7.12.01 6.12.01 A Meg, que é indiscutivelmente o ser mais carinhoso e gentil do blogverso, mudou radicalmente o visual do Sub Rosa, agora em versão natalina. Confiram! Quem sou eu?Há uma nova mania no ar: testes totalmente imbecis -- e, claro, irresistíveis. Por exemplo: se eu fosse um quadro, seria... O Grito, de Edward Munch! E eu crente que seria uma marinha do Pancetti, ou um desenho do Millôr... Seja lá como for, aqui está a explicação oficial de quem sou eu, a nível de arte, enquanto quadro, para que todos saibam, direitinho, com quem estão lidando:Eu expresso os problemas do subconsciente e as angústias do mundo. Seguro a cabeça e solto o terror primal dos meus medos mais recônditos, rodeada por uma paisagem bizarra que reflete a minha parca percepção da realidade. Depois não digam que não avisei! Para descobrir que quadro você seria, faça o The Art Test. Outras opções igualmente reveladoras: Quem seria você como Vilão do James Bond? E como Personagem do Senhor dos Anéis? Ou, ainda, que Espécie de Sapo? Levando a coisa aos seus mais completos extremos, se você fosse um Teste de Personalidade Online, qual deles você seria? Ah, sim, antes que eu me esqueça: para completar, não deixe de fazer o teste para saber se você é ou não Viciado em Internet. Volta ao larAcabo de voltar do blog da Ca Mam Wong que, por sua vez, acaba de voltar da sua viagem ao Oriente -- ou, melhor dizendo, acaba de postar o resto das fotos, e boa parte das histórias de Macau e Hong Kong. Muito legal! O desenho ao lado é o selo com o seu nome, que significa Sereno Precioso, na forma tradicional de assinatura dos artistas chineses. O detalhe fica por conta da ocidentalização que lhe foi dada pela Ca Mam. 5.12.01 Tire a gravataPergunta básica: porque é que um país que importa cretinices como o Raloím (apud Ivan Lessa) e o Big Brother sem qualquer constrangimento está demorando tanto a adotar os calendários de Natal? Resposta possível: porque os leitores do Nuevo Herald que tanto amam as bruxas (witches) e abóboras (pumpkins) não têm paciência suficiente para abrir apenas uma janelinha por dia para ver a surpresa escondida.Eu AMO esses calendários que, naturalmente, já migraram para a web, e hoje podem ser encontrados às dúzias no ciberespaço. O mais tradicional -- já existe há quatro anos -- é o feito por Susan Preston, da qCreative, e que você encontra aqui. Por acaso, ele é também o mais lindo de todos os que conheço. Ou nem tão por acaso: Susan (vulgo Q: por causa de Susie Q) é designer da pesada, uma das pouquíssimas pessoas que consegue usar som na web sem torturar os nervos do visitante. Ponha o calendário entre os seus favoritos e brinque à vontade (já podem ser vistas as animações para os dias de hoje e todos os anteriores) mas, por favor, não deixe de aproveitar o ensejo (é, às vezes eu tiro umas palavras esquisitas da algibeira) para ir fundo no resto do site, que é de babar na gravata. 4.12.01 120 anos de barulho com tomadaAntes de Thomas A. Edison inventar a lâmpada, a luz elétrica já era usada em diversas capitais européias. Ela era produzida por lâmpadas como essa, através de uma centelha gerada entre dois pólos de carbono. A claridade resultante não chegava propriamente a cegar ninguém e, com o tempo, as engenhocas foram aposentadas sem deixar saudades -- mas não sem antes dar ao físico inglês William Duddell a oportunidade de inventar o primeiro instrumento eletrônico do mundo. É que, entre os diversos inconvenientes da proto-lâmpada, estava um incômodo zumbido que ele foi chamado a resolver. Ao estudar o problema, Duddell descobriu que, mudando a intensidade da voltagem, mudava também a freqüência sonora; e, em vez de consertar a lâmpada, preferiu espetar um teclado ao arco que vibrava com a eletricidade, e que era a origem do som. O resto é História, lindamente registrada aqui. Globlogueira 10A Joana Ribeiro diz que criou o seu excelente blog só para ser citada na minha coluna, eu posso com isso?! Mas não acreditem nela. Ela criou o Joanar por um motivo muito simples: tem o que dizer, e diz bem. Confiram o post a respeito do efeito do stress na escrita, e vejam se a garota não é ótima...Nós na rede: os nós da redeA meu ver, uma das grandes vantagens da explosão da bolha assassina da “Nova Economia” foi acabar com a idéia de corrida do ouro que se havia formado em torno da rede — uma espécie de fundamentalismo tão malsão quanto o dos tempos em que apenas mencionar assuntos comerciais era o suficiente para queimar o filme de um usuário para o que parecia ser, então, o todo sempre.Entre uma ponta e outra podemos, agora, começar a ver a rede como ela de fato é, o que significa acompanhar o seu desenvolvimento sem ilusões descabidas, mas também sem preconceitos ingênuos. Uma das características da rede que sumiu de vista durante o frenesi da bolha foi a sua imensa base de sustentação artesanal — as páginas pessoais, os fóruns de discussão da Usenet, os pontos de encontro e de idéias. Era como se, subitamente, tudo estivesse vinculado aos grandes portais, herdeiros de serviços como o Genie, o Compuserve ou a AOL, antigas redinhas domesticadas e subservientes aos valores familiares do American Way of Life. De repente, tudo — chats, fóruns, websites pessoais — passou a ostentar um logo corporativo qualquer, para grande desgosto, diga-se, de quem conhecia a rede idealista dos velhos tempos. Para a turma que travou contato com a rede através de portais e de super-produções online, contudo, era difícil imaginar que o sangue da internet corria pelas veias de pessoas físicas, e não de pessoas jurídicas; conseqüentemente, o grande sonho de todas as pessoas físicas recém-conectadas era tornarem-se pessoas jurídicas, regiamente remuneradas. Era como se nunca houvesse existido aquela rede artesanal, excêntrica, sem fins lucrativos — aquela em que, em tese, a voz solitária do indivíduo teria a mesma ressonância da voz das grandes corporações. Curiosamente, quem está abrindo as cortinas e revelando o que, afinal, sempre esteve lá, são os blogs. Práticos, fáceis de usar e, neste momento, mania desvairada, eles estão ensinando aos novos internautas que a rede é, afinal, o que nós somos e, em última instância, o que queremos que ela seja. Quem ainda confunde ferramenta com mensagem, e acha que os blogs são apenas um modismo como outro qualquer, está dormindo no ponto, e faria bem em acordar. Os blogs são um fenômeno extremamente importante, o primeiro passo da retomada de um espaço fundamental da internet por quem de direito: todos nós. Isso significa que os portais estão condenados? Que os grandes jornais online vão perder a parada para os nossos modestos veículos? É claro que não! O que muda é justamente a outra face da moeda, a chamada "opinião pública" — publicada, pela primeira vez, por quem tem opinião. Direto ao consumidor, sem intermediários. 3.12.01 DarwinQuando a gente se dá ao trabalho de observar as atitudes dos humanos, não demora a perceber que a sobrevivência da espécie até os nossos dias é, mais do que um milagre, uma demonstração de absoluta -- e irresponsável -- teimosia do universo. E já nem falo da estupidez assassina que anda dominando o noticiário. Nada disso. Pequenas coisas do cotidiano, como o envio de e-mails, por exemplo, provam que somos de fato incapazes de aprender com a experiência, a miséria e o ridículo alheios.Neste momento, diz o Register, onze funcionários da Jaguar inglesa estão para ser demitidos por terem mandado e-mails com imagens pornô para quem não deviam. O pior é que este é apenas o caso mais recente de uma série de histórias escabrosas envolvendo e-mails -- todas com o mesmo triste fim para os incautos remetentes. E nem se pode dizer que esses funcionários não soubessem do risco que representa uma mailbox mal administrada na vida profissional moderna. Afinal, há alguns meses, a Inglaterra inteira parou para debater o estranho paladar de Claire Swire, jovem RP que mandou uma msg romântica para o namorado elogiando o, uh... ahn... digamos... ahn... como direi... o... sabor do seu entusiasmo? Pois tão empolgado ficou o tolinho com o elogio, que mandou a msg para os seus três (então) melhores amigos. Que a mandaram, respectivamente, para os seus (deles) três melhores amigos; e assim por diante até que, em menos de duas semanas, a discussão comia (oops) solta pela rede: o gosto varia de homem para homem? Varia no mesmo homem, em ocasiões diferentes? Alguém é capaz de reconhecer o parceiro só por este peculiar detalhe? (Taí, Delícias, bom tema para debate...!) Enfim: uma baixaria só, que no fundo nem teria maior importância... se não estivesse circulando com o endereço de um respeitável escritório de advocacia. A lista de histórias de horror é gigantesca. Não há ninguém que não conheça pelo menos dois ou três casos de mensagens que causaram, no mínimo, grandes constrangimentos para todos os envolvidos. Mas o povo pensa antes de mandar o dedão no ENVIA? Não, obviamente não. Nem nos servidores de e-mail, nem nos bombardeiros. Diga-me o que lês e te direi quem és...Os não anglo-parlantes e o deputado Aldo Rabelo de saudosa memória que me desculpem, mas isso aqui estava bom demais para resistir...Who Reads What and Why 1. The Wall Street Journal is read by people who run the country. 2. The New York Times is read by people who think they run the country. 3. The Washington Post is read by people who think they should run the country. 4. USA Today is read by people who think they ought to run the country but don't really understand the Washington Post. They do, however, like their smog statistics shown in pie charts. 5. The Los Angeles Times is read by people who wouldn't mind running the country, if they could spare the time, and if they didn't have to leave L.A. to do it. 6. The Boston Globe is read by people whose parents used to run the country, and they did a far superior job of it, thank you veddy much. 7. The New York Daily News is read by people who aren't too sure who's running the country, and don't really care, as long as they can get a seat on the train. 8. The New York Post is read by people who don't care who's running the country either, as long as they do something really scandalous, preferably while intoxicated. 9. The San Francisco Chronicle is read by people who aren't sure there is a country, or that anyone is running it; but whoever it is, they oppose all that they stand for. There are occasional exceptions if the leaders are handicapped, minority, feminist, atheist dwarfs, who also happen to be illegal aliens from any country or galaxy as long as they are democrats. 10. The Miami Herald is read by people who are running another country but need the baseball scores. 2.12.01 "Daytime Israel makes a tremendous effort to create the impression of the determined, tough, simple, uncomplicated society ready to fight back, ready to hit back twice as hard, courageous, and so on. Nocturnal Israel is a refugee camp with more nightmares per square mile I guess than any other place in the world. Almost everyone has seen the devil." Amos Oz, pescado aqui. Promessa é dívida: para quem quiser ver como foi a festa de inauguração da árvore da Lagoa, acabo de subir um álbum para o Photo Island (meu site de armazenagem de fotos favorito). Este link dá direto lá; aí é só digitar a senha árvore. Devo informar que as fotos, no entanto, não dão sequer uma pálida idéia do que foi o espetáculo: MARAVILHOSO! Mamãe e eu, sozinhas em casa com os gatos, assistimos feito duas princesas, da janela: este ano, eles não podiam ter armado a festa melhor, do nosso ponto de vista. A árvore não só é a maior já feita até agora como, ainda por cima, a mais bonita, especialmente no efeito neve, em que apenas umas luzinhas brancas piscam, de alto a baixo. Mamãe e eu adoramos o show, e estamos encantadas com a árvore. Já não podemos dizer o mesmo dos gatos, que, ao primeiro pipôco dos fogos, correram para o quarto, onde se esconderam, corajosamente, embaixo da cama. Meus heróis! P.S. -- Detalhe: Mamãe saiu cedo porque hoje, domingo, toma parte em mais algumas provas do Campeonato Estadual de Natação Masters. Ontem já faturou todas as medalhas a que tinha direito, inclusive, com certa contrariedade, uma de prata. Ela é uma fera, Top Ten da FINA e tudo o mais; mas eu puxei pelo meu pai que, ao que conste, jamais chegou perto de uma piscina de livre e espontânea vontade... *sigh* Nizan, corre lá!Estou eu aqui calmamente editando as fotos da inauguração da Árvore da Lagoa com a televisão ligada na BBC, quando entra no ar uma interessantíssima reportagem sobre mais um grave problema animal na Austrália: o tipo mais peçonhento de cobra da face da Terra, que naturalmente vive lá, está sendo atacado por um vírus desconhecido e fatal. Aparentemente, as cobras perdem o controle motor e/ou páram de se alimentar. Sinceramente? Com todo o amor que tenho aos bichos, e com tudo o que sei a respeito da interação entre as espécies, já vi tragédias maiores.Não é este, obviamente, o caso dos herpetologistas do zoológico de Sydney, que amam as cobras e estão todos à beira de um ataque de nervos. A hipótese mais provável até o momento é que o vírus tenha chegado à Austrália num contrabando de animais exóticos, vindo, possivelmente, da América do Sul. Ninguém sabe o que fazer -- até porque, a primeira reação de qualquer humano razoavelmente normal ao topar com uma das ditas cobras não é perguntar se ela vai bem de saúde, mas acabar com ela antes que ela acabe com ele. Um dos zoólogos mais sensatos, usando uma cobra enorme como adereço de pescoço interativo, reconheceu que todos, herpetologistas e cobras, tem mais a enfrentar do que um simples vírus desconhecido: -- A questão é que elas têm um sério problema de imagem -- constatou ele, desolado. -- Há uma carga cultural negativa muito grande em relação a elas... Problema de imagem?! A cobra mais venenosa do mundo?! Problema de imagem?! Então tá, ficamos todos combinados assim. |