31.8.03



Do Partner...

Este é mais um post insólito, escrito de local estranho -- para escrever posts, claro! Estou debaixo das cobertas, com os jornais espalhados, a Tutu enroscadinha em cima da minha barriga e o Mosca ao lado.

Nas minhas mãos, a maquininha faz barulhinhos bons: ping, zip, ting...

Em suma: um domingo perfeito!

29.8.03



YACCS fora do ar

Os comentários estão fora do ar: os servidores da YACCS foram a nocaute. Voltam a funcionar dentro de 24/48 horas.

Lá no Fotolog, porém, tá tudo OK. Aproveitem para ver que brincadeira legal o Bruno Sampaio fez com a minha foto dos garis!



Sempre alerta

Vocês repararam lá embaixo que eu fiz um post do meio do engarrafamento? Pois é. Estou testando um Partner da Gradiente, que é aquele misto de PDA e celular que vem sendo anunciado nos jornais e que, até aqui, eu só conhecia de foto.

Quando recebi o bichinho, achei bonito e bem acabado, ainda que um pouco pesado na comparação com o Palm. Isso sem falar que é Pocket PC e eu sou da facção Palm, uma questão quase religiosa entre usuários de handhelds. Comecei a andar com ele ontem, ainda que enroladíssima com os comandos, completamente diferentes dos do Palm.

Agora, confesso, está tudo perdoado à maquininha. Ela se conecta à internet através de uma linha GPRS da Oi, de uma estabilidade à toda prova. Fazer aquele post foi a minha primeira experiência pessoal satisfatória de internet móvel.

Eu já vi protótipos fantásticos de internet móvel em banda larga em carros adaptados pela Qualcomm (em San Diego) e pela Siemens (em Monte Carlo), mas essas foram demonstrações em ambientes controlados, digamos assim. Usei umas poucas vezes o wap do meu celular, que só serviu para que eu comprovasse a sua total inutilidade, pelo menos para mim.

O acesso à web pelo Partner, porém, é web de verdade, conforme a gente conhece. A tela é grandinha, brilhante e legível; acessei o blog, o Globo e até o Fotolog. As páginas entraram rápido e, importante, bastante bem adaptadas pelo browser.

Grande sucesso com a galera que ficou para a pizza depois do papo no Rio Design.

Estou apaixonada! Acho que não consigo mais viver sem isso, mas é bom que tire essa idéia rapidinho da cabeça: a máquina custa R$ 4 mil. Quanto ao acesso, pago por banda, nem quero pensar; ainda não tive estrutura emocional para fazer o cálculo.

O pior é que, pelo que estou sentindo, essa é só a ponta do iceberg. Imaginem quando eu tiver descoberto como equacionar o despropósito da minha mailbox à realidade do PDA...


Sonho 6

"sonho com uma casa alta e velha, com uma galeria, muito parecida com esta
(ando sempre a fotografar os sonhos, e só agora dei por isso)"

Luisa Cortesão que, lá em Portugal, faz fotos de uma ternura que só vendo.


Nojo

Luiz Garcia e Marcito Moreira Alves falam do mesmo assunto: o desastroso loteamento da saúde. É o assunto mais nojento do momento.

28.8.03



Estou chegando...

Pessoal, estou num taxi, em pleno engarrafamento, agua por todos os lados, mas a caminho.

Usando um Partner da Gradiente que estou testando.

Teja!


A bunda explícita e a intimidação estética

De todo o auê gerado em torno da montagem de “Tristão e Isolda” no Teatro Municipal, o que mais me surpreendeu foi a atitude do delegado Álvaro Lins, cioso funcionário público, que imediatamente deu início a investigações para saber se a bunda exibida pelo diretor tinha “correlação com o evento artístico”, ou se foi mesmo um “desrespeito aos espectadores”. Por pouco não pediu um hábeas-corpus localizado.

Eu, ingênua que sou, achava que a polícia carioca tinha mais o que fazer. Até porque, por ofensiva que seja, uma bunda exposta, a mais ou a menos, não vai fazer a menor diferença no nosso panorama cultural — se ainda podemos chamá-lo assim. O delegado deve andar meio afastado da cena artística, o que talvez seja até louvável.

Teatro não é lugar para a polícia em ação, nem supostos desrespeitos a espectadores se resolvem com inquéritos. Nós já vimos filmes parecidos com esse e não acabaram bem.

* * *


Dito isso, esclareço ao delegado, apenas a título de colaboração “artística”: não só a bunda, também grande parte da montagem e das reações subseqüentes na mídia por parte dos mentores e feitores do espetáculo foi, sim, um desrespeito aos espectadores. Sobretudo aos que o vaiaram.

A vaia é direito sagrado do público, uma forma absolutamente legítima e democrática de protesto. Não cabe a quem ofende julgar se ofendeu e quanto; o ofendido é que sabe onde lhe dói a estética, e quanto lhe encheram o saco. Se o diretor tem o direito de fazer o que quer no palco, deve aceitar que o público, na platéia, mande ver. É seu direito manifestar-se a respeito do que viu, sem ser imediatamente rotulado de conservador, ignorante ou — absoluto e ridículo golpe baixo — nazista.

* * *


O que assistimos ao longo de toda a semana foi, mais uma vez, o velho jogo da intimidação estética, que esmaga qualquer dissidência. Não há mais produção cultural — ou mero entretenimento — ruim; o que há é gente que não chegou lá, que não está na onda, não é “cabeça” suficiente para perceber o lirismo da cena da masturbação na abertura (sem trocadilho), a grandeza poética da suruba da Cena XXV ou o retrato da índole descontraída e folgazã dos brasileiros na dança da boquinha da garrafa.

Alguém com desagrado e coragem para dizer que a “Egüinha Pocotó”, por exemplo, não é propriamente uma boa canção infantil, ou que a moral da televisão, de modo geral, deixa a desejar, é logo jogado na lata de lixo da genial ignorância muderna.

* * *


Aliás: alguém que ouse simplesmente pronunciar a palavra “moral” nos dias de hoje é, claro, uma criatura sem o menor poder de discernimento, incapaz de entender até o comportamento de Bush e Blair. Pois a moral é, como ninguém ignora, um conceito pequeno-burguês inteiramente ultrapassado, do qual nos livramos em meados do século passado.

Reagir contra a baixaria e a pobreza mental generalizadas em que estamos mergulhados é receber, automaticamente, um atestado indelével de caretice — que, na geléia malsã das nossas idéias semidigeridas, equivale a uma postura “de direita”, ou seja: à mais primitiva forma de vida do planeta.

* * *


Quando se fala em censura, todos nós reagimos contra, ainda traumatizados com os anos de violência da ditadura; mas ninguém parece perceber — ou têm, todos, medo de perceber — a censura constante e opressora que vem, há tempos, sendo imposta ao público pelos produtores culturais, apoiados numa mídia que lhes faz eco.

Pois ando cheia disso tudo. Não agüento mais a indigência mental e a vulgaridade escancarada que se ouve no rádio, se assiste na televisão e, com já lamentável freqüência, se encontra no teatro.

Não tenho nada a ver com isso, assim como não tenho nada a ver com o subproduto mais triste para mim dessa calhordice toda — a cafajestagem descontrolada que assumiu o lugar antes ocupado pela liberação feminina, em que a falta de inteligência e de elegância é cultivada como grande conquista intelectual da “nova mulher”.

Eu fecho com quem sai no fim do primeiro ato, com quem desliga a TV e se refugia nas livrarias. Sei que sou (somos) voto vencido: o mercado não está interessado em idéias, mas em números. A qualidade do que se apresenta é irrelevante diante da “polêmica”, já que não faz sucesso necessariamente quem tem algo a dizer, mas quem ganha “espaço na mídia” — uma medida de aferição acima de qualquer discussão num mundo em que a máxima aspiração artística é mostrar a bunda.


(O Globo, Segundo Caderno, 28.8.2003)


Virundum

Gente, que coisa: tou aqui ouvindo Johnny Cash, Ghost Riders in Sky. O diabo é que o que me bate na cabeça é Ghostwriters in the Sky...

Deve ser deformação profissional.

(Aliás: o Tom Paxton tem uma versão genial dessa música, que se chama Yuppies in the Sky e foi gravada, além dele, por Peter, Paul e Mary)

27.8.03



Abel!
Oliby!


(Mais a Gaiola das Loucas; e clique AQUI para ver uma ótima foto que a Laura fez ontem da Mamãe, lá em Friburgo!)



Flash blog!

Acaba de acabar lá na Angela, com absoluto sucesso, o Primeiro Flash Blog.

Cheguei no finzinho, mas ainda a tempo de dar um alô: felizmente resolvi passar aqui antes de encerrar os trabalhos na redação, e achei os bilhetinhos da Áurea e do Matusca me lembrando, nos comentários. Valeu, queridos!

Essa múmia tem cada uma!!!

26.8.03









Tem fotinhas novas... e, agora, a Bia tem um fotolog também!


Parque de diversões

Acompanhar a Photo Image, feira de fotografia e imagem que se realiza em São Paulo há mais de uma década, tem sido uma aventura emocionante. Até outro dia, esta era uma pequena feira, voltada basicamente para fotógrafos e comerciantes do ramo, curiosos em conferir os últimos lançamentos em filmes, fundos para estúdios, microlabs, álbuns, molduras e as boas e velhas câmeras de sempre. De repente, com a popularização da fotografia digital, a Photo Image passou a ser um dos eventos mais interessantes do calendário; na semana passada, concorria com a Comdex e, pelo menos no quesito “Nossa, que maravilha!” ganhou de goleada. A tal ponto que, ano que vem, estará aberta, durante um de seus quatro dias, ao chamado “público em geral”.

Claro: há poucas áreas passando por momento de inovação tão intenso quanto a fotografia digital. Mesmo aqui no Brasil, com a crise comendo solta e índices de taxação tão absurdos que só servem mesmo para estimular o mercado negro, o setor cresce a olhos vistos. Em 2001, havia 110 mil câmeras digitais no país; no ano passado, já eram 250 mil. Ao mesmo tempo, essa é uma tecnologia em plena transformação. É impossível acompanhar todos os lançamentos, ou mesmo ter idéia de quem são todos os fabricantes: até na Comdex apareceram novidades, como as oito câmeras da Benq, de Taiwan.

* * *


A quantidade de megapixels, fundamental para quem pretende imprimir as fotos, já deixou de ser problema: até a máquina descartável de que o B. Piropo falou na semana passada já tem dois megapixels. Embora eles ainda continuem sendo referência e ponto de definição de preço, os usuários buscam, agora, os detalhes que tornam uma câmera diferente da outra.

As lentes passaram a ter lugar de destaque, como desde sempre na fotografia “convencional”. A Sony navega na renomada Carl Zeiss, a Olympus criou um website para as suas Zuiko e até a Kodak, campeã das boas câmeras descomplicadas, passou a adotar a Schneider-Kreuznach Variogon no seu topo de linha. Ora, convenhamos: com um nome desses, não há consumidor que não se impressione...

O design (que, honra seja feita, sempre chamou a atenção nas digitais mais sofisticadas) tem peso cada vez maior. Vide a acrobática Nikon Coolpix SQ — que, junto com a espartana Leica D-Lux foi, a meu ver, a mais linda câmera em exibição. As duas (SQ e D-Lux) têm pouco mais de 3 megapixels e zoom 3x, que se encontram hoje em qualquer “xereta” de US$ 300; no entanto, não falta quem se disponha a pagar o dobro e o triplo de tal quantia, respectivamente, para conviver com essas pequenas jóias.

* * *


A Photo Image foi palco de alguns anúncios importantes. A Canon fez em São Paulo o lançamento mundial da EOS Digital Rebel, que indica para o “mercado amador avançado” mas é, na verdade, uma profissional mais leve e mais barata; a Olympus mostrou a SLR E-1, primeira câmera de um sistema chamado 3/4, desenvolvido junto com a Kodak e a Fuji como padrão para as digitais profissionais; e a Kodak apresentou a Easy Share DX6490, com zoom ótico de 10x, que chega ao mercado em outubro.

Por falar em Kodak e em Easy Share: uma bela novidade é a LS 633, com um visor de 56mm (enorme, pelos parâmetros atuais) de diodo emissor de luz orgânico (OLED), mais brilhante e menos pesado para a bateria do que o habitual LCD.


(O Globo, Info etc., 25.8.2003)

24.8.03



Hoje, no Fotolog, els gats


O que vêem os cegos?

Acabo de ler The Mind's Eye, um artigo sensacional que o neurologista Oliver Sacks escreveu para a New Yorker de 28 de julho, sobre o que vêem os cegos. É um assunto fascinante, porque, como a gente sabe, uma coisa é a visão em si mesma, outra a memória do que se viu e o que se imagina visualmente.

Sacks observa que há várias reações visuais à cegueira. A maioria das pessoas continua firmemente ancorada a um mundo de imagens, às vezes até mais intenso e colorido do que o dos que vêem; algumas, porém, perdem por completo essa referência, mergulhando no que John Hull, um professor inglês que ficou cego aos 48 anos, define como "cegueira profunda" (deep blindness).

Nos anos que se seguiram à perda da sua visão, Hull perdeu também todas as memórias visuais. Por exemplo, embora consiga perfeitamente escrever um algarismo traçando-o no ar com a mão, não tem mais idéia de como são os algarismos; guardou a lembrança motora, mas a imagem desapareceu.

Tornou-se, assim, muito semelhante aos que nascem cegos, ou ficam cegos antes dos dois anos de idade. Para essas pessoas, obviamente, não existe a noção de "visão" ou "cegueira", ou sequer a sensação da perda de um sentido.

Quando Sacks escreveu um ensaio sobre Touching the Rock, o diário de Hull, recebeu cartas de vários cegos contestando este mundo sem imagens. Um deles, Zoltan Torey, desenvolveu a tal ponto a sua capacidade de visualização, que passou a "enxergar" o movimento interno de motores e engrenagens.

Toreey usa o cérebro como, digamos, a tela de um computador, onde vai criando imagens. Quando a sua casa ficou com goteiras, por exemplo, refez, sozinho, todo o telhado. Agora imaginem só o susto dos vizinhos, vendo o ceguinho lá no alto, mexendo com as telhas -- e, ainda por cima, entrando com a tarefa noite adentro!

Torey e o telhado sobreviveram muito bem, obrigado. E, como Hull, ele também escreveu um livro sobre a vida sem visão, Out of Darkness -- que acaba de ser publicado com prefácio de, justamente, Oliver Sacks.

Para mim, o artigo da New Yorker é particularmente interessante quando levanta questões sobre a capacidade de visualização não de quem é cego, mas de quem enxerga -- até porque sou completamente destituída dessa capacidade, e penso muito a respeito disso.

Penso também sobre como penso, e este é outro ótimo ponto abordado em The Mind's Eye: Como pensamos? Em que medida nossos pensamentos se fazem de imagens? Ou será que a mente prefere palavras? Símbolos? Sons?

Enfim, taí uma boa pergunta de domingo:

Como é que vocês pensam?

Não esquecendo, é claro, que -- como sempre lembra o Inagaki -- pensar enlouquece. Pensem nisso...



Assim caminha a humanidade

A evolução da barra de ferramentas do Photoshop: que viagem! Roubei do André, que tem um baita blog.

23.8.03




Mais uma comemoração?!

Pois é, pois é -- este blog não pára de festejar:

Hoje é aniversário da Laura, minha irmã.

Parabéns, Laurita!

TUDO DE BOM... E MAIS UM POUCO!

22.8.03





Peguei lá no Dudi. Como desenha esse cara!


Apelo à caridade cristã,
facção São Chiquinho de Assis

Escreve a dra. Andréa Lambert:
"Amigos,

Mais um gato cego no Campo de Santana. Ele foi encontrado hoje pelo voluntário Inadyr, que me trouxe para tratar e conseguir um dono. É siamês, fêmea, e tem 5 meses de idade.

Por favor, me ajudem a conseguir um lar para mais um gatinho cego abandonado no Campo de Santana!"
Quem se habilita?






Se eu tivesse muito dinheiro sobrando (US$ 900 -- lá!) comprava uma dessas....


Ériqui em Parati

Mais uma crônica sobre Parati: agora, é a vez de Julian Barnes.

Deu um banho.








Para mim, a câmera mais bonita da Photo Image Brazil 2003.

Clique nas imagens para mais informações (em inglês).


Clic!

Não fiquem só na foto não; rodem por lá, para ver como é boa essa garota.


Uau! Não deixem de ver isso!

21.8.03



HOJE!


Abel no Rio Design Barra

Hoje, quinta-feira, logo mais, meu amigo e tech-guru Abel Alves vai estar no Rio Design Barra para um alto papo sobre tecnologia.

Não percam!

No terceiro andar, no lounge, a partir das 20hs.

O Rio Design Barra fica na Avenida das Américas, 7777.

(Não estranhem a data dos comentários; puxei este post lá de baixo!)





Tou de volta; mortinha. Desculpem (a falta de) qualquer coisa...

20.8.03




Vapt-vupt

Logo mais tou pegando essa "estrada"de volta pro Rio. A foto é minha, mas quem deu o trato básico foi o Claudio Lozinsky.

Assim: eu postei daqui de São Paulo, ele viu no fotolog, capturou e consertou lá em Teresópolis, e logo eu estava recebendo um email com a fotinha turbinada.

Adoro internet... :-)


Aniversário (mais um!)

Dessa vez, é o blog: dois anos, pode?!

19.8.03



Paulinho e o blackout II

A continuação da epopéia; puxei dos comentários pra cá:
"Pois é, minha gente. Voltamos de Kalamazoo, não sem antes parar pra abastecer o carro e também comprar 12 galões de água mineral. A energia voltou a Plymouth, onde moramos, só no sábado à noite.

No dia anterior ao apagão, fomos ao supermercado e gastamos quase 500 dólares em congelados. Tudo perdido. Também, claro, tudo que estava na geladeira se foi. O supermercado perto da gente perdeu mais de 1 milhão de dólares em alimentos.

Água por enquanto, só pra banho e olhe lá (vai tentar fazer o Joseph entender que não pode beber água da banheira).

Durante um tempinho, ficamos só imaginando que é assim que se vive em Bagdá nos ultimos meses. Horrível!

Muitos, como a senhora H, dizem que muita gente vive assim pelo mundo afora, que brasileiro não parou de trabalhar no apagão, etc e tal.

O problema é que, num país onde tudo depende de energia elétrica, não dá pra sobreviver por muito tempo. No apagão no Brasil, pelo menos ainda tinha água em alguns lugares, as bombas de gasolina têm manivela e casas e edifícios são construídos para um clima tropical.

Aqui as casas são construídas para o frio. São construídas pra manter o calor dentro e o frio fora. Quando a luz se vai, vai também o ar-condicionado. Em questão de minutos a temperatura dentro da nossa casa era de 43 graus! Quando voltamos de Kalamazoo já estava em 52!!!!!! Tive que entrar em casa, ligar os circuitos elétricos de novo, e voltar pra dentro do carro por mais meia hora.

Gasolina nem pensar, água acabou de vez.

A água ainda está contaminada. Os bebedouros do trabalho estão interditados, e quem não trouxe água pro trabalho vai ter que beber Coca-Cola o dia todo.

Pra uma coisa isso serviu: qualquer um com planos terroristas já está planejando a próxima. Quem me conhece sabe: é possível derrubar uma rede de transmissão inteirinha só com um ultraleve..."
O bom-humor a gente nunca perde, né, Paulinho?!




Belo sonho de consumo

Uma das estrelas da Photo Image Brazil 2003, que começa hoje em São Paulo, é a Pentax Optio 550, uma câmera de 5 Megapixels lançada em fins do primeiro semestre nos Estados Unidos, que chega, quase sem atraso, ao mercado brasileiro.

Passei uns dias com uma delas e adorei a companhia: leve (250 grs.) e suficientemente pequena para caber no bolso de um jeans e passar mais ou menos despercebida, a Optio 550 é, ainda assim, extremamente poderosa. Basta dizer que tem um zoom óptico 5X, coisa que nunca vi em digital tão compacta; aliado ao zoom digital 4X, ele vai a 20X.

Por menos que a gente leve zoom digital em consideração, é difícil deixar de se impressionar com isso: a foto das placas de trânsito aí em cima, por exemplo, fiz da minha janela, no quinto andar, num dia sombrio.

No outro extremo, a flor vermelha, que revela excelente função macro.

O único aspecto negativo do zoom é que ele torna a máquina um pouco lenta para entrar em ação — embora, uma vez ligada, ela seja rápida entre uma foto e outra.

* * *

Para quem gosta de cuidar de cada aspecto da foto, a Optio é quase um projeto de vida. Além de oferecer programas simples para que todos possam se safar bem em todas as situações — noite, paisagem, flores, crepúsculo, retratos, outono, praia e neve, texto e até fogos de artifício — ela tem recursos muito sofisticados, que vão de filtros digitais para corrigir e modificar a imagem a níveis diversos de contraste, saturação e nitidez, passando por controle de abertura e velocidade, diferentes modos de leitura da luz, compensação de exposição e assim por diante.

A lista é comprida demais para reproduzir aqui, mas é importante observar que os comandos básicos da máquina são suficientemente intuitivos para que se possa ignorar tudo isso, e sair clicando pelo mundo. Ela permite fazer filminhos de até 10 minutos em cartões de 128 Mb, aceita gravação de voz, faz fotos em 3-D (que têm que ser vistas com óculos especiais) e em modo panorama; tem um relógio que dá a hora certa em mais cidades do que jamais visitaremos (62), e pode até ser usada como despertador, mostrando a foto de que a gente precisa para começar bem o dia ou a da pessoa com quem se tem encontro marcado.

Em suma, a Optio 550 é uma máquina extremamente divertida. É fácil de usar mas, para quem quiser, pode ser complicadíssima; é sólida sem ser pesada, bonita e muito bem acabada. Uma grande máquina, enfim, que não hesito em recomendar a quem pode gastar cerca de R$ 3.700, preço brasileiro (nos Estados Unidos, US$ 600).

Melhor dizendo, a quem pode gastar R$ 3.800, somando ao preço da câmera um cartão SD/MMC de 64Mb — o mínimo (mas mínimo mesmo) necessário para curtir sem stress uma boa sessão de fotos. Como tantas outras digitais, a Optio vem com um irritante cartão de 16Mb, no qual cabem quatro míseras fotos em alta resolução — e olhe lá.

Este é um hábito antipaticíssimo que a indústria fotográfica herdou, acho, da automobilística: a gente paga alguns milhares de reais por um carro novo, e a gasolina do tanquemal dá para chegar ao posto. Mesma coisa aqui. Ô mesquinharia!

Por outro lado, esta é uma das pouquíssimas máquinas em que a compra de uma segunda bateria pode, em tese, esperar. Digo “em tese” porque acho uma segunda bateria o acessório mais importante para qualquer câmera; mas a Optio 550 tem a melhor que já vi, capaz de suportar valentemente um dia na rua.

* * *


A Photo Image Brazil 2003, voltada exclusivamente para profissionais, é realizada no Centro de Exposições Imigrantes. Vai até o dia 22 e estará aberta das 11h às 19h. Importante: é proibida a entrada de menores de 14 anos, ainda que acompanhados.


(O Globo, Info etc., 18.8.2003)


Update pro blog: As fotos que saíram no jornal podem ser vistas bem melhor lá no Fotolog, que está com umas fotinhas interessantes que fiz com o Palm Zire 71 (inclusive um auto-retrato com a Keaton, nada contente em posar para um reles PDA...


Fala sério...

Deu no Globo:
RIO - O chefe de Polícia Civil, delegado Álvaro Lins, determinou que a 5ª DP (Mém de Sá) apurasse se o diretor Gerald Thomas cometeu ato obsceno ao arriar as calças em público, durante a ópera "Tristão e Isolda", na noite de sábado no Theatro Municipal. Segundo o delegado, o objetivo é saber se o ato tem correlação com o evento artístico ou se foi um desrespeito aos espectadores.
Taí: sem querer, esse delegado acaba de fazer uma crítica ainda mais contundente do que a do Luiz Paulo.

O mínimo que se pode dizer é que, quando a polícia precisa de investigação para saber se a bunda do diretor faz ou não parte de "Tristão e Isolda", há algo de errado com a montagem. E com a polícia também.

18.8.03



Sem assunto?

Passe no Fidido, que tem uma lista de links comentados sensacional.



Odd combo

Que cavalos e gatos se amam é sabido; mas o Janjão me mandou uma coleção de combinações muito estranhas de animais. Para quem gosta de bicho, é imperdível!

16.8.03



Paulinho e o blackout:
um relato eletrizante!

Paulinho, Kelyndra e as crianças moram perto de Detroit, área atingida pelo blackout. Aqui está o relato dele a respeito do gigantesco fudevu; tem data do dia 15, portanto "ontem" é dia 14:
"Ontem, às 16:13, hora de Detroit, estávamos todos no trabalho quando tudo ficou escuro. Como trabalho na DTE Energy, cia. de eletricidade de todo o estado de Michigan, não demorou muito pra descobrirmos que o problema era um pouco mais sério do que uma simples sobrecarga do sistema. Com o que sobrava de carga nas nossas baterias de emergência, chequei o estado da grade elétrica. Tudo preto. Quase em unísono ouvi os meus 17 colegas:

-- OH SHIT!

11 de setembro foi a única coisa que veio às nossas cabeças.

Empacotei o laptop e todos nós começamos a longa e extremamente quente descida dos 24 andares. Lá pelo andar 16, ouvimos gritos. Gente berrando, pedindo ajuda. No total, havia 23 pessoas presas nos elevadores! Mais tarde ouvi no rádio que só foram resgatados 6 horas depois!!!!!

Até entrar no carro, achei que o problema era só em Michigan. Como vocês agora já sabem, o caos era geral. O Kevin, um colega canadense que mora... no Canadá, entrou em pânico. A mulher dele está grávida, e o túnel para Windsor estava fechado. A espera na ponte, única alternativa pra ele, já era de mais de 4 horas.

O trajeto que, normalmente, levo de 30 a 40 minutos para cobrir, dessa vez levou 2 horas e 27 minutos. Todos os carros, voltando pra casa ao mesmo tempo.

Tentei falar com a Kelyndra pelo celular, mas não consegui conexão pois o sistema estava sobrecarregado. O pior é que ela estava isolada em casa com as crianças, sem a menor idéia da gravidade do problema. Finalmente consegui conexão e expliquei o que estava acontecendo. Mandei ela encher de água o maior número possível de panelas, copos, garrafas, baldes, etc. Em questão de minutos, faltou também a água.

Cheguei em casa com a temperatura lá dentro perto dos 40 graus, todo mundo suado, chorando e a Kelyndra quase se enforcando. Como todas as ruas e estradas estávam pra lá de congestionadas, não tínhamos nenhuma opção a não ser encarar a noite escura e quentérrima. É claro que, como não podia deixar de ser, tanto a Alicia quanto o Joseph resolveram que era a melhor hora pra ter assaduras.

Passei a noite em claro conectado à Internet (a conexão discada mais rápida de todos os tempos, pois tenho quase certeza que eu era o único na área com tanta bateria sobrando) tentando descobrir algum lugar perto da gente com energia elétrica e água. Depois de umas horas, consegui fazer uma reserva num hotel em Kalamazoo, Michigan, de onde vos escrevo.

Saí cedo de casa na esperança de ser um dos primeiros a chegar num posto de gasolina que, ouvi dizer, tinha gerador próprio e as bombas estavam funcionando. 2 horas e 45 minutos depois voltei pra casa vitorioso, de tanque cheio, pra pegar o resto da turma. Viagem que normalmente levaria 2 horas levou 7.

Hotelzinho bom, limpinho e cobrando os olhos cara, claro. Foi o melhor banho da minha vida!

O trabalho já me passou um bip dizendo: "Forget about showing up this weekend. Damage to data center is not yet known. Be prepared for very long hours on Monday though."

Eu, pessoalmente, acho que o trabalho vai deixar de ser um emprego muito em breve. Depois de duas tempestades catastróficas seguidas, e uma perda de quase 1 bilhão de dólares, sei direitinho o que vem pela proa: demissões. Vão vir com o velho papo de que não há como manter a empresa rodando depois de tanto prejuízo, etc e tal. Oh well! Já tava mesmo de saída!

Depois mando detalhes de como tudo se desenrolou.

Beijos eletrizantes,

Paulinho"
Devo acrescentar que Paulinho conseguiu falar alguns minutinhos comigo, ainda do carro, assim que começou o apagón. Logo a ligação caiu e nem com a ajuda da Embratel conseguimos falar de novo.

Se fosse aqui no Brasil a gente já estava esbravejando: Coisa de terceiro mundo!!!

O que é que se pode esbravejar lá no primeiro???





Hoje quem faz anos é ele

Parabéns, Millôrzinho!









Harry Potter: urgente!

Meninos, alguém tem um link pra tradução alternativa do Harry Potter 5? O que eu tinha está fora do ar, e há uma mãe desesperada precisando disso.

Se não quiserem pôr aí nos comentários, entendo: mandem um email pra mim.

Agradeço de coração.


Happy End

Eu vivo postando aqui casos de gatinhos perdidos, abandonados, maltratados. Uma tristeza só. Pois hoje, para variar, uma história com final feliz.

Vejam que coisa mais linda!

Achei lá na minha amiga Bia Badaud, de quem estava com saudades. Que por sua vez achou na Anna, que é namorada do Cris, cujo gatinho Billy andou sumido uns tempos e quase matou todo mundo do coração...




Você leva jeito para escrever?

Então comece a dar tratos à bola: você pode ganhar um aparelho de DVD com 20 linhas de texto, não é um excelente negócio?!

A iniciativa é -- eu quase digo "claro!" -- da Meg, e as regras são simples:

  • cada narrativa não deve exceder 20 linhas;
  • os textos devem ser em prosa;
  • as narrativas devem todas, necessariamente, ter título -- ainda que provisório ou ad hoc, apenas para efeito deste concurso;
  • todos podem concorrer com até três narrativas breves.

    Para maiores detalhes, clique no banner acima. Boa sorte!
  • 15.8.03




    Imperdível!

    Olívia Byington faz show no Mistura Fina, hoje e amanhã, com participação especial do maestro Leandro Braga, para lançamento do CD Canção do Amor Demais.

    Este CD reproduz, na íntegra, o famoso LP da Elizeth cantando Tom e Vinícius. É o que ouvi de melhor nos últimos tempos.

    O Mistura Fina fica na Borges de Medeiros 3207, Lagoa, telefone 2537-2844. Shows às 19h30m e às 22h30m; entrada a R$ 30.


    Perguntar não ofende

    O governo americano afirma que o blackout foi causado por um problema na estação geradora de energia elétrica; mas se a Al Qaeda dissesse que foi um atentado, em quem vocês acreditariam?




    A educação pela pedra

    As polêmicas, às vezes, estão onde menos se espera encontrá-las. Dessa vez, elas estavam me aguardando escondidinhas, disfarçadas entre as pedras de Paraty. Eu sei — ninguém agüenta mais ouvir falar em Paraty, mas juro que essa crônica não tem nada a ver com literatura: tem a ver com as pedras, e com a facilidade com que certos mitos se consolidam em torno de noções completamente erradas.

    Não fui tão radical quanto o Joaquim Ferreira dos Santos, que sugeriu um asfaltozinho básico para melhorar a circulação pela cidade, mas observei que me parecia impossível que aquele famoso calçamento fosse o desastre que é hoje nos tempos antigos. Até porque, nos tempos antigos, as pessoas não se davam conta de que estavam vivendo em tempos antigos, e certamente se preocupavam mais em andar direito do que em preservar o seu pitoresco patrimônio para os pósteros.

    Para quê?! Choveram-me explicações e aulas de História por todos os lados: então eu não sabia que as pedras eram assim porque o ritmo de vida era diferente? Que antigamente andava-se devagar? Que a idéia era justamente mergulhar com calma no passado?

    Alguns leitores se confessaram chocados com a minha falta de sensibilidade artística. Um chegou a descrever o calçamento como “poético” — abrindo com isso, para mim, toda uma nova teoria etimológica para “versos de pé quebrado”.

    O apoio, curiosamente, veio de onde eu menos esperava: do Iphan, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

    — Você tem toda a razão em reclamar desse aspecto da cidade — escreveu o historiador Luiz Cristiano de Andrade, que está trabalhando no inventário de bens imóveis de Paraty.

    — O calçamento é uma aberração — confirmou a arquiteta Laura Bahia Ramos.

    Os dois me explicaram tudo. Para começo de conversa, o calçamento é bem mais recente do que eu imaginava: foi feito apenas no século XIX, quando se projetaram os primeiros planos urbanísticos. Antes disso, as cidades tinham arruadores, que eram empreiteiros responsáveis pela abertura e manutenção das ruas.

    Em fins do século XVIII, por exemplo, um certo Antônio Fernandes da Silva teve que prestar contas à Câmara de Vereadores, porque estava inventando um traçado por demais sinuoso.

    Sua explicação foi prontamente aceita pelos esclarecidos edis: ele fazia aquilo para evitar o vento encanado. Que, como sabemos, era coisa das mais temidas até meados do século passado, quando foi definitivamente desmoralizado por seu primo rico da América, o ar refrigerado.

    Mas voltando ao nosso pé-de-moleque: as ruas eram não só lisas como cobertas de terra batida, entre uma pedra e outra, para ficarem bem certinhas. A ligeira forma de V que conservam até hoje servia para que a maré subisse através delas, mas esse encantador hábito romântico das águas tinha uma razão bastante prosaica: o esgoto das casas era atirado pela janela, e a maré, que então ia até o meio da cidade, carregava a porcaria toda consigo quando baixava. Mais engenhoso, impossível.

    Ainda assim, os tempos mudam, os hábitos se refinam e as narinas ficam cheias de nove horas. Em 1980, foi feita uma grande obra de saneamento básico na cidade. Retiraram-se as pedras, instalaram-se canos, recolocaram-se as pedras. E aí...

    Bem, acontece que fazer esse tipo de calçamento não é tão fácil quanto parece. Ainda que rudimentar, o assentamento de pedras, sobretudo num solo argiloso como o de Paraty, tem seus segredos — todos solenemente ignorados pela empresa que fez as obras de saneamento básico nos anos 80.

    Que, pelo que se viu posteriormente, ignorava também os segredos básicos do saneamento. A tubulação que instalou não funciona mais. Há tubos entupidos com areia, tubos quebrados, tubos que pura e simplesmente nunca funcionaram.

    Paraty é forte candidata ao título de Patrimônio Mundial da Unesco, que a considera o conjunto arquitetônico colonial mais harmonioso do mundo, mas para recebê-lo vai ter que resolver este problema — e, de lambuja, fazer uma rede elétrica subterrâna, escondendo a fiação que hoje enfeia a paisagem.

    Motivos, portanto, não faltam para um novo quebra-quebra.

    Meus amigos do Iphan dizem que o pessoal da secretaria de obras de Paraty é muito cuidadoso e está atento às dificuldades que envolvem os vários projetos para a cidade, mas andam alarmados com duas coisas.

    Uma é o crescimento descontrolado, proporcionalmente pior do que o de Ouro Preto, onde há quase 1.500 casas no perímetro do centro histórico — ao passo que, em Paraty, há um terço disso, se tanto.

    A outra é o automóvel, este verdadeiro câncer urbano. Durante o último quarto de século, Paraty esteve virtualmente fechada à circulação de veículos. De uns tempos para cá, no entanto, já há quem esteja dando um jeitinho de abrir as correntes para entrar com o carro.

    Se essa moda pega, não haverá calçamento — ou beleza — que resista.

    (O GLOBO, Segundo Caderno, 14.8.2003)

    14.8.03



    Regras básicas de redação

    Esse textinho rola por aí há algum tempo. O Luiz Garcia acaba de me enviar esta ótima versão:

    1. Deve-se evitar ao máx. a utiliz. excess. de abrev., etc.

    2. É desnecessário fazer-se emprego de um estilo de escrita
    demasiadamente rebuscado. Tal prática advém de esmero excessivo que raia o
    exibicionismo praticamente narcisístico.

    3. Anule aliterações altamente abusivas.

    4. não esqueça as maiúsculas no inicio das frases.

    5. Evite lugares-comuns como o diabo foge da cruz.

    6. O uso de parêntesis (mesmo quando for relevante) é
    desnecessário.

    7. -- Troque por travessão.

    8. Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa
    estão in. Lideradas por futebol.

    9. Evite o emprego de gíria, mesmo que pareça tudo, falô?

    10. Palavras de baixo calão podem transformar o seu texto numa
    merda.

    11. Nunca generalize: generalizar é um erro em todas as situações.

    12. Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar uma
    palavra repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra
    repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra repetida.

    13. Não abuse das citações. Como costuma dizer um amigo meu: "Quem
    cita os outros não tem idéias próprias". Parafraseie.

    14. Frases incompletas podem causar

    15. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de
    formas diferentes; isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez, ou por outras palavras, não repita a mesma idéia várias vezes.

    16. Seja mais ou menos específico.

    17. Frases com apenas uma palavra? Jamais!

    18. A voz passiva deve ser evitada.

    19. Utilize a pontuação corretamente o ponto e a vírgula
    especialmente será que já ninguém sabe utilizar o ponto de interrogação

    20. Para que perguntas retóricas?

    21. Conforme recomenda a A.G.O.P., nunca use siglas desconhecidas.

    22. Exagerar é cem milhões de vezes pior do que a moderação.

    23. Evite mesóclises. Repita comigo: "mesóclises: evitá-las-ei!"

    24. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.

    25. Não abuse das exclamações! Nunca! O texto fica horrível!

    26. Evite frases exageradamente longas, pois estas dificultam a
    compreensão da idéia nelas contida, e, por conterem mais que uma idéia
    central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçam desta
    forma, o pobre leitor a separá-la nos seus diversos componentes, de forma a
    torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do
    processo da leitura, hábito que devemos estimular através do us o de frases
    mais curtas.

    27. Cuidado com a hortografia, para não estrupar a lingúa
    portuguêza.

    28. Seja incisivo e coerente, ou não.

    29. Não fique escrevendo no gerúndio. Você vai deixando seu texto
    pobre -- causando ambiguidade -- e esquisito, ficando com a sensação de que as coisas ainda estão acontecendo.

    30. Outra barbaridade que você deve evitar é usar muitas expressões
    que acabem por denunciar a região onde tu moras, tchê!



    Encontros

    Foi ao ar ontem à noite a versão Beta dos meetups cariocas. Muito legal! Depois eu conto mais detalhes; agora preciso dormir um pouco, que ninguém é de ferro. Para ver mais fotos e ler comentários de quem compareceu, é só ir ao fotolog: daqui a pouco a turma acorda e vai ter bastante foto, inclusive de outros meetups de fotologgers que ocorreram em outras cidades mundo afora.

    Já o encontro do Rio Design Barra acontece hoje, quinta, às 20hs -- como de hábito.

    Esclareço: este não é bem um encontro de fotologgers, é apenas um papo de tecnologia comigo. O assunto do dia, tenho a impressão, vai acabar sendo vírus -- mas, como sabe quem tem ido, não há nada pré-determinado na parada.

    Aos da Barra: a gente se vê logo mais!

    Aos que não são da Barra: criem coragem, puxa... ;-)

    13.8.03





    Fotolog Meetup

    Atenção, fotologgers cariocas!

    É HOJE!

    A partir das 20hs, Meetup na livraria Letras & Expressões da Visconde de Pirajá, esquina com Vinícius.

    Todo mundo lá!





    Emergência felina!

    “Os gatos do Outeiro da Glória estão sofrendo barbaridades, sendo chutados e sofrendo maus-tratos. Já foi morta uma gatinha grávida e a Liege levou hoje, para operar, um macho que tomou um chute na boca, fraturou o maxilar e deslocou os dentes.

    Ela conseguiu isenção na cirurgia e no raio-x, mas precisa de ajuda nos medicamentos e na alimentação. Ela está pensando em dar AD batido no liquidificador. Todos os medicamentos devem ser líquidos, pois foi colocado um parafuso.

    Quem puder ajudar ou pelo menos divulgar, mande um email para Lourdes. Os remédios são hexomedine, kalyamon b12 e cefalexina susp 250."
    Acabo de receber este email. Não é uma exceção. Recebo pelo menos um desses por dia, relatando o comportamento monstruoso de algumas pessoas, imediatamente seguido pela dedicação e generosidade de outras.

    A turma que olha pelos gatinhos da Glória está desconfiando dos guardas, e manifesta preocupação: domingo é dia de N. Sra.da Glória, com festa e grande movimento, e sabe-se lá o que poderá acontecer aos quadrupinhos.

    Infelizmente, o número de pessoas que maltratam animais — sobretudo gatos — ainda é muito superior ao das que cuidam deles e se comovem com a sua sorte.

    Também no correio de hoje, minha colega Cláudia me pediu para dar uma divulgada em outro ponto problemático, o Campo de Santana, onde um grupo de voluntários está ajudando a dra. Andréa Lambert a resgatar alguns gatinhos e esterilizar e tratar os demais:


    12.8.03



    Flash mob

    Tem gente que acha a maior besteira, mas confesso: eu acho o maior barato. Só acho uma tristeza já estarem organizando um flash mob em São Paulo e aqui no Rio ainda não estar rolando nada... Quem se habilita?




    Vejam que coincidência bonitinha: a Alicia e o Thomas, filhinho do Bruno Sampaio (bsamp), juntos, entre as fotos mais vistas do Fotolog.


    Usuários Windows: atenção!

    Eu não tenho anjo-da-guarda; tenho uma coruja-da-guarda, chamada Eduardo Stuart, que aparece de madrugada para tomar conta do blog, tecer comentários e dar alertas. Eu já estava indo dormir quando recebi este email:
    "Menina, não sei se você já sabe, mas está ocorrendo um ataque em massa sobre todos os computadores equipados com as versões NT/2K/XP/2003 do Windows. Relatado no boletim técnico da Microsoft de número 03-026, essa vulnerabilidade dá poderes remotos ao hacker para controlar o computador, podendo realizar verdadeiras estripulias e até instalar vírus.

    O ataque que está acontecendo nas últimas 24 horas "quebra" o RPC (Buffer Overrun) e pode permitir a instalação do vírus W32.Blaster.Worm. De certo modo, é fácil saber se algum computador foi vítima de um ataque: além da mensagem de erro no RPC, o computador perde temporariamente as funcionalidades da área de transferência, clique-e-arraste etc. Para reativar temporariamente essas funcionalidades (até o próximo ataque, pelo menos), basta carregar o aplicativo Servers (disponível sob o ícone Administrative Tools, do Painel de Controle) e ativar, na mão, o serviço Remote Procedure Call (clicando com o botão direito do mouse sobre ele e ativando a opção Start). Porém, é altamente recomendável instalar o quanto antes a correção deste bug.

    Para visitar a seção específica sobre esta falha no site da Microsoft, basta visitar :
    este endereço.

    O aplicativo (Patch) que corrige essas falhas pode ser transferido nos seguintes endereços:

    NT4

    NT4 Server

    Win2K

    WinXP 32Bits

    WinXP 64Bits

    Win2003 Server 32 Bits

    Win2003 Server 64 Bits

    Informações sobre o vírus que poderá ser instalado, juntamente com a sua cura, estão disponíveis AQUI."
    Observação minha: façam o download do patch na mesma língua do Windows. Se o sistema de vocês estiver em português, escolham a opção Change language, Portuguese (Brazil) e mandem ver.

    Lembrete do Abel Alves:
    "É importante lembrar que, quem atualiza constantemente o Windows XP via Windows Update, não precisa o baixar o patch. "


    Então. Eu já baixei o meu patch e recomendo a todos que o façam também. Depois vamos todos nos curar desse stress brincando um pouco lá no Pulso Único.

    Eduardo, querido, muito obrigada!




    Tem fotos novas das crianças -- Alícia inclusive! -- lá no Fotolog...

    Update: Puxei o post aqui pra cima. Fica mais bonito o blog abrindo com fotinha deles do que com alerta contra (mais uma) falha da M$!


    Rasgando uma seda básica

    Este blog teve o privilégio de ser escolhido como um dos favoritos do no mínimo.

    Achei muito legal, sobretudo porque o no mínimo está entre os meus saites favoritos. Valeu, meninos!

    Igualmente legal foi descobrir lá um blog sensacional, que eu ainda não conhecia: O Homem Chavão. Confiram!

    10.8.03



    Bang bang

    A Bia acabou de me mostrar a famosíssima cena da novela em que a Fernanda morre de bala perdida. Sinceramente? É uma das piores cenas de qualquer coisa que já vi na vida!

    Tudo péssimo, da trilha sonora à filmagem pretensamente hollywoodiana, com carros derrubando barracas de feira e todos os lugares comuns do gênero -- a diferença é que em Hollywood a maioria dos diretores já aprendeu a fazer.

    Foi um festival de câmera lenta, closes e picadinhos, recursos óbvios do don't-know-how. Sutileza nenhuma, surpresa zero, exagero dez: Fernanda não morre de bala perdida, morre fuzilada.

    Ridículo.




    Feliz dia dos pais!


    Hoje tem peixinhos lá no Fotolog: acabei de subir uma série deles. Desculpem se fiquei meio sumida ontem e hoje, mas há algumas razões:

    1) Ontem foi dia de fechamento;
    2) Hoje, como diz o meu querido Cesar Valente, é sábado;
    3) Estou mergulhada em Vivir para contarla, magistral autobiografia de Gabriel Garcia Marquez -- o que esse homem escreve...!

    Por aqui tudo bem, obrigada. Os gatos andam um pouco aborrecidos com o clima, mas em compensação ganharam as sobras de peixe do almoço; apesar do frio, mamãe ganhou todas as provas de que participou na competição de ontem; e eu ganhei pelo menos um quilo comendo um doce de leite irresistível que o Gravatá me trouxe de Goiás... *sigh*

    Enfim: tudo como sempre, na santa paz.

    Tenham um ótimo domingo, e papariquem bastante os seus pais.

    Aos pais todos da gALLera -- a começar pelo Paulinho -- mil felicidades e muito carinho. Que os filhos só lhes tragam alegrias e bons momentos.

    8.8.03



    Weird!





    Mais fotos de Paraty no Fotolog!


    Cadê você, Amarar?

    Com apenas um mês de atraso li o post de despedida do Danilo Amaral, que voltou para o Brasil. Tá certo que este foi um mês bastante atribulado; e, vá lá -- antes tarde do que nunca.

    Se alguém ainda não leu: confiram! Esse moço leva jeito.

    7.8.03



    HOJE!
    Encontro no Rio Design

    Vai ao ar hoje, às 20hs, lá no Rio Design Barra, o meu lounge de tecnologia, que agora se chama Vida Digital. Vocês sabem, né? Há coisa de um mês a gente começou a fazer esses encontros, que são uns bate-papos informais sobre aventuras e desventuras da vida hi-tech: um dá um palpite daqui, outro dali, a gente ajeita um lado, arruma o outro... enfim, aos poucos, com a ótima turminha que tem aparecido, vamos inventando um formato.

    Hoje vou falar do mesmo tema que abordei na coluna de segunda, e que me parece muito importante dentro do contexto dos blogs e fotologs: como manter o ambiente dos comentários, quando há tanta gente que acha que xingar a mãe é uma crítica válida?



    Sinais de vida inteligente no Planeta Celebridade

    Confesso: não conhecia Paraty. Aliás, não conheço muitos lugares perto do Rio exatamente por isso, por serem perto, assim como não conheço uma quantidade de pontos turísticos da própria cidade. É que estão todos ao alcance da mão, e quando sobra um tempo — que é o que sempre falta — a gente tende a correr atrás do que está longe. Vá entender.

    Mas comecei a corrigir esta falha na minha cultura no fim-de-semana passado, durante a Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, evento que realmente fez por onde merecer o saboroso nome de festa.

    Foram três dias de convívio tão harmonioso entre escritores e leitores que, muitas vezes, era difícil separar as categorias e saber quem era quem. Até porque todo escritor é, antes de mais nada, um leitor — e a maioria dos leitores, em Paraty, trazia um livro ou dois escondidos na mochila, para distribuir entre os colegas mais conhecidos.

    Além disso, várias pessoas que ganham a vida escrevendo estavam lá na simples condição de turistas das letras, sem missão profissional ou participação na agenda oficial. Este era o caso de tradutores, ensaístas e pesquisadores; e caso também da leitora que vos escreve, que volta e meia esbarrava em ótimos e queridos companheiros.

    Como disse o Joaquim (Ferreira dos Santos), uma das coisas que atraíram tantos cronistas a Paraty foi, justamente, a caça interminável ao assunto. No meu caso específico, admito uma outra motivação: a caça interminável às imagens. Imaginei que, na remota hipótese de que nada por lá me levasse a escrever, certamente muito me levaria a fotografar.

    Um dos resultados da segunda caçada está aí, ilustrando a página; mas não foi uma escolha fácil. Junte-se uma vila colonial à beira-mar, tão arrumadinha e perfeita que chega a parecer cidade cenográfica; uma multidão alegre espalhada por locações atraentes; pesos pesados internacionais como Eric Hobsbawn e Julian Barnes; leitores de máquina fotógrafica e caneta em punho, atrás de fotos e de autógrafos — e pronto, aí está o paraíso para qualquer fotógrafo. Até para mim, que não gosto de fotografar pessoas, mas não resisto a um bicho faceiro.

    A cidade tem, por sinal, um sério problema animal. A quantidade de cães de rua é alarmante. Todos os que encontrei foram amistosos, e estão obviamente acostumados a conviver com gente — sobretudo, a conviver bem com gente. Nenhum foi arisco ou agressivo, e a maioria não me pareceu descontente. Muitos, no entanto, estão magricelas e maltratados, com bernes, machucados e outras mazelas que afligem vira-latas. Fiquei preocupada com eles e, para dizer a verdade, mais preocupada fico em escrever a respeito disso, já que no Brasil, infelizmente, a primeira coisa que vem à cabeça das autoridades quando se fala em bichos abandonados ainda é acabar com eles; mas que os simpáticos cães de Paraty mereciam um trato, lá isso mereciam.

    * * *


    Outra coisa a merecer um trato é o famoso calçamento de pedras. Sei que isso soa como heresia suprema aos ouvidos dos defensores do Patrimônio Histórico, mas duvido que o calçamento fosse tão irregular nos tempos d’antanho, com aquele monte de escravos disponíveis para ajeitar as ruas e aquela aristocracia com seus calçados finos. E, mesmo que fosse — bem, naquele tempo também se atirava o conteúdo dos urinóis à rua, e nem por isso se deixou de instalar banheiros nas casas. Deve haver alguma solução sensata.

    * * *


    Quem já foi a Paraty sabe do que estou falando. É impossível andar sem olhar para o chão, o que, com toda aquela beleza em volta, acaba sendo um tremendo contra-senso.

    * * *


    Eric Hobsbawm, o autor mais festejado da temporada, tomava café sozinho todos os dias, acompanhado de um bom livro. A estratégia é (quase) infalível para afugentar tagarelas indesejados. Já eu deixava os livros no quarto: achei o máximo tomar café da manhã com vista para Eric Hobsbawm.

    Também gostei muito da forma como o pessoal da pousada resolveu o problema do complicadíssimo nome do professor:

    — Seu Eric, aceita mais um chazinho?

    * * *


    Uma das coisas interessantes da Flip era ver os escritores soltos, passando os dias a seu bel-prazer. Com exceção das palestras, havia pouco em termos de programação oficial, e, se por um lado isso resultou em certa falta de entrosamento entre os que não se conheciam, por outro deu a quem não participava diretamente da Festa uma chance maior de contato com os autores.

    Foi divertido — e muito bom — observar intelectuais como Ana Maria Machado, Ruy Castro ou Ferreira Gullar (para ficar em apenas três exemplos) sendo tratados como artistas ou roqueiros. Numa sociedade em que a única prova de que alguém deu certo é a celebridade, ver holofotes brilhando sobre gente que nunca participou de um “Big Brother”, não trabalha em “Malhação” e não costuma sair nas revistinhas de “VIPs” foi uma inversão de valores das mais alvissareiras.

    (O GLOBO, Segundo Caderno, 7.8.2003)


    Um abraço enorme, querido amigo

    6.8.03



    Dois mapas da mina


    Um, o do fenomenal Matusca: verdadeiro mosaico de blogs.

    O outro, todo rimado, do Nelson da Praia -- que, infelizmente, não tem permalink. O negócio é ir até lá, e rolar até um post chamado "Secretária eletrônica da praia".

    São dois craques...


    Adeus, dr. Roberto

    Acabo de saber que morreu o dr. Roberto Marinho. Ele estava com 98 anos, e havia sido internado hoje de manhã.

    5.8.03







    Eis a Alicia!

    Paulinho já tinha me mandado umas fotos da Alicia, mas detesto fotos de hospital, de modo que resolvi esperar um pouco. Hoje ele subiu o lote completo. Fiquei toda contente achando que ia ter umas fotos tranqüilitas, de casa... mas nada!

    Todas ainda do hospital.

    Nessas duas, pelo menos, o fundo ficou bem disfarçado, e tudo o que a gente vê é o primeiro encontro da Emilia e do Joseph com a nova irmãzinha.

    Cá entre nós: não estão lindas essas crianças?! :-)~~~

    Agora só fico devendo fotos com os pais orgulhosos. Sobretudo com a Kelyndra, claro, que teve o trabalho todo.

    (Isso não foi uma indireta, viu, Paulinho?)


    Comentários no Fotolog

    Pessoal, para fazer comentários no fotolog não basta escrever para mim; é preciso ter um fotolog. É facílimo criar um; não precisa nem subir foto.

    A galera que normalmente comenta aqui estará, é lógico, automaticamente aprovada: é só deixar o nome do fotolog que quiser incluir aqui nos comentários.

    Desculpem a mão de obra...


    Uh...?



    Essas coisas me dão um nojo...



    Ponto pro Jô

    Que está fazendo fez uma longa e simpática entrevista com a Elke Maravilha, a única valquíria gracinha que eu conheço.




    O historiador Eric Hobsbawn tomava café todos os dias sozinho... acompanhado de um bom livro! A estratégia é (quase) infalível para afugentar tagarelas indesejados.

    Apesar disso, é um homem gentil e simpático.

    E como o pessoal da pousada resolveu o problema do complicadíssimo nome do professor Hobsbawn? Simples:

    -- Seu Eric mandou deixar esse livro aqui embaixo...

    (Do meu fotolog)


    Vício

    Não é que o Fotolog está fazendo vítimas mesmo entre que não têm câmera? A mais nova viciada em flogs é a minha, a sua, a nossa queridíssima Meg!

    Eu sabia que os bloguinhos ilustrados ainda iam destruir muitos corações...

    Agora, sério: acho que o formato do fotolog é a evolução natural da espécie. Ele ganha dos blogs principalmente na velocidade de transmissão da informação, isto é, na circulação das novidades.

    Isso não significa que os blogs morreram, até porque, apesar de parecidos, blogs e fotologs são animais distintos. Acredito que, em algum ponto, vamos ver um sistema de blogs mais parecido com o fotolog, com uma opção de interação parecida com a coluna F/F (Friends/Favorites) e possibilidades de maior controle sobre os comentários.

    4.8.03



    Ofensa não é crítica, ou:
    A arte de lidar com o ciber-vandalismo



    Na semana passada enfrentei, pela enésima vez, os transtornos da “liberdade de expressão” online. Uma ameba sociopata desandou a escrever bobagens ofensivas na área de comentários do meu fotolog, literalmente bloqueando o acesso às fotos.

    Resultado: além de perder tempo apagando aquelas porcarias, tive que restringir a área de comentários a pessoas autorizadas, ou seja, as que já estavam na lista de favoritos. Novos visitantes precisam, agora, me enviar um email para que eu os inclua.

    Uma pena, porque, diante dessa barreira, muita gente desiste. Digo por experiência própria, porque eu mesma já deixei de comentar várias fotos de que gostei em fotologs de colegas por causa disso.

    Por outro lado, sob esse aspecto, o Fotolog funciona bem melhor do que os sistemas de comentários dos blogs, que ainda não criaram sistemas eficientes para deter ciber-vândalos, e precisam ser vigiados e “capinados” constantemente.

    ***

    À medida em que mais e mais pessoas começam a ter blogs e fotologs, o problema passa a ser cada vez mais comum. Há alguns anos, decidir quais opiniões de leitores iriam ou não ao ar era atribuição dos editores das seções de cartas dos jornais, que se baseiam em normas claramente identificadas e em anos de traquejo e bom-senso.

    Com a internet, e suas múltiplas opções de palpite, essa difícil atividade passou à esfera da decisão individual e, freqüentemente, solitária: ao contrário dos editores, que sempre têm com quem discutir casos complicados, blogueiros e fotologueiros trabalham em geral sozinhos — e muita gente ainda está meio perdida em relação ao assunto. Afinal, a liberdade de expressão é cara a todos nós (ou, pelo menos, à maioria) e apagar uma mensagem pode, efetivamente, representar um gesto de censura.

    Ao mesmo tempo, críticas às vezes são difíceis de aceitar. Se mesmo o couro de rinoceronte que adquiri em tanto tempo de jornalismo não me torna imune a palavras duras, que defesa imunológica terá o blogueiro ou fotologueiro que se depara, pela primeira vez, com opiniões pouco favoráveis? Como agir diante da pluralidade de opiniões com que nos confrontamos no cotidiano da rede?

    ***

    Nos primeiros tempos do blog, eu ficava muito perturbada quando tirava algo do ar. Aos poucos — mas realmente aos poucos, e depois de muito bater cabeça com outros autores de blogs — fui me convencendo de que há uma linha entre crítica e ofensa. Nem sempre ela é clara, mas existe, e deve ser ela o parâmetro para o que fica ou o que não fica na área de comentários.

    Opiniões dissonantes não são necessariamente ofensivas; já xingamentos, agressões gratuitas, provocações e palavrões não são, definitivamente, críticas que se devam ser respeitadas. As primeiras conduzem ao diálogo; as segundas, à destruição do meio-ambiente, já que blogs e fotologs são ecossistemas delicados.

    Suas áreas de comentários são botequins virtuais onde, frequentemente, as mesmas pessoas se reúnem, todos os dias, para trocar dois dedos de prosa. Às vezes sai uma briga. É normal. Mas às vezes entra um pitboy pela porta adentro, quebra móveis e garrafas, agride os habitués. Aí já não há nada de normal. A freguesia estranha, fica infeliz, vai embora — e o point vai pro brejo.

    Já vi bons e valiosos blogs morrerem por causa disso, e gente de bem sofrer, sinceramente, por causa de pedradas virtuais de vagabundos — quase sempre anônimos. É impressionante, aliás, constatar como as pessoas mais agressivas são, invariavelmente, as mais covardes. É tão fácil manifestar opiniões radicais no anonimato! Tão fácil investir contra o mundo por trás da proteção de uma tela! Não por acaso, o Slashdot, respeitado blog de nerds, atribui a alcunha de “Covarde anônimo” a quem entra sem se registrar.

    ***

    Hoje já há certo consenso entre as várias comunidades online que freqüento: democracia é bom, desde que mantidas as regras básicas da boa convivência. Demarcar a linha entre crítica e ofensa é difícil, mas não impossível; é este equilíbrio que quem mantém um blog ou um fotolog deve procurar.

    Comentários idiotas, mas não ofensivos, devem, de preferência, ser ignorados. Apagar um comentário não deixa de ser uma forma de resposta, e a regra de ouro para a grande mesa de botequim da comunicação, virtual ou não, já foi estabelecida há tempos pelo Millôr: “Não se amplia a voz dos idiotas”.

    Importante também é não se deixar pressionar pelo barulho das antas que, deletadas, gritam em nome da “democracia” ou da “liberdade de expressão”. Balela. A maravilha da rede é que, se eu não estou contente com o que você está diz aqui, posso muito bem abrir um blog ali adiante para contestar as suas palavras. Isso é democracia e liberdade de expressão; entrar num blog ou num flog para xingar e fazer pipi no tapete é falta de educação, grosseria, vandalismo.

    (O Globo, Info etc., 4.8.2003)


    Alicia chegou!

    Voltei hoje à tardinha de Paraty -- é, os de lá escrevem com "y" -- onde passei três dias quase inteiros completamente desconectada. O celular funcionou mal e porcamente; o sistema telefônico da pousada, além de precário, custava os tubos. Nada disso foi surpresa; surpresa foi eu ter sobrevivido incólume à desconexão total.

    Agora, é lógico que, com tantos dias para nascer, quando é que a Alicia, filha do Paulinho e da Kelyndra, poderia aparecer?! Pois é...

    Recebi a notícia pela Bia, quando cheguei em casa. Paulinho não conseguiu falar com o meu celular. Liguei correndo para saber de tudo. Depois de um longo papo, ele resumiu a história:

    -- O mais incrível é ver como um bebêzinho desses vem pronto, funcionando perfeitamente, sem um único bug!

    Aqui está o email que anunciou a chegada do mais novo bípede da família:
    "Ela levou um tempão se preparando, mas finalmente chegou! Alicia Maria nasceu às 10:55 horas do dia 2 de agosto. Pesando 3 kg 657 g e medindo 48 cm, ela é uma ruiva fofinha que deixou o pai babando de orgulho.

    Mamãe Kelyndra e a bebê passam bem e vão pra casa em breve. (Update meu: já estão em casa.)

    A Emília e o Joseph estão excitadíssimos e prontos pra ajudar a tomar conta da irmãzinha.

    Beijos e abraços pra todo mundo!

    Paulinho"


    P.S. -- Comecei uma série de fotos de Paraty no Fotolog. Depois eu conto como foi lá.


    Soneto de aniversário

    Vinícius de Moraes

    Passem-se dias, horas, meses, anos
    Amadureçam as ilusões da vida
    Prossiga ela sempre dividida
    Entre compensações e desenganos.

    Faça-se a carne mais envelhecida
    Diminuam os bens, cresçam os danos
    Vença o ideal de andar caminhos planos
    Melhor que levar tudo de vencida

    Queira-se antes de ventura que aventura
    À medida que a têmpora embranquece
    E fica tenra a fibra que era dura.

    E eu te direi: amiga minha, esquece...
    Que grande é este amor meu de criatura
    Que vê envelhecer e não envelhece.
    A Helenice me mandou este soneto lindo no dia do meu aniversário. Resolvi puxar dos comentários para cá, pra que ele não escape a ninguém; ou vice-versa (vice-verso).