8.9.01 Mais um golpe $ujo!John Rhodes é um especialista em... usabilidade, digamos assim. Ele estuda websites e ferramentas de navegação, e é uma voz importante na rede. Num excelente artigo escrito para a sua newsletter WebWord, ele analisa, passo a passo, a mais recente gracinha da Micro$oft na sua estratégia de dominar a internet: seqüestrar os erros de página (os famosos 404) para a máquina de busca da MSN (fraquíssima, por sinal). A coisa é bem mais complicada do que parece à primeira vista, mas essencialmente resume-se ao seguinte: quando o usuário digita uma URL errada, ou vai atrás de uma URL que não existe mais, ele cai no servidor, que o avisa disso. Ao interceptar a mensagem do servidor e apresentar a máquina da MSN, a M$ está transferindo a essência da rede do servidor para o cliente, ou seja, para o Internet Explorer. E por que faria isso? Porque, como se sabe, ela está longe de ser a escolha universal em servidores internet. Ao contrário, é quase monopólio na área de clientes. Esta é não só uma forma de maquiar a rede, mas de arrastar os usuários para o uso de seus produtos e ferramentas. Enfim, mais uma jogada suja, mas suja mesmo. Leiam o que Rhodes escreve, é da maior importância. Se você não clicou lá em cima, clique aqui agora. Escândalo etimológicoQuem levanta essa bola é o Sergio Faria, no seu BBS (Blog Best-Seller): há dois erros no novo dicionário Houaiss num único verbete, mas não digo qual (nem quais) para vocês irem até lá -- ele faz um dos melhores blogs do pedaço. Embora eu seja, teoricamente, do "campo oposto" -- Aurélio era meu padrinho, e melhor amigo do meu pai -- não acho que dicionário seja Fla-Flu, não gostei da forma como foi lançado o Houaiss e essa notícia me entristece. Numa obra de referência dessa monta, o mínimo que se espera é informação fidedigna. Atenção: cópia descarada!Confesso: roubei esta utilissíma nota, tal e qual, dos escritos do meu querido C@T, lá na Globonews. A causa, porém, é nobre: as dicas são excelentes.Busca de imagensDo impecável Conca, chega a notícia de que temos na praça novos serviços grátis de busca de imagens: o do Google (ainda em beta) com 250 milhões de imagens e o PicSearch. O velho buscador do AltaVista cuspia basicamente imagens chatas da Corbis e acabava sendo de pouca serventia. Já esses dois novos sites fazem a ressalva de que as fotos indexadas podem ser protegidas por direito autoral. A decisão de usá-las ou não fica por conta da usuária. No dia que esses caras incorporarem uma busca avançada gráfica, como o QBIC da IBM, aí sim, a cobra vai fumar. Para uma pequena amostra, vá até o Hermitage e depois experimente pesquisar pra valer. Welt Wide WebGraças ao Der Schockwellenreiter, o internETC. está pintando nas paradas alemãs: agora foi o EuroRanch que mandou um link. Eles gostaram do site pornô da Barbie... Danke, Jörg! Momento CarasOntem foi aniversário do Paulo Autran, e a Tônia fez uma festa linda. Muita gente interessante -- mas, com eles dois lá, não sobrou para mais ninguém, é claro. Detalhe: a Tônia é (talvez junto com a Vera Fischer) a atriz de maior star quality que já vi. Ela entra numa sala e vira o centro das atenções, automaticamente. É incrível, não falha nunca! Infelizmente, não há filme ou televisão que consiga captar isso. (CoraCam) "Sinergia"Grandes conglomerados têm dessas coisas. Há algum tempo, a Time Life comprou uma empresa chamada Time4 Media, que publica, sob o selo TransWorld, cerca de uma dezena de revistas pequenas especializadas em esportes radicais. Depois, a própria Time juntou-se com a Warner e, ainda depois, a America On Line comprou a Time-Warner. A compra das revistinhas, por modesta que tenha sido dentro deste mega-quadro, foi um ótimo negócio. Os esportes radicais estão crescendo de forma impressionante e uma delas, por exemplo, a TW Skateboarding, cresceu quase 25% nos dois últimos anos -- feito e tanto, nessa época de recessão econômica. O grande desafio para essas publicações é conservarem o aspecto indie, semi-amador, que cativou o público inicialmente. Mas a TW Skateboarding, pelo visto, não tem com o que se preocupar. Na penúltima edição, foi encartado na revista um kit de acesso da AOL, a coisa toda foi selada em plástico -- e, ato contínuo, o céu caiu sobre a redação. A AOL, como se sabe, não é um provedor exatamente benquisto pelas camadas mais radicais e conectadas do pedaço, ainda mais quando lacra a revista favorita dos usuários. Os leitores skatistas chiaram brabo, e até o editor Eric Sentianin soltou o verbo: "Desculpem o vacilo na edição passada", escreveu na primeira página da revista. "Nós aqui na revista só descobrimos esta atrocidade quando os primeiros exemplares daquela bosta empacotada chegaram à redação. Nós nos sentimos tão invadidos quanto vocês." Até agora, ele continua no cargo. ExcentricidadeDo Nosso Departamento de Idéias Cretinas: conta o Dave Pell no Next Draft, um bom clipping eletrônico de notícias (que, por sinal, descobri através de um banner aqui do Blogspot), que cientistas britânicos organizaram um movimento (no sentido absolutamente literal da palavra) para fazer com que um milhão de crianças inglesas ficassem pulando para cima e para baixo, em suas escolas, ao mesmo tempo. A idéia era ver o que registravam os sismógrafos do país que, naturalmente, nem se abalaram. O Dave sugere que essas crianças passem a se alimentar, durante alguns meses, com a dieta das crianças americanas -- quem sabe aí não funciona? Papo cabeçaEstá terminando hoje na Califórnia (é, parece que todos os eventos que me interessam acontecem lá; agora pergunto, não podia ser um pouco mais perto?!) o Web2001, encontro de pensadores e webmasters em que se estão discutindo os rumos e tendências da rede. O temário está ótimo, mas tenho certeza de que nada a ser dito lá poderá suplantar a abertura feita por Stewart Brand, uma das cabeças mais interessantes do mundo conectado. Um dos fundadores da Well (de Whole Earth 'Lectronic Link), modesto BBS de São Francisco que acabou se transformando na melhor comunidade virtual de todos os tempos (foi tão bom enquanto durou...), Brand passa a vida fazendo uma coisa cada vez mais rara entre nós, bípedes: pensando. Não se pode acusá-lo de não enxergar longe. Um dos seus projetos mais recentes é um relógio que, espera-se, vai marcar a hora certa pelos próximos dez mil anos. A história completa deste relógio está em "The Clock of the Long Now", publicado no ano passado. Como eu não consigo me garantir nem pelas próximas dez horas, babo de admiração por ele, autor de um outro livro extraordinário, "How Buildings Learn". 7.9.01
Uma das fotos que fiz da Lagoa está lá no Cassio :-)
(eu sou uma típica fotógrafa-coruja -- mas acho que isso já deu pra perceber, né?) Mundo animalPostando novamente, pro meu amigo Carlos Irineu: Estou apaixonada por um livrinho que está, acho eu, deixando todo mundo meio bobo: "Um dia daqueles". É um livrinho pequeno, em P&B, com algumas das fotos mais lindas de animais que já vi. Acho que ninguém sabe o nome do autor -- eu mesma não me lembrava, até descobrir esta entrevista no site da Sextante, sua editora brasileira. É Bradley Trevor Greive, e eu gostei dele de cara porque, falando da sua inspiração para fazer o livro, ele disse que ela veio num dia em que estava deprimido, foi ao cinema e voltou pior, porque o filme era com o Kevin Costner. Um cara que gosta de bichos e detesta o Kevin Costner não pode ser de todo mau, né? Se você ainda não conhece o livro, clique aqui: este link leva a uma página com dez das fotos, que podem ser enviadas como e-postais. Esta nota foi ao ar, originalmente, no dia 28.08.01 Um (já velho) hai-kai informata que eu adoroTrês coisas são certas: Morte, impostos e dados perdidos. Adivinhe qual aconteceu.
O que o Chico desenhou na toalha de mesa do Satyricon? O que o Millôr acrescentou? Clique aqui para ver.
Em casa, com BushUma das coisas de que sempre gostei na web foi a grande, gigantesca dormida no ponto da Casa Branca, que ganhou por direito o domínio gov, mas não deu à rede suficiente importância para se dar ao trabalho de registrar os www.whitehouse com e org. O primeiro, como todo mundo está cansado de saber, é um dos mais lucrativos sites pornô do planeta. E o segundo... bom, o segundo é sensacional!!! Sobretudo quando a gente lembra que a atual administração não tem o menor senso de humor, e deve estar odiando aquilo tudo. O org é uma paródia maravilhosa, que deu um trabalho cão a sei lá quem, e que começa com a denúncia de um site falso da Casa Branca: o www.whitehouse... gov! Uma das provas: como é que um presidente machão feito Bush ia deixar aqueles tons pastéis bichinhas num site oficial? "Patrocinado" pela NRA, pelas indústrias de cigarro e petróleo e pelo lobby da energia nuclear, ele é altamente recomendado para os anglo-parlantes, que vão dar ótimas risadas. Mas ainda que você não fale nada (nothing) de inglês (English), vai adorar o Jogo da Memória de Ronald Reagan. 6.9.01 Gilda, um engarrafamentoAcabo de passar 3h35min no trânsito (trânsito?!), num percurso que, normalmente, faço em menos de 15 minutos. Véspera de feriado, Linha Vermelha fora de combate -- o que eu sei é que este foi o maior engarrafamento da história do Rio. É claro que eu tinha que estar nele. É claro também que, pela primeira vez, eu tinha que sair de casa sem nenhum livro ou revista na bolsa. E de propósito, ainda por cima, porque tenho uma pilha de contas para conferir e ia aproveitar o trajeto para fazer isso (o que não faria nunca, é lógico, se tivesse algo decente para ler). ARGHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!! Nunca vi nada igual. Este engarrafamento cai, decididamente, na categoria daquela mulher que, 50 anos antes da Sharon Stone levar à loucura todos os homens com uma cruzada de pernas, fazia isso tirando apenas uma luva. Gilda. Nunca houve um engarrafamento como Gilda. Quando cheguei à redação, um dos primeiros e-mails que abri foi este: De: Rolland Gianotti - Chefe de Reportagem - Grande Rio - O GLOBO Enviada em: quinta-feira, 6 de setembro de 2001 19:26 Para: Usuarios Redacao - O GLOBO Assunto: trânsito: p/ quem pensa em ir para casa O trânsito está caótico em toda a cidade -- sentidos sul e norte. A travessia do Túnel Santa Bárbara está demorando quase duas horas (acaba de informar o Werneck, que abandonou o carro e veio a pé para o jornal). Antes que perguntem: Av. Brasil, Ponte Rio-Niterói, Linha Amarela, Túnel Rebouças, Avenida Presidente Vargas, Radial Oeste etc etc TUDO PARADO!!!!! Wundebar!Gente, que estranho: o internETC. saiu... na Alemanha! Num blog chamado Der Schockwellenreiter. Eu não entendi nada, é claro, mas tá se vendo que o moço sabe das coisas. Danke! Farra no Satyricon, um dos nossos points dos sábados: Tônia (Carrero -- luxo pouco é bobagem, não?) observa o Millôr e o Chico (Caruso: não fazemos por menos...) rabiscando a toalha. Aguardem, a qualquer momento, a publicação do desenho, em edição extraordinária. (CoraCam) É cada coisa que se acha...Date Fri 5/28/99 1:07 PM From: Cora Ronai (cronai@well.com) To: newsfeedback@wired.com Subject: Global vs. Local Domains With regards to the article, ("AOL Loses Brazil Ruling," 27.May.99), the question of "global" trademarks versus "local" trademarks is much more delicate than it seems. Companies like AOL will, of course, always have to face the fact that wise guys everywhere have realized their trademark’s quick money potential long before the companies themselves fully realized what the "global" in globalization means. But, on the other hand, many long-established, bona fide local companies are often faced with quite costly legal battles over their own trademarks. A case in point is delta.com.br, also in Brazil, which belongs to Editora Delta, the country’s most respected encyclopedia publishers, and who almost lost their domain to Delta Airlines. When you are dealing with a rip-off, as is, in my view, the aol.com.br case, the solution, being essentially a financial question ("How much?") doesn’t involve very complicated equations. The issue gets on an entirely different level, however, when small local companies -- who want to keep their own old names, don’t want to sell them and can be seriously harmed by costly lawsuits -- have to face the clout of global companies that want their domain names. Eu estava procurando uma coisa inteiramente diferente e encontrei este post de três anos atrás. Tá valendo -- mas eu me prefiro em português. A culpa é da M$. Como sempre.O problema de se ler tanta coisa quanto eu leio é que, quando a gente quer descobrir onde foi que leu o que leu, não lembra mais. Tudo isso para dizer que não lembro mais onde li alguém reclamando de algo que também me chamou a atenção: o gradual sumiço das páginas de erro 404 (aquelas que nos informam que o site que procuramos não está lá). E por que estão sumindo essas páginas? Ora, por causa da Micro$oft, naturalmente. Para usuários de IE, o erro 404 é substituído pela janela de uma máquina de busca da M$, que se oferece para procurar outra coisa. Prático, dirão vocês. Assustador, digo eu. ...$c@Ry... ...cRe&pY... Juro: já estou começando a ter arrepios cada vez que tento fazer alguma coisa distraída, me virar casualmente para o lado ou respirar mais fundo. Um dos efeitos colaterais desta homogeneização universal, desta microsoftização planetária, é a morte da fabulosa biodiversidade que habitava as páginas de erro, e que, às vezes, nos oferecia deliciosas limonadas extraídas do amargo limão do desencontro (ha!). Para ter uma idéia do que estou falando, clique aqui. Adendo, no dia 6.09, às 22h25: Lembrei, afinal, de onde li a matéria. Foi na CNET. Adendo, no dia 8.09, às 21h39: É, mas a CNET leu aqui! Lição de coisasNem sempre o que é mais novo é melhor. Esta frase -- altamente reconfortante para senhoras da minha provecta idade -- é perfeita em relação a programas que estão na mira do Grande Irmão. Leia-se, sobretudo, softwares que, de uma ou de outra forma, transportam e/ou embalam a chamada "produção intelectual", e esbarram, conseqüentemente, em leis de direito autoral elaboradas no Pleistoceno, recentemente ajustadas à arrogante ganância das mega-corporações americanas. Muitos de nós já passamos pelo desgosto de trocar a versão perfeitamente boa de um programa por uma nova, "aprimorada", que acaba não funcionando direito, ou não funcionando de todo -- mas, quando chegamos a descobrir isso, é tarde, e a versão legal (no bom sentido) já era. Chato? Demais. Triste? Nem tanto: este blues tem cura. Ela está no Old Version, site onde uma criatura do bem mantém 59 diferentes versões de doze programas estratégicos, do Adobe Acrobat ao Zone Alarm. 5.9.01 Adoráveis argentinosEste cartaz está espalhado pelas calles de Buenos Aires. O que eu gosto de ver é como eles são carinhosos com a gente. Isso, claro, pra não falar na sua tradicional elegância e sutileza. (Valeu, Cláudia!) HP/Compaq: big deal...Não é à toa que estou cansada do caso HP/Compaq: mal comparando, é o seqüestro do SS da imprensa especializada em negócios. O WSJ montou um dossiê especial em tempo recorde. Made in casaEsqueceu o folheto do CD no taxi? O cachorro comeu o estojo do DVD? Seu irmão pequeno acabou com aquele CD bárbaro que você ganhou no outro dia? No problema. A internet é, como o mundo, um lugar vasto e variado, onde, sabendo-se procurar, tudo se acha. Essas pequenas misérias da vida digital já têm solução. É só clicar em CDcovers, achar a capinha perdida do CD ou do DVD favorito, fazer download e imprimir em casa. Fica uma beleza. Neste utilíssimo banco de imagens, há ainda etiquetas e capas para uma infinidade de videogames. Antes que alguém pense mal dos intuitos das almas abnegadas que suprem o estoque, informo: um dos patrocinadores do generoso sítio é a Looney Tunes, que também merece uma visita. Lá há bons desenhos animados, papéis de parede simpáticos e screen savers lindinhos. Eu estou usando um deles. Do Frajola, claro. Mais um vírus: haja saco!Atenção: se você é usuário de Outlook, ponha as barbas de molho. A McAfee acaba de informar que há um novo vírus (melhor dizendo, um worm) comendo solto na praça. É o W32/APost@mm ("APost" ou "New Backdoor"), que apareceu nas últimas 24hs. Para variar, os e-mails infectados chegarão aos destinatários, provavelmente, através de endereços conhecidos, já que o esquema é mais ou menos semelhante ao dos últimos worms que andaram por aí. Por enquanto apenas em inglês, ele tem as seguintes características: Subject: As per your request! Body: Please find attached file for your review. I look forward to hear from you again very soon. Thank you. Attachment: README.EXE Se o attach é aberto, o worm pula pro diretório do Windows e manda um filhote pra cada endereço registrado no Outlook. Em seguida exibe uma caixa de diálogo dizendo "Urgent!", em que há um único botão, "Open". É ao clicar nele que o inocente usuário detona as mensagens contaminadas para todos os seus amigos, conhecidos e afins. Cumprida essa tarefa malsã, o W32/APost@mm gera uma msg de erro onde se lê "WinZip SelfExtractor: Warning"... e pronto. Maiores informações aqui. Taí. É por essas (e muitas, mas muitas outras) que eu uso Eudora. Primeira lição de informática: |