18.5.05



Chamando todos os fotógrafos cariocas!

Pessoas, a questão é a seguinte: há sérias suspeitas de que a Secretaria de Proteção e Defesa do Animal (!) não tem boas intenções em relação aos cães e gatos de rua do Rio.

Nos últimos meses, incontáveis gatos sumiram sem deixar vestígios, e há testemunhas de que funcionários da Sepda estão envolvidos no sumiço. Se a intenção fosse boa, a secretaria já teria respondido aos protetores quantos gatos pegou, e para onde os levou; mas muda estava e muda ficou.

Agora, foi anunciado que esta secretaria passa a ser responsável também pelo CCZ, o Centro de Controle de Zoonoses que, digam eles o que disserem, opera a famigerada carrocinha.

Antes que o pior aconteça, acho que deveríamos organizar mutirões para fotografar esses bichos ameaçados e o seu habitat. Explico: boa parte dos gatos de rua vive em colônias cuidadas por protetores que os conhecem individualmente, os alimentam do seu próprio bolso, os castram e tratam de suas doenças.

De modo geral, esses animais são mansos, bonitos e só trazem alegria para quem se encontra com eles.

Obviamente, ao sumir com cães e gatos perfeitamente saudáveis, que não ameaçam ninguém, a secretaria estará cometendo um crime; mas se alguém perguntar dos bichos, a resposta será a de sempre: "Estavam doentes, ofereciam perigo às pessoas".

A meu ver, ruas esburacadas, balas perdidas e pivetes em cada esquina são perigos consideravelmente maiores, mas essas são coisas difíceis de resolver.

Assassinar animais indefesos, porém, é fácil.

A única forma de protegermos os quadrúpedes da cidade é ter provas concretas de quantos eram, de como e onde estavam, e em que condições.

Os gatos do Iate, por exemplo, correm gravíssimo risco. A diretoria quer tirá-los de lá, e a Sepda, em vez de agir como agente de educação, e de explicar ao povo do clube como conviver com os gatos, vai, obedientemente, exterminá-los, como já fez com os do Jardim do Méier, a pedidos do Norte Shopping.

As pessoas que estão à frente da Sepda enchem a boca para falar de toxoplasmose, como se o convívio com gatos fosse a única forma de pegar esta doença; não é, e são raríssimos os casos de contágio via gato que se conhecem no Rio, de acordo com a Fiocruz -- que é quem entende disso.

Curioso é que essas mesmas pessoas, que pretendem "proteger as pessoas" -- numa clara distorção do papel da secretaria, que deveria proteger os animais -- não falam jamais em leptospirose, doença transmitida por ratos, cujos índices de contaminação vêm crescendo assustadoramente nos grandes centros urbanos.

Quem leu um mínimo de História já viu este filme na Idade Média. Lógico: tiram-se os gatos, voltam os ratos.

Como contribuinte, sou radicalmente contra a opção preferencial do prefeito pelos ratos: nepotismo não!

Portanto, voltando à proposta inicial: quem tem máquina, digital ou não, e estaria disposto(a) a participar de um super levantamento fotográfico dos gatos e cães de rua do Rio, por favor deixe nome, email, disponibilidade de horário e bairros onde poderia atuar aqui nos comentários, OK?

Aos que estão ativos nos Fotologs da vida, por favor: levem a proposta para os colegas de lá. Eu vou postar esta mensagem por aí também, mas neste momento toda a ajuda é bem-vinda.

Às câmeras, cidadãos!

Vamos exercer a nossa cidadania de forma atuante, enquanto ainda é tempo, em vez de sair depois em passeata pelos gatos mortos!

Update: Lá no Fotolog vários voluntários já se apresentaram. Seria bom que alguém coordenasse os trabalhos, até para formar grupos para ir às áreas que oferecem menos segurança.

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