eu explico: os DNS servers do UOL estão configurados para responder às queries para alguns sites como endereço inexistente. Para usuários leigos isso simplesmente significa que tal site não existe, quando de fato o site existe e está no ar. É fácil comprovar, apenas alterando a configuração de DNS para que não seja feita via DHCP.
O site mais visado por essa campanha parece ser o site www.cocadaboa.com. É impossível acessá-lo com a configuração padrão do serviço Speedy/UOL."
Pedi a amigos que usam o UOL para tentar chegar ao Coca e, dito e feito, nada. O Raphael Perret, conectado através do iG, também não conseguiu chegar lá. Vamos tentar descobrir o que está acontecendo lá no jornal, mas, até segunda ordem, aí vai um truque do Adilson para que todos possam preservar o seu direito de ir e vir:
Edite o /etc/hosts (linux) ou c:\windows\hosts (RWindows) e coloque o seguinte:
63.99.209.37 www.cocadaboa.com
Por favor, gente, quem estiver acessando via Speedy, UOL ou iG e não conseguir entrar lá ou em outros sites polêmicos, me avise, OK? Embora o Coca faça jus ao seu moto de "site de hostilidade pública", isso não pode ser motivo para que provedor algum impeça quem quer que seja de acessá-lo.
Prefiro acreditar que se trata de uma dificuldade técnica qualquer, embora, sinceramente, não consiga imaginar que dificuldade possa ser essa. Acho a história suspeita e perigosa: imagina se essa moda pega e cada provedor decide o que a gente pode ou não pode ver na rede!
O Luiz Alberto Garcia Cipriano acaba de escrever isso nos comentários, mas como nem sempre todos lêem comentários -- e, sobretudo, nem sempre a caixa dos comentários abre -- passo pra cá, porque é uma dica muito, muito boa:
Sim, isso existe! Tem uma iniciativa boa aqui (em inglês):
Navegador web e Cliente de Correio Eletrônico: Livre-se finalmente dos vírus que se aproveitam das 1001 brechas de segurança do Internet Exploder e Outloko:
Edição de imagens bitmap: Se você usa o Photoshop apenas para retoques ou profissionalmente voltado para Web (e não mídia impressa), esta é a solução definitiva:
Comece trocando as aplicações. Depois quando enfim migrar para um sistema completamente livre, tudo será mais fácil. Um aspecto que tem que ser aprendido é a questão dos formatos de arquivos, especialmente de documentos de escritório. A Microsoft e seu monopólio instituíram um padrão "de facto", os .doc .xsl e .ppt... O OpenOffice.org abre todos eles, mas não se pode perder de vista que é péssimo manter esses padrões, que são fechados e secretos, o ideal é primeiro compreender o que significa "formato de arquivo", desenvolver certa habilidade na conversão de um para o outro e, finalmente, adotar formatos abertos e livres, como os arquivos xml do OpenOffice.org.
Para os mais afoitos, recomendo pessoalmente a distribuição Debian:
Na semana passada, escrevi sobre um ponto que me irrita além de qualquer medida na luta contra a pirataria de software: a facilidade que tem a Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes) em culpar tudo, do governo aos traficantes de drogas — exceto os preços abusivos, completamente distanciados da realidade brasileira, praticados por boa parte de seus associados.
Aparentemente toquei num nervo exposto, pois inúmeros leitores me escreveram, indignados com uma indústria que cisma em chamá-los de ladrões, mas não lhes dá alternativa alguma ao pirata amigo da esquina.
“Ao tentar migrar do Windows Millenium para o XP, tive o dissabor de saber que este sistema custa para nós pobres mortais a bagatela de mais ou menos R$ 800 nas lojas, enquanto na Avenida Rio Branco posso obter o mesmo sistema por R$ 10. Não quero ser pirata, por isso, não comprei do indivíduo na calçada, mas também não comprei na loja. Gostaria de deixar o meu protesto, esperando que um dia a Microsoft lembre-se de nós, para que possamos adquirir um produto legal”, escreveu Eliandro Roedel Marçal, resumindo o drama do usuário brasileiro. Um outro leitor, Otávio Frederico, fez uma comparação muito pertinente:
“Um programa da Microsoft não pode custar mais que um micro, como acontece no Brasil. Isso não existe. É como se o motor de um carro fosse mais caro do que o carro.”
“Como pagar centenas de reais pelo direito de pôr um Microsoft Office (por exemplo) em cada máquina?!” desespera-se Silvio Darci da Silva. “Alguém dirá que é preciso pagar o custo intelectual de quem desenvolve o programa. Certo, mas parece haver uma distorção quando isso tem o condão de transformar um homem até há pouco desconhecido na maior fortuna do planeta. E quando se fala dele, deve ser lembrado que o vice-presidente, o tesoureiro e uma infinidade de outros diretores devem estar com fortunas em 5º, 12º, 34º, 48º lugares no ranking mundial. Pensa-se muito na pessoa do presidente, mas é provável que as fortunas somadas dos subalternos ultrapassem a dele.”
Bingo! Há definitivamente algo de podre numa economia que permite a um pequeno grupo, de uma única empresa, acumular esta fortuna obscena. Os especialistas em mercado podem dizer que é assim mesmo, que a isso chama-se capitalismo, mas a isso eu chamo imoralidade.
Coincidentemente, no começo da semana passada, a M$ foi obrigada a divulgar detalhes do seu faturamento. Segundo o “Financial Times”, o seu lucro com o Windows é de 85%. É, vocês leram bem: 85 por cento. Isso significa que, depois de todas as despesas pagas — P&D, marketing, aluguel, luz, gás e telefone — a M$ fica com 85% de tudo o que fatura com o Windows. A título de comparação, a indústria de hardware dá-se por feliz e muito contente quando consegue margens de lucro de 5 por cento, já que habitualmente trabalha em torno dos 3% ou 4% — e não é, propriamente, uma indústria de pobretões.
É por isso que a M$ pode se dar ao luxo de perder US$ 120 em cada console Xbox que vende, ou de ter um prejuízo de US$ 33 milhões diante de um faturamento de US$ 17 milhões na sua divisão CE/Mobility — aquela contra a qual o Palm OS luta, neste momento, com unhas e dentes.
Todo ano é assim: eles esperam que todo mundo que mora em volta da Lagoa vá dormir para testar a árvore na calada da noite. Porém, numa certa janela, há sempre um blog à espreita... ;-)
Este ano, tenho a impressão de que há mais holofotes. A luz muda de cor, ora é verde, ora azul, ora vermelha. A árvore vai acendendo por etapas e, como sempre, está linda.
O Matusca tem as melhores histórias de aventura que se possam imaginar. Parece o Charles Astor, um amigo do meu pai -- aliás, você conheceu o Charles, Matusca?
Na quinta-feira, assim que saí do jornal, fui ao Paço Imperial, para a abertura da Imagem do Som, quinta edição do projeto do Felipe Taborda: a idéia básica é distribuir 80 músicas entre 80 artistas plásticos & similares e ver o que acontece. O resultado é, previsivelmente, o mais disparatado possível: há sacadas geniais e porcarias inomináveis, trabalhos delicados e sutis e obviedades paquidérmicas.
Este é um caso em que o conjunto é definitivamente superior à soma das partes.
Até aqui, a série vinha abordando o trabalho de um específico compositor: Caetano, Chico, Gil e Tom foram a base das primeiras exposições. Mas este ano a coletiva foi dupla, baseada no Rock-Pop. A nossa trilha sonora dos últimos anos está toda lá, de Maracatu Atômico (Rosa Magalhães, um dos meus favoritos) a Garota Dourada (Luiz Stein: weird!), passando por Ouro de Tolo (Gringo Cardia, ótimo!), Só Você (lindo vídeo da Anna Bella Geiger), Caminhante Noturno (meu queridíssimo Amador Perez, irreconhecível), Weekend (Fernando Lopes, outro dos meus favoritos) e Negro Gato (Antonio Bernardo -- preciso dizer alguma coisa?).
Não deu pra ver nem a metade, é lógico. Todos os jornalistas do Rio estavam lá, batendo papo com todos os artistas e mais uma quantidade de músicos. A cada dois passos eu encontrava algum amigo ou me desencontrava de outro.
Tenho que voltar.
Pena que o trabalho mais gostoso já era: para ilustrar Vital e sua moto, Verônica D'Orey fez um bolo em forma de roda de moto, que partiu e serviu aos convidados. Estava uma delícia.
É, eu tenho um fraco por arte comestível.
A Imagem do Som fica no ar até março, no Paço Imperial, de terça a domingo, das 12 às 18h30.
Quando cheguei ao restaurante, o pessoal já tinha acabado de almoçar, mas ainda encontrei Chico e Eliana, Lewgoy e o Millôr; Rodolfo (Fernandes) estava numa outra mesa com a Sandra e a Sílvia Buarque e alguns colegas de Brasília que eu não via há mais tempo do que convém a uma senhora declarar; e logo ali ao lado, numa terceira mesa, a Danuza, linda, que eu a-do-ro, e que é com certeza uma das mulheres mais interessantes que conheço. De modo que as despedidas duraram vários cafezinhos, algumas saideiras e muito papo.
Depois Millôr me deu carona até o Hush Hush, onde fui dar um jeito no cabelo. Os meninos de lá são ótimos e, ainda por cima, funcionam mais ou menos no meu horário: saí às onze da noite e fui andando pra casa. Parei na Bon Jus, onde tomei um suco de abacaxi com hortelã maravilhoso (e me lembrei do post do Danilo Amaral a respeito da carta de sucos) e na Letras & Expressões para comprar o JB, já que a assinatura e o meu cartão de crédito se desentenderam.
Passando por aquele restaurante ao lado da Cappriciosa cujo nome sempre esqueço, vi, pela janela, o Fritz Utzeri terminando de jantar com a mulher, mais o Coley e a Regina. Ficamos tentando nos comunicar pela janela, mas era mais fácil entrar e trocar dois dedos de prosa. Afinal, o Fritz eu encontro sempre que vou à praia (duas vezes já este ano!), mas o Coley e a Regina eu não via há séculos e fiquei feliz demais com o encontro.
Enfim: hoje consegui não almoçar e não jantar com uma quantidade de amigos muito queridos. Se conseguir repetir esta performance com certa regularidade, vou acabar chegando ao meu peso ideal rapidinho.