30.3.02





Seja um cyborg você também!





Dica de feriado

Você odeia feriado? Tá sentado aí na frente da máquina sem saber pronde ir? No problema: clique aqui e vá em frente. Trip garantida. É a página de links da revista Play, disparado uma das melhores publicações sobre vida digital a aparecerem por aqui. Tenho restrições ao visual, que acho um pouco confuso demais (na linha "Sindrome Wired") -- mas os meninos, inquestionavelmente, sabem das coisas. Quando você sair de casa, vá até a banca mais próxima e veja se não é verdade.





iBeach







osama's bin bloggin







A Bia está de volta! :-)







Álbuns antigos: 1999

MOSCOU



A casa de Tolstoi


Uma estação do metrô


Numa das igrejas do Kremlin


Na Rua Arbat


Tati, a minha queridinha



NOVA YORK



Da janela do hotel


Chegando a Times Square


De uma outra janela




28.3.02


"People copy, people steal. Most of the pictures they make nowadays are loaded down with special effects. I couldn't do that. I quit smoking because I couldn't reload my Zippo."

Billy Wilder (1906 -- 2002)







Coisa de gênio!

Mas não fique só nessa amostra não; aproveite o feriado para clicar pelo site todo, que é um dos mais interessantes, e garante muito tempo de diversão -- e de especulação sobre interfaces e o potencial da rede. Esta é mais uma grande dica do Cat.





La sueño una perla encendida sobre la mar? Pois sim...
(Post integral e descaradamente roubado do Repórter Mosca)





Alô alô

Liguei do táxi pro Geraldinho Carneiro.
Ele -- Ah, eu sabia que era mulher!
Eu -- Sabia, como? Você anda tão requisitado assim?
Ele -- Pobre de mim! É que está tendo um jogo...
Eu -- Um jogo? Que jogo?
Ele -- Um jogo da seleção...
Eu -- Ah, então fica aí assistindo, eu ligo depois...
Motorista, desesperado -- Minha senhora, minha senhora, por favor... meu rádio está quebrado... pergunta aí quanto está o jogo?
Eu -- Carneirinho, o motorista aqui do táxi quer saber quanto está o jogo?
Ele -- Zero a zero...
Eu -- Zero a zero...
Ele -- ...mas nós estamos jogando muito bem...
Eu -- ...mas nós estamos jogando muito bem...
Ele -- ...nós estamos esgotando o nosso estoque de falta de sorte, já perdemos três gols prontinhos...
Eu -- ...nós estamos esgotando o nosso estoque de falta de sorte, já perdemos três gols prontinhos...
Ele -- ...o Ronaldinho está comendo a bola, aliás o Ronaldinho Gaúcho também...
Eu -- ...o Ronaldinho está comendo a bola, aliás o Ronaldinho Gaúcho também...
Motorista, aliviado -- Ah, graças a Deus! Minha senhora, agradeça ao seu amigo. Ele é um locutor nato.






Especial de Páscoa II


Atendimento automático


Obrigado por ligar para o Céu.
Para ouvir essa mensagem em inglês, tecle 1. Para ouvir em espanhol, tecle 2. Para qualquer outra língua, tecle 0.

Por favor, escolha uma das seguintes opções:
Tecle 1 para Pedidos. Tecle 2 para Yom Kippur. Tecle 3 para o Natal. Tecle 4 para Reclamações. Tecle 5 para qualquer outra questão.

No momento, todos os nossos anjos estão ocupados atendendo a outros pecadores. Por favor, não desligue: a sua prece é importante para nós, e será atendida na ordem em que foi recebida.

Se você quiser falar com:
Deus, tecle 1. Jesus, tecle 2. Moisés, tecle 3. O Espírito Santo, tecle 4. Se você quiser escutar o Rei Davi entoar um salmo enquanto aguarda, tecle 5.

Para encontrar um ente querido transferido para o Céu, tecle 6; em seguida, tecle o número do CPF dele ou dela, seguido da tecla *asterisco*. Se você receber uma resposta negativa, por favor desligue e tente novamente usando o código de área 666.

Para reservas no Céu, por favor ligue para 1-800-K-A-D-I-S-H ou tecle J-O-A-0, seguido dos números 3-1-6.

Para respostas a perguntas inquietantes sobre dinossauros, evolução das espécies, idade da terra e vida em outros planetas, por favor aguarde até o momento da sua chegada.

Nossos computadores mostram que você já rezou hoje. Por favor desligue, e tente novamente amanhã.

Nossos horários de funcionamento vão de segunda a sexta, das 6hs às 18hs. Se você está ligando fora desses horários e precisa de atendimento de emergência queira, por favor, entrar em contato com o seu padre, pastor ou rabino.

Deus agradece a sua ligação.

(Para Meg e Selma, com muito carinho)






Especial de Páscoa


SAD (Serviço de Atendimento ao Devoto)


Deus agradece a sua convicção e devoção.
Para melhor atender às suas necessidades e melhorar a qualidade do atendimento, Deus gostaria de pedir alguns minutos do seu tempo para responder a este questionário:

1. Como você descobriu Deus?
__Jornal
__Bíblia
__Torah
__Alcorão
__Televisão
__Livro dos Mórmons
__Inspiração divina
__Manuscritos do Mar Morto
__Sua mãe contou
__Experiência de quase morte
__Experiência de quase vida
__Rádio
__Tablóide
__Violência em Meu nome
__Babaquice em Meu nome
__Outro (especifique): ____________

2. Qual foi o modelo que você adquiriu?
__Jeovah
__Jesus
__Krishna
__Buda
__Pai, Filho & Espírito Santo [Kit-Trindade]
__Zeus & Cia [Kit-Olimpo]
__Odin & Cia [Kit-Valhala]
__Alá
__Satanás
__Mãe Natureza/Terra/Gaia
__Nenhum dos anteriores, eu adquiri outro modelo.

3. Você ficou satisfeito com seu modelo, ele veio com todos os atributos completos, sem problemas ou partes faltando?
__ Sim
__ Não

3a. Se não, indique quais foram os problemas encontrados:
__Não era eterno
__Era finito
__Não era onisciente
__Não era onipotente
__Permitia sexo fora do matrimônio
__Proibia sexo fora do matrimônio
__Cometia erros
__Permitia que coisas ruins acontecessem com pessoas boas
__Permitia que coisas boas acontecessem com pessoas ruins
__Requeria sacrifícios na fogueira
__Requeria sacrifícios de virgens

4. Quais foram os fatores determinates na hora de escolher seu modelo?
__Doutrinação dos pais
__Necessidade de uma razão para viver
__Doutrinação da sociedade
__Conhecer garotos(as) na igreja
__Medo da morte
__Contrariar os pais
__Agradar aos pais
__Um dia longe da escola ou do trabalho
__Necessidade desesperada de ter uma certeza na vida
__Gosto por música de órgão e corais
__Necessidade de se sentir moralmente superior
__Outro motivo (especifique): ____________

5. Você já havia adquirido algum outro modelo antes?
__Sim
__Não

5a. Se sim, por qual falso deus você foi enganado?
__Baal
__O dólar
__A esquerda liberal
__A direita radical
__Amon-Ra
__Bill Gates
__O Santo Daime
__O Grande Espírito
__A Grande Abóbora
__O Sol
__A Lua
__A Força
__Tiazinha
__Elvis
__Um baseado
__Um psiquiatra
__Outro (especifique): ____________

6. Você tem alguma fonte auxiliar de inspiração? Se sim, qual:
__Tarô
__Loteria
__Astrologia
__Televisão
__Mãe de Santo
__Quiromancia
__Revista Playboy
__Livros de auto-ajuda
__Sexo, drogas & rock'n'roll
__Biorritmo
__Álcool
__Maconha
__MST
__Folhas de Chá
__Amway
__Terapia
__AOL
__Mantras
__Cristais
__Gnomos
__Paulo Coelho
__Pirâmides
__Outro (especifique): ____________

7. Deus emprega um grau limitado de intervenção divina para assegurar a eficiência, comodidade e qualidade de seus serviços. Você acha que deveria haver alguma alteração no grau de intervenção?
__É necessário mais intervenção
__É necessário menos intervenção
__O nível atual de intervenção está legal
__Não sei
__O que é intervenção divina?

8. Deus trabalha para que seja mantido um nivel equilibrado de desastres e milagres no mundo. Por favor dê uma nota de 1 a 5 para a qualidade da manipulação dos seguintes fatores:
a. Desastres:
1 2 3 4 5 inundação
1 2 3 4 5 escassez
1 2 3 4 5 terremoto
1 2 3 4 5 guerras & holocaustos
1 2 3 4 5 Windows
1 2 3 4 5 spam
1 2 3 4 5 sarneys
b. Milagres:
1 2 3 4 5 salvamentos
1 2 3 4 5 Giselle Bundchen
1 2 3 4 5 estrelas que pairam sobre cidades minúsculas
1 2 3 4 5 Brad Pitt
1 2 3 4 5 Mega sena
1 2 3 4 5 coincidências de qualquer tipo
1 2 3 4 5 conexões rápidas e estáveis

9. Eventualmente Deus disponibiliza os nomes e endereços de seus seguidores e devotos para que seus representantes providenciem serviços de qualidade e intercessões performáticas. Você estaria interessado em receber gratuitamente um resumo das ofertas listadas?
__Sim, por favor inunde-me com seus devotos para o bem da minha alma
__Não, eu não quero ser aborrecido por fanáticos religiosos querendo tomar o meu dinheiro

10. Você tem qualquer comentário adicional ou sugestões para melhorar a qualidade dos serviços de Deus? (Prencha uma folha adicional, e envie em anexo)

(Recebi isso da Laura, que recebeu isso da Lilian; não é o máximo?!)




27.3.02


Dica de site


Cuidado: este coelho doido agarra o cursor do mouse e não larga mais, só se você conseguir derrubá-lo. Mesmo assim, atenção, porque ele fica de olho, e ataca novamente à menor bobeada sua! Quem achou esta maluquice foi, claro, o Eduardo Stuart, especialista em descobrir coisas divertidas.






Ponto sem nó

Andam confusas, para dizer o mínimo, as coisas lá no no-ponto-com, a melhor publicação on-line que já apareceu neste país -- e, pelo menos para esta leitora, uma das melhores publicações brasileiras de todos os tempos, ponto. Dentro ou fora da rede.

Vejam o que eles dizem:

O que será de nós?

Leitores nos tem endereçado mensagens com perguntas sobre o futuro de no.. Muitos pedem notas explicativas. Como temos o hábito de só escrever a respeito do que achamos que sabemos, não temos o que dizer. Quando tivermos, os leitores saberão imediatamente.







MP3

Meninos, vocês têm passeado lá pros lados do WinMX? Tá bom que tá... mas sejam bonzinhos, por favor, e não baixem músicas do Metallica ou do Dr. Dre. Eles não merecem.

Aliás, este é um assunto a respeito do qual já estou precisando falar novamente. Há coisas interessantes na área; a morte do Napster foi decretada na segunda (grande coisa; ele já estava morto há tempos -- agora é um sistema do sistema) e, surpreendentemente, um juiz federal americano pediu às gravadoras que provem que detém legalmente o copyright de tudo o que dizem lhes pertencer. Vou escrever sobre isso em breve, prometo -- mas é que o meu dia está curto demais, tem só 24 horas, e elas estão sendo mais ou menos insuficientes pra que eu dê conta do recado todo; ainda mais com tanta música pra baixar...





Por falar em gato...


(Um achado da Nancy)




26.3.02


Especial pra quem veio lá das Parabólicas:



Adendo, em 27.03.02, madrugada: Ontem, quando voltei para casa, tarde da noite, encontrei a minha gatinha branca queridinha no portão do prédio, como de costume. Mas, desta vez, ela não veio fazer festa pra mim; estava muito entretida com alguma coisa.

Fui lá ver o que era e... YIKES!!!... era uma rolinha, que ela caçou, e estava DEVORANDO. É, a palavra é essa: já tinha comido a cabeça e estava dando conta do resto. Ela olhou pra mim, fez um miau de reconhecimento, e continuou às voltas com a refeição.

Fiquei em estado de choque. Eu gosto muito de pássaros, também, e não gosto de ver essas cenas tipo Planeta Selvagem ao vivo (ou, digamos, meio ao vivo/meio ao morto); aliás, não gosto de ver nem no Animal Planet. Acho lindo quando ela caça ratos -- embora eu não assista às execuções -- mas passarinhos, francamente...

Por outro lado, é verdade que eu como frango assado na maior, e adoro arroz de pato... *sigh*






Mui blog






Flo, a Gata

Para quem se amarrou na história de Frank, o Gato, informo: ele não é o único felino a se tornar web-celebridade ao ajudar um bípede a testar sistemas. Uma outra gatinha, Flo, trabalha testando os algoritmos de reconhecimento de imagem desenvolvidos por seu companheiro Boris, da Quantum Picture. A história de Flo, porém, não é tão dramática quanto a de Frank, que quase morreu atropelado antes de ir parar na gaiola vigiada pelas webcams que o tornaram famoso. O problema de Flo (na verdade, o problema dos seus bípedes) é que Flo, como todo gato que entra e sai de casa, tinha mania de trazer ratos e pássaros agonizantes para a sala, de presente para a família. Suas intenções eram as melhores possíveis, mas não foram bem compreendidas. (Reparem nesse focinho pintado dela, que coisa mais bonitinha...!)

Solução? Desenvolver um algoritmo que soubesse distinguir, pelo perfil de Flo, se ela estava voltando sozinha ou trazendo alguma coisa na boca; e instalar uma tranca, controlada por este algoritmo, na portinhola que ela usa nas suas idas e vindas. Parece complicado... e é mesmo! Mas é, também, extremamente engenhoso.



A teoria:

Uma imagem é composta por um determinado número de atributos: num rosto, por exemplo, a gente pode distinguir, e descrever, formato, nariz, orelhas, olhos, boca, sobrancelhas... por aí vai. O desafio é fazer com que um algoritmo seja capaz de identificar esses atributos, de forma que, numa pesquisa na web, ao "mostrar" um rosto para a máquina de busca, ela possa encontrar todas as fotos em que aquele rosto aparece na rede.

A prática:

Uma câmera instalada do lado de fora da portinhola, conectada a um computador, observa constantemente um espelho iluminado. Quando Flo aparece, a imagem escurece. Se os contornos desta área escurecida correspondem aos parâmetros definidos no algoritmo, o computador destrava a portinhola e Flo entra; o sistema tem cerca de um segundo -- tempo transcorrido entre o momento em que ela passa diante do espelho até chegar à portinhola -- para processar tudo isso. Quando os contornos estão alterados, ou seja, quando há obviamente alguma coisa não identificada na boca de Flo, o computador não destrava a portinhola. Ela então faz duas ou três tentativas de entrar em casa, fracassa e, para alívio geral, vai terminar a matança longe da família e das visitas.

No website da Quantum Picture, tudo está explicado em detalhes -- fascinantes, por sinal. Tecnologicamente, tudo faz sentido, funciona às mil maravilhas e está descrito de forma perfeitamente compreensível. Saí de lá com a sensação de ter visto algo genial na sua paradoxal complexidade/simplicidade. É óbvio que este é um sistema que está, sem trocadilhos, engatinhando, mas tem um futuro brilhante em mil diferentes aplicações.

Minha única dúvida não satisfeita não tem a nada a ver com tecnologia, mas sim com comportamento animal. Com o tempo, Flo vai perceber que, cada vez que traz um bicho pra casa, não consegue entrar; e logo estará deixando de trazer as suas vítimas para compartilhar com a família. Pelo que percebi no site da Quantum, já há outros gatos na jogada (Squirrel e Ellipse). A pergunta (que, aliás, já encaminhei ao Boris) é: quanto tempo um gato leva para perceber o jogo do sistema? E de quantos auxiliares quadrúpedes ele ainda vai precisar para deixar pelo menos este sistema em ponto de bala?

Visitem a Quantum. É um lugar interessantíssimo, cheio de boas fotos e informações.




25.3.02


(Achei no Claudio)







(Laerte, é claro)





Um homem chega no bar, depois de um dia exaustivo de trabalho e muitos aborrecimentos. Pede uma cerveja e desabafa:
-- Todos os advogados são idiotas.
-- Peralá, disse outro, vamos com calma. Assim você me ofende...
-- Por que, o senhor é advogado?
-- Não, sou idiota.

Capturei essa lá na Marina. Como ela, repito: nada pessoal... :-)





Paisagens Mineiras



No post em que recomendo o texto do Marcos Sá Corrêa (que recomendo novamente), prometi falar mais a respeito da imagem que usei como ilustração. Ela é irmã desta que aqui está; e ambas fazem parte de Paisagens Mineiras, belíssimo conjunto de aquarelas de Mário Zavagli, feito à maneira de antigos viajantes que retrataram o Brasil, como Thomas Ender (1793-1875), Frans Post (1612-1680), Albert Eckhout (1610-1664).

Eu nunca tinha ouvido falar em Mário Zavagli até encontrar na redação, um dia desses, um catálogo da exposição, que fica em cartaz no Instituto Moreira Salles de amanhã (26 de março, para os mais distraídos) a 16 de junho. Fiquei deslumbrada com a obra deste mineiro de Guaxupé, que nasceu em 1956 e que, até hoje, continua em Minas, onde é professor de pintura e desenho na Escola de Belas Artes da UFMG.

Tudo o que eu posso dizer é: que sorte têm esses alunos...!





Oscar

Do que gostei:

1) Do Woody Allen e do clip sobre NY feito por Nora Ephron;
2) Dos homenageados, sobretudo Robert Redford, que deu lugar a uma nova estética com Sundance;
3) Do Auditório Kodak;
4) Do show do Cirque du Soleil;
5) Do vestido da Cameron Diaz;
6) Do vestido da Nicole Kidman -- aliás, há algo para não se gostar em Nicole Kidman?
7) Do Oscar para Halle Berry;
8) Do Oscar para For the Birds;
9) Do Oscar para Terra de Ninguém;
10) Da Whoopi Goldberg. Ela fez algumas piadas ótimas. Ri demais com a da Sharon Stone ("Que mulher no mundo não gostaria de deixar o marido trancado numa jaula com um dragão de Comodo?").

Do que não gostei:

1) Da entrada da Whoopi Goldberg, fazendo o ato da saracura louca;
2) Do Oscar de alguma coisa para Pearl Harbor -- este é um filme que já devia ter caído em esquecimento;
3) Do momento de silêncio pelas vítimas de 11 de setembro, completa mistura de alhos com bugalhos;
4) Das patriotadas dos vencedores dos Oscars (som e montagem) de Falcão Negro em Perigo (idem);
5) De não haver um só trechinho de Rachel Portman na colcha de trilhas sonoras (é dela a música de Chocolat, por exemplo, e de Regras da Vida);
6) Do Tom Cruise (detesto Tom Cruise -- ideologicamente);
7) Do Ron Howard ganhar o Oscar que devia ter sido de Robert Altman;
8) Do começo do discurso da Halle Berry. Pensei: Oh não, Gwyneth Paltrow II, a Missão!!! (Depois melhorou, e ficou até bonito);
9) Do vestido da Gwyneth Paltrow;
10) Do cabelo da Jennifer Lopez -- aliás: há algo para se gostar em Jennifer Lopez? (Não, rapazes, esta é apenas uma pergunta retórica, não precisam responder).





24.3.02


Ache os bichos:



(Presente do Rogério)





VitriBlog

A turma do Vitrine está com um blog novo (bem, quase novo -- é que eu ainda não tinha visto) na praça. Muito legal! E, claro, já mega-hit das paradas, com aquele auxílio luxuoso das ondas da TV Cultura: quando fui entrevistada por eles, os contadores deste internETC. dispararam que foi uma beleza!

O Marcelo Tas, aliás, pergunta, e talvez algum de vocês saiba responder (eu não faço idéia):

Alguém aí no "saiber-ispeice" sabe me dizer se existe no mundo outro programa de TV que tem um blog? Será que só a gente teve esta idéia?






Emergência felina no Rio!

O Álvaro, que volta e meia tem lindos gatinhos, avisa: está com quatro filhotes em casa, duas fêmeas branquinhas e dois machos, um todo preto e outro tigrado. Se alguém estiver precisando de gatos, é só falar com ele...





Delicadeza



E, mais uma vez, estou em São Paulo, teclando da máquina da Fafá -- que, fazendo jus ao nome, está em Belém. A Mariana, porém, está aqui -- e a Lucy também que, lá do sofá, fica me olhando daquele jeito gozado dela, como se estivesse perguntando a que horas, afinal de contas, vamos dormir?!

Os gatos lá de casa já estão acostumados com os meus hábitos noturnos, mas a Lucy (apesar de morar com a Fafá!) ainda estranha um pouco.

Vim num pé e volto no outro, só para ver o espetáculo (ou show? ou apresentação?) que a Fernanda Montenegro faz no CCBB daqui (atenção, turma de Sampa!). Maravilhoso -- para variar: é a Fernanda, pois não? -- mas difícil de enquadrar dentro do que a gente está acostumada a ver. O show (ou apresentação? ou espetáculo?) chama-se Encontro com Fernanda, e é exatamente isso, um encontro com Fernanda, despida de qualquer personagem, exceto a maior e melhor de todas, que é ela própria.

O tema é a delicadeza, assunto de que entende como pouca gente: Fernanda é extremamente delicada, no melhor sentido da palavra, uma das pessoas mais WYSIWYG que conheço. Fala da sua experiência, lê textos de Clarice Lispector, Hilda Hilst, Cornélio Pena e Simone de Beauvoir, e conversa com a platéia do pequeno teatro. No misto de entrevista coletiva e terapia de grupo, a participação e as perguntas do público são às vezes estranhas e muito interessantes.

É curioso que, com qualquer outra pessoa no palco, este é o tipo de coisa que me causaria pavor, porque pode ser facilmente dominada pelo eterno chato de plantão ou, eventualmente, não terminar nunca. Fernanda, porém, tem um jeito gozado, ao mesmo tempo severo e terno, de pôr o ponto final na história.

Adorei.

Aliás, adorei toda esta minha aventura paulista, do embarque no Rio -- onde encontrei com Chico e Eliana, esbarrei no Augusto Nunes quase perdendo o avião dele e ainda vim ao lado do meu amigo Jefferson Lessa, o Jeff (um dos editores da Rio Show) -- à ida para o CCBB, passando pelo velho Centro de SP, deserto e estranhamente iluminado na noite de sábado, e ao nosso jantar num árabe ótimo onde, inteiramente de surpresa, apareceram Fernandinha Torres e o Andrucha, com um monte de amigos com quem tinham acabado de demolir um Maverick, na Bienal, numa instalação que vai virar curta da Conspiração.

Pode ser muito divertida, São Paulo.

Adendo, às 20h30: Depois do toró habitual que atrasou a Ponte uma meia hora, aqui estou, sã e salva. A espera foi ótima, porque encontrei com o Márcio Montarroyos, que tinha ido tocar em Sampa, e ficamos no maior papo. Ele acaba de tirar carteira de Arrais Amador: achei chique demais, Arrais Amador.

Começo a descobrir que as salas de embarque do Stos Dumont e do Congonhas, no fim de semana, são ótimos lugares pra se encontrar os amigos; pra mim, que só vou a SP a trabalho, essas duas últimas idas foram, de fato, viagens.

Ótimas viagens!






O horror, o horror

Todo mundo sabe que um conto puxa outro; com casos de horror não é diferente. Depois do apavorante relato do Ricardo Abude E. Silva sobre sua detenção em Los Angeles, aparece uma nova história de maus-tratos sofridos por brasileiros (no caso brasileiras) nos Estados Unidos. Transcrevo a carta tal como a recebi, com pequenas correções editoriais. É importante esclarecer que, ao contrário do que faria no jornal, não verifiquei pessoalmente os fatos; considerando, porém, a quantidade de casos semelhantes que me têm chegado ao conhecimento, não tenho por que duvidar deles.

"Meu nome é Roberta Damasceno, sou curitibana e tenho 26 anos. Assim como Ricardo A. E. Silva, eu também fui deportada quando viajei a passeio para Nova York, no dia 28 de janeiro. Fiquei 14 horas presa numa casa de detenção para imigrantes, também numa cela de 2x2. Lá havia imigrantes do mundo inteiro. Não tive direito a dar um telefonema.

Fui interrogada e torturada psicologicamente por três horas. Ouvia comentários racistas e arrogantes sobre brasileiros. Sendo mulher, fui submetida a comentários obscenos e a um exame médico detalhadíssimo. Não comi nada o dia todo e, além do mais, confiscaram todos os meus pertences, me fazendo trocar a roupa por um uniforme de presidiária.

Passei pela pior das humilhações de minha vida. Fui carregada junto com outra brasileira de Vitória (companheira de cela) pelo saguão do aeroporto. algemada com uma corrente que envolvia meus pés, cintura e mãos. Na hora de embarcar, ficamos sentadas na sala de espera do aeroporto por mais ou menos uma hora esperando o nosso vôo, ainda algemadas e acompanhadas de dois agentes da imigração, armados. Enquanto isso, todos nos miravam como se fossemos terroristas ou qualquer outra coisa do gênero.

Foi a pior experiência da minha vida. Tive um tratamento que não se é dado nem ao pior dos bandidos. Eu estava indo a passeio! No Brasil tenho poder aquisitivo razoável, sou Estilista de Moda e nunca imaginei passar por tal experiência, presa, interrogada, tratada como bicho. Eles alegaram que eu estava indo para residir nos Estados Unidos.

Eu já havia visitado amigos e familiares lá fora, mas nunca fui submetida a tal interrogatório. Após três dias de pesadelo, entre 20 horas de vôo e 14 de cárcere, já no Brasil, tive que ir diretamente à Polícia Federal do aeroporto de Guarulhos (São Paulo). Tive que assinar uma declaração de deportação. Quer dizer, até no meu próprio país fiquei fichada. Na Polícia Federal fiquei sabendo que diariamente cinco brasileiros, em média, são deportados dos Estados Unidos. São inúmeros os casos. Inclusive o de um casal que foi deportado quando viajava em lua-de-mel.

Agora eu queria saber se nós brasileiros seríamos capazes de tratá-los com tanta crueldade. Sub-raça!?

Não sou anti-americana, mas não posso negar a antipatia que tomei por aquele país e, principalmente, por seus dirigentes, após ter vivido na pele o que vivi. Não aconselho nenhun brasileiro a ir gastar seus dólares nos Estados Unidos. Sinto muito por nós brasileiros, e por toda a América Latina, por estarmos sendo controlados economicamente por essa nação de racistas e arrogantes. Eles podem até ser líderes economicos mundiais, mas não deixam de estar longe de ser um povo humano e solidário.

Sinto pena deles..."

Confesso que, diante de relatos como o do Ricardo ou o da Roberta, não é bem pena o que sinto dessa gente. É nojo, mesmo.